Tuesday, August 21, 2007

Alpha Dog (Alpha Dog, 2007)

O filme “Alpha Dog”, que foi escrito e dirigido por Nick Cassavetes, apresenta uma série de antíteses. A primeira delas vem logo nos créditos iniciais do filme, quando escutamos uma versão belíssima da clássica música “Over the Rainbow”, cantada por Eva Cassidy, embalando uma série de vídeos caseiros, com imagens de crianças fazendo coisas comuns e aparentando ingenuidade. Logo em seguida, na primeira cena de “Alpha Dog”, vemos estes mesmos meninos – agora bem crescidinhos – exalando uma segurança, arrogância e nenhum ar ingênuo. Eles, na realidade, fazem agora parte de um grupo que trafica drogas sob a liderança de Johnny Truelove (Emile Hirsch).

Os garotos podem estar crescidos, mas falta a eles ainda muita maturidade. A trama criada por Nick Cassavetes define muito bem o perfil destes jovens – além de Johnny, temos em destaque, Tiko Martinez (Fernando Vargas), Frankie Ballenbacher (Justin Timberlake, ótimo), Elvis Schmidt (Shawn Hatosy), Bobby “911” (Alex Solowitz), Keith Stratten (Christopher Marquette), dentre outros. Eles são filhos de lares desfeitos e que foram criados sem qualquer imposição de limites. Os jovens não possuem noção clara de responsabilidade e agem, basicamente, pelo impulso. É justamente num desses rompantes que Johnny tem uma idéia que vai mudar para sempre o destino do grupo do qual faz parte. Para ter uma garantia de que vai receber uma dívida de drogas de Jake Mazursky (Ben Foster, excelente), ele decide seqüestrar o irmão mais novo dele, que se chama Zack (Anton Yelchin).

É a partir deste momento que entramos em contato com a segunda antítese presente em “Alpha Dog”. Zack, ao contrário dos outros garotos, vem de um lar sólido. Ele tem hora para chegar em casa e uma mãe (Sharon Stone) zelosa. Aos 15 anos, ele está começando a entrar naquela fase em que começa a se rebelar um pouco contra os cuidados paternos. Para ele, é um sonho tornado realidade estar ali em contato com aqueles jovens que fazem tudo aquilo que querem. Em outras palavras, Zack parece estar em uma colônia de férias, ao invés de estar sendo seqüestrado.

Baseado na história real de Jesse James Hollywood, um traficante que fez uma pequena fortuna na Califórnia e que foi preso em 2005, na praia de Saquarema, no Rio de Janeiro; “Alpha Dog” é um filme que analisa de maneira perfeita o estilo de vida inconseqüente que muitos jovens teimam em viver, enquanto seus pais – se enxergam isso – fingem não notar que nada de errado vai acontecendo à sua volta. Fica claro para quem assiste ao filme que o diretor e roteirista Nick Cassavetes, com a sua obra, não quer passar a mão em cima da cabeça de quem faz o tipo de coisa feita por Johnny Truelove e seu bando. E é justamente esta parcialidade o que mais prejudica “Alpha Dog”. Cassavetes explora muito bem seus atores e personagens jovens, mas se esquece daqueles que poderiam fornecer os momentos mais poderosos ao filme: os pais desses garotos.

Cotação: 7,0

Crédito Foto: Yahoo! Movies

22 comments:

Anonymous said...

Bom filme, mas acho que o diretor fica tempo demais culpando os pais dos garotos por como suas vidas acabaram, ao invés de investigar a fundo as emoções deles. Mas tem muitos momentos fortes e bem orquestrados. Gostei do elenco, em especial, Stone e Timberlake.

Nota 6,5 ou 7,0 (vou rever hoje)

Arthur said...

>,<

Quero ver, todo mundo ta falando bem!
É realmente de surpreender que Timberlake tenha se dado bem, após o fraquíssimo Eddison!

Boa Semana!

Gustavo said...

É um bom filme, mas acho que perde ritmo na parte final, acaba ficando chato mesmo. A estrutura, intercalando narrativa com aquelas entrevistas funciona apenas com a Sharon Stone (ótima), o resto é negação. Justin Timberlake é a grande surpresa, surpresa MESMO. Achei o Ben Foster um pouco exagerado, meio que Ed Norte em "A Outra História Americana" wanabee.

É um bom filme, mas fica aquela sensação de que podia ter sido algo a mais.

Museu do Cinema said...

Eu gosto muito da Eva Cassidy, ela além de uma bela voz consegue dar uma roupagem nova a velhas canções sem deixa-las estranhas.

Kamila said...

Wally, eu acho que é justamente o contrário. O diretor coloca pouco a culpa nos pais. O que eu acho que é o maior foco dele é mostrar como é inconsequente a vida desses adolescentes sem freios, sem limites. Eu gostaria de ter visto mais dos pais. E concordo com o que você diz sobre o elenco.

Arthur, eu fiquei impressionada com o Justin, porque eu não sou a maior fã dele, mas, neste filme, ele demonstra certo talento para a atuação.

Gustavo, eu não acho que "Alpha Dog" perde ritmo na parte final. E não concordo também com seu comentário sobre o Ben Foster. Já é a segunda pessoa que acha a atuação dele exagerada e eu acho justamente o contrário. Ele poderia cair no exagero, mas se sai muito bem. Gosto principalmente da caracterização física dele. Passei um bom tempo para reconhecê-lo.

Cassiano, eu não conhecia a Eva Cassidy, mas adorei a versão dela para "Over the Rainbow". Belíssima.

Ramon said...

Toh pagando pra ver essa boa atuação do Timberlake. Concordo com o Arthur sobre o fraco Eddison.
No mais, esotu ansioso para assitir o filme.

Museu do Cinema said...

Conheça então Kamila, eu devo ter uns 3 mp3 dela, incluindo ai uma versão de Sting, Van Morrison e True Colors...sensacional.

Kamila said...

Ramon, o Timberlake está muito bem mesmo neste filme.

Cassiano, li um pouco sobre a história dela na Wikipédia e fiquei impressionada. Vou buscar mais coisas sobre a Eva Cassidy.

Marcus Vinícius said...

To bastante afim de ver. Li bastante gente elogiando o Timberblake nesse filme. Bem, melhor que o Ben Afleck ele deve ser, hehehe. =D

Beijos

Rogerio said...

To doido pra ver esse filme. eh o proximo da lista.

Romeika said...

Kamila, muito boa a crítica, mas como eu te disse na época em que vi o filme, eu não gostei muito do modo que o roteiro se desenvolveu. Acho aqueles momentos finais um anti-clímax, foi uma tortura assistir as cenas que antecedem vc sabe o que. O Justin Timberlake realmente foi uma surpresa, e quanto ao Ben Foster, ele tem muita força e expressão na atuação, mas em algumas cenas ele pareceu um tanto over.

Tb senti falta dos pais nos roteiros. Fora aquele momento bizarro da Sharon Stone no fim, pouco se viu do lado dos pais.

Kamila said...

Marcus, olha, eu sou suspeita para falar do Ben Affleck porque não sou a maior fã dele. Mas, confesso, mais uma vez, o quanto fiquei surpreendida pelo Justin Timberlake. Muito bom.

Romeika, eu gostei da maneira como o roteiro de "Alpha Dog" se desenvolveu, apesar de achar que aquelas cenas de entrevista meio que quebram o ritmo do filme. No mais, vou continuar defendendo o Ben Foster. Ele poderia ter caído no exagero, mas foi o contrário. Uma ótima atuação dele.

Gustavo said...

Ah Kamila, eu tava achando bem mais interessante a parte inicial, que monta um panorama bem atual da juventude moderna. Depois acaba nessa trama de assassinato e acaba ficando meio chatinho.

O Ben Foster exagera no berros, caras e bocas. Repito: parece que quis imitiar o Ed Norton em "A Outra História Americana" mas não tem muito sucesso.

Kamila said...

Mas, Gustavo a questão do assassinato era só a consequência desse panorama da juventude moderna que nunca pensa na consequência dos atos que toma.

Anonymous said...

Também gostei desse filme, Kamila. Como você disse no último (e belo) parágrafo, acho que os adultos poderiam ganhar mais atenção na trama, até mesmo porque a Sharon Stone tem um único momento para brilhar. Contudo, o retrato da juventude é muito bom mesmo e os atores são ótimos, como destaque para o Timberlake e o Foster.

Ah, adorei a versão de "Over the Rainbow", até comentei em minha crítica na época.

Abraço!

Kamila said...

Vinícius, eu acho que "Alpha Dog" é um bom filme, que retrata com perfeição a juventude e que seria perfeito se colocasse os pais juntos desses jovens. E, finalmente, alguém para concordar comigo a respeito do Foster. :-)

Como eu disse ao Cassiano, não conhecia a Eva Cassidy e amei a versão dela para "Over the Rainbow". Acho que uma das mais bonitas versões que esta música já recebeu.

Beijos.

Anonymous said...

Kamila, revi o filme e percebi o meu equívoco. Segue-se o mesmo que disse à Alex, no blog dele:

"Revi o filme hoje e percebi o que você falou. A grande falha do diretor foi começar com uma abordagem e não saber trabalhar ela da maneira mais certa. Achei irritante ele culpar os pais o tempo todo pois ele não trabalhou isso de forma dramaticamente instigante, com exceção da cena protagonizada por Sharon, no final, intensamente marcante. O filme traça bem a juventudade dos personagens, tem boas atuações (odiei a de Ben Foster, dicordando de Kamila, achei um completo exagero, risível até), mas de resto, todos competentes. Percebi minha falha na análise e continuo gostando do filme, mas de qualquer forma, acredito que não foi o filme que Nick queria fazer e por isso, não se torna melhor.

Nota 6,5 ainda. "

Grande abraço.

Kamila said...

Wally, é isso que é bom no cinema. A gente, às vezes, tem uma primeira opinião sobre o filme, que muda completamente após uma segunda visita.

Eu concordo em partes com o que você diz agora. Acho que o Nick queria até fazer um filme culpando os pais, mas ele se pega pelo fascínio (e repulsa) que ele sente pelos jovens e acaba sendo parcial demais. Olhando somente o lado da juventude.

Bom final de semana!

Anonymous said...

Arrisco dizer que o Ben Foster será indicado ao Oscar por essa atuação. Ótimo filme, e acho que o fato de os pais não estarem presentes nele foi uma maneira de o Cassavetes demonstrar a ausência deles para os personagens. Uma forma de "demonstrar não mostrando". Mas isso é apenas uma intuição.

Abraços =)

Anonymous said...

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