Wednesday, December 27, 2006

O Amor Não Tira Férias (The Holiday, 2006)


A diretora e roteirista Nancy Meyers é uma verdadeira estudiosa dos relacionamentos humanos. Nos seus dois últimos filmes, “Do que as Mulheres Gostam” e “Alguém Tem que Ceder”, as relações entre os homens e as mulheres nas suas diferentes formas – a profissional, a amorosa e a de amizade – foram os temas principais. O mesmo é o caso de “O Amor Não Tira Férias”, seu mais novo filme.

A trama do filme gira em torno de duas mulheres. A londrina Iris (Kate Winslet), jornalista especializada em reportagens sobre casamentos, que é romântica e cometeu o “erro” de se apaixonar perdidamente pelo colega de trabalho Jasper (Rufus Sewell, o coadjuvante de luxo do ano de 2006) – que não corresponde ao sentimento e, ainda por cima, vai se casar. E a norte-americana Amanda Woods (Cameron Diaz), uma montadora de trailers de filmes, que é viciada em trabalho, fria e distante e possui um relacionamento com o compositor Ethan (Edward Burns) – que está traindo-a com uma recepcionista de 24 anos.

A decepção com os homens faz com que Iris e Amanda tomem uma decisão drástica: a de se afastar de tudo e de todos durante a época do Natal. As duas, então, entram em um programa de intercâmbio de casas. Dessa forma, Iris troca o seu bucólico, simples e aconchegante chalé no interior da Inglaterra pelo luxo, conforto e grandiosidade da mansão de Amanda; e vice-versa.

Como diz o velho ditado: se uma porta se fecha, outras irão se abrir. No caso particular de Iris e Amanda, isso irá acontecer de forma literal e as transformações pelas quais as duas irão passar englobarão muito mais do que a mudança de ares. Ao conhecer o roteirista aposentado de Hollywood Arthur Abbott (Eli Wallach), seus amigos, e o compositor Miles (Jack Black), Iris se tornará uma mulher confiante, com ótima auto-estima e pronta para amar novamente. Já Amanda, que conhece Graham (Jude Law), o irmão de Iris, vivenciará o amor da maneira mais idealizada possível.

Em “O Amor Não Tira Férias”, Nancy Meyers criou duas tramas paralelas que estão muito bem unidas, pois falam sobre o amor de uma maneira real. Claro que, durante o filme, veremos aqueles tão conhecidos clichês do cinema, mas, para “O Amor Não Tira Férias”, o que importa é perceber – na sua mais pura forma – que a receita para amar passa, em primeiro lugar, pelo amor próprio. O clima do filme é leve e divertido, e toda essa descontração está colocada na grande tela pelo ótimo elenco do filme, em especial Kate Winslet (como é bom vê-la genuinamente bela e feliz num filme), Jack Black, Eli Wallach, Jude Law e pelas atrizes mirins Miffy Englefield e Emma Pritchard (que participam de um dos momentos mais legais de “O Amor Não Tira Férias”). A única que destoa do resto do elenco é Cameron Diaz, que, em nenhum momento, consegue despertar a simpatia pela sua Amanda.

Cotação: 7,8

Crédito Foto: IMDB

15 comments:

Wanderley Teixeira said...

Da Nancy eu gostei mais de Alguém tem que ceder,até mesmo por uma certa "ousadia" da diretora em escalar o casal principal.Quanto a The Holiday realmente Winslet brilha e o senhorzinho Eli Wallach.Já Jude Law e Diaz são os pontos fracos...Mas é uma boa pedida para distrair a cabeça...

Kamila said...

Realmente, Wanderley, o filme é uma boa distração. Também gosto mais de "Alguém tem que Ceder", um filme que é quase perfeito. E só discordo quando você diz que o Jude Law está fraco no filme. Acho que ele foi bem. O personagem dele era bem interessante. Um homem que aparentava ser algo quando, na verdade, era outro completamente diferente. Me surpreendi com a reviravolta na história dele.

Kamila said...

Bom, Túlio, elas só aparecem juntas em uma cena do filme. E, na minha opinião, a Kate está bem mais bonita do que a Cameron no filme.

Anonymous said...

Pelo trailler, achei a trama desse filme com um quê de "Alguém tem que ceder".

E para mim, é meio frustrante assistir a esse tipo de filme pq a saio do cinema me sentindo um merda, sem ter nenhuma namorada por perto.

Então, como você deu nota não muito "chamativa", e como, ultimamente tenho ido assistir aos filmes sozinho, não vou assisti-lo para não me sentir um merda 2 vezes.

Kkkkkkkkkk..

Bjs!

Museu do Cinema said...

Adoro a Kate Winslet e o Jude Law, e acho as comédias românticas da Nancy Meyers ótimas, mas vou deixar para ver esse filme em DVD.

Anonymous said...

Kamila, você foi muito benevolente na sua nota, este filme mal merece um 6,0 e só não foi ruim graças a sempre maravilhosa Kate Winslet, ela é a melhor atuação do filme , seguida por aquele simpático velhinho...Adorei as cenas dos dois juntos.. ODIEI a Cameron Diaz, achei a atuação dela muito estereotipada e nada sutil (o contrário do que ela conseguiu fazer no ótimo "Em Seu Lugar"). E o pior é que a história se foca mais na história da Amanda, blehhhh.. Eu odiei a edição tb. Ficava torcendo pra o filme volta pra LA toda hora...Na Inglaterra eu só gostei da cena de Jude e Cameron com aquelas adoráveis criancinhas:)Ahh..adorei a observação "o coadjuvante de luxo do ano", pode crer!!!

beijos
^.^

Anonymous said...

hahahaha Felipe, é normal..Quantas vezes eu não assistei aos mais melosos e românticos filmes sozinha... Coisa de cinéfilo(a) mesmo, afinal, o cinema para mim sempre foi o mais delicioso escape da realidade. Nunca me importei de ser a única menina sozinha na sala de cinema, inclusive quando esta se encontrava lotada de gente. Chorei, ri e gargalhei sozinha centenas de vezes, nos mais diversos filmes. E raríssimas vezes eu tive alguém do sexo oposto ao meu lado para dividir a experiência. Acho que só rejeitei a sala de cinema nos momentos em que estive muito mal por dentro, mas isso sempre passa.

Feliz ano novo a todos que visitam esse blog;)

beijos
^.^

Kamila said...

Felipe, eu me sinto do mesmo jeito, é normal. Assisto aos filmes de comédia romântica mesmo só para ficar meio tristinha porque não tenho, no momento, ninguém ao meu lado. Suspiro mesmo com as histórias de romance e filmes como esse me fazem querer ter alguém para dividir as experiências, como bem disse o segundo comentário de Romeika, com o qual eu me identifico.

Beijos!

PS: E, só por curiosidade, na sessão que eu assisti ao filme só tinha um casal, o resto do público (incluindo a minha pessoa) era formada por mulheres que estavam sozinhas. No meu caso, tive a companhia da minha irmã mais velha e, ainda bem que ela não levou o marido, senão ia ficar segurando vela, aí não seria legal mesmo (se bem que eu já estou acostumada a segurar muita vela para os dois). hehehehehehehehe

Kamila said...

Cassiano, pode deixar para assistir a este filme em DVD, porque não vale a pena assistí-lo no cinema.

Kamila said...

Romeika, fui boazinha? Minha nota relativamente boa foi só por causa mesmo da Kate Winslet. A história dela realmente era a melhor do filme e eu também ficava querendo o tempo todo que a Nancy voltasse para LA para poder continuar acompanhando a história dela.

Faço minhas as suas palavras sobre a Cameron Diaz, que está nos meus piores de 2006. :-)

E, para completar, não sei se você concorda comigo: sei que o filme é de comédia romântica e a gente precisa do final feliz, mas eu teria ficado muito mais satisfeita se a personagem da Kate tivesse terminado sozinha. Acho que ela precisava disso, sairia muito mais forte e pronta para tudo se tivesse terminado sozinha. Isso é só uma sensação. Karina não concordou comigo, queria que ela tivesse terminado mesmo com o Jack Black.

Anonymous said...

Eu odiei aquele final!! Achei tão forçado... Não me convenceu aquele "amor" da personagem de Winslet e do Jack Black... E aquele final nem é carne nem é peixe, o que fica subentendido daquilo? Depois do ano novo, cada um volta para o seu canto e..?

Kamila said...

Romeika, pelo que eu entendi, depois do ano novo, todos viverão felizes para sempre, como é de praxe nos filmes de comédia romântica. hehehehehehe

Anonymous said...

oi pessoal!!
sou nova aqui!! não sou uma cinéfila de carteirinha, ainda, mas gosto muito de ir ao cinema, principalmente para assitir a comédias românticas.
Gostaria de saber se alguém aqui sabe quais são os filmes que estavam na lista que o velhinho deu para a "Iris" assistir. Gostaria de assistir alguns filmes antigos bons e, acho que qualquer um que estiver naquela lista, será um filme de bom gosto.
Mudando de assunto, ainda não assistir o novo filme de 007. O que você acha??
abraço!!

Anonymous said...

Procurei pela trilha sonora do filme, que parece ter um James Taylor, um soul feminino bem legal no final, mas não encontrei em lugar nenhum. Se alguém conseguir, pode me passar?
luiz_serenini@hotmail.com

Daniel Winter said...

Oi Kamila... Não sei se estou certo. Esse é seu nome? Não quero te chamar de cinéfila-jornalista. Muito impessoal...rsrsrs
A propósito desse filme, "O Amor Não Tira Férias", o que eu quero te dizer é que ele pode ser visto sob diferentes enfoques. É um típico filme bem dentro dos padrões "Nancy Meyers" de fazer cinema. Esses filmes despretensiosos mas que sempre nos fazem sentir na pele dos personagens. Alguém poderia agora entrar no teu blog e comentar que ele retrata o universo feminino com exatidão. E eu concordo que as personagens femininas nesse filme são fascinantes. Mas eu quero ir além e dizer que tem o outro lado da moeda também. O do homem ( Graham ), que chora e que não tem o menor problema de admitir. Existem certos tabus que fazem algumas mulheres acreditar que a sensibilidade não combina com a personalidade masculina. Mas nesse filme tem o cara que tem duas filhas lindas e é um pai extremanente amoroso. E que é capaz de chorar por uma mulher que vai embora. Adorei. Por que eu me vi nesse cara. E também não acho que tenha o menor problema chorar por uma mulher ou por qualquer coisa que seja capaz de me emocionar. Parabéns pelo blog. Muito bonito. E cheio de coisas interessantes. Aguardo teu contato!
DANIEL
http://winterdaniel.blogspot.com/