Saturday, June 24, 2006

Poseidon (2006)


O diretor alemão Wolfgang Petersen deve ter sofrido um grande trauma no mar. Só assim para explicar o fascínio do diretor sobre o tema – que ele visitou pela primeira vez em 1981, com o lançamento de “O Barco – Inferno no Mar” (drama claustrofóbico sobre um grupo de soldados alemães que serviam num submarino e tentavam manter seu profissionalismo ao mesmo tempo em que tentavam entender e obedecer à ideologia dos governantes aos quais serviam); e que ele visitou pela segunda vez em 2000, com o lançamento de “Mar em Fúria” (filme baseado na história real de um grupo de pescadores que enfrentaram uma mortal tempestade no mar). Pelo visto, Petersen ainda não esgotou as possibilidades de abordagem deste tema, tendo em vista que ele encabeça a refilmagem do clássico dos filmes-catástrofe “O Destino do Poseidon” (1972), do diretor Ronald Neame.

Mais do que falar sobre as conseqüências da onda gigante que atinge o luxuoso navio Poseidon na noite de ano-novo, o filme “Poseidon” aborda a luta de um grupo de passageiros – que se conheceram no navio – para sobreviver à catástrofe. São eles: o herói Dylan Johns (Josh Lucas); o ex-prefeito de Nova York Robert Ramsey (Kurt Russell), sua filha Jennifer (Emmy Rossum) e Christian (Mike Vogel), o namorado desta; Maggie James (Jacinda Barrett) e seu filho Conor (Jimmy Bennett); Richard Nelson (Richard Dreyfuss); Elena (Mia Maestro) e Larry Sortudo (Kevin Dillon). Nem todos os personagens irão sobreviver até o final de “Poseidon”; mas, no decorrer do filme, todos eles tentarão resolver problemas do passado e do presente, de forma a abraçar o futuro que todos esperam ter.

Até mesmo pela semelhança das duas tramas (que abordam tragédias que aconteceram a bordo de navios luxuosos), é impossível não comparar “Poseidon” com o mega-sucesso “Titanic”, do diretor James Cameron. O diretor Wolfgang Petersen segue o esmero técnico de Cameron, mas erra ao privilegiar a ação em detrimento de seus personagens. Os quinze minutos que o diretor dedica à apresentação de seus personagens são poucos para estabelecer uma conexão mais profunda deles com a platéia – que, apesar dos esforços do ótimo elenco, não irá torcer com afinco para que os personagens saiam vivos da tragédia. Até mesmo o triunfo daqueles que irão sobreviver não chega a ser tão climático como os dos personagens de “Titanic”. Fatos estes que deixam uma constatação no ar: a evolução da tecnologia cinematográfica nem sempre justifica a refilmagem de certos filmes que já funcionavam.

Cotação: 8,0

Crédito Foto: Yahoo! Movies

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