Saturday, May 26, 2007

Piratas do Caribe - No Fim do Mundo (Pirates of the Caribbean - At World's End, 2007)

Se existe alguma razão por trás do sucesso dos filmes da série “Piratas do Caribe”, ela atende pelo nome de Johnny Depp. O carisma e a afetação do ator como o capitão Jack Sparrow conquistou, não só a crítica, como também o público. Se no primeiro filme, “A Maldição do Pérola Negra”, Sparrow rouba a cena; e, no segundo, “O Baú da Morte”, ele carrega o filme sozinho; no terceiro – e último – filme da série, que se chama “No Fim do Mundo”, os roteiristas Ted Elliott e Terry Rossio não se esquecem de Jack, mas dão chance para que a maioria dos personagens do filme tenha o seu momento para brilhar.

A trama central de “Piratas do Caribe – No Fim do Mundo” se passa num momento particularmente difícil para os piratas. O lorde Cutler Beckett (Tom Hollander) assinou um decreto que condena à morte (sem direito de defesa) qualquer pessoa que fez ou que esteja associada à pirataria. Com a ameaça da extinção do grupo, os líderes piratas decidem se reunir em sua própria organização – a Confraria dos Piratas – para tentar criar uma estratégia de defesa contra o poderoso lorde. Todos os líderes piratas estão disponíveis para ir à reunião – inclusive o recém-ressuscitado capitão Barbossa (Geoffrey Rush) – menos Jack Sparrow, que foi condenado ao mundo dos mortos por causa de sua dívida com Davy Jones (Bill Nighy). Portanto, Barbossa, Elizabeth Swann (Keira Knightley) e Will Turner (Orlando Bloom) se unem no comando do Pérola Negra para resgatar Jack do mundo dos mortos.

No entanto, o espectador vai logo perceber que cada um dos membros da Confraria e do Pérola Negra tem seus próprios interesses nesta missão. Davy Jones e o capitão Sao Feng (Chow Yun-Fat) querem passar a perna um no outro e em todos os outros, ao mesmo tempo. Barbossa quer recuperar o comando solitário do navio Pérola Negra. Will Turner quer o navio para si para poder resgatar seu pai (Stellan Skarsgaard) do domínio de Davy Jones. Elizabeth Swann, finalmente, dá mostras de sua maturidade e toma as rédeas da situação – mas, só porque quer encerrar tudo para poder viver tranqüilamente ao lado de seu amor Will. Já Jack, como sempre, quer ir atrás do acordo que é mais vantajoso para ele. Gravitando em torno destes personagens, está o lorde Beckett, que vai enganando o máximo de pessoas possível para poder ele mesmo ser o dominante geral dos mares.

Assim como aconteceu em “Piratas do Caribe 2 – O Baú da Morte”, o espectador vai se deparar com um filme executado de forma brilhante (os efeitos visuais continuam excelentes e as cenas de ação são ótimas), mas com um roteiro sofrível. O excesso de sub-tramas prejudica – e muito – o ritmo do filme. “Piratas do Caribe – No Fim do Mundo” é um filme tão cheio de acontecimentos que se julgam importantes, que não deu para o diretor Gore Verbinski concluir todas as suas histórias da maneira correta – para se ter uma idéia, a história de Elizabeth e Will só vai ser concluída com uma cena ridícula e desnecessária que o diretor coloca após os créditos finais do filme.

Provavelmente, “Piratas do Caribe – No Fim do Mundo” vai ser um enorme sucesso de bilheteria, muito em parte graças ao ator Johnny Depp e seu sempre ótimo Jack Sparrow. No entanto, o filme oferece alguns outros atrativos, como a presença de Keith Richards, guitarrista dos Rolling Stones e inspiração de Johnny Depp para a composição de Sparrow, como o capitão Teague (o pai de Jack). No entanto, nada disso faz com que se tire o gosto de que as seqüências do “Piratas do Caribe” original foram só uma desculpa para arrecadar ainda mais dinheiro. Espero que depois disso, o produtor Jerry Bruckheimer abandone qualquer idéia de spin-off, pois a saga de Jack Sparrow, Elizabeth Swann e Will Turner já deu o que tinha que dar.

Cotação: 5,5

Crédito Foto: Yahoo! Movies

14 comments:

Marcus Vinícius said...

A primeira frase do texto não podia ser mais certeira. Deep tá muito bem mesmo, eu ria só de ver trejeitos dele. Blockbuster, não dá pra se esperar muito, mas no fim até achei bem divertido. Daria nota 6 pra ele.

Até mais!

Kamila said...

Marcus, para mim, "Piratas do Caribe" só tem graça mesmo por causa do Johnny Depp.

Alex Gonçalves said...

Mesmo sendo um blobkbuster, creio que a série “Piratas do Caribe” tenha um bom conteúdo, comparando a média de produções que tem poucos cuidados no departamento do roteiro. Em “No Fim do Mundo” houve duas falhas que me incomodaram de algum modo, que foram a perca de ritmo em algumas sequências na metade da metragem e o destino de personagens secundários um tanto insatisfatórios, como a Tia Dalma (Naomie Harris) ou Sao Feng (Chow Yun-Fat). Ainda assim, o filme funciona quase que perfeitamente como aventura com muito humor, o que já é válido. Só fiquei curioso com a cena após os créditos finais que você falou, Kamila...

Otavio Almeida said...

Pois eu vi de novo e adorei de novo! Há muita coisa ruim nesse mundo real... preciso de mais diversão na minha vida...

Bjs!

Túlio Moreira said...

Kamila, uma pena mesmo eu não poder comentar esse filme. Como disse pro Otavio, não tive tempo de ver os outros dois e nem arrisco ir ao cinema pra conferir esse terceiro sem uma iniciação prévia.

bjão!

Kamila said...

Alex e Otávio, eu não estou dizendo que a série "Piratas do Caribe" não tenha conteúdo ou não seja divertida. Só acho que "O Baú da Morte" e "No Fim do Mundo" pecam pelo exagero. Tudo é grande demais ou está em excesso. E isso prejudicou estes filmes, na minha opinião.

A cena após os créditos finais, Alex, envolve Elizabeth e Will. Já, já devem colocar no You Tube.

Túlio, eu, se fosse você, nem assistiria ao filme no cinema. Deixa para ver no conforto de sua casa mesmo. :-)

Beijos.

Alex Gonçalves said...

Não discordo de você, Kamila, pois o filme “Piratas do Caribe – A Maldição do Pérola Negra” (o melhor desta até então trilogia) estava com os níveis mais controlados. E vou ficar atento ao trecho de Will e Elizabeth, pois não estava com muito tempo para aguardar se havia alguma cena após os créditos finais.
Beijos para você também.

Túlio Moreira said...

Kamila, de preferência assistindo na tv aberta, pra não precisar gastar dinheiro com locação, hehehehe

bjs!

Kamila said...

Alex, eu só fiquei até o final dos créditos, pois o funcionário do cinema me alertou sobre a cena. :-)

Túlio, de preferência mesmo, espere pela TV aberta. Não gaste seu dinheiro com a locação!!! :-)

Beijos.

Museu do Cinema said...

Piratas do Caribe 21, eu parei no primeiro.

Outro dia li um comentário interessante perguntando qual o segredo do sucesso dessa franquia?

Otavio Almeida said...

Ah, essa eu sei, Cassiano! Além de diversos fatores que escrevi lá no blog, mas que não agradam a todos, claro, há o fator JOHNNY DEPP como JACK SPARROW. Esse é o achado! Nisso, todos concordam. Ao menos, 90% de quem gosta de cinema. E a Kamila tb gosta do Jack Sparrow... :-)

Abs!

Kamila said...

O Otávio respondeu por mim, Cassiano! :-)

E eu concordo com ele. A razão por trás do sucesso da franquia é Johnny Depp e seu Jack Sparrow.

Otavio Almeida said...

Ei, Kamila! Obrigado pelo comentário lá no blog sobre VOLVER.

Bjs!

Kamila said...

De nada, Otávio!

Beijo.