Monday, July 31, 2006

Sorte no Amor (Just My Luck, 2006)


Em “Ponto Final”, o último filme do diretor e roteirista Woody Allen, o personagem Chris Wilton critica a subestimação que a sorte ganha na vida das pessoas. Esse fator, com certeza, não está em segundo plano nas vidas de Ashley Albright (Lindsay Lohan) e Jake Hardin (Chris Pine), os protagonistas de “Sorte no Amor”, do diretor Donald Petrie (“Como Perder um Homem em 10 Dias”). Ela pode ser considerada a garota mais sortuda de Nova York (do tipo que sempre consegue um táxi e os vestidos mais lindos pelos preços mais baratos). Já ele pode ser intitulado como o rapaz mais azarado de Nova York (a ponto de andar equipado com uma mochila para ajudá-lo nas eventuais “emergências” com as quais ele se depara).

Na trama que se desenrola em “Sorte no Amor” fica bem claro que o encontro entre Ashley e Jake estava predestinado a acontecer. Ela trabalha numa firma de Relações Públicas e se prepara para planejar a festa do mais importante cliente de sua empresa (uma gravadora). Jake, que é funcionário de um boliche, se dedica também à função de produtor de uma banda (a McFly) e tenta – sempre sem sucesso – um encontro com Damon Phillips, o dono da gravadora atendida pela empresa em que Ashley trabalha. E é justamente no baile de máscaras organizado por Ashley para a gravadora de Phillips que ela e Jake irão se conhecer e também trocar um beijo – o qual faz com que a sorte de Ashley passe para Jake e, por sua vez, o azar dele passe para ela.

Para a platéia (bem como para o filme em si), acompanhar a queda de Ashley é muito mais engraçado do que assistir à ascensão social de Jake e da banda que ele produz. Ter a oportunidade de vivenciar as reações de Ashley à sua má sorte também é impagável. Depois da surpresa inicial seguida do sentimento de resignação pelo seu destino, assistir Ashley lutar para ter a sua sorte de volta rende bons momentos ao filme. “Sorte no Amor”, no final, pode parecer um filme muito bobo, mas de uma coisa se pode ter certeza: o filme nunca deixa a platéia entediada.

A atriz Lindsay Lohan também teve um pouco de sorte na sua carreira cinematográfica. Depois dos sucessos conquistados com os filmes “Sexta-Feira Muito Louca” e “Meninas Malvadas”, Lohan amargou os seus dois primeiros fracassos de crítica e de público (com “Herbie – Meu Fusca Turbinado” e este “Sorte no Amor”). Curiosamente, “Sorte no Amor” antecede um grande momento de mudança na carreira de Lohan, que deixou de lado os filmes adolescentes para se dedicar à papéis mais desafiadores e à filmes de diretores consagrados (como “A Prairie Home Companion”, de Robert Altman, e “Bobby”, de Emilio Estevez). Nem a reputação de party girl parece estar afetando a sua carreira – que continua em fase de ascensão. Se Ashley Albright (a personagem que ela interpretou em “Sorte no Amor”) desiste de ter a sorte ao seu lado, Lindsay Lohan sabe que é importante tê-la perto de si se ela quiser realmente se tornar a atriz respeitada que ela pretende ser.

Cotação: 3,5

Crédito Foto: Yahoo! Movies

Wednesday, July 26, 2006

Piratas do Caribe 2 - O Baú da Morte (Pirates of the Caribbean - Dead Man's Chest, 2006)



Quando “Piratas do Caribe – A Maldição do Pérola Negra” estreou em 2003, ninguém acreditava que o filme pudesse ser um sucesso. Em primeiro lugar, pois o filme é baseado numa das atrações mais chatas dos parques da Disney. Em segundo lugar, porque o produtor Jerry Bruckheimer entregou o comando do filme para o diretor Gore Verbinski, que possui uma filmografia irregular. No entanto, “Piratas do Caribe – A Maldição do Pérola Negra” contrariou todas as expectativas e se tornou um grande sucesso – muito em parte por causa de Johnny Depp. A performance um tanto afetada do ator como o Capitão Jack Sparrow conquistou o carinho do público e da crítica, rendeu ao ator a sua tão merecida primeira indicação ao Oscar; como também fez com que Depp, um ator conhecido pela sua liberdade de escolha artística, embarcasse na sua primeira franquia cinematográfica multimilionária.

Voltam para “Piratas do Caribe 2 – O Baú da Morte” praticamente toda a equipe que esteve presente no primeiro filme e eles, acertadamente, dão o enfoque principal do filme à persona carismática do Capitão Jack Sparrow. A narrativa de “Piratas do Caribe 2 – O Baú da Morte” se divide em várias linhas. Will Turner (Orlando Bloom) e Elizabeth Swann (Keira Knightley) são presos no dia de seu casamento por terem ajudado na fuga de Sparrow (um prisioneiro da Coroa). Os dois têm a possibilidade de receber o perdão, mas só se recuperarem a bússola de Sparrow para um lorde inglês.

Já o Capitão Jack Sparrow, após retomar o comando do navio Pérola Negra, continua vagando pelos mares em busca de uma nova aventura. Sparrow agora possui uma dívida de sangue com Davy Jones (Bill Nighy), um temido pirata das profundezas do oceano e capitão do Holandês Voador, um navio fantasma. Se Sparrow não conseguir uma solução para o seu problema, se tornará mais um dos tripulantes eternos e amaldiçoados de Jones. As duas narrativas irão se convergir quando Will se torna um prisioneiro de Davy Jones e Elizabeth se une à jornada de Jack com o objetivo de conseguir libertar o homem que ela ama.

Para fazer “Piratas do Caribe 2 – O Baú da Morte”, os produtores e o diretor Gore Verbisnki tiveram mais recursos financeiros, por isso se pode notar uma boa qualidade nos efeitos visuais e sonoros da película (excetuando-se um efeito mal executado na última cena do Capitão Jack Sparrow no filme). Entretanto, os produtores e Verbisnki se esqueceram de trabalhar mais no roteiro de “Piratas do Caribe 2 – O Baú da Morte”. Algumas sub-tramas do filme (como grande parte da história de Jack e Will na tribo que é liderada pelo Capitão) deixam o filme bastante enfadonho – não por coincidência todas elas contam com a presença do apático Orlando Bloom em cena. A impressão de enfado continua no final de “Piratas do Caribe 2 – O Baú da Morte”, que parece se estender demais. Porém, a última cena do filme é bombástica e é uma ótima maneira de manter o público interessado na terceira parte da série (que se chamará “Pirates of the Caribbean – At World’s End”) – que, ao que tudo indica, será centrada no casal Will Turner e Elizabeth Swann.

Cotação: 6,5

Crédito Foto: Yahoo! Movies

Tuesday, July 18, 2006

Superman - O Retorno (Superman Returns, 2006)


Já se passaram dezenove anos desde que o Superman deu o ar de sua graça pela última vez na grande tela num filme que não ficou guardado na memória e no coração dos fãs (“Superman 4 – Em Busca da Paz”, do diretor Sidney J. Furie). Desde então, o filão de filmes baseados em super-heróis entrou numa fase obscura até que, em 2000, o diretor Bryan Singer (um apaixonado por histórias em quadrinhos, que respeita toda a tradição dos personagens e, por isso, tem o respeito dos fanáticos fãs dos heróis) mostrou uma nova forma de abordar esse tema com o seu “X-Men”, filme baseado nos famosos personagens da Marvel. E foi justamente com a bagagem de dois filmes dos mutantes no currículo, que Singer abraçou o maior desafio de sua carreira: resgatar o mito do Superman, o personagem mais famoso da DC Comics (rivais da Marvel no mercado das histórias de quadrinhos).

Em “Superman – O Retorno”, Bryan Singer e seus roteiristas Michael Dougherty e Dan Harris (que trabalharam com o diretor no roteiro de “X-Men 2”) retomam uma trama que guarda semelhança com a história principal do filme “Superman II – A Aventura Continua”, de Richard Lester. No filme de Singer, o Homem de Aço (que é interpretado pelo estreante Brandon Routh) volta para a Terra depois de cinco anos ausente – e nos quais ele esteve explorando Krypton, o seu planeta natal. Apesar de Superman continuar sendo o mesmo, o herói encontra um mundo diferente e em estado de caos. Nenhuma das mudanças irá afetar tanto o Homem de Aço quanto ver que sua amada Lois Lane (Kate Bosworth) se tornou não só uma jornalista respeitada (e vencedora do Prêmio Pulitzer por um artigo intitulado “Por quê o mundo não precisa do Superman”), como também mãe do garotinho Jason (Tristan Lake Leabu) e noiva de Richard White (James Marsden), sobrinho do editor chefe do Planeta Diário Perry White (Frank Langella) e também jornalista e piloto de aviões nas horas de lazer.

A ausência do Superman foi ainda menos sentida pelo seu mais difícil arqui-rival Lex Luthor (Kevin Spacey, que adiciona mais um vilão à sua já célebre galeria de personagens maldosos). Depois de passar cinco anos preso e de estar de volta à vida em sociedade, Luthor finalmente consegue colocar o seu plano diabólico em prática: usar os cristais da Fortaleza da Solidão para criar um novo continente que irá apagar os Estados Unidos do mapa. O plano de Luthor ainda consiste em cobrar caro por cada pedaço de terra de seu tão sonhado território.

Superman talvez é o herói mais popular de todos os tempos. Símbolo dos ideais de liberdade e justiça apregoados pelo povo norte-americano, vê-lo novamente em cena traz para a platéia (pelo menos durante os 154 minutos de projeção) uma sensação de proteção e segurança. Bryan Singer, com seu filme, não só faz uma reverência ao mito no qual se transformou o Homem de Aço (e, especialmente, ao primeiro filme da série dirigido por Richard Donner), como também aprofunda ainda mais o maior conflito do Superman (ser o herói de todo um povo ou ser um humano que, nas horas vagas, salva as pessoas). Numa história paralela (e que não merece ser entregue para não ter seu prazer estragado para aqueles que ainda não assistiram à “Superman – O Retorno”), fica-se sabendo que realmente o Superman não tem uma outra opção e a sua vocação realmente é servir aos humanos.

“Superman – O Retorno” é um filme respeitoso com o mito, mas que abre novas possibilidades para essa grande lenda. Que venha mais do legado do Homem de Aço.

Cotação: 9,5

Crédito Foto: Yahoo! Movies

Monday, July 17, 2006

Os Sem-Floresta (Over the Hedge, 2006)


Se há um ou dois anos atrás, os filmes de animação preferiam abordar temas mais leves para agradar à criançada, o mesmo não pode ser dito dos filmes de animação produzidos no ano de 2006, que parecem querer conscientizar os pimpolhos. “A Era do Gelo 2”, do diretor brasileiro Carlos Saldanha, fala dos efeitos do aquecimento global na vida humana. “Carros”, dos diretores John Lasseter e Joe Ranft, mostra as conseqüências para as cidades pequenas das construções das freeways nos Estados Unidos. Já “Os Sem-Floresta”, dos diretores Tim Johnson e Karey Kirkpatrick (que também co-escreveu o roteiro do filme com outros três roteiristas), tenta mostrar ao público uma visão diferente sobre a cultura do fast food (um assunto que já foi abordado no documentário “Super Size Me – A Dieta do Palhaço”, de Morgan Spurlock).

No filme, RJ (dublado por Bruce Willis na versão original) é um animal completamente apaixonado por junkie food. Ele vê todo um estoque de comida que está sendo armazenado por um urso que ainda está em hibernação e tenta roubar tudo para si. Quando o urso acorda, RJ se assusta e acaba perdendo todo o estoque. O urso, então, o ameaça: se RJ não trouxer de volta para ele tudo que ele possuía, quem será o prato principal da primeira refeição do urso pós-hibernação será o próprio RJ.

No entanto, a ação propriamente dita de “Os Sem-Floresta” só começa quando RJ avista uma turma de animais que é liderado pela tartaruga Verne (dublado por Garry Shandling na versão original) e que ainda está meio perdida depois de acordarem do período de hibernação. Eles tentam se organizar para partirem em busca dos alimentos para a próxima temporada de sono. Entretanto, o que essa turma de animais não sabe é que a floresta deles se transformou em um condomínio fechado e, em conseqüência disso, eles não terão aonde buscar seu alimento.

Astuto como só ele é, RJ vê a oportunidade perfeita para conseguir em tempo recorde toda a comida que ele roubou do urso (e que está presente em abundância em cada uma das casas do condomínio). Mas, para conseguir isso, RJ tem antes que convencer a turma de Verne (que ainda possui hábitos alimentares saudáveis) sobre as maravilhas advindas de uma boa dose de junkie food. Essa situação irá render cenas memoráveis à “Os Sem-Floresta” – como aquela que mostra os efeitos hipnóticos que a abertura de um simples saco de salgadinhos causa nos olhos inocentes da turma de Verne. Mas nem só de críticas vive “Os Sem-Floresta”. A película segue a boa tradição da escola dos filmes de animação e deixa a seguinte lição para a criançada: manipular as pessoas para conseguir algo para o seu próprio bem é muito ruim.

“Os Sem-Floresta” é – até agora – o melhor filme de animação lançado em 2006. A trama da película não é complicada e os personagens (que são dublados na versão original por uma excelente turma de atores como William Shatner, Wanda Sykes, Nick Nolte, Allison Janney, Thomas Haden Church, Eugene Levy, Catherine O’Hara e até mesmo a cantora Avril Lavigne) são extremamente carismáticos. Assistir à “Os Sem-Floresta” no cinema traz para esse filme um significado até mesmo muito irônico, afinal as salas de cinema são um prazer que praticamente exigem a companhia do bom e velho saco de pipocas ou de um saco de salgadinhos, de um copo de refrigerante e de uma pequena barra de chocolate.

Cotação: 8,5

Crédito Foto: Yahoo! Movies

Tuesday, July 11, 2006

Premonição 3 (Final Destination 3, 2006)


Em “Premonição”, foi um grupo de estudantes que iria viajar para Paris para terem uma aula de francês. Em “Premonição 2”, foi uma garota que estava viajando em uma rodovia. Agora, em “Premonição 3”, um grupo de estudantes concluintes do segundo grau, que comemoravam a formatura em um parque de diversões. Em todas essas situações, alguém tem uma premonição de que algo muito ruim vai acontecer. Depois de fazer um pequeno escândalo e chamar a atenção das outras pessoas para o que está prestes a ocorrer, os (poucos) que acreditam na premonição se salvam e assistem incrédulos à morte dos amigos que ficaram.

A reação depois de passar por uma experiência de quase-morte varia de pessoa para pessoa. Existem aqueles que se acham imbatíveis depois de sobreviver, outros irão continuar com as suas medíocres vidas, um grupo diferente toma a sobrevivência como uma nova chance para acertar e fazer algo de bom e, enfim, existem pessoas que tentam arrumar explicações para o que houve e só irão continuar a vida depois de sua tese ser comprovada.

Existem manifestações de cada uma dessas reações nos personagens de “Premonição 3”. Mas a maioria delas será irrelevante para o público. O que importa é saber que a última reação (e a mais importante para a trama do filme) será manifestada por Wendy (Mary Elizabeth Winstead) e Kevin (Ryan Merriman, que fez o filho desaparecido de Michelle Pfeiffer e Treat Williams no filme “Nas Profundezas do Mar Sem Fim”), que sobreviveram ao acidente no parque de diversões – e, em contrapartida, assistiram às mortes das suas respectivas paixões do colegial. Eles acreditam que a morte ainda vai cumprir o seu papel e levar o resto dos sobreviventes. O problema é convencer aqueles que saíram do parque de diversões com vida de que o perigo está prestes a bater na porta novamente.

Se um filme vira uma franquia bem-sucedida em Hollywood, a coisa mais normal do mundo é ver as seqüências serem assumidas por diretores diferentes daqueles que ajudaram a criar as obras. Isso aconteceu com “Premonição” (a segunda parte do filme foi dirigida por David R. Ellis, que também fez “Celular – Um Grito de Socorro”). O mais anormal é ver o diretor que criou a série retornar para a mesma. “Premonição 3” não só tem de volta a presença do diretor e roteirista James Wong, como também a do roteirista e produtor Glen Morgan. A volta dos dois fez muito bem à franquia. Talvez a motivação maior deles, ao retornarem para a trama de “Premonição”, foi ver se eles conseguiam fazer com que cada personagem tivesse uma morte mais bizarra que a outra. Nesse sentido, eles foram extremamente bem-sucedidos. Resta saber se, na inevitável quarta parte de “Premonição”, Wong e Morgan irão manter o “nível” da empreitada.

Cotação: 4,0

Crédito Foto: Yahoo! Movies

Tuesday, July 04, 2006

Separados Pelo Casamento (The Break-Up, 2006)


A maioria das comédias românticas mostra quatro etapas de um relacionamento amoroso: o momento em que os pombinhos se conhecem, o namoro em si, o rompimento e, finalmente, a reconciliação. O filme “Separados Pelo Casamento”, do diretor Peyton Reed, dá ênfase somente a uma destas etapas – o rompimento – e quais as conseqüências dele na vida de um casal.

O casal em questão é formado por Brooke (Jennifer Aniston), que trabalha em uma galeria de arte, e Gary (Vince Vaughn), que trabalha como guia turístico na empresa que possui com os dois irmãos. Brooke e Gary encaram o relacionamento que possuem de maneiras diferentes. Brooke se esforça bastante para que o relacionamento com Gary dê certo – e se ressente pelo fato de que ele não reconhece seus esforços. Já Gary está claramente acomodado com o atual estágio do seu relacionamento com Brooke – por isso, assim que chega em casa, vai direto para o videogame, é desorganizado e não consegue prestar atenção às necessidades da namorada.

Brooke se cansa desta situação e rompe o relacionamento. E é a partir deste momento em que começa para valer a trama de “Separados Pelo Casamento”, pois é dada a largada para uma guerra particular entre o casal. Brooke e Gary dividiam um apartamento, mas se recusam a deixar o imóvel (ela, pois acabou o relacionamento com a esperança de que Gary mudasse; e ele, que não acredita na possibilidade de reconciliação, prefere que a ex-namorada deixe o apartamento todo para ele). Por esta razão, os dois começam a escutar familiares e amigos e transformam a vida um do outro num inferno – o qual só irá afastar de vez o casal.

A atriz Jennifer Aniston filmou “Separados Pelo Casamento” no momento em que se recuperava da sua separação do astro Brad Pitt. Para quem não está inteirado da situação, Brad se separou de Jennifer e, logo após, engatou um romance com Angelina Jolie (atriz com a qual ele contracenou em “Sr. e Sra. Smith", um dos bons sucessos do Verão norte-americano de 2005). Eis que, um ano depois, Jennifer se vê na mesma situação em que o ex-marido e lança um filme na temporada do Verão norte-americano, mas vê o seu nome envolvido nas notícias que estão mais interessadas no seu romance com o companheiro de cena Vince Vaughn, ao invés de retratarem o filme em si.

“Separados Pelo Casamento” acerta ao privilegiar o talento de comediante de Vince Vaughn e a expertise de Jennifer Aniston em interpretar personagens que estão com suas vidas amorosas completamente confusas. O filme ainda se aproveita da experiência do diretor Peyton Reed em filmes que retratam homens e mulheres tentando encontrar – e se relacionar – com o amor (era esse também o tema de seu filme anterior “Abaixo o Amor”). No entanto, “Separados Pelo Casamento” sofre com alguns problemas. O maior deles é o péssimo aproveitamento de atores do calibre de Judy Davis e de Vincent D’Onofrio. E o segundo é a possibilidade de que o desfecho de sua trama (justamente por fugir do modelo das comédias românticas) possa decepcionar a platéia. Para isso não acontecer, basta que você tenha em mente que tanto Gary quanto Brooke, dois moradores da cidade de Chicago, são como essa cidade e tiveram que passar por um grande sofrimento para ressurgirem mais fortes do que nunca – não importando se eles estejam juntos ou separados.

Cotação: 6,5

Crédito Foto: Yahoo! Movies

Monday, July 03, 2006

Carros (Cars, 2006)


O diretor John Lasseter foi um dos grandes responsáveis pela ascensão dos estúdios Pixar na área de animação. Afinal de contas, foi criação dele o primeiro longa-metragem de animação bem-sucedido do estúdio: “Toy Story”, que foi lançado em 1995 e cuja continuação “Toy Story 2” foi lançada em 1999. Depois de passar um tempo gerenciando a Pixar e cuidando do complicado contrato da companhia com os estúdios Disney, Lasseter volta à direção de um longa de animação com “Carros” (trabalho este que ele divide com o co-diretor Joe Ranft), filme que trata de assuntos próximos ao coração dele como o amor pelos carros e pela Rota 66 (clássica freeway dos Estados Unidos que foi eternizada no livro “On the Road”, de Jack Kerouac).

Relâmpago McQueen (dublado na versão original por Owen Wilson) é um carro de corridas da Piston Cup (uma espécie de Nascar Cup). Estreante na competição, Relâmpago ameaça o legado de The King (dublado por Richard Petty na versão original), que faz a sua última participação na Piston Cup; e as ambições de Chick Hicks (dublado por Michael Keaton na versão original), o eterno vice-campeão da Piston Cup. Como todo piloto novato, Relâmpago ainda não aprendeu a trabalhar em equipe e acredita que seu sucesso só acontece porque ele é um piloto muito competente.

No caminho para a corrida que irá decidir o futuro campeão da Piston Cup, Relâmpago McQueen acaba se perdendo no meio da Rota 66 e vai parar em Radiator Springs, uma cidade em decadência desde que uma nova freeway foi aberta desviando, assim, o caminho dos passantes que sustentavam o comércio local (um posto de gasolina, uma borracharia, um hotel, uma lanchonete, uma loja de bugigangas, uma oficina mecânica, entre outros estabelecimentos). Com a tarefa de reasfaltar a estrada principal de Radiator Springs, Relâmpago acaba entrando em contato com o dia-a-dia dos moradores da cidade e passa a fazer de tudo para trazer a vida de volta à localidade.

Como em todos os outros filmes de animação, “Carros” oferece uma mensagem aos pequenos – sem esquecer de fazer referências que agradem aos papais (como o amor de um dos moradores de Radiator Springs pelos carros da Ferrari). Usando o ambiente competitivo das corridas de automóveis, John Lasseter e os muitos roteiristas de “Carros” mostram que nem sempre vale a pena fazer de tudo para vencer. O importante é manter sempre por perto os amigos e os bons valores. Na empreitada atual dos estúdios Pixar (que passaram a controlar todo o setor de animação dos estúdios Disney, o qual um dia já deu as cartas no setor), essa é uma mensagem que eles deveriam levar ao pé da letra.

Cotação: 6,5

Crédito Foto: Yahoo! Movies