Tuesday, July 31, 2007

Comic-Con - "The Incredible Hulk"

O diretor Louis Leterrier; os executivos da Marvel Avi Arad e Kevin Feige; a produtora Gale Anne Hurd e os atores Edward Norton e Liv Tyler enfrentaram uma platéia de aproximadamente 6500 pessoas no último sábado, dia 28 de julho, durante a Comic-Con, popular feira que acontece em San Diego (Califórnia) e que reúne os amantes de histórias em quadrinhos.

Na ocasião, os presentes puderam saber bem mais a respeito de “The Incredible Hulk” – filme que estreará no dia 13 de junho de 2008, e cujas filmagens acabaram de começar.

Os detalhes mais importantes revelados na discussão:

- Edward Norton também escreveu o roteiro do filme:
“Eu me envolvi neste projeto e escrevi o roteiro do filme. Eu era um garoto Marvel. Eu tinha assinatura de várias revistas da editora. Eu amava Hulk, a antiga encarnação do personagem e também o show de televisão quando eu era uma criança. E eu sempre achei que ele era um dos grandes mitos contemporâneos. Quase como um personagem da mitologia grega. A supressão do seu demônio interior”, disse Norton.

- O filme é a primeira parte do começo de uma nova saga do personagem e, aparentemente, seu foco principal será a origem do personagem. Não foi mostrada nenhuma cena, e sim um primeiro esboço de como ficará o Hulk na tela:



- Edward Norton interpretará Bruce Banner, e o Hulk.
“Hoje em dia existe toda uma tecnologia que permite ao ator se fazer presente de alguma maneira. A noção de que estes personagens não podem ser separados, mas sim interpretar os dois lados desse personagem”, afirmou Norton.

- O filme fará referência a uma série de personagens do Universo Marvel, como Leonard Sampson.
“Fiquem de olho em muitos easter eggs e homenagens”, afirmou o diretor Louis Leterrier.

O site de “The Incredible Hulk” também acaba de entrar no ar. O site ainda está meio pobre de seções, mas elucida um pouco sobre como será o roteiro do filme. Quem quiser dar uma olhada, o endereço é: www.theincrediblehulk.net

Sunday, July 29, 2007

Duro de Matar 4.0 (Live Free or Die Hard, 2007)

O roteiro de “Duro de Matar 4.0”, que foi escrito por Mark Bomback e David Marconi tendo como base o artigo de John Carlin e os personagens originais de Roderick Thorp, é bastante condizente com os dias atuais. Numa época em que a tecnologia é uma arma muito poderosa, situar a ação do filme em Washington, a capital dos Estados Unidos, atormentada por um ataque de terrorismo virtual é quase que tentar prever o que poderia acontecer no mundo real.

No meio de tudo isto, um homem chamado John McClane (Bruce Willis), um detetive da polícia de Nova York, um profissional à moda antiga. Na realidade, o fato de que McClane leva tudo para o lado pessoal, como se tudo fosse uma afronta à pessoa dele, é uma faca de dois gumes. Se isso faz com que ele tenha perdido a esposa e mantenha um relacionamento péssimo com os filhos – em “Duro de Matar 4.0” só aparece a jovem universitária Lucy (Mary Elizabeth Winstead, a heroína de “Premonição 3”) –; ao mesmo tempo, esta raiva e vontade de resolver as coisas sozinho fazem com que McClane seja o homem perfeito para defender e salvar a honra dos Estados Unidos.

E, olha, que John McClane vai ter um trabalhão. Thomas Gabriel (Timothy Olyphant, no modo canastrão automático), ex-agente do FBI, arma um ataque virtual chamado de “queima de estoque”. Ou seja, em três etapas, Gabriel e sua equipe de hackers irão paralisar os Estados Unidos ao descontrolar os transportes, os meios de comunicação, o sistema financeiro e todas as formas de serviço básico. McClane entra nessa ciranda de acontecimentos quando seu chefe o manda escoltar Matthew Ferrell (Justin Long, que fazia parte do elenco do ótimo seriado “Ed”), um hacker que é um dos suspeitos de estarem envolvidos na ação de Gabriel, até a sede do FBI.

Se o roteiro de “Duro de Matar 4.0” é extremamente atual, o diretor Len Wiseman (da série de filmes “Underworld”) apresenta o seu filme à platéia de uma maneira convencional ao manual dos antigos filmes do gênero de ação. Ele orquestra cenas grandiosas e que superam, em muitas vezes, o limite do real (uma das melhores cenas do filme, inclusive, chega a lembrar o pulo do ônibus entre um viaduto quebrado visto em “Velocidade Máxima”, de Jan de Bont). Isto não significa que “Duro de Matar 4.0” seja um filme ruim. Pelo contrário, o filme tem uma história que prende a atenção e a química existente entre Bruce Willis e Justin Long rende ótimos momentos. “Duro de Matar 4.0” apresenta o icônico John McClane na sua melhor forma: desbocado, corajoso, competente, destruidor e, com todos os perdões pelo trocadilho, totalmente duro de matar.

Cotação: 8,5

Crédito Foto: Yahoo! Movies

Saturday, July 28, 2007

Lendo - "Furacão Elis"

“Decifra-me ou devoro-te? Não vai me devorar, nem me decifrar nunca. Eu sou a esfinge, e daí? Nesse narcisismo generalizado, me dá licença de eu ser narciso um pouquinho comigo mesma? De fazer comigo o que bem entender, de fazer, ser amiga de quem quiser, de levar para minha casa as pessoas de quem eu gosto? Bem poucas pessoas vão conhecer a minha casa. Sou a Elis Regina Carvalho Costa, que poucas pessoas vão morrer conhecendo”

Quando se toca no nome de Elis Regina, uma série de adjetivos o acompanha. O mais importante deles, é claro, “a maior cantora do Brasil”. Claro que o país já teve uma série de cantoras com a mesma técnica de Elis – como Ângela Maria, Maria Bethânia, Gal Costa, dentre muitas outras –, mas, nenhuma delas, conseguia aliar a emoção à técnica. E essa era uma das marcas da cantora Elis Regina.

Assim como é o caso de muitas outras biografias, “Furacão Elis” – livro que foi relançado neste ano pela Ediouro com um projeto gráfico bem ilustrativo, cheio de imagens –, da jornalista e escritora Regina Echeverria, tenta aproximar um pouco ídolo e fãs, procurando expor detalhes de sua personalidade, vida íntima e profissional, é claro.

“Furacão Elis”, aliás, cobre a vida profissional de Elis Regina de uma maneira completa. Nada passa despercebido pela autora. Desde os tempos no “Clube do Guri”, até a mudança para São Paulo, os primeiros shows com a dupla Luiz Carlos Miele e Ronaldo Bôscoli, o programa “Fino da Bossa” com Jair Rodrigues, a mudança para São Paulo, os discos e shows inesquecíveis (como o “Falso Brilhante”) e as inúmeras tentativas de Elis em ter uma carreira internacional.

Os problemas começam a aparecer justamente quando Regina Echeverria tenta mostrar o lado pessoal de Elis. Ela não esconde o que já era notório: Elis tinha uma personalidade difícil e viveu uma relação de amor e ódio com muita gente no show business. No entanto, talvez pela sua proximidade com seu objeto de estudo, Echeverria (que era uma amiga próxima de Elis) evita falar muito da Elis mãe, da Elis esposa (apesar de que, todos os barracos envolvidos nos casamentos com Ronaldo Bôscoli e César Camargo Mariano serem descritos de maneira minuciosa), da Elis filha e irmã (o que Echeverria fala é somente que Elis tinha uma relação complicada com os pais e com o irmão, por ser a provedora da casa, por eles serem dependentes demais do dinheiro que ela ganhava como cantora).

No entanto, o livro não se exime de falar de maneira aberta e verdadeira sobre os acontecimentos por trás da morte de Elis Regina. Sem querer se envolver em teorias conspiratórias, Regina Echeverria – através de depoimentos de pessoas que estavam próximas da cantora no ano fatídico de sua morte, 1982 – confirmam que Elis tinha, sim, um vício em narcóticos (em especial a cocaína). Para eles, a inocência de Elis em saber lidar com os efeitos que a droga tinha foi a razão principal de sua morte.

“Furacão Elis” é um livro para ser lido em um fôlego só. Regina Echeverria usa uma linguagem puramente jornalística (clara, concisa e objetiva). O que vai justamente de encontro à técnica do livro-reportagem, em que a descrição excessiva, a minúcia e o cuidado com os detalhes são características fundamentais.

"Furacão Elis"
Autora: Regina Echeverria
Editora: Ediouro

Monday, July 23, 2007

Transformers (2007)

Uma coisa que o cinema e a literatura sempre fizeram questão de deixar claro é que, por mais que o homem tente se distanciar – e, por conseqüência, se diferenciar – dos robôs, as duas espécies têm muito mais semelhanças do que queremos admitir. Nesse sentido, a trama de “Transformers”, do diretor Michael Bay, que foi escrita pela dupla Roberto Orci e Alex Kurtzman (ex-roteiristas do seriado “Alias” e que trabalharam com Bay no filme “A Ilha”), delineia de uma maneira bem rápida e explicativa os conflitos vividos por dois grupos de robôs: os Autobots (mocinhos) e os Decepticons (vilões), que, uma vez, habitaram o mesmo planeta (que se chamava Cybertron), mas, devido à ganância e a ambição, começaram a brigar, pois os Decepticons querem o domínio do universo.

Este conflito poderia ocorrer muito bem no planeta terra, entre os homens. A luta entre Autobots e Decepticons não é a única a ser retratada em “Transformers”. Através de duas linhas narrativas distintas, Alex Kurtzman e Roberto Orci retratam os lados opostos deste mesmo conflito. De um lado, soldados norte-americanos – interpretados por Josh Duhamel (da série “Las Vegas”), pelo cantor Tyrese Gibson, Amaury Nolasco (do seriado “Prison Break”) e Zack Ward –, que encontram inimigos cujas forças são imbatíveis pela atual tecnologia bélica. De outro lado, o jovem Sam Witwicky (Shia LaBeouf), cuja maior aspiração, no momento, é comprar um carro, que, talvez, faça com que ele chame a atenção da garota mais bela da escola, Mikaela (Megan Fox). Sam, ao contrário dos soldados, enxerga o seu carro – um Camaro amarelo que se transforma em robô – como um ser que tem coração, que tem medo e que merece ser protegido também.

Baseado num popular desenho animado que estreou nos anos 1980, “Transformers” é o exemplo perfeito daquilo que chamamos de cinema-pipoca, ou seja, um filme que é feito sob medida para divertir a platéia. O filme é um pacote cheio para anunciantes e, claro, para o estúdio que o produz. Carros-robôs-bonzinhos fantasiados de automóveis comuns, como um carro de bombeiros e um caminhão. Carros-robôs-mauzinhos fantasiados de automóveis que deveriam nos trazer confiança, como carros de polícia, tanques e helicópteros do Exército. Explosões. Correria. Barulho. Adrenalina pura.

Um prato cheio para o diretor Michael Bay, que não tem vergonha de ser um dos maiores embaixadores do filme-pipoca. E por quê se envergonhar, já que, em “Transformers”, ele dá uma aula de como fazer um filme-pipoca, inclusive ao ter sensibilidade para perceber que a sub-trama que funciona mais é a que coloca o jovem Sam com o seu primeiro carro. São o humor e o carisma de Shia LaBeouf que fazem de “Transformers” um filme, para utilizar uma palavra típica de jovens como Sam, SUPER.

Cotação: 6,5

Crédito Foto: Yahoo! Movies

Thursday, July 19, 2007

Mais Estranho que a Ficção (Stranger Than Fiction, 2006)

De uma certa maneira, o cinema e a literatura são uma forma de arte que caminham juntas. Ao longo dos anos, uma foi influenciando a outra. Se os livros são pictóricos, os filmes nos levam a territórios que os escritores só podem tentar nos fazer imaginar. Mesmo com as diferenças de linguagem entre as duas formas de arte, uma coisa muito importante elas têm em comum: o fato de que, ao se inspirarem no dia-a-dia das pessoas, elas tentam colocar alguma luz para tentarmos compreender o mundo em que vivemos. O filme “Mais Estranho do que a Ficção”, do diretor Marc Forster, celebra justamente o momento em que o cinema e a literatura estão mais juntos do que nunca.

Karen Eiffel (Emma Thompson, numa ótima atuação) é uma famosa escritora que está passando por um bloqueio criativo. Ela já tem uma história: a narrativa sobre um homem que, no lugar de ser o personagem principal de sua vida, é somente um observador daquilo que acontece ao seu redor. De uma maneira muito estranha, o que Karen escreve é um reflexo direto da vida do auditor fiscal Harold Crick (Will Ferrell, numa atuação indicada ao Globo de Ouro 2007 de Melhor Ator em um Filme de Comédia/Musical), um cara que é cheio de manias e que tem uma vida extremamente solitária.

Muita gente diz que a última coisa em que um autor pensa é no final que sua obra terá. Em “Mais Estranho do que a Ficção”, o roteiro de Zach Helm nos mostra o seu final logo nos primeiros 20 minutos de filme. Karen – e, principalmente, Harold – sabem que o personagem principal tem que morrer. O que roteirista, escritor e personagem mal sabiam é que a vida de Harold começaria a se tornar interessante a partir do momento em que seu destino parece traçado. Ao conhecer a confeiteira Ana Pascal (Maggie Gyllenhaal), a vida do auditor fiscal se torna mais doce e ele tem uma razão para lutar para continuar a viver.

Na época do lançamento de “Mais Estranho que a Ficção”, críticos de cinema foram unânimes na comparação entre o roteirista Zach Helm e o aclamado Charlie Kaufman (o criador de filmes como “Quero Ser John Malkovich”, “Adaptação” e “Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças”). A comparação, além de impertinente, é completamente injusta. Kaufman tem uma abordagem um tanto irônica da vida e seus personagens parecem habitar um mundo que só existe na mente do roteirista. No caso de Helm e este “Mais Estranho que a Ficção”, a história criada por ele é real, vivida por pessoas que existem de verdade e que poderiam estar ao nosso lado.

Se tivéssemos que comparar um filme como “Mais Estranho com a Ficção”, deveríamos procurar uma obra como “As Horas”, do diretor inglês Stephen Daldry. Assim como este último filme, aquele fala sobre a importância da vida e sobre como aquelas coisas mais mundanas – e, aparentemente, insignificantes – são justamente as que são mais definidoras e que nos fazem perceber o quanto a vida é valiosa e importante de ser experimentada.

Cotação: 9,7

Crédito Foto: Yahoo! Movies

Saturday, July 14, 2007

Harry Potter e a Ordem da Fênix (Harry Potter and the Order of the Phoenix, 2007)

Já virou uma rotina. Desde 2004, quando “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban”, do diretor mexicano Alfonso Cuarón, estreou nas salas de cinema de todo o mundo, críticos e fãs são unânimes em afirmar que os filmes passaram a ter uma trama mais densa e que os personagens estavam amadurecendo. As mudanças vistas em cada um desses elementos, coincidentemente, também trouxeram um aumento na qualidade dos filmes da série – que passaram a ser mais bem executados.

Os roteiros dos dois últimos filmes da série – o já citado “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban” e “Harry Potter e o Cálice de Fogo”, do diretor Mike Newell – dão um enfoque maior ao processo de amadurecimento pelo qual passa o bruxo juvenil mais famoso da literatura e do cinema. No primeiro filme, o vemos com uma personalidade marcante e um tanto rebelde e se deparando com Sirius Black (Gary Oldman), a figura paterna que ele irá adotar. Já no segundo, assistimos à maior provação que o bruxo passou (o torneio Tribuxo), bem como ao seu encontro com o poderoso e temido Lorde Voldemort (numa caracterização assustadora de Ralph Fiennes), aquele que é responsável pela maior dor de sua vida (a morte dos seus pais).

Em “Harry Potter e a Ordem da Fênix”, filme dirigido por David Yates, Harry (Daniel Radcliffe) está passando por um inferno astral. Desde a trágica morte de Cedric Diggory (Robert Pattinson) no filme anterior, o bruxo juvenil foi consumido pela raiva. Seu futuro em Hogwarts está ameaçado depois que ele aplica um feitiço na frente dos trouxas. Ainda no colégio, sua vida será um inferno e ele se isola de todos – até mesmo daquelas pessoas que mais o amam e só querem ajudá-lo, como os inseparáveis amigos Ron Weasley (Rupert Grint) e Hermione Granger (Emma Watson).

Não é só Harry Potter que está passando por mudanças. Hogwarts também passa por transformações. Preocupados com uma possível teoria de que o diretor Alvo Dumbledore (Sir Michael Gambon) está organizando um grupo (a tal Ordem da Fênix a qual o título se refere) para enfrentar a ameaça cada vez maior de Lorde Voldemort, o Ministro da Magia, Cornelius Fudge (Robert Hardy), decide interferir diretamente na educação que os futuros bruxos recebem e coloca uma de suas fiéis escudeiras, Dolores Umbridge (Imelda Staunton, excelente), para não só ensinar a matéria de defesa, como também para ser a nova dona do posto de diretora de Hogwarts.

“Harry Potter e a Ordem da Fênix” vive seu melhor momento quando Harry e sua própria brigada – formada por alunos que decidem quebrar as regras impostas por Dolores Umbridge em Hogwarts e que querem aprender os feitiços para defesa com medo de Lorde Voldemort – enfrentam aqueles que simplesmente ignoram a verdadeira catástrofe que seria um mundo dominado pelo perigoso Lorde das Trevas.

Durante muito tempo, a impressão que eu tive a respeito dos filmes – e, por conseqüência, dos livros – da série Harry Potter era a de que eles eram uma verdadeira enrolação. Eu sempre ficava esperando algo importante acontecer e, de alguma maneira, sempre terminava me decepcionando. Se “Harry Potter e a Ordem da Fênix” não é o melhor filme da série, pelo menos, ele elucida o grande objetivo da série de filmes sobre o bruxo juvenil. Tudo o que assistimos até agora é somente a grande preparação para o inevitável confronto entre Harry Potter e Lorde Voldemort. O que a trama de “Harry Potter e a Ordem da Fênix” mostra – nesse sentido – é que o Harry cheio de raiva seria facilmente derrotado por Voldemort. Harry, para ser um forte oponente, precisa se agarrar àquilo que o Lorde das Trevas não tem: amor e amizade. Que coisa simples, né? Mas, será que a gente não podia pular tudo isto e ir logo ao que interessa?

Cotação; 6,3

Crédito Foto: Yahoo! Movies

Friday, July 13, 2007

Corrente Literária


Não sou muito de participar de correntes, mas, como esta foi enviada pelo meu amigo Marcus Vinícius, do ótimo blog "Caminhante Noturno Cinema", decidi repassá-la para a frente. :-)

Se é para citar cinco livros, que sejam então os meus livros favoritos:

1- "As Horas", Michael Cunningham
Livro inspirado pela obra "Mrs. Dalloway", de Virginia Woolf. Três mulheres, em três épocas diferentes, mas passando pelos mesmos dilemas e conflitos. Um belo livro que fala sobre a importância e a alegria com a qual devemos encarar a vida - mesmo naqueles momentos que parecem ser os mais difíceis.

2- "Feliz Ano Velho", Marcelo Rubens Paiva
Biografia do escritor Marcelo Rubens Paiva. Um acidente que o deixou paralítico é o ponto de partida para encarar a vida sob outra perspectiva.

3- "Uma Vida Interrompida - Memórias de um Anjo Assassinado", Susan Sebold
Belíssimo livro que conta a história de Susan Salmon, garota de 13 anos que foi brutalmente assassinada. Do céu, Susan nos relata como a sua família e amigos sobreviveram à sua morte. O livro será adaptado pelo diretor Peter Jackson e deve estrear nos cinemas em 2008.

4- "Fim de Caso", Graham Greene
Livro que foi adaptado para o cinema pelo diretor Neil Jordan e que conta a história de um amor intenso - e que tem a possibilidade de ser revivido ou destruído por completo.

5- "Ayrton - O Herói Revelado", Ernesto Rodrigues
Biografia que tenta nos deixar mais próximos de um dos maiores ídolos que o Brasil já teve: o piloto Ayrton Senna, que faleceu prematuramente em 01 de maio de 1994.

Repasso a corrente para os seguintes amigos blogueiros:

Romeika, A Room of One's Own
Alex, Cine Resenhas
Túlio Moreira, Cinema Kabuki
Wanderley, Espaço Lumière
João Paulo, Cine JP

Um bom final de semana para todo mundo!!

Saturday, July 07, 2007

Ratatouille (2007)

Os ratos são animais que, para muitos, são sinônimo de sujeira. No entanto, eles possuem uma característica importante e que os difere de outros seres: a facilidade com que eles se adaptam aos mais diversos ambientes e situações. Os ratos também são aqueles pequenos animais que, geralmente, consomem os fragmentos dos alimentos que são descartados por nós. Já nas primeiras cenas de “Ratatouille”, filme de animação dirigido por Brad Bird, Remy (dublado por Patton Oswalt) nos adverte de que ele não é um rato comum. Ao contrário daqueles da sua espécie, Remy tem o olfato e o paladar aguçados. Na sua busca por alimento, ele é muito seletivo e, muitas vezes, faz experimentos e misturas com os restos que consegue colher.

Remy tem um ídolo: o famoso chef francês Auguste Gusteau (dublado por Brad Garrett, do seriado “Everybody Loves Raymond"), cujo maior lema é “qualquer um pode cozinhar”. Com este pensamento na cabeça, Remy alimenta o sonho de um dia viver em Paris, sendo cozinheiro de um grande restaurante. O único problema é, obviamente, o fato de ele ser um rato e quem, em sã consciência, contrataria um rato como chef? O sonho fica mais próximo de Remy quando ele se perde de sua família na última – e complicada – mudança deles, e vai parar em Paris – mais precisamente no Gusteau, restaurante do famoso chef. É lá que Remy, tendo como “disfarce” a figura do atrapalhado Linguini (dublado por Lou Romano), coloca em prática tudo aquilo que aprendeu e se transforma no chef mais comentado da França – para desgosto de Skinner (dublado por Ian Holm), o chef principal e responsável pela administração do Gusteau após a morte do famoso chef francês.

Passados sete meses desde o início de 2007, os cinéfilos finalmente encontram aquele que é o primeiro candidato a um dos grandes filmes do ano. “Ratatouille”, como todo bom filme de animação dos últimos anos, tem um roteiro cujo maior público-alvo – é claro – são as crianças, mas sem esquecer de atingir os adultos. E a história criada por Brad Bird com o auxílio de Jim Capobianco, Emily Cook, Kathy Greenberg e Jan Pinkava tem um apelo universal ao relatar que, não importa a sua aparência, não importa a sua origem, os sonhos são válidos e, principalmente, possíveis de acontecer.

Primeiro filme de animação da Pixar Animation Studios desde a aquisição da empresa pelos estúdios Walt Disney, “Ratatouille” honra a sua origem. Se o prato que dá nome ao filme é sofisticado e de sabor delicioso, o filme da Pixar merece a mesma atenção: deve ser digerido com calma, com o devido respeito e, principalmente, com o apreço do sabor de cada ingrediente. “Ratatouille” – com o perdão do trocadilho – é um filme tão gostoso e saboroso que um bis vai ser uma excelente – e obrigatória – pedida.

Cotação: 9,6

Crédito Foto: Yahoo! Movies

Wednesday, July 04, 2007

Premonições (Premonition, 2007)

É oficial. A atriz Sandra Bullock precisa de um novo agente, afinal o atual parece não estar dando conta do recado, tendo em vista que colocou a sua cliente em dois filmes sobre o mesmo tema: a relação entre espaço e tempo. No primeiro deles, “A Casa do Lago”, do diretor Alejandro Agresti, Bullock e Keanu Reeves interpretam um casal, que vive em tempos diferentes, mas que, mesmo assim, conseguem se corresponder, se apaixonar e ver uma possibilidade concreta de se vivenciar o romance.

No segundo filme, “Premonições”, do diretor alemão Mennan Yapo, Sandra Bullock interpreta a dona-de-casa Linda Hanson, que é casada com o executivo Jim (Julian McMahon) e mãe das garotinhas Megan (Shyann McClure) e Bridgette (Courtney Taylor Burness). Linda, claramente, está passando por uma crise. Ela e seu marido não são carinhosos um com o outro, mas algumas coisas nos chamam a atenção quando ela recebe a notícia da morte de Jim, em decorrência de um acidente de carro: é a frieza com que ela reage ao ocorrido.

Logo em seguida, o roteiro de Bill Kelly começa a desvendar o por quê de tanta frieza. Linda, de certa maneira, sabia que seu marido iria morrer, pois a cada novo dia com que ela se deparava, ela encontrava duas realidades distintas: numa, Jim estava morto; na outra, Jim estava vivo. O que “Premonições” realmente relata, portanto, é a busca de Linda por uma maneira de lutar por aquilo que ela mais valoriza (a sua família), tentar evitar a morte de Jim e, finalmente, fugir do obscuro dia-a-dia que se desenha no seu mundo após o falecimento de seu marido.

Os cinéfilos irão reconhecer, em “Premonições”, traços do filme “Efeito Borboleta”, dos diretores Eric Bress e J. Mackye Gruber, em que o personagem de Ashton Kutcher, ao tentar interferir nos acontecimentos de seu passado, acabava influenciando de maneira negativa o presente de sua vida e das pessoas que mais importavam para ele. Em “Premonições”, os efeitos da interferência de Linda Hanson no passado não levam a conseqüências tão drásticas, mas, definitivamente, os dois filmes carregam um elemento principal em comum: a presença de uma premissa interessante, mas que é trabalhada de forma inadequada.

Cotação: 2,5

Crédito Foto: Yahoo! Movies

Notas Sobre um Escândalo (Notes on a Scandal, 2006)

Em 1997, os Estados Unidos se viram no meio de um caso escandaloso. Uma professora chamada Mary Kay Letourneau foi acusada de ter mantido um relacionamento sexual com seu estudante de apenas 13 anos e condenada a passar sete anos na prisão. A escritora Zoe Heller – talvez, inspirada por este caso – lançou o livro “Anotações Sobre um Escândalo”, em 2003. O filme “Notas Sobre um Escândalo”, do diretor Richard Eyre, adapta justamente esta obra.

O mais interessante no livro de Zoe Heller e na adaptação do roteirista Patrick Marber, é que o olhar da história não vem da professora-provocante, e sim da testemunha ocular de todos os acontecimentos. Barbara Covett (Dame Judi Dench, que foi indicada ao Oscar 2007 de Melhor Atriz pela sua performance neste filme) é uma senhora de meia-idade e que já não tem muita paciência para todo o processo de ensino-aprendizagem. Barbara é um peixe fora d’água nos ambientes em que vive, não só por causa da sua idade, como também – e principalmente – em decorrência da sua personalidade difícil e introvertida. Ela é um objeto tão intrigante, que pouco ficaremos sabendo sobre sua intimidade – fica implícito que Barbara é lésbica e nunca teve um momento íntimo, seja com um homem ou uma mulher.

A rotina da vida pessoal e profissional de Barbara irá virar de ponta-cabeça quando Sheba Hart (Cate Blanchett, que foi indicada ao Oscar 2007 de Melhor Atriz Coadjuvante pela sua performance neste filme), a nova professora de arte do colégio, aparece. Sheba tem vivacidade, magnetismo, uma beleza peculiar e a vontade de mudar o sistema, de ser especial para os seus alunos e de ensiná-los algo que seja útil para a vida deles.

A obsessão é uma preocupação constante, uma idéia fixa. Sheba vira a constante na vida de Barbara, que idealiza o relacionamento que existe entre as duas. A mentira e a traição podem ser os piores remédios para a obsessão, mas, na trama de “Notas Sobre um Escândalo”, elas têm o efeito contrário, pois, quando Barbara descobre que Sheba estava tendo um caso com o jovem aluno Steven Connolly (Andrew Simpson), ela se sente aliviada, pois, finalmente, poderá ter Sheba por completo em suas mãos. O alívio se transforma em raiva quando ela percebe que Sheba não compartilha do seu ideal de amor e de vida. Machucá-la vai se tornar a nova fixação de Barbara – pelo menos até que uma paixão substituta surja na sua frente.

“Notas Sobre um Escândalo” é um filme que trabalha com maestria os três elementos que fazem diferença em uma película: o roteiro, a direção e a atuação. Em 92 minutos, o diretor Richard Eyre e o roteirista Patrick Marber contam uma história cuja paixão e fervor transcendem a tela por causa das excelentes atuações do trio central de atores: Dame Judi Dench, Cate Blanchett e Bill Nighy (que interpreta o marido de Sheba), que dão um verdadeiro show.

Cotação: 9,3

Crédito Foto: Yahoo! Movies