Friday, February 29, 2008

Eu e as Mulheres (In the Land of Women, 2007)

Pode parecer uma conexão completamente estranha, mas o filme “Um Encontro Com Seu Ídolo”, do diretor Robert Luketic, tem uma citação que cai como uma luva para Carter Webb (Adam Brody, o eterno Seth Cohen do seriado “The O.C.”), o personagem principal de “Eu e as Mulheres”, do diretor e roteirista Jonathan Kasdan. E ela diz o seguinte: “quando um homem perde o verdadeiro amor de sua vida, ele precisa ir para um local bem longe para ter a possibilidade do recomeço”. É justamente isso que irá acontecer com Carter, que, após o término de seu relacionamento com Sofia Buñuel (Elena Anaya), vai para um subúrbio da cidade de Detroit para poder cuidar da avó materna Phyllis (Olympia Dukakis), que anda meio doente.

É neste subúrbio que Carter pretende se recuperar do fim do romance e retomar projetos pessoais (e, por conseqüência, profissionais) que andavam meio parados. No entanto, o que de mais importante acontecerá com ele, em Detroit, será conhecer as mulheres da família Hardwicke – a mãe Sarah (Meg Ryan) e as filhas Paige (Makenzie Vega) e Lucy (Kristen Stewart). Ao mergulhar fundo nos problemas pessoais de Sarah e Lucy, Carter irá produzir mudanças profundas nelas; ao mesmo tempo em que ele mesmo amadurece.

Nos últimos anos, Hollywood está entrando em contato com a segunda geração de diretores famosos. O mais célebre deles, com certeza, é Jason Reitman (filho de Ivan Reitman), que, pelo seu segundo filme ("Juno"), já conseguiu uma indicação ao Oscar de Melhor Diretor. No caso particular de “Eu e as Mulheres”, somos apresentados à Jonathan Kasdan (filho de Lawrence Kasdan, diretor de filmes como “O Reencontro” e “O Apanhador de Sonhos”; e irmão de Jake Kasdan, diretor da sátira “Walk Hard – The Dewey Cox Story”). A intenção de Jonathan com este filme era fazer uma obra intimista sobre um rapaz enfrentando a sua primeira crise na fase adulta. Um tema que é tocado, por exemplo, de maneira melhor em “Hora de Voltar” e “Um Beijo a Mais”, filmes estes protagonizados por Zach Braff, que é um “primo” muito mais talentoso que Adam Brody.

Cotação: 4,0

Eu e as Mulheres (In the Land of Women, EUA, 2007)
Diretor(es): Jonathan Kasdan
Roteirista(s): Jonathan Kasdan
Elenco: Elena Anaya, Adam Brody, Kelsey Keel, Danielle Savre, Gina Mantegna, Rob Reinis, JoBeth Williams, Makenzie Vega, Kristen Stewart, Meg Ryan, Olympia Dukakis, Dustin Milligan, Graham Wardle, Elise Gatien, Christine Danielle

Thursday, February 28, 2008

Antes de Partir (The Bucket List, 2007)

A aproximação de duas pessoas tão diferentes só pode ser explicada por causa da presença de um acontecimento extraordinário. Somente isso já é suficiente para entender o encontro entre Edward Cole (Jack Nicholson) e Carter Chambers (Morgan Freeman, sempre eficiente). O primeiro é o rico dono de um império hospitalar e que não preza muito pelos relacionamentos humanos. O segundo é um homem que, após o casamento com Virginia (Beverly Todd, ótima nas poucas cenas que possui), abandonou suas aspirações pessoais para poder dar uma vida digna aos três filhos.

Os dois irão se conhecer em um dos hospitais da rede de Edward. E irão receber, no mesmo dia, um diagnóstico implacável: após uma batalha inicial contra o câncer, não conseguiram vencer a doença e possuem poucos meses de vida. Em conseqüência disso, Edward e Carter decidem colocar o pé na estrada e acompanhados de uma lista de coisas que gostariam de fazer antes de morrer. Uma decisão que, por exemplo, não será compreendida muito bem pela família de Carter, que esperava poder passar o máximo de tempo possível com ele antes da partida.

Quando assisti ao trailer de “Antes de Partir”, filme do diretor Rob Reiner, pensei logo que este seria um daquele tipo de filme que entrega tudo nessa primeira amostra que temos dele. Ledo engano. O roteiro de Justin Zackham é cativante e consegue tratar de um tema delicado com muito bom-humor e emoção. A cena final de “Antes de Partir” com a narração de Morgan Freeman é um dos momentos mais emocionantes em filmes de 2007 e quando, já nos créditos finais, a gente escuta a bela canção “Say”, do cantor e compositor John Mayer, é impossível controlar as lágrimas.

Cotação: 6,7

Antes de Partir (The Bucket List, EUA, 2007)
Diretor(es): Rob Reiner
Roteirista(s): Justin Zackham
Elenco: Jack Nicholson, Morgan Freeman, Sean Hayes, Beverly Todd, Rob Morrow, MaShae Alderman, Verda Bridges, Lauren Cohn, Ian Anthony Dale, Jennifer Defrancisco, Alfonso Freeman, Angela Gardner, Hugh B. Holub, Andrea Johnson, Rowena King

Wednesday, February 27, 2008

A Via Láctea (2007)

Estamos em São Paulo, a maior metrópole da América Latina. Um pouco antes do entardecer, o casal Heitor (Marco Ricca, num bom desempenho) e Júlia (Alice Braga) tem uma violenta discussão pelo telefone. A causa: os ciúmes que ele sente do amigo dela Thiago (Fernando Alves Pinto). Angustiado, Heitor pega seu carro e parte em direção à casa da namorada para tentar resolver a situação.

Durante a viagem de Heitor pelas ruas engarrafadas da cidade de São Paulo, o filme “A Via Láctea”, da diretora Lina Chamie (que co-escreveu o roteiro ao lado de Aleksei Abib), aborda as possibilidades do amor, da perda e da morte dentro do contexto social de um grande centro urbano. O interessante aqui é perceber que o relacionamento de Heitor e Júlia é compreendido de acordo com a visão de mundo de cada um deles – enquanto ele encara tudo por um lado mais poético (e condizente com sua condição de professor de Literatura), ela enxerga as coisas do ponto de vista da relação que se estabelece entre as diversas espécies de animais (afinal, é uma veterinária).

Grande parte de “A Via Láctea” é feita de silêncios, de música, de olhares, de sensações e de segmentos que, aparentemente, não têm nada a ver com a trama principal do filme. São estes elementos que acabam prejudicando um pouco o andamento da obra. A diretora Lina Chamie recupera um pouco do fôlego no final, mas aí já é tarde demais para consertar tudo.

Cotação: 3,5

A Via Láctea (A Via Láctea, Brasil, 2007)
Diretor(es): Lina Chamie
Roteirista(s): Aleksei Abib, Lina Chamie
Elenco: Marco Ricca, Alice Braga, Fernando Alves Pinto

Tuesday, February 26, 2008

Táxi Para a Escuridão (Taxi to the Dark Side 2007)

Aqui, no Cinéfila por Natureza, já falamos bastante a respeito de como os atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001 não só mudaram o mundo, como influenciaram uma série de livros e filmes sobre o que havia ocorrido ali. O documentário vencedor do Oscar 2008 “Táxi Para a Escuridão”, do diretor Alex Gibney, é mais um desses "filhos do atentado" e dialoga muito mais com filmes como “O Suspeito”, de Gavin Hood, já que tem uma história que versa sobre como os direitos constitucionais foram modificados de forma que o governo Bush pudesse ter subsídios em sua guerra contra o terror.

O título do documentário é uma referência direta ao que aconteceu com o taxista Dilawar, que, em 2002, saiu de sua casa, no Afeganistão, para trabalhar e foi entregue por milícias afegãs ao Exército norte-americano. Levado para uma prisão local, Dilawar morreu poucos dias depois devido às técnicas alternativas de interrogatório – ou seja, tortura física e psicológica. O laudo da autópsia indicou como causa da morte: homicídio.

Quem são os culpados pelo que aconteceu com Dilawar? É a partir do caso do taxista que "Táxi Para a Escuridão" destrincha tudo o que acontece por trás das prisões do terror, como Abu-Ghraib e Guantánamo; e mostra, principalmente, como o governo de George W. Bush modificou a própria Constituição do país de forma que a tortura passasse a ser um instrumento legítimo em busca de informações que possam ser úteis à guerra contra o terror – a ironia é que, quem pagou o pato no caso de Dilawar, foram os peixes pequenos (os soldados que acataram as ordens vindas de cima), enquanto que aqueles que têm o poder continuam por aí.

Mahatma Gandhi, talvez, o mais pacífico dos lutadores, falou uma certa vez que, se o homem fosse seguir à risca a política do “olho por olho, dente por dente”, ele já teria se tornado um cego. Aqueles que concordam com as práticas adotadas em prisões como as de Guantánamo e Abu-Ghraib falam do sentimento de vingança. Mas, esta é uma tese que vem abaixo quando “Táxi Para a Escuridão” reproduz aquela que é a voz mais sensata no meio de tanta “loucura”: a do Senador do Partido Republicano e pré-candidato à presidência dos Estados Unidos, John McCain, que fala que os terroristas podem ser seres humanos execráveis, mas nada justifica a perda da dignidade e a humilhação. Quer fazer o que é correto? Prenda-os, construa um caso e os julgue num tribunal.

Cotação: 8,0

Taxi to the Dark Side(Taxi to the Dark Side, EUA, 2007)
Diretor(es):
Alex Gibney
Roteirista(s): Alex Gibney
Com as aparições de: Alex Gibney, Brian Keith Allen, Moazzam Beg, Willie Brand, George W. Bush, Dick Cheney, Jack Cloonan, Damien Corsetti, Thomas Curtis, Greg D'Agostino, Carlotta Gall, Tim Golden, Gita Gutierrez, Scott Horton, John Hutson

Monday, February 25, 2008

Onde os Fracos Não Têm Vez (No Country for Old Men, 2007)

“Onde os Fracos Não Têm Vez”. Poucas vezes os tradutores de títulos de filmes acertaram tanto. É bom prestar atenção nessa pequena titulação porque ela irá dizer muita coisa a respeito do filme dos diretores e roteiristas Joel e Ethan Coen. Toda a trama da obra se passa no Estado do Texas, uma das localidades mais tradicionais dos Estados Unidos. E é justamente em algumas cidades de lá que se passará uma verdadeira onda de violência, em que aquele que, necessariamente não é o mais forte, mas sim o mais esperto e possuidor de sangue frio irá prevalecer.

Llewelyn Moss (Josh Brolin, numa sólida atuação) é um veterano da Guerra do Vietnã, que está caçando em uma floresta próxima ao Rio Grande quando tropeça em uma série de corpos em estado de putrefação. Na cena do crime, ele encontra uma enorme quantidade de heroína e uma maleta abandonada. Ela contém dois milhões de dólares. Llewelyn toma a atitude que qualquer outra pessoa naquela situação faria e pega a maleta. A ação a seguir é que irá definir seu destino: ao invés de procurar a polícia e relatar o que viu – e pegou –, Moss elabora um plano para usar a maleta em seu próprio benefício.

Anton Chigurh (Javier Bardem, em uma performance que lhe rendeu o Oscar 2008 de Melhor Ator Coadjuvante), à primeira vista, é um cara meio bizarro com aquele corte chanel bem escovadinho. No entanto, por trás dessa aparência existe um assassino frio e calculista. Um verdadeiro psicopata que não quer saber e tira da frente qualquer um que se põe em seu caminho. Ele está atrás da maleta que está sob a posse de Llewelyn Moss. E o caçador se torna o seu maior alvo.

No meio dessas duas figuras, encontramos o xerife Ed Tom Bell (Tommy Lee Jones, um ator que é simplesmente perfeito para esse papel). Se as ações de Llewelyn Moss e Anton Chigurh movem a trama de “Onde os Fracos Não Têm Vez”, é no caráter de Ed Tom Bell que encontramos a espinha dorsal do filme. O xerife é uma figura à moda antiga e que acredita na honra e na capacidade da verdade, da lei e da justiça. O problema é que, na terra em que a brutalidade de Chigurh é a penalidade mais usada, os valores de Ed Tom Bell estão fora de moda.

Baseado no livro de Cormac McCarthy, “Onde os Fracos Não Têm Vez” é o filme mais aclamado de 2007, inclusive sendo o maior vencedor do Oscar 2008 – razões para isso não faltam, como a ótima performance do elenco, as metáforas presentes no roteiro e a excelente fotografia de Roger Deakins. Críticos enxergam na história destes três personagens um estudo sobre a violência e a corrupção. No entanto, esta é mais uma obra sobre a vontade ou não de participar de um mundo em que valores como esses são as palavras de ordem. E isto está muito bem representado pela narração final de Ed Tom Bell, quando ele retrata para a esposa um sonho que teve com seu pai. O que os irmãos Coen querem nos mostrar é que a idéia de mundo que a gente tinha morreu. A gente precisa mais é acordar.

Cotação: 7,2

Onde os Fracos Não Têm Vez (No Country for Old Men, EUA, 2007)
Diretor(es): Ethan Coen, Joel Coen
Roteirista(s): Joel Coen, Ethan Coen (com base no livro de Cormac McCarthy)
Elenco: Tommy Lee Jones, Javier Bardem, Josh Brolin, Woody Harrelson, Kelly Macdonald, Garret Dillahunt, Tess Harper, Barry Corbin, Stephen Root, Rodger Boyce, Beth Grant, Ana Reeder, Kit Gwin, Zach Hopkins, Chip Love

Comentários Sobre o Oscar 2008

A octágesima edição dos prêmios Academy Awards não teve grandes surpresas (até mesmo as vitórias de Marion Cotillard e Tilda Swinton eram previstas), mas confirmou uma tendência que tem sido vista desde a edição passada: a vontade de transformar o Oscar em uma premiação internacional (os 4 vencedores das categorias de atuação são estrangeiros) e a escolha de um filme que tem um certo teor violento.

Na noite de ontem, o grande vencedor da noite foi “Onde os Fracos Não Têm Vez”, que conquistou 4 estatuetas – Filme, Direção e Roteiro Adaptado (Joel e Ethan Coen) e Ator Coadjuvante (Javier Bardem). Outros filmes que eram favoritos, como “Juno”, “Conduta de Risco” e “Sangue Negro” saíram do Kodak Theater com uma estatueta (no caso dos dois primeiros filmes) e dois Oscars (no caso do segundo).

O ponto alto da noite, além dos discursos emocionados de alguns dos vencedores (como Marion Cotillard, Diablo Cody e a dupla Marketa Iglova e Glen Hansard), foi a apresentação de Jon Stewart. Ele, que havia decepcionado quando fez o mesmo trabalho, em 2006, dessa vez deixou a pressão de lado e foi engraçado e crítico – ou seja, tudo aquilo que se esperava dele.

A lista completa de vencedores do 80th Annual Academy Awards:

Best Picture: No Country for Old Men
Best Directors: Joel and Ethan Coen
Best Actor: Daniel Day Lewis, There Will Be Blood
Best Original Screenplay: Diablo Cody, Juno
Best Documentary Feature: Taxi to the Dark Side
Best Documentary Short: Freeheld
Best Score: Atonement
Best Cinematography: Robert Elswit, There Will Be Blood
Best Song: Falling Slowly, Once
Best Foreign Language Film: The Counterfeiters
Best Editing: The Bourne Ultimatum
Best Actress: Marion Cotillard, La Vie En Rose
Best Sound Mixing: The Bourne Ultimatum
Best Sound Editing: The Bourne Ultimatum
Best Screenplay: The Coens, No Country for Old Men
Best Supporting Actress: Tilda Swinton, Michael Clayton
Animated Short Film: Peter and the Wolf
Live Action Short Film: Le Mozart des Pickpockets
Best Supporting Actor: Javier Bardem
Art Direction: Sweeney Todd
Visual Effects: The Golden Compass
Best Makeup: La Vie Rose
Best Animated Feature: Ratatouille
Best Costume Design: Elizabeth, The Golden Age

Agora, é hora de começar a pensar no Oscar 2009. E que tenhamos, novamente, uma ótima safra de filmes e performances.

Sunday, February 24, 2008

Na Contagem Regressiva Para o Oscar 2008

Membro do corpo de diretores da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, Tom Hanks não poderia faltar na festa de logo mais. Será que vai ser ele que vai entregar o prêmio mais importante da noite?

A futura mamãe Nicole Kidman pode não ter sido uma loira de Hitchcock, mas sua encarnação da heroína gélida em "Os Outros" é uma credencial que a permite ser a escolhida para entregar o Oscar honorário ao diretor de arte Robert Boyle, que foi um dos colaboradores frequentes do mestre do suspense.

A dupla de "Superbad - É Hoje", Seth Rogen e Jonah Hill, também vai participar da festa de logo mais. O que será que eles irão aprontar?

Kristin Chenoweth, famosa atriz de musicais da Broadway e que, atualmente, pode ser vista no seriado "Pushing Daisies", ensaia para a performance de "That's How You Know", do filme "Encantada". Amy Adams interpretará a outra canção do filme indicada, a fofa "Happy Working Song".

Jamia Nash, atriz de "O Som do Coração", ensaia para a performance da música indicada "Raise It Up".

Glen Hansard e Marketa Iglova, a dupla de "Once", ensaiam a performance de "Falling Slowly", a favorita para vencer o Oscar na categoria de Canção Original.

Fique de olho:
- Na TNT, a partir das 20hs., com a apresentação da ex-VJ Chris Nicklas e os comentários de Rubens Ewald Filho.
- Na E! Entertainement Television, a partir das 14hs., com o Countdown para o Oscar. O post-show da premiação começa às 02hs. da madrugada.
- Na Rede Globo, logo após o "Big Brother Brasil 8", com a apresentação de Maria Beltrão e os comentários de José Wilker.

Saturday, February 23, 2008

Palpites Para o Oscar 2008

Neste domingo, dia 24 de Fevereiro, acontece aquela que é a festa mais esperada pelos cinéfilos: o Oscar, que, em 2008, chega a uma marca especial (a sua octágesima edição). Uma festa que terá a apresentação de Jon Stewart e a participação de alguns dos nomes mais importantes do cinema. E a noite promete, já que tivemos um ano de grandes filmes e ótimas performances.

Apesar de algumas categorias já estarem praticamente definidas, não é bom descartar as surpresas habituais e elas poderão acontecer em Melhor Atriz (já que muita gente ainda acredita na indefinição entre os nomes de Julie Christie e Marion Cotillard - podendo sobrar até para Ellen Page), Melhor Atriz Coadjuvante (em que todas as indicadas possuem chances de vencer), Melhor Direção (uma teoria apareceu nos últimos dias em que Paul Thomas Anderson sairia vencedor, já que os irmãos Joel e Ethan Coen levarão Oscars como editores e roteiristas de “No Country for Old Men”) e Melhor Filme (o nome de "Juno" tem sido bastante citado e "Michael Clayton" possui um apoio enorme dentre os votantes da Academia).

Como não poderia deixar de ser, o Cinéfila por Natureza publica a sua lista de palpites para o Oscar 2008:

Best Motion Picture of the Year
No Country for Old Men

Best Performance by an Actor in a Leading Role
Daniel Day-Lewis, There Will Be Blood

Best Performance by an Actress in a Leading Role
Julie Christie, Away From Her

Best Performance by an Actor in a Supporting Role
Javier Bardem, "No Country for Old Men"

Best Performance by an Actress In A Supporting Role
Ruby Dee, American Gangster

Best Achievement in Directing
Joel and Ethan Coen, No Country for Old Men

Best Writing, Screenplay Written Directly for the Screen
Diablo Cody, Juno

Best Writing, Screenplay Based on Material Previously Produced or Published
Joel and Ethan Coen, No Country for Old Men

Best Achievement in Cinematography
There Will Be Blood

Best Achievement in Art Direction
There Will Be Blood

Best Achievement in Costume Design
Atonement

Best Achievement in Sound
Transformers

Best Achievement in Editing
No Country for Old Men

Best Achievement in Sound Editing
Transformers

Best Achievement in Visual Effects
Transformers

Best Achievement in Makeup
La Vie en Rose

Best Achievement in Music Written for Motion Pictures, Original Song
"Falling Slowly", Once

Best Achievement in Music Written for Motion Pictures, Original Score
Dario Marianelli, Atonement

Best Short Film, Animated
Madame Tutli-Putli

Best Short Film, Live Action
At Night

Best Documentary, Short Subjects
Freeheld

Best Documentary, Features
No End in Sight

Best Foreign Language Film of the Year
The Counterfeiters, Austria

Best Animated Feature Film of the Year
Ratatouille

Friday, February 22, 2008

A Casa de Alice (2007)

“A Casa de Alice”, filme do diretor Chico Teixeira (que co-escreveu o roteiro ao lado de Júlio Pessoa, Sabrina Anzuategui e Marcelo Gomes), é uma obra que dialoga com algumas das películas recentes produzidas pelo cinema brasileiro. Em comum entre elas, o fato de que possuem uma história que não quer fazer uma crítica social, e sim enfocar uma característica que é peculiar de todo brasileiro: a tentativa de levar uma vida do melhor jeito possível em meio aos problemas do dia-a-dia. E também a estética simples e documental, que nos quer dar a impressão de que não estamos assistindo a um filme, e sim a uma série de pequenos quadros que formam um todo que representa a vida de cada uma dessas pessoas.

No caso do filme de Chico Teixeira, acompanhamos o cotidiano de Alice (Carla Ribas, em sua primeira participação como protagonista de um longa-metragem), uma manicure que mora na periferia de São Paulo com a família – além dela, a mãe (Berta Zemel, excelente), o marido (Zé Carlos Machado) e os três filhos homens vivem num apertado apartamento. Cada um deles tem seu próprio problema, mas o roteiro do filme dá um destaque maior para a matriarca, que passa o dia longe do local aonde mora enquanto a mãe cuida da casa e dos seus filhos, mas tem plena consciência de tudo aquilo que a cerca – leia-se os casos do marido, o problema de saúde da mãe, os constantes pedidos do filho mais novo.

O destaque em Alice é mais do que acertado para o filme. É através dela – e aqui entra a maravilhosa atuação de Carla Ribas – que a gente vai vendo o desenho daquilo que é conhecido como efeito “bola de neve”. Ou seja, o que o diretor Chico Teixeira nos mostra são os problemas da personagem se acumulando e, enfim, o momento em que ela desmorona e se dá conta de que precisa de um tempo para si mesma se quiser continuar em meio a tanta discórdia.

Oriundo do gênero de documentários, “A Casa de Alice” é o primeiro longa-metragem de ficção realizado pelo diretor Chico Teixeira. Como está explicado no início do texto, ele carrega muito das características de seu antigo estilo para essa estréia. A linguagem é bem documental, com a câmera sendo uma mera observadora da ação que se passa no mundo vivido pela personagem principal. Dessa forma, fica mais fácil da platéia se inserir nesta realidade. Pena que o final seja tão anticlimático e nos deixe a sensação de uma falta de conclusão.

Cotação: 6,0

A Casa de Alice (A Casa de Alice, Brasil, 2007)
Diretor(es): Chico Teixeira
Roteirista(s): Chico Teixeira, Júlio Pessoa, Sabina Anzuategui, Marcelo Gomes
Elenco: Carla Ribas, Berta Zemel, Vinicius Zinn, Ricardo Vilaça, Zé Carlos Machado, Felipe Massuia, Renata Zhaneta, Luciano Quirino, Mariana Leighton, Dirce Couto, Jorge Cerruti, Cícero Augusto, Elias Andreato, Claudio Jaborandy, Talita Craveiro

Thursday, February 21, 2008

Vestida Para Casar (27 Dresses, 2008)

Nos Estados Unidos, existe um ditado popular bastante famoso que diz o seguinte: “Always the bridesmaid, never the bride”. Esse é o resumo perfeito para a vida de Jane Nichols (Katherine Heigl, em seu primeiro papel depois do grande sucesso “Ligeiramente Grávidos”). Ela acredita que o casamento é sua verdadeira vocação, por isso já foi madrinha em 27 cerimônias, enquanto alimenta o sonho de, um dia, poder ser ela a grande estrela da noite.

No entanto, Jane parece estar longe de encontrar seu verdadeiro amor. Ela, quando não está envolvida com seus deveres de madrinha, se dedica por completo ao trabalho como assistente do empresário George (Edward Burns), por quem alimenta uma paixonite aguda. Essa realidade vira um verdadeiro pesadelo quando sua irmã Tess (Malin Akerman) aparece do nada e se torna a noiva de George.

O que Jane não sabe é que, durante a preparação do casamento de Tess e George, ela vai ter a chance de conhecer não o homem dos seus sonhos, mas a pessoa com quem ela poderá passar o resto da vida. E ele é o jornalista Kevin Doyle (James Marsden), que sob a alcunha de Malcolm, escreve o caderno de casamentos do New York Journal que Jane tanto adora ler.

Com um roteiro de Aline Brosh McKenna (a mesma de “O Diabo Veste Prada”) que possui claras influências de obras como “O Casamento do Meu Melhor Amigo”, "Penetras Bons de Bico" e “Como Perder Um Homem em 10 Dias”, o filme “Vestida Para Casar”, da diretora Anne Fletcher (que fez o horroroso “Ela Dança, Eu Danço” e, pasmem, foi a assistente de direção de “Hairspray – Em Busca da Fama”), é uma típica comédia romântica. Ou seja, a película é feita para você se sentir bem somente durante os momentos da projeção. A única surpresa reservada para nós é que o filme é uma espécie de confirmação de James Marsden (que, em 2007, teve um ótimo ano com os filmes "Hairspray - Em Busca da Fama" e "Encantada") como um dos grandes galãs do cinema atual. Parece que Paul Rudd tem, finalmente, um rival à altura para os papéis dos mocinhos atrapalhados.

Cotação: 5,0

Vestida para Casar (27 Dresses, EUA, 2008)
Diretor(es): Anne Fletcher
Roteirista(s): Aline Brosh McKenna
Elenco: James Marsden, Katherine Heigl, Malin Akerman, Edward Burns, Melora Hardin, Judy Greer, Alexa Havins, Krysten Ritter, Maulik Pancholy, Brian Kerwin, Chuck Slavin, Peyton List, Alexa Gerasimovich, Kal Thompson, Eliezer Meyer

Wednesday, February 20, 2008

O Som do Coração (August Rush, 2007)

A trilha sonora, em um filme, pode ser um suporte do que estamos vendo em tela; às vezes, ela preenche um silêncio ou representa os sentimentos de cada personagem. Na obra “O Som do Coração”, da diretora Kristen Sheridan (filha de Jim Sheridan, com quem co-escreveu – ao lado da irmã Naomi – o belíssimo “Terra de Sonhos”), a música é o elemento em comum entre os três personagens principais do roteiro de Nick Castle e James V. Hart (com base na história de Paul Castro e Nick Castle).

O prólogo do filme se passa em um lar para garotos, aonde mora Evan Taylor (Freddie Highmore), que foi abandonado pelos pais. O garoto tem uma sensibilidade musical bastante aguçada e acredita piamente que, ao seguir os sons que fazem parte do seu dia-a-dia, ele reencontrará aqueles que lhe deram a vida. Após essa pequena contextualização, voltamos onze anos no tempo, mais precisamente para a noite em que os pais de Evan – Lyla Novacek (Keri Russell) e Louis Connelly (Jonathan Rhys Meyers) – se conheceram.

Lyla Novacek é um prodígio do instrumento de violoncelo. Toca com o pai, Thomas (William Sadler), que possui grandes planos para ela. Já Louis toca guitarra numa banda de irlandeses, não possui tanta ambição assim, mas tem um grande talento. Os dois irão se conhecer se forma mágica na Washington Square, em Nova York. Para não entregar muitos detalhes da trama, o importante é saber que estes três personagens vão seguir caminhos distintos, mas, de alguma forma, após 11 anos, começarão uma busca que eles não sabem, mas os levará ao encontro que é o clímax de “O Som do Coração”.

Um filme com diálogos cafonas, que quer manipular as nossas emoções e com um final previsível. É incrível, mas, mesmo com isso, “O Som do Coração” conseguiu atrair um bom elenco (além de Freddie Highmore, Keri Russell e Jonathan Rhys Meyers, temos Robin Williams e Terrence Howard em papéis de destaque). Talvez, a razão por trás disso seja o fato de que o filme possui um diferencial: coração. Mesmo sendo uma obra que transborda emoção, é difícil perdoar o elemento mais fraco de "O Som do Coração": o roteiro – que, em alguns momentos, chega a lembrar uma novela mexicana de tanto drama.

Cotação: 7,2

O Som do Coração (August Rush, EUA, 2007)
Diretor(es): Kirsten Sheridan
Roteirista(s): Nick Castle, James V. Hart, Paul Castro
Elenco: Freddie Highmore, Keri Russell, Jonathan Rhys Meyers, Terrence Howard, Robin Williams, William Sadler, Marian Seldes, Leon G. Thomas III, Mykelti Williamson, Aaron Staton, Alex O'Loughlin, Jamia Simone Nash, Ronald Guttman, Bonnie McKee, Michael Drayer

Tuesday, February 19, 2008

O Suspeito (Rendition, 2007)

Durante o governo de Bill Clinton, foi elaborada uma prática chamada de “rendição extraordinária”. Ao invocá-la, a CIA pode deter qualquer ser que seja uma ameaça aos Estados Unidos e levá-lo (a) à qualquer prisão fora do país. Após os atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001, o governo George W. Bush e sua Guerra Contra o Terror desvirtuaram essa pratica, dentre muitas outras, acabando por ferir o direito constitucional de cidadãos, não só norte-americanos, como do mundo.

“O Suspeito”, do diretor Gavin Hood, retrata a história de uma vítima da “rendição extraordinária”. O título do filme é uma referência direta ao engenheiro químico Anwar El-Ibrahimi (Omar Metwally). Egípcio de nascimento, Anwar foi para os Estados Unidos com 14 anos. Na terra do Tio Sam, fez sua vida e casou-se com Isabella (Reese Witherspoon), que está grávida do segundo filho do casal.

A mando da toda-poderosa Corrine Whitman (Meryl Streep), Anwar El-Ibrahimi é preso, quando voltava de uma conferência de trabalho na África do Sul, por suspeitas de envolvimento em um atentado terrorista. Este acontecimento irá atingir a vida de várias pessoas. Nos Estados Unidos, acompanhamos a luta de Isabella para descobrir o paradeiro de seu marido – contando com a valiosa ajuda do amigo Alan Smith (Peter Sarsgaard), o assistente do Senador Hawkins (Alan Arkin). Já num outro país estrangeiro sem identificação, testemunhamos a agonia de Anwar El-Ibrahimi, que sofre com um interrogatório à base de tortura feito por Abasi Fawal (o ótimo Yigal Naor) e supervisionado pelo jovem Douglas Freeman (Jake Gyllenhaal), um observador da CIA.

Primeiro filme do diretor sul-africano Gavin Hood nos Estados Unidos, “O Suspeito” é uma obra bem diferente de “Infância Roubada”. O roteiro de Kelley Sane tem um claro teor político e se posiciona de maneira aberta sobre a prática de “rendição extraordinária”. No final, o mais interessante do filme é acompanhar a transformação dos personagens que realmente podem fazer algo para ajudar Isabella El-Ibrahimi e, por tabela, seu marido Anwar. Em “O Suspeito”, temos um final muito corajoso e no qual quem tem mais a perder é quem coloca a mão na massa. Pena que, na vida real, não é assim que as coisas acontecem.

Cotação: 7,1

O Suspeito (Rendition, EUA, África do Sul, 2007)
Diretor(es): Gavin Hood
Roteirista(s): Kelley Sane
Elenco: Omar Metwally, Reese Witherspoon, Aramis Knight, Rosie Malek-Yonan, Jake Gyllenhaal, Mohammed Khouas, Zineb Oukach, Yigal Naor, Laila Mrabti, David Fabrizio, Mounir Margoum, Driss Roukhe, J.K. Simmons, Meryl Streep, Bob Gunton

Monday, February 18, 2008

Lady Chatterley (Lady Chatterley, 2006)

Lançada em 1928, a obra “O Amante de Lady Chatterley”, do escritor inglês D.H. Lawrence, causou polêmica na época devido ao seu teor sexual explícito e por retratar um romance entre uma mulher burguesa e um homem da classe trabalhadora. Por causa disso, o livro só foi publicado no país natal de Lawrence em 1960. O material já foi adaptado várias vezes para o cinema, bem como para a televisão. Isso não impediu o diretor francês Pascale Ferran de oferecer sua versão para história no filme “Lady Chatterley”, que ele também co-escreveu ao lado de Roger Bohbot e Pierre Trividic.

Para quem não conhece, o filme conta a história de Constance Chatterley (Marina Hands), que é casada com Clifford Chatterley (Hyppolite Girardot). Os dois moram em uma belíssima propriedade no campo, mas, de alguma maneira, vivem um relacionamento distante. Ele, um homem arrasado e confinado a uma cadeira de rodas, acabou contagiando a esposa, que se sente muito sozinha e isolada do mundo. É quando ela percebe que precisa encontrar algum tipo de motivação, algo que a faça feliz novamente. E Constance achará isso em Parkin (Jean-Louis Coulloc'h), o guarda-caça da propriedade em que ela mora e com quem ela começará um ardente romance.

Existem adaptações de “O Amante de Lady Chatterley” que privilegiam muito o aspecto sensual dessa história. No entanto, o filme de Pascale Ferran está mais interessado na transformação interna (e, por conseqüência, externa) que se dará tanto em Constance como em Parkin. Os dois, apesar das origens distintas, têm muito em comum e é ótimo poder testemunhar o jeito com que eles vão se descobrindo e evoluindo a ponto de adotar uma atitude diferente perante a vida e planejando o futuro.

Em alguns momentos de “Lady Chatterley”, o diretor Pascale Ferran parece que está fazendo um livro visual. A intromissão de um narrador e da trilha sonora é rara e ele prefere denotar o contexto em que sua história se passa através do uso de cartelas entre uma cena e outra. Este é um filme bem diferente, que tem uma estrutura narrativa própria, lenta e que não quer atropelar nenhum detalhe. E justamente por isso que esta é uma obra para ser apreciada por poucos.

Cotação: 5,8

Lady Chatterley (Lady Chatterley, Bélgica, França, Inglaterra, 2006)
Diretor(es): Pascale Ferran
Roteirista(s): Roger Bohbot, Pascale Ferran, Pierre Trividic (com base no livro de D.H. Lawrence)
Elenco: Marina Hands, Jean-Louis Coulloc'h, Hippolyte Girardot, Hélène Alexandridis, Hélène Fillières, Bernard Verley, Sava Lolov, Jean-Baptiste Montagut, Michel Vincent, Christelle Hes, Joël Vandael, Jacques De Bock, Ninon Brétécher, Anne Benoît, Jean-Baptiste de Laubier

Saturday, February 16, 2008

"Tropa de Elite" Ganha Urso de Ouro em Berlim

Quem acompanhou a reação internacional após a sessão do filme "Tropa de Elite", do diretor José Padilha, com certeza ficou bastante surpreendido no dia de hoje, quando leu as notícias que faziam referência à conquista do Urso de Ouro de Melhor Filme no Festival de Berlim pela obra brasileira que, desde "Cidade de Deus", é a que causa mais barulho dentro - e fora do país.

A conquista de "Tropa de Elite" é importantíssima, se levarmos em conta a concorrência que ele enfrentava ("Sangue Negro", de Paul Thomas Anderson, e "Happy-Go-Lucky", de Mike Leigh). Eis as palavras de José Padilha ao receber o prêmio: "É difícil expressar sentimentos em qualquer língua. Costa-Gavras (o presidente do júri do festival) é um herói para todos na América Latina, por todos os filmes que fez".

Vale lembrar que, em 1998, "Central do Brasil", filme de Walter Salles, saiu com o Urso de Ouro de Melhor Filme em Berlim. Agora, é torcer para que "Tropa de Elite" continue com um bom desempenho internacional e possa reprisar o que aconteceu com "Cidade de Deus" e conseguir indicações nas categorias gerais do Oscar 2009.

A lista completa de vencedores do Festival de Cinema de Berlim:

- Melhor Filme: "Tropa de Elite", de José Padilha
- Prêmio Especial do Júri: "S.O.P. - Standard Operating Procedure", de Errol Morris
- Melhor Diretor: Paul Thomas Anderson ("Sangue Negro")
- Melhor Contribuição Artística: Jonny Greenwood (Radiohead), pela trilha sonora de "Sangue Negro"
- Melhor Roteiro: Wang Xiaoshuai ("In Love We Trust")
- Melhor Ator: Reza Najie ("The Song of Sparrows")
- Melhor Atriz: Sally Hawkings ("Happy Go Lucky")
- Melhor Filme de Estréia: "Asyl - Park and Love Hotel", de Kumasaka Izuru

Friday, February 15, 2008

Cloverfield - Monstro (Cloverfield, 2008)

Quando a trama principal de “Cloverfield - Monstro”, filme do diretor Matt Reeves, é apresentada, a gente fica com uma leve impressão de que já assistimos a este filme antes. Pode ter sido na forma de um “Godzilla”, mas, na realidade, a maior influência da película produzida por J.J. Abrams (dos seriados “Lost” e “Alias”) deve ter sido “A Bruxa de Blair”, uma obra que possui o mesmo caráter documental e que nos dá a mesma sensação de agonia ao vermos aquela câmera tremida, com ângulos distorcidos – os quais causaram algum tipo de efeito nauseante em muita gente que se aventurou nas salas de cinema dos Estados Unidos.

O roteiro de Drew Goddard retrata os acontecimentos de uma noite em que a cidade de Nova York será atacada por um monstro do tamanho de um prédio arranha-céu. O poder da criatura é tão grande que o seu primeiro alvo é a Estátua da Liberdade e, aparentemente, ninguém poderá detê-la. No entanto, “Cloverfield – Monstro” adota um estilo narrativo bem interessante, tendo em vista que toda a história do filme é contada do ponto de vista de cinco jovens que estavam dando uma festa de despedida para um amigo que foi transferido para o Japão.

São eles: Marlena Diamond (Lizzy Caplan, do seriado “The Class”), Lily Ford (Jessica Lucas), Hud Platt (T.J. Miller), Rob Hawkins (Michael Stahl-David), Jason Hawkins (Mike Vogel) e Beth McIntyre (Odette Yustman). Todo o filme é contado pelos olhares desses personagens, mais precisamente através do vídeo dos bastidores da festa de despedida de Rob, o qual nos mostrará todas as tentativas deles de sobreviver ao mais aterrorizante acontecimento de suas vidas.

Em seu segundo longa-metragem, o diretor Matt Reeves (que é mais conhecido pelo trabalho na televisão em seriados como “Felicity”, “Homicide – Life on the Streets” e “Gideon’s Crossing”) mostra bastante coragem ao utilizar como fotografia principal as imagens feitas pelo seu elenco. Isto dá autenticidade à “Cloverfield – Monstro”. E é justamente por causa dessa maneira inusitada de filmar que o filme nos chama a atenção. Afinal, como eles conseguiram fazer todos aqueles efeitos com imagens que não são limpas? É um trabalho impressionante e que causa uma angústia enorme na gente – esta última parte é total mérito do elenco, em especial de Michael Stahl-David.

Cotação: 8,5

Cloverfield - O Monstro (Cloverfield, EUA, 2008)
Diretor(es): Matt Reeves
Roteirista(s): Drew Goddard
Elenco: Lizzy Caplan, Jessica Lucas, T.J. Miller, Michael Stahl-David, Mike Vogel, Odette Yustman, Anjul Nigam, Margot Farley, Theo Rossi, Brian Klugman, Kelvin Yu, Liza Lapira, Lili Mirojnick, Ben Feldman, Elena Caruso

Thursday, February 14, 2008

Juno (Juno, 2007)

Após tomar dois litros de suco de laranja e fazer um teste de gravidez pela terceira vez (todos com resultado positivo), o olhar de Juno MacGuff (Ellen Page, numa fantástica performance que lhe rendeu uma indicação ao Oscar 2008 de Melhor Atriz) não reflete a alegria de uma descoberta esperada. Na realidade, o que a gente vê é medo e apreensão. Afinal, na cabeça dos adolescentes do filme “Juno”, do diretor Jason Reitman, a gravidez é algo que só acontece com suas mães e professoras.

Uma jovem articulada e inteligente, Juno será pega totalmente desprevenida pela descoberta da gravidez – que aconteceu após perder a virgindade com o amigo Paulie Bleeker (Michael Cera, ótimo). Ao contrário do que acontece com outras adolescentes na mesma situação, Juno terá um sistema de apoio fortíssimo. A família – o pai Mac (J.K. Simmons, do seriado “The Closer”) e a madrasta Bren (Allison Janney, do seriado “The West Wing”) – ficará ao seu lado. A melhor amiga Leah (Olivia Thirlby) será a companhia de todas as horas. Por causa disso, o aborto é uma idéia que Juno nem considera. Sua decisão final é entregar a criança para adoção. O casal escolhido é Mark (Jason Bateman) e Vanessa Loring (Jennifer Garner). Os dois são educados e bem de vida e, principalmente, sonham em ter um filho.

Aos poucos, o excelente roteiro da ex-stripper Diablo Cody vai nos mostrando que por trás de tanta normalidade existem conflitos bem complicados. Ao longo dos nove meses de gravidez, Juno passará por um processo de amadurecimento que fará com que ela enxergue coisas que antes lhe passavam completamente despercebidas. Por outro lado, o casal Mark e Vanessa Loring – as vésperas da realização do grande projeto deles como casal – começam a encarar todas aquelas rusgas que são típicas de qualquer relacionamento que possui uma certa história.

Das cinco obras indicadas ao Oscar 2008 de Melhor Filme, “Juno” é o maior sucesso de bilheteria. O êxito contagiou até a trilha sonora da película. Movida pela bela “Anyone Else But You” (cantada pela dupla Ellen Page e Michael Cera), o CD de “Juno” é o mais vendido, nos EUA, de acordo com a lista da revista Billboard. Isto tudo pode ser explicado pelo fato de que o roteiro de Diablo Cody fala sobre gente real, com conflitos verdadeiros e passando por situações que poderiam muito bem acontecer comigo ou com você. “Juno” não é um filme sobre a gravidez na adolescência ou sobre amadurecer. É, na realidade, uma grande história de amor, especialmente sobre o tipo que esperamos encontrar para a vida inteira – seja ele na forma do amor familiar, de mãe, de filho (a), de amigo (a) ou de um parceiro (a).

Cotação: 10,0

Juno (Juno, EUA, 2007)
Diretor(es): Jason Reitman
Roteirista(s): Diablo Cody
Elenco: Ellen Page, Michael Cera, Jennifer Garner, Jason Bateman, Allison Janney, J.K. Simmons, Olivia Thirlby, Eileen Pedde, Rainn Wilson, Daniel Clark, Darla Vandenbossche, Aman Johal, Valerie Tian, Emily Perkins, Kaaren de Zilva

Wednesday, February 13, 2008

Sweeney Todd - O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet (Sweeney Todd - The Demon Barber of Fleet Street, 2007)

Na mente de Benjamin Barker (Johnny Depp, numa performance que lhe rendeu uma indicação ao Oscar 2008 de Melhor Ator), personagem principal do musical “Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet”, de Tim Burton, a cidade de Londres é “um grande buraco no mundo, como um grande esgoto negro, e preenchido por pessoas que estão cheias de merda, e nos quais os vermes do mundo habitam”. Esta frase pode fazer com que você pense que Benjamin é um homem revoltado. Mas, acontece justamente o contrário: ele é um ser que foi consumido pela vontade de vingança.

Quando “Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet” começa, encontramos Benjamin Barker – adotando agora a alcunha de Sweeney Todd – de volta à capital inglesa depois de permanecer injustamente preso. De cara, conhecemos a sua história de vida: ele era um barbeiro que vivia feliz ao lado da linda esposa (Laura Michelle Kelly) e da filhinha Johanna. O problema é que sua mulher viraria o objeto de cobiça do juiz Turpin (Alan Rickman). Foi por causa desse juiz – e do bedel Bamford (Timothy Spall) –, que Todd acabou sendo enviado para a cadeia.

Sweeney Todd encontra a parceira perfeita para a sua vingança na figura da Sra. Lovett (Helena Bonham Carter), uma mulher que conhece bastante detalhes da vida do barbeiro. Se instalando no andar de cima da loja de tortas de Lovett, Todd se transforma em um serial killer, matando as pessoas que procuram os seus serviços de barbeiro como um treinamento para o seu grande “show”: o assassinato do juiz e do bedel, e, por tabela, ajudando a reerguer o negócio de Lovett – que passa a utilizar os restos mortais das vítimas de Todd como matéria-prima para tortas que se transformam em um sucesso entre seus clientes.

O grande achado de “Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet”, filme baseado no musical de Stephen Sondheim, Hugh Wheeler e Christopher Bond, é mostrar o outro lado da moeda da vingança. Ao abordar a história que envolve a crescida Johanna (Jayne Wisener) – que, após a prisão de Sweeney Todd, foi tomada como protegida pelo juiz Turpin – e o jovem marinheiro Anthony Hope (Jamie Campbell Bower), o roteiro de John Logan mostra que a vingança, às vezes, não é a melhor alternativa e que o sofrimento é parte importante daquilo que nos transforma nas pessoas que somos.

Em um filme cuja fotografia de Dariusz Wolski prefere privilegiar os tons preto e branco, é importante prestar atenção num pequeno detalhe: a cor que mais merece destaque é o vermelho do sangue das vítimas de Sweeney Todd. Isso é muito importante para entender a mensagem do filme e que passa muito pela sub-trama envolvendo Johanna e Anthony. Outro detalhe importante neste musical é a fluência dos números musicais, que são, na realidade, diálogos musicados e que nos oferecem um importante material para compreender as motivações de cada personagem. “Sweeney Todd – O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet” pode não ser um filme envolvente, mas é uma obra contundente de um diretor cheio de estilo e que encontrou nessa história uma maneira de dar continuidade aos elementos que são tão recorrentes em sua filmografia: a preferência pelo sombrio, pelo que fica à margem da sociedade e pelo que deixa de ser convencional.

Cotação: 8,5

Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet (Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street, EUA, Inglaterra, 2007)
Diretor(es): Tim Burton
Roteirista(s): John Logan (com base no musical de Stephen Sondheim, Hugh Wheeler, Christopher Bond)
Elenco: Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Alan Rickman, Timothy Spall, Sacha Baron Cohen, Jamie Campbell Bower, Laura Michelle Kelly, Jayne Wisener, Ed Sanders, Gracie May, Ava May, Gabriella Freeman, Jody Halse, Aron Paramor, Lee Whitlock

Tuesday, February 12, 2008

A Lenda do Tesouro Perdido - Livro dos Segredos (National Treasure - Book of Secrets, 2007)

Quando estreou, nas salas de cinema brasileiras, no começo de 2005, o filme “A Lenda do Tesouro Perdido”, do diretor Jon Turtletaub, foi considerado como um grande aperitivo ao que viria no ano seguinte, com a adaptação do best-seller “O Código da Vinci”, do diretor Ron Howard. Apostando na fórmula “homens inteligentes desvendam mistérios escondidos por trás de peças importantes numa trama que mistura elementos históricos e de ação”, não foi surpresa ver o sucesso que o filme conseguiu nas bilheterias.

Portanto, para a continuação “A Lenda do Tesouro Perdido – Livro dos Segredos”, o mega-produtor Jerry Bruckheimer aposta em outro clichê. Como em time que está ganhando não se mexe, ele traz de volta todo mundo que trabalhou no primeiro filme (com exceção do time de roteiristas, que é totalmente novo) e coloca, novamente, o caçador de tesouros Benjamin Franklin Gates (Nicolas Cage) para iniciar uma jornada de ação e mistério tendo como base elementos saídos da História dos Estados Unidos.

O roteiro de “A Lenda do Tesouro Perdido – Livro dos Segredos”, que foi escrito por Marianne e Cormac Wibberley, Gregory Poirier, Ted Elliott e Terry Rossio, tem como ponto de partida a página perdida do diário de John Wilkes Booth, o assassino confesso do presidente Abraham Lincoln. Acontece que o avô de Benjamin, Thomas Gates (Joel Gretsch), desempenhou um papel importante nos acontecimentos que levaram à morte do comandante da nação norte-americana. Quando Thomas é consagrado como herói nacional, eis que aparece Mitch Wilkinson (Ed Harris) e coloca o nome do avô de Benjamin como um dos principais conspiradores da morte de Lincoln. Determinado a provar a inocência de seu ancestral, Ben reúne sua trupe – o pai Patrick (Jon Voight), o parceiro Riley (Justin Bartha), a namorada Abigail (Diane Kruger) e a mãe Emily (Helen Mirren, totalmente desperdiçada) – e segue pistas que o levam à descoberta de um tesouro ainda maior.

Quem assistiu ao filme “A Lenda do Tesouro Perdido” sabe que o produtor Jerry Bruckheimer tentou fugir ao máximo das comparações com “O Código da Vinci”. Talvez por causa do fracasso do filme de Ron Howard, dessa vez eles confirmam todas as influências da obra de Dan Brown. Para dar mais movimento e emoção à história, Ben passa a ser o elemento mais procurado pelo FBI após raptar o presidente dos EUA (Bruce Greenwood) em busca do livro que está referido no título da obra.

Como é comum aos filmes produzidos por Jerry Bruckheimer, “A Lenda do Tesouro Perdido – Livro dos Segredos” tem uma produção bastante caprichada. Isto é bem notado através da excelente direção de arte de Dominic Watkins e Julian Ashby. No entanto, uma obra como essa não foi feita para ser levada a sério. O objetivo dela é entreter, mesmo que tenha uma trama com um leve toque cultural. E, ao final de duas horas e sete minutos de projeção, o diretor Jon Turtletaub deixa uma platéia bastante satisfeita. O dever foi cumprido.

Cotação: 6,5

A Lenda do Tesouro Perdido - Livro dos Segredos (National Treasure: Book of Secrets, EUA, 2007)
Diretor(es): Jon Turteltaub
Roteirista(s): Marianne Wibberley, Cormac Wibberley, Gregory Poirier, Ted Elliott, Terry Rossio (com base nos personagens criados por Jim Kouf, Oren Aviv, Charles Segars)
Elenco: Nicolas Cage, Justin Bartha, Diane Kruger, Jon Voight, Helen Mirren, Ed Harris, Harvey Keitel, Bruce Greenwood, Ty Burrell, Michael Maize, Timothy V. Murphy, Alicia Coppola, Albert Hall, Joel Gretsch, Christian Camargo

Monday, February 11, 2008

Meu Nome Não é Johnny (2008)

Sabe aquela velha afirmação de que tudo pode acontecer na casa dos outros, mas você nunca imagina que um dia você passará por isso? Foi assim, pega de surpresa, que a mãe (Julia Lemmertz) de João Guilherme Estrella (Selton Mello, como sempre numa ótima atuação) descobriu que o filho havia se transformado num grande traficante de drogas do Rio de Janeiro. Quando você observa a superfície, consegue compreender toda a surpresa da mãe de João, afinal o garoto nasceu em uma família de classe média alta, estudou nos melhores colégios e tinha tudo nas mãos para vislumbrar um grande futuro para si próprio. No entanto, na medida em que o roteiro de Mauro Lima e Mariza Leão mergulha na vida de João Estrella, você começa a entender porque a vida dele teve um destino completamente diferente do esperado.

Sim, João nasceu em uma família de classe média alta; teve pais participativos, porém permissivos; inteligente e carismático, se rodeou de um grupo fechado de amigos (interpretados por Ângelo Paes Leme e Rafaela Mandelli) e conquistou uma bela namorada chamada Sofia (Cleo Pires). Após a separação dos pais, a vida de João se transforma: morando com o pai (Giulio Lopes) – que passa os dias trancado dentro do quarto –, o garoto tem uma casa enorme nas mãos, realiza festanças e se entrega ao vício em drogas. Daí para passar ao posto de traficante é um pulo e João só é pego pela polícia por causa de sua ambição (ele começa a fazer transações internacionais).

É esta a história que nos será contada no filme “Meu Nome Não é Johnny”, do diretor Mauro Lima. A obra retrata a vida de João Guilherme Estrella, mas bem que poderia relatar as vivências de outros tantos jovens de classe média alta que são presos como traficantes de drogas. No entanto, o que torna este filme interessante é que João é a exceção de uma regra. Ele foi um sobrevivente e conseguiu se recuperar mesmo estando no ambiente auto-destrutivo das prisões brasileiras e, depois, num manicômio judicial. Isto está muito bem representado pela frase da escritora francesa Marguerite Yourcenar que Estrella lê em um cartão de Natal e que diz: “O verdadeiro lugar do nascimento é aquele em que lançamos pela primeira vez um olhar inteligente sobre nós mesmos”.

Cotação: 6,3

Meu Nome Não é Johnny (Meu Nome Não é Johnny, Brasil, 2008)
Diretor(es): Mauro Lima
Roteirista(s): Mariza Leão e Mauro Lima com base no livro de Guilherme Fiúza
Elenco: Selton Mello, Cléo Pires, Cássia Kiss, André de Biase, Ângelo Paes Leme, Rafaela Mandelli, Gillray Coutinho, Luis Miranda, Aramis Trindade, Kiko Mascarenhas, Flavio Bauraqui, Orã Figueiredo, Hossein Minussi, Ivan de Almeida, Flávio Pardal

50th Annual Grammy Awards 2008 - Comentários

A cada novo intervalo, a locutora oficial da noite do 50th Annual Grammy Awards, que aconteceu ontem, em Los Angeles, anunciava: “logo mais, a atração que todo mundo está esperando: Amy Winehouse”. Parece até errado colocar tanta pressão e expectativa nos ombros de uma jovem de 24 anos que está passando por um momento difícil em sua vida, tentando vencer na dura batalha contra o vício em drogas. Mas, o desenrolar da noite já indicava que este seria o momento dela.

Quando se apresentou, via satélite, diretamente de um estúdio, em Londres, Amy Winehouse (cantando “You Know I’m No Good” e “Rehab”) mostrou ser uma cantora cheia de energia e em pleno domínio de seu ofício. Ovacionada pela pequena platéia londrina e visivelmente emocionada (assim como seus pais, que foram os primeiros a abraçá-la), Amy mal pôde articular seu discurso de agradecimento após vencer na categoria de Record of the Year, por “Rehab” (ela ainda levaria mais 4 prêmios, sendo a grande vitoriosa da noite).

Que os aplausos, carinho e amor de ontem à noite sejam fontes de inspiração para que Amy Winehouse consiga se recuperar, pois ela tem muita vida, talento e trabalho pela frente. Força, Amy!

No geral, a noite do 50th Annual Grammy Awards foi mais uma verdadeira chuva de boas performances musicais, com destaques para aquelas que colocavam lendas da música do passado com aqueles artistas que estão fazendo a indústria no presente, como Tina Turner e Beyoncé Knowles; Little Richard, Jerry Lee Lewis e John Fogerty; Josh Groban e Andrea Bocelli; dentre tantos outros.

A lista de vencedores nas categorias principais:

Album of the Year
“River: The Joni Letters”, Herbie Hancock

Record of the Year
“Rehab”, Amy Winehouse

Song of the Year
“Rehab”, Amy Winehouse

Best New Artist
Amy Winehouse

Para ver mais ganhadores, é só clicar aqui.

Sunday, February 10, 2008

MEME's, WGA Awards e Estréias da Semana na TV

De tudo um pouco neste post de Domingo.

Começando com os MEME's:

Os amigos blogueiros Marcus Vinícius, do “
Caminhante Noturno Cinema”, e Romeika, do “A Room of One’s Own”, me enviaram, nas últimas semanas, alguns MEME’s que serão devidamente respondidos agora.

1º MEME:
- Você se considera uma blogueira anti-social?
Acredito que não. Estou sempre tentando interagir com os meus visitantes e procuro sempre visitar e fazer comentários nos blogs de outros amigos. Adoro as discussões que travamos seja por aqui ou em outros espaços e aprendo muito lendo os textos dos colegas blogueiros.

2º MEME: O da Amizade
Fica até difícil escolher 10 blogs porque eu visito tantos espaços interessantes e de qualidade. O critério utilizado aqui foi o de evitar repetir aqueles que já foram citados, até mesmo para que a corrente continue indo para a frente: Felipe, do “
Café Pequeno”; João Paulo, do “Cine JP”; Dudu, do “Cinéfilo, Eu?”; Felipe Gurgel, do “Kem Dera Ser um Peixe”; Pedro Henrique, do “Tudo é Crítica”; Victor Nassar, do “Pipoca com Manteiga”; Gustavo, do “Movies to Movies”; Rodrigo Fernandes, do “Twentysomething”: Andros Renatus, do “Sombras Elétricas”; e Arthur Bellotto, do “Em Cena”.

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Foram anunciados ontem os vencedores da premiação anual do Writers Guild of America (WGA). Nas categorias de cinema, nenhuma surpresa com as vitórias de Diablo Cody ("Juno") e de Joel e Ethan Coen ("No Country for Old Men"). Na parte de TV, "The Wire" e "30 Rock" foram eleitas as séries mais bem escritas do ano. Para ver a lista completa de vencedores, clique
aqui.

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Quem já está cansado das intermináveis reprises nos canais especializados em seriados, terá uma semana bem agitada com a estréias bem interessantes na programação. A Sony volta com as quartas temporadas de "Grey's Anatomy" (Segundas, às 22hs.) e "Desperate Housewives" (Quartas, às 22hs.). Já o AXN promove a vinda de duas das séries novas mais elogiadas pela crítica norte-americana. Na terça-feira, às 20hs., teremos "Dirty Sexy Money". Em seguida, às 21hs., a estréia de "Damages", série jurídica das mais criativas e que conta com uma Glenn Close inspiradíssima na liderança de um grande elenco que ainda inclui Ted Danson e a australiana Rose Byne (de "Tróia").

Saturday, February 09, 2008

50th Annual Grammy Awards 2008 - Previsões

A greve do Writers Guild of America (WGA) teve efeitos até para a indústria da música, já que a edição 2008 dos prêmios Grammy ficou ameaçada de não acontecer quando o sindicato negou a autorização para que a produção do programa continuasse e quando artistas como Justin Timberlake e Alicia Keys (curiosamente membros do Screen Actors Guild, o maior aliado dos roteiristas) avisaram que não pretendiam comparecer à cerimônia em apoio aos grevistas.

No entanto, com a promessa de não haver protestos na porta do Staples Center, em Los Angeles, a NARAS (National Academy of Recording Arts and Sciences) deu o aval para que o show continuasse. E o 50th Annual Grammy Awards acontecerá neste domingo, dia 10 de Fevereiro, numa noite que promete com performances musicais de Alicia Keys, Beyoncé Knowles, Rihanna, Tina Turner, Foo Fighters, Carrie Underwood, Amy Winehouse – após de ter seu visto de entrada nos Estados Unidos negado e, depois, aceito, tudo indica que a garota-problema (que está indicada a seis Grammys) participará da premiação via satélite –, dentre outros.

Aproveitamos e deixamos a nossa lista de palpites para os vencedores da categoria do General Field do Grammy Awards 2008:

Record of The Year
Rihanna feat. Jay-Z, Umbrella (atenção para Beyoncé com Irrepleaceable)

Album of the Year
Kanye West, “Graduation” (atenção para Herbie Hancock com “River – The Joni Letters”)

Song of the Year
Corinne Bailey Rae, Like a Star (atenção para Amy Winehouse com Rehab)

Best New Artist
Amy Winehouse (a barbada da noite, já que não acredito que Taylor Swift possa tirar o prêmio das mãos da inglesa)

O Grammy Awards 2008 será transmitido ao vivo pelo canal Sony Entertainment Television, a partir das 23hs. deste domingo, dia 10 de Fevereiro. O tapete vermelho da premiação terá cobertura do E! Entertainment Television, começando às 20 horas.

Friday, February 08, 2008

Edward Norton é Hot

2008 é um ano que promete para o ator, diretor, produtor e roteirista Edward Norton. Conhecido pelo cuidado com que escolhe seus projetos e pela aversão a tudo o que diz respeito à máquina de promoção hollywoodiana, o ator surpreendeu os fãs ao aceitar encabeçar a recriação de “The Incredible Hulk” após o fiasco que foi o filme de Ang Lee com Eric Bana e Jennifer Connelly nos papéis que agora serão de Norton e Liv Tyler.

A surpresa, na realidade, acaba quando se conhece os meandros da participação de Edward Norton em “The Incredible Hulk”. Se você prestar atenção aos últimos projetos do ator, verá que ele esteve bastante envolvido em todas as etapas de produção dos filmes. Com o monstro verde não foi diferente e Norton, além de estrelar e reescrever o roteiro de Zak Penn, tem acompanhado todo o processo de pós-produção (especialmente a parte de efeitos especiais e visuais) de “The Incredible Hulk” ao lado do diretor francês Louis Leterrier.

Esta é a prova do quanto Edward Norton leva a sério o projeto da Marvel Comics. Em entrevistas recentes, o ator disse que a maior inspiração para “The Incredible Hulk” foi “Batman Begins” e que eles vêem o filme como o primeiro capítulo de uma nova saga de Bruce Banner/Hulk. Nada mal, hein? Portanto, dependendo de como for o desempenho da obra junto aos fãs, crítica e público, poderemos ver Edward naquela que seria a primeira franquia de sua carreira.

Como fã número 01 do ator, a blogueira que vos fala está mais do que ansiosa para essa nova fase da carreira de Edward Norton. Ele prova que tem observado bem o que acontece com outros talentosos colegas de trabalho como George Clooney, Matt Damon, Christian Bale e Brad Pitt, que fazem blockbusters para poder financiar projetos mais pessoais – as esperanças dos admiradores de Norton é que ele use o dinheiro que ganhará com “The Incredible Hulk” para poder fazer, finalmente, a sua tão sonhada adaptação de “Motherless Brooklyn”, livro de Jonathan Lethem, cujo roteiro o ator já terminou e pretende produzir, dirigir e estrelar.

No entanto, nem tudo são flores para Edward Norton, em 2008. Ele desistiu de “State of Play”, projeto que o reuniria ao diretor Kevin MacDonald, aos roteiristas Matthew Michael Carnahan e Tony Gilroy e aos atores Russell Crowe, Helen Mirren, Rachel McAdams e Jason Bateman, pois o atraso da produção iria atrapalhar a participação dele nas filmagens de “Leaves of Grass”, comédia escrita e dirigida pelo ator Tim Blake Nelson (e produzida pela Class 5 Films, a empresa de Norton), em que ele interpretará irmãos gêmeos bem diferentes – um professor de uma universidade e um ladrão. Além disso, “Pride & Glory”, filme do diretor Gavin O’Connor, teve sua estréia adiada mais uma vez pela New Line Cinema. Agora, os fãs de Norton terão que esperar mais um ano para conferir o filme, que vem sendo comparado à obras do porte de “Sindicato dos Ladrões”, de Elia Kazan (leia comentário de usuário do IMDB aqui).

Ah, foi por essas e outras que Edward Norton encabeça a lista The Hottest 100 People in Hollywood Right Now, da revista Total Film. Para ver quem mais foi mencionado pela publicação, é só dar um clique aqui.

Thursday, February 07, 2008

15 Anos sem Audrey Hepburn

O dia 20 de Janeiro marcou o 15º aniversário de morte de Audrey Hepburn e esta é a singela homenagem que prestamos a ela.

Numa cena do clássico “Nasce uma Estrela”, do diretor George Cukor, Norman Maine (James Mason) olha para Esther Blodgett (Judy Garland) – nome artístico: Vicki Lester –, a mulher que ele transformou em uma movie star e, mais tarde, desposou e afirma que as verdadeiras estrelas possuem uma qualidade especial, um algo a mais que as diferenciam dos outros. Audrey Hepburn tinha esse algo mais. Não estamos falando de seu inegável talento e carisma, e sim da qualidade genuína que ela passava através de seus papéis. Com Audrey, o que se via na tela era a realidade. Hepburn tinha uma imagem de “girl next door”, ao contrário das estrelas de aparência inatingível; e, ao mesmo tempo, tinha toda uma aura de glamour, sofisticação e elegância que tanto lhe foram perfeitas para os tipos que interpretou em filmes como “Cinderela em Paris”, “Sabrina”, “A Princesa e o Plebeu” e “Bonequinha de Luxo”.

Muito se sabe a respeito do que Audrey Hepburn passou na Holanda, durante a II Guerra Mundial. Além de deixar marcas permanentes na atriz (a aparência frágil foi conseqüência da desnutrição e da depressão que ela vivenciou neste período), foi nesta adversidade que Audrey encontrou a sua verdadeira vocação. E ela seguiu a arte com louvor e dedicação, emocionando e inspirando a vida de tantas pessoas.

Poucas atrizes tiveram uma carreira tão diversa (com personagens em comédias românticas, westerns, musicais, dramas, filmes de época, entre outros gêneros). Poucas atrizes deixaram tantas imagens icônicas (a cena na Boca da Verdade em “A Princesa e o Plebeu”, a abertura de “Bonequinha de Luxo”, quando ela tenta falar o inglês correto em “Minha Bela Dama”, quando ela dança em um bar cheio de filósofos em “Cinderela em Paris”, quando ela canta “Moon River” em “Bonequinha de Luxo” ou quando ela abre aquele sorriso largo iluminando qualquer tipo de ambiente).

Audrey foi Ana, Jo, Holly, Eliza, Sabrina, Ariane, Susy, dentre tantas outras. Ela é um ícone fashion. Ela é uma das maiores estrelas de cinema de todos os tempos. Entretanto, com certeza, as imagens definitivas de Hepburn são a solidária mulher que retribuiu o que a UNICEF fez por ela no pós-II Guerra Mundial e passou a lutar diariamente por uma melhor qualidade de vida para as crianças africanas; e, principalmente, a mãe amorosa de seus tão sonhados filhos Sean Hepburn Ferrer e Luca Dotti. Foi por eles que Audrey deixou de lado uma vida que nem era tão atrativa assim para ela (afinal, a atriz nunca viveu em Hollywood, preferindo a tranqüilidade de sua propriedade na Suíça) e passou a trabalhar cada vez menos.

Para mim, Audrey Hepburn é mais do que uma atriz favorita. Ela é um exemplo de mulher, um exemplo de vida. É um verdadeiro anjo – não foi à toa que este foi o último personagem que ela interpretou no filme “Além da Eternidade”. O diretor Blake Edwards, que a dirigiu em “Bonequinha de Luxo”, resume tudo o que Audrey significa para aqueles que entraram em contato com sua vida e arte quando diz que: “eu acredito que existem poucas pessoas na vida de alguém e que deixam a impressão de que elas nunca se foram. Eu tenho que me lembrar de que ela não está mais por perto”. Audrey não partiu. Ela vive no coração de todos nós.