Friday, May 30, 2008

Divulgado o Trailer de "Burn After Reading"

Após conquistarem 4 Oscars (dos quais 3 foram em categorias principais como Melhor Filme, Diretor e Roteiro Adaptado) com o filme “Onde os Fracos Não Têm Vez”, os irmãos Joel e Ethan Coen lançam, no dia 12 de Setembro de 2008 (nos Estados Unidos), mais uma nova obra cinematográfica. “Burn After Reading” não segue o tom denso do longa anterior dos irmãos Coen, já que é uma comédia ao estilo de “O Amor Custa Caro” e “E Aí, Meu Irmão, Cadê Você?”.

O filme se apóia na seguinte premissa: um CD contendo memórias de um agente da CIA cai nas mãos de dois empregados de uma academia de ginástica. Sabendo da importância do material que possuem, os dois inescrupulosos homens tentam vender o objeto. O roteiro (que também foi escrito pelos irmãos Coen) atraiu a atenção de grandes nomes hollywoodianos, como Brad Pitt, George Clooney, Tilda Swinton, Frances McDormand e Richard Jenkins.

O trailer de “Burn After Reading” foi liberado hoje e pode ser visto aqui:


Thursday, May 29, 2008

Persépolis (Persepolis, 2007)

Já faz muito tempo que os filmes de animação deixaram de ser um programa somente para as crianças. “Persépolis”, longa francês dirigido por Vincent Paronnaud e Marjane Satrapi, faz uma crônica sobre a situação política do Irã (indo do final da década de 70 até o início dos anos 90), um país que tem uma posição geográfica estratégica na região em que está situado, mas que tem uma história de disputa de poder muito complicada. Tudo isso nos é mostrado sob o ponto de vista de uma família, especialmente através do olhar de Marjane Satrapi (dublada por Chiara Mastroianni), a filha única de um casal culto (a mãe é dublada por Catherine Deneuve) e neta adorada pela avó (dublada por Danielle Darrieux).

Por causa disso, podemos dizer que “Persépolis” é um filme que fala muito sobre a perda da inocência. Quando encontramos Marji pela primeira vez, ela é uma menina de oito anos que, nas suas próprias palavras, usa roupas da Adidas, tem Bruce Lee como ídolo e sonha em ser uma profetisa do futuro para, assim, poder salvar o mundo. No entanto, a situação política do seu país é um verdadeiro caos. O xá – e seu regime brutal – está prestes a ser deposto e toda esta realidade lhe é explicada pelo seu pai (dublado por Simon Abkarian) e pelo seu tio, que foi um ex-prisioneiro político.

Saber desses detalhes irá mudar a vida de Marjane, que se torna uma criança preocupada com o mundo ao seu redor, com suas responsabilidades e, principalmente, com seu modo de pensar. Na medida em que se tem a entrada da Nova República Islâmica, com seus “Guardiões da Revolução”, viver no Irã fica cada vez mais perigoso e seus pais decidem enviá-la para a Áustria. E é a partir daí que vemos Marji passar por um processo de amadurecimento, o qual vai ser marcado pela tentativa dela de encontrar seu lugar e seu papel no meio de tudo isso.

Todos estes elementos já são uma prova mais que concreta de que “Persépolis” não é um típico filme de animação. Baseado nos quadrinhos autobiográficos da própria Marjane Satrapi, o filme tem uma técnica muito interessante e cada frame que vemos em tela poderiam ser figuras de um livro ou estampas de uma camiseta. A história de vida de Marji nos é apresentada com muito bom-humor e é justamente isso que faz com que a gente crie uma empatia tão grande com “Persépolis”, um filme verdadeiramente único dentro de sua própria proposta.

Cotação: 9,0

Persépolis (Persepolis, França, EUA, 2007)
Diretor(es): Vincent Paronnaud, Marjane Satrapi
Roteirista(s): Vincent Paronnaud, Marjane Satrapi
Elenco: Chiara Mastroianni, Catherine Deneuve, Danielle Darrieux, Simon Abkarian, Gabrielle Lopes, François Jerosme, Arié Elmaleh, Mathias Mlekuz, Jean-François Gallotte, Stéphane Foenkinos, Tilly Mandelbrot, Sean Penn, Gena Rowlands, Iggy Pop

Wednesday, May 28, 2008

Divulgado o trailer de "He's Just Not That Into You"

Quando você dá uma olhada na premissa do filme "He's Just Not That Into You", do diretor Ken Kwapis ("Quatro Amigas e um Jeans Viajante"), você pensa que o longa pode se tratar de tudo, menos de uma comédia romântica. Baseado no best-seller escrito por Greg Behrendt e Liz Tuccillo, o filme se passa na cidade de Baltimore e segue uma história em que encontramos vários personagens que irão nos mostrar os desafios de se tentar compreender o comportamento humano.

Desde que foi anunciada a produção de "He's Just Not That Into You", o filme surpreendeu pela quantidade de bons atores que foram atraídos ao projeto. Além da produtora Drew Barrymore, participam do longa: Ginnifer Goodwin (do seriado "Big Love" e que alguns apostam se transformará em uma estrela após o lançamento desta obra), Scarlett Johansson, Jennifer Aniston, Justin Long, Jennifer Connelly, Ben Affleck, Bradley Cooper, Kevin Connolly, Kris Kristofferson, dentre outros.

O filme estréia no dia 24 de Outubro, nos Estados Unidos, e o trailer pode ser conferido aqui:

Tuesday, May 27, 2008

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull, 2008)

Mais do que um competente professor e arqueólogo, Henry Jones Jr. (Harrison Ford), o qual é mais conhecido como Indiana Jones, poderia ser definido como um homem de muita sorte. Afinal, durante suas jornadas ao redor do mundo em busca de artefatos raros, ele enfrentou – com muita coragem e algum afobamento, diga-se de passagem – um verdadeiro exército de inimigos e conseguiu sair somente com alguns arranhões de todos esses encontros.

Na cena de abertura de “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal”, a aguardada quarta aventura protagonizada pelo personagem, encontramos Indy no ano de 1957 (ou seja, no meio da Guerra Fria). Ao lado do parceiro George “Mac” McHale (Ray Winstone), ele é prisioneiro dos soviéticos – que estão sob a liderança da Dra. Irina Spalko (Cate Blanchett). Após uma grande cena de ação, Indiana consegue escapar ileso e pronto para começar mais um novo capítulo de sua história.

Os soviéticos e Indiana Jones estão interessados numa mesma coisa: uma caveira de cristal que indica o caminho para uma cidade escondida, a qual, por sua vez, guarda a chave para o conhecimento pleno. Indy acaba entrando nessa busca graças ao convite que lhe é feito pelo impetuoso jovem Mutt Williams (Shia LaBeouf). Acontece que a mãe de Mutt, a velha conhecida do arqueólogo Marion Ravenwood (Karen Allen), e um amigo de Indiana, o professor Oxley (John Hurt), foram presos pelos soviéticos e eles precisam resgatá-los.

Assim como aconteceu nos outros filmes da série, “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal” se destaca pelo primor técnico – prestem atenção ao detalhe do trabalho da direção de arte e de figurinos. Além disso, o diretor Steven Spielberg mostra toda a sua competência nas excelentes cenas de ação e na boa direção que faz do ótimo grupo de atores que conseguiu reunir para o projeto. No entanto, o longa tem um defeito que acaba sendo enorme: a trama escrita por David Koepp com base na história desenvolvida por George Lucas e Jeff Nathanson nunca chega a decolar. Ou seja, o filme não consegue empolgar a platéia.

Cotação: 7,0

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull, EUA, 2008)
Diretor(es): Steven Spielberg
Roteirista(s): David Koepp (com base na história de George Lucas, Jeff Nathanson)
Elenco: Harrison Ford, Cate Blanchett, Karen Allen, Shia LaBeouf, Ray Winstone, John Hurt, Jim Broadbent, Igor Jijikine, Dimitri Diatchenko, Ilia Volok, Emmanuel Todorov, Pavel Lychnikoff, Andrew Divoff, Veniamin Manzyuk, Alan Dale

Monday, May 26, 2008

O Melhor Amigo da Noiva (Made of Honor, 2008)

Em 1997, após vários fracassos de crítica e de bilheteria, a atriz Julia Roberts voltou à lista das grandes estrelas de Hollywood por causa de um filme sem pretensões chamado “O Casamento do Meu Melhor Amigo”, do diretor australiano P.J. Hogan. No longa, Roberts interpretava uma mulher que, depois de anos sem encontrar seu melhor amigo (Dermot Mulroney), recebe um contato dele anunciando o casamento com uma mulher (Cameron Diaz) aparentemente perfeita. Como a personagem de Roberts sempre foi apaixonada pelo melhor amigo, decide aproveitar a proximidade do posto que irá exercer (madrinha da noiva) para tentar desmarcar a união.

A obra “O Melhor Amigo da Noiva”, do diretor Paul Weiland, é quase que um plágio dessa idéia. O milionário bon-vivant Tom (Patrick Dempsey, do seriado “Grey’s Anatomy”) é o melhor amigo, há mais de dez anos, da adorável Claire (Michelle Monaghan). Quando ela viaja a trabalho para a Escócia, Tom se descobre apaixonado pela amiga e decide contar a verdade para Claire quando ela voltar. No entanto, a surpresa vem quando a garota volta da Escócia de casamento marcado com Colin McMurray (Kevin McKidd, do seriado “Rome”), um homem rico e de uma família de duques. Assim como a personagem de Julia Roberts, em “O Casamento do Meu Melhor Amigo”, Tom servirá de “madrinha” da noiva e vai tentar acabar com o casamento a qualquer custo.

O roteiro de Adam Sztykiel, Deborah Kaplan e Harry Elfont, apesar de claramente influenciado pelo filme de P.J. Hogan, adiciona um elemento totalmente original a esta trama. No decorrer de “O Melhor Amigo da Noiva”, encontraremos várias piadas que fazem algum tipo de referência sexual – desde o começo com a festa a fantasia em que "Bill Clinton" vai atrás da sua "Monica Lewinsky" até chegar às brincadeiras a respeito da sexualidade da “madrinha” Tom. E o melhor de tudo é que o filme nunca cai na baixaria. Tudo é apresentado de uma maneira muito sutil.

Cotação: 6,5

O Melhor Amigo da Noiva (Made of Honor, EUA, Inglaterra, 2008)
Diretor(es): Paul Weiland
Roteirista(s): Adam Sztykiel, Deborah Kaplan, Harry Elfont
Elenco: Patrick Dempsey, Michelle Monaghan, Kevin McKidd, Kadeem Hardison, Chris Messina, Richmond Arquette, Busy Philipps, Whitney Cummings, Emily Nelson, Kathleen Quinlan, Selma Stern, Sydney Pollack, James Sikking, Kevin Sussman, Beau Garrett

P.S.: O nosso post fica como homenagem ao diretor, produtor e ator Sydney Pollack, que faleceu no dia de hoje, aos 73 anos.

Sunday, May 25, 2008

Cannes Film Festival 2008 - Lista de Vencedores

Após 12 dias e 22 filmes em competição, o júri do Festival de Cinema de Cannes 2008, o qual foi presidido por Sean Penn e contou com a presença de nomes como Alfonso Cuarón, Natalie Portman, Alexandra Maria Lara, Marjane Satrapi, entre outros, anunciou os vencedores da edição deste ano.

A Palma de Ouro ficou com o filme francês "Entre Paredes", de Laurent Cantet. "Gomorra", de Matteo Garrone, que era forte candidato ao prêmio principal do festival, ficou com o Grande Prêmio. O Melhor Ator, de acordo com o júri, foi Benicio del Toro ("Che"). O Melhor Diretor foi Nuri Bilge Ceylan, de "Três Macacos". Já os irmãos Jean-Pierre e Luc Dardenne, favoritos de Cannes, ficaram com o prêmio de Melhor Roteiro por "O Silêncio de Lorna".

No entanto, a grande surpresa estava reservada para a categoria de Melhor Atriz. Nada de Julianne Moore ou Angelina Jolie ou Catherine Deneuve. O prêmio foi para a brasileira Sandra Corveloni, do filme "Linha de Passe", uma atriz que faz sua estréia em longas-metragens e que não esteve em Cannes para a apresentação do filme. De São Paulo, Sandra reagiu da seguinte maneira à premiação: "O prêmio valeu por todo o esforço da equipe. Trabalhamos com muito amor e dedicação. Todos podemos ser considerados vencedores".

Este é o segundo prêmio conquistado por um filme brasileiro no ano de 2008 (o primeiro foi o Urso de Ouro em Berlim para "Tropa de Elite"). Sinal de bons presságios para o nosso cinema.

Para ver mais vencedores do Festival de Cinema de Cannes, é só entrar no Blog do Vinícius.

Friday, May 23, 2008

Rambo 4 (John Rambo, 2008)

Nos últimos anos, movido muito mais pela falta de oportunidade de trabalho do que por um sentimento de nostalgia, o ator Sylvester Stallone decidiu voltar à pele de seus dois personagens mais famosos: Rocky Balboa e John Rambo. Em comum entre os dois projetos, além do fato do controle criativo estar totalmente nas mãos de Stallone, o fato de que o ator retoma as características que fizeram de Rocky e Rambo os ícones que eles são, mas não sem esquecer que o mundo ao redor deles mudou e eles precisam se adaptar a isso.

Em “Rambo 4”, que tem a direção de Sylvester Stallone (que também foi o co-autor do roteiro ao lado de Art Monterastelli), encontramos John Rambo isolado em uma localidade que fica no norte da Tailândia. Seu sossego é ameaçado quando um grupo de missionários o contrata para transportá-los pelo rio de forma que eles cheguem à tribo Karene. Quando o grupo é seqüestrado pelo exército birmanês, Rambo volta àquilo que sabe fazer melhor e parte para o resgate dos missionários.

No final dos anos 80 até a metade dos anos 90, quando eu era ainda uma criança, todos os domingos, meu pai me deixava dormir um pouco mais tarde. Acontece que nós tínhamos uma pequena tradição familiar e assistíamos juntos aos filmes que passavam no Domingo Maior, programa que vai ao ar até hoje, na Rede Globo. Foi assim que fui apresentada a vários “clássicos” protagonizados pelo meu herói de infância Charles Bronson; bem como aos estrelados por outros heróis contemporâneos como Sylvester Stallone, Lorenzo Lamas, Arnold Schwarzenegger, Dolph Lundgren, Steven Seagal, Chuck Norris, Jean Claude Van Damme, dentre outros.

Nós dois assistimos juntos a este “Rambo 4” e chegamos a uma conclusão: o destino da obra é se tornar um daqueles filmes que serão reprisados à exaustão no Domingo Maior. E o longa tem tudo para agradar em cheio aos fãs do programa, já que tem efeitos bisonhos, um herói brucutu (e que adora fazer uma cara de mau), uma mocinha em perigo (a atriz Julie Benz, do seriado “Dexter”) e inúmeras cenas de ação bem loucas, cheias de sangue, em que órgãos voam e membros são decapitados. Tudo isso sem o mínimo de aprofundamento de roteiro – e, honestamente, este é o detalhe que menos importa em um filme como esse.

Cotação: 4,5

Rambo 4 (Rambo, EUA, Alemanha, 2008)
Diretor(es): Sylvester Stallone
Roteirista(s): Art Monterastelli, Sylvester Stallone (com base no personagem criado por David Morrell)
Elenco: Sylvester Stallone, Julie Benz, Matthew Marsden, Graham McTavish, Rey Gallegos, Jake La Botz, Tim Kang, Maung Maung Khim, Paul Schulze, Cameron Pearson, Thomas Peterson, Tony Skarberg, James Wearing Smith, Kasikorn Niyompattana, Shaliew Manrungbun

Thursday, May 22, 2008

Entrevista (Interview, 2007)

Quando você está na faculdade de Jornalismo, você aprende que um dos detalhes mais importantes da profissão que você irá seguir é: nunca apareça para cobrir um evento, um acontecimento ou entrevistar alguém sem estar devidamente preparado. Em “Entrevista”, do diretor e ator Steve Buscemi (que co-escreveu o roteiro da obra ao lado de David Schechter), o jornalista Pierre Peders (interpretado pelo próprio Buscemi) quebra justamente este mandamento importante da profissão.

Acontece que Pierre Peders é acostumado a fazer a cobertura de fatos políticos, entrevistando gente importante que faz parte da cena em Washington, capital dos Estados Unidos. Ele mesmo estranha quando seu editor o manda para Nova York para fazer o perfil da atriz Katya (Sienna Miller). Quando os dois se encontram num restaurante, a jovem fica espantada com o tão pouco que ele sabe a respeito dela. A entrevista em si é um desastre, já que ela passa grande parte do tempo explicando para Pierre que ela é uma atriz de um seriado de TV e que fez um filme de terror super bem-sucedido. No entanto, um infortúnio faz com que Pierre acabe passando a noite com Katya no apartamento dela. E é no loft da atriz que ele irá encontrar a sua matéria, a história que ele quer contar.

Em seus 84 minutos de duração, “Entrevista” se apóia nos diálogos que acontecem entre Katya e Pierre Peders. Por esta razão, o elemento mais importante do filme acaba sendo o roteiro de Steve Buscemi e David Schechter, o qual alterna com propriedade diferentes vozes narrativas que acabam, no final, revelando a verdadeira personalidade por trás dos dois personagens. Neste ponto, é importante destacar também as ótimas atuações da dupla de atores principais, especialmente a de Sienna Miller, uma atriz perfeita para o papel de Katya, pelo qual recebeu uma indicação ao Independent Spirit Awards 2008 de Melhor Atriz.

Cotação: 7,0

Entrevista (Interview, EUA, 2007)
Diretor(es): Steve Buscemi
Roteirista(s): Steve Buscemi, David Schechter
Elenco: Sienna Miller, Steve Buscemi, Michael Buscemi, Tara Elders, David Schecter, Molly Griffith, Elizabeth Bracco, James Villemaire, Jackson Loo, muMs, Doc Dougherty, Donna Hanover, Wayne Wilcox, Danny Schechter, Philippe Vonlanthen

Wednesday, May 21, 2008

Cannes Film Festival 2008 - Estréia de "Che"

Por muito tempo, todos os detalhes por trás de “Che”, o projeto por muito tempo acalentado pelo diretor Steven Soderbergh e pelo ator Benicio del Toro, foram desconhecidos. No entanto, todo o mistério acabará logo mais, quando a obra – que é composta por duas partes intituladas “The Argentine” e “Guerilla” – estrear no Festival de Cinema de Cannes.

Até a participação no famoso festival foi confirmada em cima da hora, já que os rumores davam conta de que Steven Soderbergh não havia finalizado a edição dos dois filmes a tempo de eles serem mostrados na Riviera Francesa. No entanto, apesar de este ser um projeto controverso (e que, por exemplo, não recebeu o financiamento de grandes estúdios) e difícil de ser promovido ao público, a verdade é que os distribuidores (especialmente aqueles que trabalham somente na América do Norte) estão travando uma guerra silenciosa, nos bastidores, pelos direitos de exibição do filme – afinal, muitos apostam que “The Argentine” e/ou “Guerilla” serão bons concorrentes ao Oscar 2009.

"Che" acompanha aquele que foi o momento mais alto da filosofia pregada por Ernesto "Che" Guevara de la Serna. “The Argentine” se passa em 1956, quando Che (Benicio del Toro) liderou, ao lado de Fidel Castro (Demián Bichir), um exército popular para depor o regime de Fulgêncio Batista. Já “Guerilla” – que pessoas da indústria afirmam ser a parte mais superior de “Che” – se passa após a queda de Fulgêncio Batista, quando Che passou a fomentar outras guerrilhas na África e na América do Sul até que foi capturado e morto na Bolívia.

Para acompanhar as reações da crítica à “Che”, é só ficar de olho no Blog do Vinícius, que faz uma cobertura completa da edição 2008 do Festival de Cinema de Cannes.

Tuesday, May 20, 2008

Cannes Film Festival 2008 - Estréia de "The Exchange"

Esqueça “Changeling”. Agora, o novo filme de Clint Eastwood atende pelo nome de “The Exchange”. Estréia do dia de hoje no Festival de Cinema de Cannes, o filme estrelado por Angelina Jolie é inspirado em fatos reais e sua história começa com o desaparecimento de um garotinho. No entanto, os críticos que já assistiram ao filme são quase unânimes em afirmar que “The Exchange” é um longa que passa por caminhos muito mais tortuosos do que a sua trama indica.

Um jornalista britânico que foi citado no blog Hollywood Elsewhere afirma que “The Exchange” é “um filme longo, mas é muito forte e comovente. Não existe um ponto fraco em todo o filme”. O jornalista ainda destaca as atuações de Angelina Jolie (“muito, muito boa”) e de John Malkovich e aponta Clint Eastwood como o favorito para levar o prêmio de Melhor Diretor no Festival.

Já Todd McCarthy, da Variety, diz que “uma dúzia de diretores ofereceriam diferentes maneiras de abordagem para o mesmo material – sensacionalista, melodramática, entre outras. Talvez, a melhor maneira para descrever a abordagem de Eastwood é que ele é muito atento – aos elementos centrais da história, com certeza, mas também a alternância entre o público e o privado, a arbitrariedade da vida e da morte, os modos distintos em que diferentes pessoas enxergam as mesmas coisas, o comportamento destrutivo de alguns adultos perto das crianças e a qualidade de vida na Califórnia na época em que ele mesmo tinha nascido”.

Parece que, com “The Exchange”, temos um grande favorito não só à Palma de Ouro em Cannes, como também à temporada de premiações 2008-2009.

PS: Lembrando que o Blog do Vinícius faz a cobertura completa do Festival de Cinema de Cannes.

Sunday, May 18, 2008

De Olho no Oscar 2009 - "Australia"



Direção: Baz Luhrmann

Roteiro: Baz Luhrmann, Ronald Harwood, Stuart Beattie, Richard Flanagan

Elenco: Hugh Jackman, Nicole Kidman, David Wenham, Bryan Brown

Data de estréia: Novembro de 2008, nos Estados Unidos.

Por quê ficar de olho: Já faz sete anos que Baz Luhrmann lançou “Moulin Rouge! – Amor em Vermelho”. Como é de costume nos projetos do diretor, “Australia” é uma obra cheia de pretensão e de grandiosidade e vem sendo até chamada de o “E O Vento Levou” da Oceania. Um épico que se passa no país natal do diretor, em um momento histórico que antecede a II Guerra Mundial, o filme conta a história de uma aristocrata inglesa (Kidman) que herda uma propriedade e junta forças com um homem bem rude (Jackman) para levar uma carga de algodão para a cidade de Darwin, a qual será um dos alvos dos bombardeios japoneses.

O trailer mostra logo qual será o ponto mais forte de “Australia”: a sua qualidade técnica. Para este filme, Baz Luhrmann reuniu em torno de si uma equipe técnica formada por muitas mulheres. Os destaques vão para a diretora de arte e figurinista Catherine Martin (vencedora do Oscar por “Moulin Rouge! – Amor em Vermelho” e esposa de Luhrmann), para a editora Dody Dorn (do filme “Amnésia”) e para a diretora de fotografia Mandy Walker. Provavelmente, todas deverão estar presentes na lista de indicados ao Oscar 2009 - assim como a trilha sonora de "Australia", que o trailer indica ser belíssima.

Saturday, May 17, 2008

Cannes Film Festival - Estréia de "Linha de Passe"

Antes de estrear no Festival de Cinema de Cannes, o filme “Linha de Passe”, dos diretores Walter Salles e Daniella Thomas, foi envolvido em uma grande polêmica. Em 2006, Salles entrou com um processo de plágio contra o autor João Emanuel Carneiro, que teria se inspirado na trama do filme para compor um dos personagens centrais da novela “Cobras e Lagartos”, que foi ao ar pela Rede Globo. O processo acabou não dando em muita coisa, mas forçou a dupla de diretores a recomeçar um projeto que eles vinham acalentando há mais de 4 anos – e o resultado dessas mudanças foi o que eles apresentaram na Riviera Francesa.

“Linha de Passe” não é o típico filme brasileiro. Ao invés de apostar no retrato das nossas mazelas sociais, o roteiro do longa segue “quatro irmãos em São Paulo que recorrem ao futebol, à religião e ao crime na medida em que tentam escapar da pobreza e da monotonia da vida dos subúrbios”. Fala o diretor Walter Salles: “Nós não queríamos fazer um filme sobre traficantes de drogas ou policiais nas áreas mais pobres. Nós queríamos fazer um filme que mostrasse que a violência estava sendo rejeitada como saída de vida”.

O filme de Walter Salles e Daniella Thomas é um dos quatro produzidos na América do Sul a estarem concorrendo à Palma de Ouro no festival de Cannes. A primeira reação ao filme foi publicada pela agência de notícias Reuters, que afirma que "Linha de Passe" é difícil, porém tocante.

PS: O Blog do Vinícius está fazendo uma cobertura completa da edição 2008 do Festival de Cinema de Cannes

Friday, May 16, 2008

Bella (Beauty, 2006)

Sabe-se lá quantos filmes são produzidos anualmente em todo o mundo. As obras que não possuem o apoio de uma grande distribuidora percorrem um caminho bastante extenso até chegarem às salas de cinema. Nesses casos, os longas vão para festivais mundo afora, esperando chamar a atenção de algum parceiro. Mas, para atrair algum sócio é preciso ter uma qualidade muito especial. “Bella”, filme do diretor Alejandro Gomez Monteverde, preenche todos esses requisitos, afinal é uma película muito bonita, mas que só conseguiu alcançar um grande público após ser eleito o vencedor do People’s Choice Award do Toronto International Film Festival, em 2006 – e, mesmo assim, só consegue ser lançado no Brasil dois anos após sua produção.

O roteiro de “Bella”, que foi escrito por Alejandro Gomez Monteverde, Patrick Million e Leo Severino, é bastante simples e se apóia em dois personagens que possuem algo em comum: eles foram bastante machucados pela vida. São eles: Jose (Eduardo Verástegui) e Nina (a maravilhosa Tammy Blanchard). Os dois trabalham no restaurante do irmão dele, Manny (Manny Perez). Jose, como chef de cozinha. Nina, como garçonete. Quando “Bella” começa, encontramos uma Nina muito desnorteada. Em um curto espaço de tempo, ela descobre que está grávida e que perdeu o emprego. Ao saber disso (e da intenção da garçonete em não manter a gravidez), Jose decide passar um dia com Nina (primeiro andando pelas ruas de Nova York, depois caminhando pela praia da cidade aonde mora). A princípio, a gente vai estranhar o por quê de Jose ser tão solícito com Nina. Parece que ele está em uma missão. Mas, a verdade é que, no curso daquele dia, os dois irão encontrar aquilo que estavam procurando há muito tempo.

É justamente a simplicidade de “Bella”, um filme sem acontecimentos extraordinários, um dos elementos que fazem com que a gente se conecte tanto com o longa. As atuações dos atores principais contribuem muito para isso – os dois, aliás, poderiam muito bem ter sido lembrados na temporada de premiações 2006-2007. Eduardo Verástegui, uma espécie de Jim Caviezel mexicano, é a sensibilidade em pessoa. Já Tammy Blanchard (atriz vencedora do Emmy pela performance na minissérie “A Vida com Judy Garland”; indicada ao Tony Awards pela montagem de “Gypsy”, dirigida por Sam Mendes, e cujo papel mais conhecido no cinema foi o da namorada surda de Matt Damon em “O Bom Pastor”) adiciona ao seu currículo mais uma excelente – e comovente – performance.

Cotação: 9,8

Bella (Beauty, México, EUA, 2006)
Diretor(es): Alejandro Gomez Monteverde
Roteirista(s): Alejandro Gomez Monteverde, Patrick Million, Leo Severino
Elenco: Eduardo Verástegui, Tammy Blanchard, Manny Perez, Ali Landry, Angélica Aragón, Jaime Tirelli, Ramon Rodriguez, Lukas Behnken, Peter Bucossi, David Castro, Michael Chin, Dominic Colon, Hudson Cooper, Tawny Cypress, Ewa Da Cruz

Thursday, May 15, 2008

Morte no Funeral (Death at a Funeral, 2007)

Ao contrário do que acontece no Brasil, quando os velórios são situações bastante íntimas, em que a participação maior é de parentes e amigos mais próximos, em países como os Estados Unidos e a Inglaterra, os funerais são eventos super bem elaborados, com uma recepção com direito a comida e bebidas. É justamente num acontecimento desses que se passa toda a trama de “Morte no Funeral”, do diretor Frank Oz.

Edward, o esposo de Sandra (Jane Asher) e pai de Daniel (Matthew MacFadyen, de “Orgulho e Preconceito”) e Robert (Rupert Graves), acaba de falecer. Toda a sua família se movimenta para comparecer ao seu velório. Como existem diversas maneiras para se reagir a uma morte, as pessoas que fazem parte da família de Edward aproveitarão a oportunidade para resolverem todos os seus problemas internos – incluindo aí um segredo que envolve o falecido e que está relacionado ao personagem interpretado por Peter Dinklage (ator revelado pelo filme “O Agente da Estação”).

É muito difícil imaginar que se possa tirar algo de cômico de um acontecimento tão triste como um velório, mas isso acontece com “Morte no Funeral”. O roteiro de Dean Craig é muito bem construído e pode ser resumido da seguinte forma: além de fazerem parte da mesma família, o que todos os personagens do filme têm em comum é o fato de que, no dia do velório de Edward, serão protagonistas de uma série de decisões equivocadas. Por isso, seria fundamental para o filme ter um bom elenco, que unisse todas as arestas desta história. Nesse sentido, “Morte no Funeral” está muito bem servido, já que seu elenco possui o timing cômico perfeito e entraram na brincadeira cheia de ironia e humor negro proposta pela dupla Dean Craig e Frank Oz.

Cotação: 6,3

Morte no Funeral (Death at a Funeral, Alemanha, Inglaterra, EUA, 2007)
Diretor(es): Frank Oz
Roteirista(s): Dean Craig
Elenco: Matthew Macfadyen, Keeley Hawes, Andy Nyman, Ewen Bremner, Daisy Donovan, Alan Tudyk, Jane Asher, Kris Marshall, Rupert Graves, Peter Vaughan, Thomas Wheatley, Peter Egan, Peter Dinklage, Brendan O'Hea, Jeremy Booth

Wednesday, May 14, 2008

Cannes Film Festival 2008 - Estréia de "Cegueira"

A festa de abertura do Festival de Cinema de Cannes só acontece na noite de hoje, dia 14 de Maio, no entanto, para alguns as festividades já começaram, afinal “Cegueira”, filme do brasileiro Fernando Meirelles baseado na obra “Ensaio Sobre a Cegueira”, do escritor português José Saramago, foi exibido ontem para uma platéia de convidados e jornalistas que estão cobrindo o evento – isso antes de ser mostrado ao público do festival.

A recepção dos presentes à sessão já começou a sair e “Cegueira” tem dividido muitas opiniões. Enquanto a France Press afirma que: "metáfora da sociedade humana, de um suspense angustiante, o filme de Meirelles faz do espectador uma testemunha da violência e o convida a refletir sobre o ser humano e seus mais baixos instintos, além da sua capacidade de amar e seu senso de responsabilidade. Contudo, em meio a esta violência extrema e de caráter quase apocalípticos da história, Meirelles encontra momentos para expressar ternura e até mesmo humor"; a agência de noticias espanhola Efe fala que: “apesar do bom planejamento, montagem e atuação, o filme tem uma trilha sonora pouco adequada, uma história mais previsível do que deveria e um roteiro que parece buscar uma justificativa moral para as ações dos personagens".

No entanto, uma das críticas mais duras à obra vem de Jeffrey Wells, do blog
Hollywood Elsewhere. No seu texto, o jornalista aponta vários erros do filme, como o roteiro de Don McKellar preferindo abordar os efeitos sociais de uma cegueira generalizada e a decisão do roteirista em colocar grande parte da trama dentro da prisão em que os cegos ficam sitiados. A conclusão de Wells é ainda menos animadora, já que ele prevê que o filme não vai causar grande impacto na platéia.

Jeffrey Wells ainda afirma que “duas ou três pessoas aplaudiram ao final da exibição para a imprensa. A recepção na entrevista coletiva foi totalmente muda”. Uma crítica mais detalhada sobre “Cegueira” foi postada também no site da
Variety.

Tuesday, May 13, 2008

Garçonete (Waitress, 2007)

No ano de 2008, o cinema norte-americano lançou três filmes que tocavam num mesmo tema: o da gravidez indesejada. Mas, ao contrário do que foi visto em “Ligeiramente Grávidos”, de Judd Apatow, e “Juno”, de Jason Reitman, que falavam sobre as mudanças na vida das mulheres grávidas; “Garçonete”, da diretora e roteirista Adrienne Shelly, tem um quê de “Por um Sentido na Vida”, de Miguel Arteta, já que retrata personagens femininas que estão em busca de uma motivação, de algo que lhes traga a felicidade que elas não possuem.

A vida de Jenna (Keri Russell), uma jovem que mora em uma pequena cidade do interior, não é nada cor-de-rosa. Ela tem um casamento completamente infeliz com Earl (Jeremy Sisto), um homem bastante egoísta e que se preocupa mais com as suas próprias necessidades. A grande válvula de escape de Jenna acontece no trabalho – ela é uma garçonete cuja especialidade maior é fazer tortas deliciosas. É justamente este dom que Jenna acredita que irá lhe trazer a liberdade (o plano dela é fugir do marido após ganhar o grande prêmio em um concurso de tortas). No entanto, uma gravidez não planejada e uma paixonite pelo médico (Nathan Fillion, que pode ser visto na atual temporada de “Desperate Housewives”) que começará a atendê-la são pontos que irão impedi-la de colocar seu desejo em prática.

Em paralelo ao retrato da jornada de Jenna, “Garçonete” nos apresenta às duas colegas de trabalho dela, as quais possuem os mesmos conflitos vividos pela personagem principal. Becky (Cheryl Hines, do seriado “Curb Your Enthusiasm”) também está presa num casamento infeliz, mas tenta levar tudo com muito bom-humor. Já Dawn (Adrienne Shelly) é aquele tipo de mulher completamente desajeitada, mas que não desistiu de tentar encontrar o amor e a felicidade que é uma conseqüência direta daqueles que têm esse sentimento.

“Garçonete” é um daqueles filmes muito simples, mas que possuem uma qualidade fundamental: causam empatia na platéia. É muito fácil para a gente se identificar com os conflitos vividos pelas personagens da obra e é fundamental nesse sentido o roteiro de Adrienne Shelly (que faleceu pouco antes do lançamento da obra). Como roteirista, ela não possui a ironia de um Judd Apatow ou a cultura pop de uma Diablo Cody, mas preenche seus diálogos com elementos muito próximos do real. E é através dessa genuinidade que Shelly coloca a sua mensagem: a de que a felicidade está atrelada a nossa idéia de futuro. Ou seja, tendo algo em que se agarrar ou em que se fortalecer, nós podemos tudo.

Cotação: 7,5

Garçonete (Waitress, EUA, 2007)
Diretor(es): Adrienne Shelly
Roteirista(s): Adrienne Shelly
Elenco: Keri Russell, Nathan Fillion, Cheryl Hines, Jeremy Sisto, Andy Griffith, Adrienne Shelly, Eddie Jemison, Lew Temple, Darby Stanchfield, Heidi Sulzman, Lauri Johnson, Sarah Hunley, Cindy Drummond, Nathan Dean, Caroline Fogarty

Monday, May 12, 2008

Speed Racer (Speed Racer, 2008)

Quando se senta na frente de um volante, o piloto Speed Racer (Emile Hirsch) não está ali apenas por causa da adrenalina da velocidade ou das emoções das curvas apertadas. A maior motivação dele é lutar por sua própria família – pelo pai (John Goodman), o dono de uma equipe de corridas totalmente independente; pela mãe (Susan Sarandon) e namorada Trixie (Christina Ricci), que o apóiam 100%, mas possuem o medo de perdê-lo e pelo irmão caçula Gorducho (Kick Gurry), que ao lado do animal de estimação, o macaco Zequinha, se mete em encrencas engraçadas. Todos eles sofreram um trauma muito grande: a perda do filho e irmão mais velho Rex (Scott Porter, o Jason Street da série “Friday Night Lights”), que foi, um dia, o melhor piloto do mundo, porém teve sua reputação arranhada após morrer tragicamente em decorrência de um acidente em uma corrida.

Podemos dizer que Speed Racer possui uma visão muito romântica da profissão de piloto e das corridas de automóveis. Quando ele encontra um tipo como Royalton (Roger Allam) – o dono de uma equipe de corridas que lhe oferece um contrato milionário para que ele seja o piloto dele –, que acredita que os resultados das provas pouco dependem do talento individual, e sim dos interesses das empresas que estão envolvidas no processo, Speed entra em contato com um tipo de visão completamente diferente sobre aquilo que faz.

É desse confronto de valores que nasce o acontecimento mais importante da trama de “Speed Racer”, filme escrito e dirigido pelos irmãos Andy e Larry Wachowski. Ao lado do Corredor X (Matthew Fox, do seriado “Lost”), Speed será uma força de resistência importante aos interesses de Royalton e de outros que manipulam resultados de corridas. Nessa luta pessoal, Speed Racer encontrará ainda uma motivação diferente: pilotar para mudar as coisas ao seu redor. E as transformações mais profundas poderão ser notadas dentro de sua família, já que, graças ao desempenho de Speed, a família Racer irá encontrar uma alegria que antes havia sido perdida.

Baseado no desenho animado homônimo criado por Tatsuo Yoshida, em 1960, e que ainda obtém sucesso nos dias atuais, “Speed Racer” é um filme que possui personagens carismáticos (os quais são interpretados por um elenco muito bom) e uma execução perfeita do ponto de vista visual por parte dos irmãos Andy e Larry Wachowski. O objetivo deles, com esse longa, era fazer um desenho animado em live action, por isso o uso de cores fortes em quase todas as cenas. A obra alcança seu ápice quando retrata as corridas de automóveis e só peca um pouco nas situações cômicas vividas pela dupla Gorducho e Zequinha. Sei que essa é a função deles dentro do universo de “Speed Racer”, mas, em muitos momentos, as cenas protagonizadas pelos dois prejudicam o andamento da obra – mesmo assim, é bom frisar que isso em nenhum momento afeta de forma profunda o resultado final obtido pelos irmãos Andy e Larry Wachowski.

Cotação: 8,3

Speed Racer (Speed Racer, EUA, 2008)
Diretor(es):
Os Irmãos Wachowski
Roteirista(s): Os Irmãos Wachowski (com base no desenho animado criado por Tatsuo Yoshida)
Elenco: Emile Hirsch, Nicholas Elia, Susan Sarandon, Melissa Holroyd, Ariel Winter, Scott Porter, Gian Ganziano, Peter Fernandez, Harvey Friedman, Sadao Ueda, Valery Tscheplanowa, Sami Loris, Olivier Marlo, Sean McDonagh, Kick Gurry

Friday, May 09, 2008

Loucas por Amor, Viciadas em Dinheiro (Mad Money, 2008)

O que a primeira cena de “Loucas por Amor, Viciadas em Dinheiro” (que tradução mais horrorosa), da diretora Callie Khouri, mostra é que não é exclusivo da sociedade brasileira a procura de pessoas com alto nível de escolaridade – e movidas por pura necessidade – por empregos em que suas qualificações profissionais pouco importam. É justamente isso que acontece com Bridget Cardigan (Diane Keaton). Ela é da classe média alta, possui ensino superior, porém, desde que seu marido Don (Ted Danson) perdeu o emprego, ela se viu mergulhada em dívidas. Para evitar um dano ainda maior ao seu padrão de vida, Bridget decide procurar um trabalho e acaba aceitando a oferta de ser ASG do Federal Reserve System (FED), o Banco Central dos Estados Unidos.

Ao vivenciar a rotina diária de sua nova profissão, Bridget se espanta com um detalhe: todos os dias, milhares de notas são destruídas, pois estão levemente danificadas. Na sua atual situação de vida, a verdade é que Bridget adoraria pôr a mão nesse dinheiro. É aí que ela tem a idéia de roubar uma parte dessa quantia para usufruto próprio. Como não pode fazer tudo isso sozinha, atrai para seu plano duas outras serventes do banco: a mãe solteira Nina Brewster (Queen Latifah), que sonha em oferecer uma educação que preste aos seus dois filhos, e a jovem Jackie Truman (Katie Holmes, numa atuação constrangedora), que deseja se mudar do trailer que divide com o marido (Adam Rothenberg).

Para evitar serem pegas pelo rigoroso sistema de segurança do Federal Reserve System, Bridget, Nina e Jackie decidem seguir dois preceitos: nunca roubar quantias enormes e, principalmente, não usar o dinheiro para compras que chamem a atenção de órgãos como a Receita Federal. O problema é que – ao longo de três anos fazendo esse pequeno ato ilegal – a ganância delas passa a ser cada vez maior e, quando elas começam a quebrar essas duas regras básicas, correm o risco de deixar rastros e terem seu plano descoberto.

“Loucas por Amor, Viciadas em Dinheiro” é a nova versão de “Hot Money”, um filme especialmente feito para a TV inglesa. A diretora Callie Khouri é perfeita para esse tipo de obra, pois ela entende bastante de tramas que têm como personagens principais mulheres que estão doidas para adquirir o controle de sua vida – afinal trabalhou em filmes como “Thelma & Louise”, “O Poder do Amor” e “Divinos Segredos”. Apesar da boa direção de Khouri, o maior problema de “Loucas por Amor, Viciadas em Dinheiro” é o roteiro de Glenn Gers, que se perde nos seus próprios clichês. No final, o filme acaba sendo uma experiência tolerável graças às atuações de Queen Latifah e Diane Keaton, atrizes que, sem dúvida alguma, possuem um talento muito maior do que obras como essa.

Cotação: 3,5

Loucas por Amor, Viciadas em Dinheiro (Mad Money, EUA, 2008)
Diretor(es): Callie Khouri
Roteirista(s): Glenn Gers (com base nos roteiros de John Mister e Neil McKay, Terry Winsor)
Elenco: Diane Keaton, Ted Danson, Katie Holmes, Adam Rothenberg, Queen Latifah, Sterling Blackmon, Peyton 'Alex' Smith, Charlie Caldwell, Richard F Law, Meagen Fay, Chris McDonald, Denise Lee, Sylvia Castro Galan, Morgana Shaw, Roger Cross

Thursday, May 08, 2008

De Olho no Primetime Emmy Awards 2008 - "Damages"

Damages (Primeira Temporada - 2007/2008)
Criada por:
Todd A. Kessler, Glenn Kessler, Daniel Zelman
Elenco: Glenn Close, Rose Byrne, Zeljko Ivanek, Noah Bean, Tate Donovan, Ted Danson
Atores Convidados: Philip Bosco, Peter Riegert, Anastasia Griffith, Peter Facinelli, dentre outros.

Em um dos episódios da primeira temporada de “Damages”, seriado que vai ao ar pelo canal AXN, Patty Hewes (Glenn Close) olha para a sua protegida, Ellen Parsons (Rose Byrne, que foi revelada pelo filme “Tróia”), e diz: “nunca confie em ninguém”. Na realidade, este também é um aviso para nós, telespectadores, que aprenderemos que não existem mocinhos (as) e vilões neste seriado. Todos estão no mesmo barco. Todos terão que fazer um servicinho sujo ao longo dos episódios.

A trama da primeira temporada de “Damages” acompanha o que acontece na vida pessoal e profissional de Patty Hewes, cujo escritório está envolvido até o pescoço numa “class action” (ação movida por um grande número de pessoas) contra o empresário Arthur Frobisher (Ted Danson), que roubou as economias de vida de antigos colaboradores. Na busca por uma pista ou uma testemunha chaves, vale tudo e o que assistimos, tanto por parte da defesa quanto da acusação, é uma verdadeira briga pelo poder e, principalmente, pelos milhões envolvidos na causa.

No entanto, um dos elementos mais interessantes da primeira temporada de “Damages” é acompanhar o relacionamento que se estabelece entre Patty Hewes e Ellen Parsons. A primeira é uma advogada famosíssima, competente, admirada e temida; que está sempre à frente dos outros; e conhecida por consumir a vida daqueles que se colocam em seu caminho. Patty quer dedicação total e exclusiva. Já a segunda, está começando seu caminho no ramo do Direito. Consegue o emprego dos sonhos na firma de Patty e ganha a confiança da chefe. No entanto, Ellen vê sua vida pessoal se desmoronar, já que Patty espera dela um comprometimento exclusivo com a causa de Arthur Frobisher.

Como virou moda para os seriados terem um mistério encaixado dentro de sua trama central, “Damages” também tem o seu. E ele já é revelado logo no primeiro episódio da série. Ellen foi presa sob a acusação de ter assassinado o noivo David Connor (Noah Bean). É justamente este acontecimento que desencadeia toda a trama da primeira temporada de “Damages” e nos mostra que existe algo de podre no meio de todos esses personagens.

O importante, no final, é ficar atento à frase de Patty Hewes que citamos no início do texto. Ao assistir “Damages”, não confie em ninguém. Nada é aquilo que parece ser. Por esta razão, os pontos mais positivos dessa primeira temporada do seriado são o roteiro (em nenhum momento a série parece ser confusa, já que todas as peças se encaixam) e o elenco. Glenn Close arrasa num tipo de personagem que ela conhece muito bem (Patty Hewes vai entrar no rol das maiores bitches da televisão) – por ter vencido o Globo de Ouro 2008 de Melhor Atriz em Série Dramática, ela é a favorita para vencer o Emmy na mesma categoria. Rose Byrne surpreende com uma Ellen Parsons vulnerável, mas que, por trás da cara de anjinho, guarda uma mulher forte e decidida. Ted Danson tem um dos melhores papéis de sua carreira – e nunca esteve tão bem. Zeljko Ivanek (que interpreta Ray Fiske, o advogado de Arthur Frobisher) mantém um alto nível de atuação em todos os episódios. E os atores convidados ainda acrescentam muito à “Damages”, especialmente Anastasia Griffith (na pele de Katie Connor, a cunhada de Ellen Parsons), Peter Facinelli (que faz Gregory Malina, uma testemunha-chave do caso Frobisher) e Peter Riegert (que interpreta George Moore, um investigador da Comissão de Valores Mobiliários que guarda os seus próprios segredos).

Previsões de indicações para o Primetime Emmy Awards 2008:
Best Drama Series
Best Actress in a Drama Series –
Glenn Close
Best Supporting Actor in a Drama Series – Ted Danson
Best Supporting Actress in a Drama Series – Rose Byrne
Guest Actress in a Drama Series – Anastasia Griffith
Best Writing in a Drama Series - Todd A. Kessler, Glenn Kessler e Daniel Zelman, “Pilot, A.K.A. Get Me A Lawyer”

Wednesday, May 07, 2008

Homem de Ferro (Iron Man, 2008)

Como o próprio Tony Stark (Robert Downey Jr.) afirma, no final de “Homem de Ferro”, filme do diretor Jon Favreau, ele não faz o tipo super-herói. Herdeiro da empresa que é a maior fornecedora de armas do Exército norte-americano, Stark foge do estereótipo “nerd” e, apesar de sua enorme inteligência, é um bon-vivant e adora estar ao lado de mulheres bonitas, em momentos de diversão. Ou seja, Tony Stark evita encarar qualquer tipo de responsabilidade.

Isso irá mudar quando ele passa por uma daquelas experiências que transforma a vida de qualquer pessoa. Logo após apresentar ao Exército dos Estados Unidos a sua mais nova invenção – o poderoso míssil Jericho –, Tony Stark é seqüestrado por rebeldes afegãos. Ele passa três meses em cativeiro e só consegue fugir do local após construir uma poderosa armadura de ferro – cujo projeto foi executado com a ajuda de seu companheiro de “prisão”, Yinsen (Shaun Toub, que estava no elenco de filmes como “Crash – No Limite”).

Ao vivenciar na pele o poder de devastação que os produtos que cria e fabrica possuem, Tony Stark tem uma espécie de revelação e decide mudar todo o propósito de sua empresa deixando de fabricar armas. Como uma mudança radical dessas não pode ser feita do dia para a noite, Stark passa a agir de uma outra maneira. Aperfeiçoando a armadura inicial com a qual conseguiu fugir do cativeiro onde ficou preso, Stark se transforma no Homem de Ferro, um soldado (esta seria a definição mais adequada para o herói) que luta para destruir as armas que fabrica antes que elas possam fazer vítimas e arrasar localidades.

“Homem de Ferro” marca o início de uma temporada que promete para os cinéfilos. O filme de Jon Favreau é somente o primeiro a estrear nos cinemas, em 2008, tendo como base criações da Marvel Comics – o próximo é “O Incrível Hulk”, do diretor Louis Leterrier. Portanto, a responsabilidade que o diretor Jon Favreau tinha nas mãos era enorme. E ele se sai muito bem, ao realizar um longa muito divertido e com ótimas cenas de ação. Além disso, o diretor acertou em cheio ao bancar a escalação de Robert Downey Jr. como Tony Stark. O ator está excelente, equilibrando com perfeição um tom que passa pela ironia, pela comédia e pela seriedade com a mesma intensidade. Do elenco, o outro nome que se destaca é o de Jeff Bridges, que arrasa como Obadiah Stane, o sócio – e maior inimigo – de Tony Stark.

Cotação: 8,5

Homem de Ferro (Iron Man, EUA, 2008)
Diretor(es):
Jon Favreau
Roteirista(s): Arthur Marcum, Matt Holloway, Mark Fergus, Hawk Ostby (com base nos personagens criados por Stan Lee, Larry Lieber, Jack Kirby, Don Heck)
Elenco: Robert Downey Jr., Terrence Howard, Gwyneth Paltrow, Jeff Bridges, Samuel L. Jackson, Leslie Bibb, Clark Gregg, Stan Lee, Shaun Toub, Bill Smitrovich, Ghostface Killah, Sahar Bibiyan, Faran Tahir

Tuesday, May 06, 2008

MTV Movie Awards 2008 - Indicados

A MTV anunciou na data de hoje a sua lista de indicados para a edição anual dos MTV Movie Awards, o mais diferente - e bem-humorado - dos prêmios para a indústria cinematográfica. Liderando o pacote, com 5 indicações, a comédia "Superbad - É Hoje", do diretor Greg Mottola. Com 4 indicações, aparece o fenômeno indie "Juno", do diretor Jason Reitman.

O estranho da lista de indicados para o MTV Movie Awards 2008 é que ela inclui obras que ainda nem estrearam nos cinemas, como "As Crônicas de Nárnia - Príncipe Caspian", "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal" e "Sex and the City - O Filme".

A lista completa de indicados:

BEST MOVIE
Juno
Transformers
Pirates of the Caribbean: At World's End
I Am Legend
Superbad
National Treasure: Book of Secrets

BEST MALE PERFORMANCE
Will Smith, I Am Legend
Shia LaBeouf, Transformers
Denzel Washington, American Gangster
Matt Damon, The Bourne Ultimatum
Michael Cera, Juno

BEST FEMALE PERFORMANCE
Ellen Page, Juno
Keira Knightley, Pirates of the Caribbean: At World's End
Katherine Heigl, Knocked Up
Amy Adams, Enchanted
Jessica Biel, I Now Pronounce You Chuck & Larry

BEST VILLAIN
Johnny Depp, Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street
Denzel Washington, American Gangster
Angelina Jolie, Beowulf
Topher Grace, Spider-Man 3
Javier Bardem, No Country for Old Men

BEST COMEDIC PERFORMANCE
Johnny Depp, Pirates of the Caribbean: At World's End
Adam Sandler, I Now Pronounce You Chuck & Larry
Jonah Hill, Superbad
Seth Rogen, Knocked Up
Amy Adams, Enchanted

BEST FIGHT
Matt Damon vs. Joey Ansah, The Bourne Ultimatum
Tobey Maguire vs. James Franco, Spider-Man 3
Hayden Christensen vs. Jamie Bell, Jumper
Sean Faris vs. Cam Gigandet, Never Back Down
Chris Tucker & Jackie Chan vs. Sun Ming Ming, Rush Hour 3
Alien vs. Predator, Alien vs. Predator—Requiem

BEST KISS
Shia LaBeouf and Sarah Roemer, Disturbia
Amy Adams and Patrick Dempsey, Enchanted
Daniel Radcliffe and Katie Leung, Harry Potter and the Order of the Phoenix
Ellen Page and Michael Cera, Juno
Briana Evigan and Robert Hoffman, Step Up 2: the Streets

BREAKTHROUGH PERFORMANCE
Zac Efron, Hairspray
Seth Rogen, Knocked Up
Jonah Hill, Superbad
Michael Cera, Superbad
Chris Brown, This Christmas
Nikki Blonsky, Hairspray
Megan Fox, Transformers
Christopher Mintz-Plasse, Superbad

BEST SUMMER MOVIE SO FAR
Iron Man
Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull
Sex and the City: The Movie
Speed Racer
The Chronicles of Narnia: Prince Caspian

A edição 2008 do MTV Movie Awards acontecerá no dia 01 de Junho e terá a apresentação do comediante Mike Myers.

Monday, May 05, 2008

O Olho do Mal (The Eye, 2008)

A vida de quem está na espera por uma doação de órgãos é muito difícil. Por incrível que pareça, não é essa a realidade que passa o prólogo de “O Olho do Mal”, filme dirigido pela dupla David Moreau e Xavier Palud. Sydney Wells (Jessica Alba) é uma violinista de bastante sucesso. Solista de uma orquestra, ela mora em um apartamento confortável e, aparentemente, está mais do que acostumada com a cegueira que a acomete desde que ela tinha cinco anos e decidiu brincar com fogos de artifício ao lado da irmã mais velha.

Ao que parece, Helen Wells (Parker Posey, péssima nas poucas cenas que possui), a irmã de Sydney, nunca se conformou com o destino que ela teve. Talvez movida por um sentimento de culpa, Helen recoloca a irmã na fila por uma doação de córnea (da primeira vez em que Sydney passou por um transplante, o órgão foi rejeitado pelo seu corpo). É justamente este procedimento que dá início ao acontecimento mais importante do roteiro de “O Olho do Mal”: a partir do momento em que Sydney começa a enxergar novamente, ela começa a ser atormentada por visões de coisas que, provavelmente, faziam parte da vida da pessoa que lhe ofereceu o órgão (a esse fenômeno, os médicos dão o nome de memória visual).

Na medida em que passa pela adaptação ao novo – e assustador – mundo que se apresenta a ela, Sydney leva ao pé da letra aquela afirmação de que é preciso “ver para crer” e, ao lado do Dr. Paul Faulkner (Alessandro Nivola), um especialista no atendimento a pacientes que passaram por transplantes de córnea, tenta compreender o que as visões que ela enxerga significam. Só assim, Sydney poderá encontrar uma maneira de retomar a sua vida – a qual fica totalmente parada enquanto ela passa por esse momento bastante difícil.

Refilmagem do terror chinês “O Olho – A Herança”, dos diretores Oxide Pang e Danny Pang (os mesmos de “Os Mensageiros”), o filme da dupla David Moreau e Xavier Palud falha justamente naquilo que deveria ser seu ponto mais forte e não causa qualquer sensação de medo na platéia. Somente as sólidas atuações de Jessica Alba (a qual precisa, urgentemente, de um novo agente que a leve a projetos, no mínimo, interessantes) e Alessandro Nivola (que também não dá sorte nos filmes que faz) conseguem fazer de “O Olho do Mal” um filme tolerável.

Cotação: 3,0

O Olho do Mal (The Eye, EUA, 2008)
Diretor(es): David Moreau, Xavier Palud
Roteirista(s): Sebastian Gutierrez (com base no roteiro de Jo Jo Yuet-chun Hui, Oxide Pang, Danny Pang)
Elenco: Jessica Alba, Alessandro Nivola, Parker Posey, Rade Serbedzija, Fernanda Romero, Rachel Ticotin, Obba Babatundé, Danny Mora, Chloe Moretz, Brett Haworth, Kevin K., Tamlyn Tomita, Esodi Geiger, Karen Austin, Ryan J. Pezdric

Friday, May 02, 2008

Margot e o Casamento (Margot at the Wedding, 2007)

Já virou um clichê do cinema. Toda vez em que um personagem principal de um filme volta para casa é sinônimo de que ele está passando por uma fase complicada em sua vida. O retorno às origens serve até mesmo como um propósito para que o personagem se conecte novamente consigo mesmo e possa obter aquilo que queria ao regressar ao lar: a possibilidade do recomeço. O longa “Margot e o Casamento”, do diretor e roteirista Noah Baumbach, apesar de seguir um chavão desses, nos surpreende ao mostrar alguém que não quer iniciar uma nova jornada, e sim ter coragem para seguir no caminho que já conhece.

De uma certa maneira, Margot (Nicole Kidman), lembra muito Joan Berkman (Laura Linney), a personagem principal de “A Lula e a Baleia”, filme anterior de Noah Baumbach. As duas são mulheres de intelecto privilegiado. Trabalham com o ato de escrever e são casadas com homens do mesmo campo profissional. Com os filhos, tentam levar um relacionamento moderno. Ou seja, elas são adeptas daquele estilo de que se deve adotar o máximo de sinceridade com as crianças. Nenhum assunto é tabu entre eles.

Quando encontramos Margot na primeira cena de “Margot e o Casamento”, ela está viajando de trem com o filho Claude (Zane Pais). Os dois estão a caminho da cidade natal dela, mais precisamente para a casa aonde ela cresceu. É lá que vive Pauline (Jennifer Jason Leigh, que foi indicada ao Independent Spirit Awards 2008 de Melhor Atriz Coadjuvante pela sua performance neste filme), uma das irmãs de Margot. Elas não se falam há algum tempo, mas isso não impediu que Margot fosse convidada – e aceitasse participar – do casamento de Pauline com Malcolm (Jack Black), um homem com muito senso de humor, porém nenhum plano concreto de vida.

É a partir do reencontro entre as duas irmãs que o roteiro de Noah Baumbach aborda um território que também foi encarado em “A Lula e a Baleia”: os das famílias cheias de imperfeição. No caso particular de “Margot e o Casamento”, os problemas familiares nos são revelados através da inconstância emocional vivenciada por Margot e Pauline, que, uma hora, se amam e confiam uma na outra; e, na outra, se odeiam e querem distância completa. No meio dessa tempestade de sentimentos, temos (de novo) duas crianças – além do já citado Claude, encontramos Ingrid (Flora Cross), a filha de Pauline – que estão naquele momento crucial da formação da personalidade.

Como já foi mencionado algumas vezes durante o texto, são inúmeras as semelhanças entre esse “Margot e o Casamento” e o filme “A Lula e a Baleia”. Além dos elementos presentes na narrativa, podemos perceber que os pontos mais fortes dos dois filmes se encontram no ótimo elenco. Se, em “A Lula e Baleia”, Laura Linney e Jeff Daniels deram um verdadeiro show; em “Margot e o Casamento”, Nicole Kidman e Jennifer Jason Leigh oferecem performances inspiradíssimas. O elemento que destoa aqui é o roteiro de Noah Baumbach. O filme é construído em cima de muitos diálogos e os mesmos fazem com que “Margot e o Casamento” seja uma verdadeira volta de montanha russa, assim como as muitas mudanças de humores das suas duas personagens principais.

Cotação: 6,3

Margot at the Wedding (Margot at the Wedding, EUA, 2007)
Diretor(es): Noah Baumbach
Roteirista(s): Noah Baumbach
Elenco: Zane Pais, Susan Blackwell, Nicole Kidman, Jack Black, Flora Cross, Jennifer Jason Leigh, Seth Barrish, Matthew Arkin, Michael Cullen, Enid Graham, Sophie Nyweide, Justin Roth, Ciarán Hinds, Halley Feiffer, Joanthan Scwartz