Monday, June 16, 2008

Estamos de Mudança!

Por dois anos e sete meses, o Blogspot foi a casa do Cinéfila por Natureza. Através deste espaço, conhecemos uma vasta rede de blogueiros cinéfilos e colocamos em prática nosso propósito de discutir cinema, TV e premiações. Entretanto, chegou o momento do blog alçar um pequeno vôo e iniciar uma nova história.

A partir de hoje, convido a todos para visitar a nova casa do Cinéfila por Natureza. Portanto, atualizem suas listas de links para:

http://www.cinefilapornatureza.com.br/

Espero contar com a presença de todos por lá!

Abraços!

Atenciosamente,
Kamila

Friday, June 13, 2008

Divulgado o trailer de "Miracle at St. Anna"

Recentemente, o nome do diretor Spike Lee foi envolvido em um grande imbróglio com a lenda do cinema norte-americano, o ator, diretor e produtor Clint Eastwood. Aquele acusou este de ser racista por não ter escalado nenhum ator negro para seus filmes “A Conquista da Honra” e “Cartas de Iwo Jima”. Tais declarações foram feitas enquanto Lee dava uma entrevista para promover seu mais novo projeto “Miracle at St. Anna”, filme que conta a história de quatro soldados negros que estão servindo ao Exército dos Estados Unidos, durante a II Guerra Mundial, na Itália. Perdidos de sua tropa, em um país no qual são tratados com muito pouco respeito, o grupo encontra o calor da humanidade em um vilarejo da região Toscana.

O trailer do filme foi liberado ontem e pode ser visto aqui:



Para ver o poster de “Miracle at St. Anna”, é só visitar o blog Museu do Cinema.

Thursday, June 12, 2008

Sex and the City - O Filme (Sex and the City, 2008)

Por seis temporadas, o público de todo o mundo seguiu atentamente às crônicas das vidas de quatro amigas bem-sucedidas, independentes e donas de personalidades bastante específicas. Através dos textos escritos por Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker) para a sua coluna, acompanhávamos a busca delas por um grande amor (seja ele temporário ou permanente) em meio a todas as tentações trazidas pela vida em Nova York, uma metrópole cheia de luxo, poder e riqueza.

Quatro anos após o término do seriado “Sex and the City”, em 2004, o diretor e roteirista Michael Patrick King (que, pelo seu trabalho no programa, foi indicado a 11 Emmys, dos quais venceu dois) transpõe todo este universo para a grande tela. O filme baseado na série já começa com o pé direito ao nos mostrar – durante os créditos iniciais – que pouco mudou na vida das quatro amigas: Carrie continua com Mr. Big (Chris Noth); Charlotte York (Kristin Davis) é uma mulher plena e feliz ao lado do marido Harry Goldenblatt (Evan Handler) e da filha adotiva Lily (Alexandra Fong); Miranda Hobbs (Cynthia Nixon) persiste ao lado de Steve (David Eigenberg) e do filho Brady (Joseph Pupo); e Samantha Jones (Kim Cattrall, ótima) permanece ao lado de Smith Jarrod (Jason Lewis), que se transformou num ator de sucesso em Los Angeles.

A grande questão abordada pelo roteiro de “Sex and the City – O Filme” é o término da felicidade ou das múltiplas possibilidades que a vida a dois nos proporciona. Isto está bem representado pela crise no relacionamento entre Samantha e Smith, pela separação de Miranda e Steve e pelo cancelamento da união entre Carrie e Mr. Big (que se chama, na realidade, John James Preston). Aqui, o longa retoma o grande tema do seriado: a única relação permanente que as quatro amigas irão vivenciar, de forma plena, é aquela de amizade, companheirismo e diversão existente entre elas.

Se no caso de outros filmes baseados em programas de TV, como “Os Simpsons – O Filme”, o grande problema era a sensação da obra como sendo um episódio prolongado da série; o de “Sex and the City – O Filme” se encontra na maneira como a qual o diretor Michael Patrick King nos apresenta seu roteiro. Em 148 minutos, ele aborda temas que seriam desenvolvidos em uma temporada inteira de 23 episódios. Ou seja, tudo acontece muito rápido – e de forma muito superficial. Mesmo assim, o carisma das atrizes que interpretam as quatro amigas é suficiente para nos fazer deixar isso de lado, bem como a previsibilidade do roteiro. No final, “Sex and the City – O Filme” acaba servindo como uma conclusão mais que adequada à jornada de Carrie Bradshaw, Miranda Hobbs, Samantha Jones e Charlotte York.

Cotação: 7,0

Sex and the City - O Filme (Sex and the City, EUA, 2008)
Diretor(es): Michael Patrick King
Roteirista(s): Michael Patrick King (baseado na obra de Candace Bushnell e no seriado criado por Darren Starr)
Elenco: Sarah Jessica Parker, Kim Cattrall, Kristin Davis, Cynthia Nixon, Chris Noth, Candice Bergen, Jennifer Hudson, David Eigenberg, Evan Handler, Jason Lewis, Mario Cantone, Lynn Cohen, Willie Garson, Joanna Gleason, Joseph Pupo

Wednesday, June 11, 2008

O Banheiro do Papa (El Baño del Papa, 2007)

“O Banheiro do Papa”, filme dirigido por Enrique Fernández e César Charlone, é inspirado em fatos reais e sem passa no ano de 1988, quando o então Papa João Paulo II decidiu visitar Melo, uma cidade uruguaia que faz fronteira com o Brasil. Na ocasião, as previsões mais otimistas indicavam que cerca de 50 mil pessoas iriam visitar a localidade. Os habitantes de Melo – que, na sua maioria, são pessoas bastante humildes –, vislumbrando uma oportunidade fácil para ganhar dinheiro, começam a se organizar em barracas com o objetivo de vender diversas mercadorias aos visitantes.

O roteiro de Enrique Fernández e César Charlone prefere colocar um enfoque maior em Beto (César Troncoso, numa ótima atuação), que trabalha como muambeiro trazendo mercadorias pela fronteira, e sua família – a qual é formada pela esposa Carmen (Virginia Méndez) e pela filha Silvia (Virginia Ruiz). Atormentado pelas dores constantes no joelho, Beto quer trocar a sua bicicleta surrada por uma motocicleta. Aproveitando a visita do Papa à sua cidade, Beto tem uma idéia que considera ser genial: construir um banheiro para que os visitantes interessados em ver o Papa possam se aliviar durante a passagem da Santidade por Melo.

Apesar de possuir uma premissa muito original e que, em alguns momentos, é muito engraçada, “O Banheiro do Papa” é, na sua essência, um filme sobre a pessoa comum. O longa fala sobre gente trabalhadora e sonhadora. No entanto, o que os diretores Enrique Fernández e César Charlone nos lembram é que, após um certo momento de euforia, todos somos confrontados com a nossa verdadeira realidade. E isso pode ser duro de se aceitar, porém, com uma boa dose de bom humor e de fé, tudo pode ficar melhor.

Cotação: 8,9

O Banheiro do Papa (El Baño del Papa, Uruguai, Brasil, França, 2007)
Diretor(es):
César Charlone, Enrique Fernández
Roteirista(s): César Charlone, Enrique Fernández
Elenco: César Troncoso, Virginia Méndez, Mario Silva, Virginia Ruíz, Nelson Lence, Henry De Leon, Jose Arce, Rosario Dos Santos, Hugo Blandamuro

Tuesday, June 10, 2008

Divulgado o trailer de "The Edge of Love"

Ao final do trailer de “The Edge of Love”, filme do diretor John Maybury (“Camisa de Força”), chama a atenção a frase de uma revista feminina que diz que: “é como ‘Desejo e Reparação’, sendo que melhor”. Além de ser injusta com o filme de Joe Wright, a afirmação é totalmente imprópria, já que o roteiro escrito por Shaman Macdonald (mãe da atriz Keira Knightley) tem muito pouco a ver com a história baseada no livro de Ian McEwan.

“The Edge of Love” conta a história de duas mulheres – Vera Phillips (Keira Knightley) e Caitlin MacNamara (Sienna Miller) – que tinham tudo para ser rivais, mas acabaram virando grandes amigas. É através delas que somos apresentados às paixões e caminhos percorridos pelo famoso poeta Dylan Thomas (Matthew Rhys) em uma trama que mistura bastante os sentimentos de desejo, amizade e culpa.

O filme ainda nem tem data de estréia definida para os Estados Unidos, mas o trailer de “The Edge of Love” já está sendo divulgado na Internet. Você pode assisti-lo aqui:


Monday, June 09, 2008

Premiere de "O Incrível Hulk" em Los Angeles

Aconteceu ontem, na Universal City, em Los Angeles, a premiere do filme “O Incrível Hulk”, do diretor francês Louis Leterrier. O evento contou com a presença dos astros do filme, Liv Tyler e Edward Norton, bem como com as do presidente da Universal Pictures, Ron Mayer, e dos chefões da Marvel, Avi Arad e Kevin Feige. Fato este que prova que, mesmo com todos os rumores de que existiam discordâncias entre os envolvidos no filme, o que importa é o sucesso da nova investida do Monstro Verde nos cinemas.

Especialmente após a bem-sucedida trajetória de “Homem de Ferro”, de Jon Favreau, cresce a responsabilidade de “O Incrível Hulk” ir bem na bilheteria. As primeiras reações ao filme começam a sair em sites como o “Ain’t It Cool News” e elas são muito boas:

“Eu estava pensando que iria assistir ao filme e que o CGI iria tirar o foco de toda a história, mas isso nunca aconteceu. A fotografia e o CGI foram incrivelmente filmados. Eu adorei o Hulk neste filme tanto quanto eu adorava o personagem nas histórias em quadrinhos. Ed Norton está incrível como Bruce Banner. Mas, e o Hulk? Posso dizer que, pela primeira vez, num filme, o personagem ganhou vida para mim. É tão maravilhoso quanto ‘Homem de Ferro’? Não, mas, mesmo assim, é um ótimo filme de super-heróis que continua a me dar esperanças em relação aos próximos filmes da Marvel”.

“O filme é bom e o mais importante: dá um verdadeiro propósito ao Hulk. Ele não é somente um grande instrumento verde jogando tanques. O homem tem muito a colocar em risco. Edward Norton foi uma escolha inspirada para o personagem, com uma alma torturada, você realmente torce por Banner. Excelentes créditos iniciais, que apresenta muito sobre o personagem àqueles que não o conhecem bem. A Marvel deveria ter feito isso há muito tempo: começar a fazer justiça aos seus próprios heróis”.

A boa notícia é que os fãs brasileiros não vão ter que esperar muito tempo para assistir “O Incrível Hulk”, já que o filme será lançado mundialmente nesta sexta-feira, dia 13 de Junho.

Friday, June 06, 2008

Angel (Angel, 2007)

Na teoria, Angel Deverell (Romola Garai) teve uma vida perfeita. Filha de um modesto comerciante, sua maior característica era possuir uma incrível capacidade de imaginação. Angel sonhava em ser uma escritora famosa e se recusava a atender aos apelos da mãe (Jacqueline Tong) para que voltasse à sua realidade. Ainda bem que ela não fez isso, já que, não só se tornou uma autora de fama, riqueza e sucesso, como também comprou a Mansão Paraíso (casa pela qual ela sempre passava antes de ir à escola, na juventude) e se casou com o homem de seus sonhos, o pintor Esmé Howe-Nevinson (Michael Fassbender) – irmão de sua fiel assistente Nora (Lucy Russell, numa boa performance).

No entanto, o que o roteiro de “Angel” – o qual foi escrito pelo francês François Ozon com base no livro de Elizabeth Taylor (por favor, não confundir com a atriz de mesmo nome) – nos mostra é que a personagem principal do longa é muito mais do que uma jovem de imaginação fértil. A realidade criada por Angel, em seus livros, é somente um reflexo do mundo que ela acredita habitar. Por isso ficamos com a sensação de que a escritora, na realidade, é o grande personagem de uma fábula que ela mesma tenta entender ou, para fazer uma analogia com a sua profissão, colocar no papel.

A riqueza do roteiro escrito pelo diretor François Ozon é somente um dos elementos positivos de “Angel”. A personagem título é tão complexa e interessante que é até curioso saber que Ozon escreveu todo esse filme tendo em mente a inglesa Romola Garai (pronuncia-se Romollah Garry). Quando vemos a atriz, que tem 25 anos, entendemos o por quê de ela ter sido a primeira – e única – escolha do francês. Garai possui um rosto e uma beleza bem clássicos, além de uma certa vulnerabilidade, que caem como uma luva para essa história e entrega uma performance que, a princípio, pode soar exagerada, mas, na verdade, é muito corajosa e de pura entrega a uma personagem que está imersa dentro de sua própria realidade.

Além dos elementos que já foram citados, chama a atenção no trabalho de François Ozon, em “Angel”, o cuidado que o diretor teve com os detalhes. A direção de arte, os figurinos, a trilha sonora e a fotografia (alguns enquadramentos utilizados no filme são maravilhosos) contribuem para toda uma atmosfera que faz com que “Angel” seja visto como um filme à moda antiga. O longa tem uma aura muito clássica (que remete, por exemplo, aos filmes de George Cukor – um diretor que adorava histórias centradas em personagens femininas fortes), mas, na sua essência, é uma obra que mistura fantasia e realidade e nos mostra que, não importa onde a personagem título esteja, ela não pode fugir do sofrimento que marcará os últimos anos de sua existência.

Cotação: 9,5

Angel (Angel, Inglaterra, Bélgica, França, 2007)
Diretor(es): François Ozon
Roteirista(s): François Ozon com a colaboração de Martin Crimp nos diálogos (tendo como base a obra de Elizabeth Taylor)
Elenco: Romola Garai, Sam Neill, Lucy Russell, Michael Fassbender, Charlotte Rampling, Jacqueline Tong, Janine Duvitski, Christopher Benjamin, Tom Georgeson, Simon Woods, Jemma Powell, Alison Pargeter, Seymour Matthews, Una Stubb, Rosanna Lavelle