“Hassan sabia. Sabia que eu tinha visto tudo o que aconteceu naquele beco; sabia que eu estava parado lá e não tinha feito nada. Sabia que tinha sido traído e estava me salvando mais uma vez; a última, quem sabe. Naquele momento eu o amei; mais do que jamais amei qualquer outra pessoa, e quis dizer a todos que eu é que era a serpente oculta na grama, o monstro no fundo do lago. Não merecia aquele sacrifício; era um mentiroso, um impostor, e um ladrão. E teria feito isso mesmo, se não fosse o fato de uma parte de mim estar feliz. Feliz porque logo, logo tudo aquilo estaria terminado. Meu pai os mandaria embora; haveria algum sofrimento, mas a vida poderia continuar. Era isso que eu queria: seguir em frente, esquecer, começar uma vida nova. Queria ter condições de respirar novamente”. (p. 110)
Assim como acontece no livro “Reparação”, de Ian McEwan, a história de “O Caçador de Pipas”, do escritor Khaled Hosseini, trata do sentimento de culpa. Sendo que, no livro de Hosseini, a culpa não vem do ato cometido, e sim da omissão. Do fato de que uma pessoa faltou com outra, que sempre esteve disponível para defendê-la.
O livro conta a história dos amigos Amir e Hassan, que, apesar das origens étnicas, sociais e econômicas diferentes, foram criados juntos como irmãos e compartilhando das brincadeiras e, principalmente, do amor que ambos os seus pais possuíam por eles. Usando como pano de fundo o Afeganistão (país que fica localizado no subcontinente indiano), o escritor Khaled Hosseini trata de temas como a amizade, a traição, a coragem, a dignidade e a honra.
“O Caçador de Pipas” tem uma estrutura bem complexa que segue as conseqüências do ato de omissão de Amir ao longo dos anos e das mudanças ocorridas no Afeganistão (a invasão dos soviéticos e a conseqüente expulsão deles pelo Taliban, que dominou o país posteriormente em um regime marcado pela intolerância) e que levaram Amir e seu pai a abandonarem o luxo e a riqueza que possuíam para irem recomeçar a vida nos Estados Unidos.
A história contada por Khaled Hosseini será adaptada em um filme escrito por David Benioff e dirigida por Marc Forster (de “A Última Ceia”, “Em Busca da Terra do Nunca” e “Mais Estranho que a Ficção”), a estrear no dia 14 de dezembro, nos Estados Unidos. A adaptação tem sido tratada com bastante cuidado, principalmente por causa de uma cena crucial envolvendo os personagens Hassan e Assef, para evitar maiores polêmicas. Mas, é inegável o material denso e emocionante que os envolvidos no filme têm em mãos. “O Caçador de Pipas” é um livro triste, que só peca pela previsibilidade de alguns de seus trechos, e que mostra que o momento certo de se fazer o bem é agora.
“O Caçador de Pipas” (2003)
Autor: Khaled Hosseini
Editora: Nova Fronteira
O livro conta a história dos amigos Amir e Hassan, que, apesar das origens étnicas, sociais e econômicas diferentes, foram criados juntos como irmãos e compartilhando das brincadeiras e, principalmente, do amor que ambos os seus pais possuíam por eles. Usando como pano de fundo o Afeganistão (país que fica localizado no subcontinente indiano), o escritor Khaled Hosseini trata de temas como a amizade, a traição, a coragem, a dignidade e a honra.
“O Caçador de Pipas” tem uma estrutura bem complexa que segue as conseqüências do ato de omissão de Amir ao longo dos anos e das mudanças ocorridas no Afeganistão (a invasão dos soviéticos e a conseqüente expulsão deles pelo Taliban, que dominou o país posteriormente em um regime marcado pela intolerância) e que levaram Amir e seu pai a abandonarem o luxo e a riqueza que possuíam para irem recomeçar a vida nos Estados Unidos.
A história contada por Khaled Hosseini será adaptada em um filme escrito por David Benioff e dirigida por Marc Forster (de “A Última Ceia”, “Em Busca da Terra do Nunca” e “Mais Estranho que a Ficção”), a estrear no dia 14 de dezembro, nos Estados Unidos. A adaptação tem sido tratada com bastante cuidado, principalmente por causa de uma cena crucial envolvendo os personagens Hassan e Assef, para evitar maiores polêmicas. Mas, é inegável o material denso e emocionante que os envolvidos no filme têm em mãos. “O Caçador de Pipas” é um livro triste, que só peca pela previsibilidade de alguns de seus trechos, e que mostra que o momento certo de se fazer o bem é agora.
“O Caçador de Pipas” (2003)
Autor: Khaled Hosseini
Editora: Nova Fronteira
17 comments:
Acho que a adaptação cinematográfica tem tudo para ser um dos melhores filmes do ano, ao menos estou torcendo para isso. Sem dúvida é um dos mais aguardados por mim (mesmo sem ter lido a obra).
Também para mim é um dos projetos mais aguardados desse fim de ano. O livro é excelente e é um material riquíssimo para uma adaptação cinematográfica. Se o filme alcançar toda a densidade do livro sem ser piegas terá cumprido seu papel. Vi pouca cosa do Marc Foster, mas confio no seu talento.
Vinícius, também aposto que este filme será um dos melhores de 2007. O Marc Forster tem a sensibilidade para um tema como o tratado pelo filme. E, se tiver tempo, recomendo a leitura do livro.
Rafael, concordo. Como disse ao Vinícius, acho que o Marc Forster vai saber ter a sensibilidade correta para abordar o tema do livro. Acho que o projeto tem tudo para ser um dos filmes mais emocionantes de 2007.
Bom final de semana!
É um livro muito bom que tem de tudo para se tornar um filme maravilhoso, acho que como O Código DaVinci, o livro O Caçador de Pipas, já é um roteiro ótimo para cinema.
Concordo, Cassiano. "O Caçador de Pipas" é um filme que nasceu pronto para o cinema. Eu só espero que a adaptação cinematográfica deste livro supere à de "O Código da Vinci".
Bom final de semana!
Poxa Kamila, mas eu adorei O Código DaVinci!
Adoro esse livro. Mesmo. Preciso ler novamente antes de chegar o filme. Farei isso após acabar de ler "A Bússola de Ouro".
Por sinal estou lendo! E acabei de passar desse trecho que você colocou. Sem dúvida é uma história forte, e deve virar um filme tanto quanto sim!
Beju!
Parece ser uma história bem emocionante, Kamila. Não sabia nada da história do livro, nem expectativas quanto ao filme eu tinha, mas depois da sua crítica ficarei de olho na estréia. Bom fds!
Tenho muita vontade de ler "O Caçador de Pipas", do que TODOS falam maravilhas. Espero que o filme de Marc Foster renda bastante.
Adoro esse livro, realmente me emocionei lendo e aguardo imensamente o filme, cruzando os dedos...
Cassiano, eu gosto do livro "O Código DaVinci", mas acho que a adaptação do Ron Howard é mediana.
Matheus, eu acho que "O Caçador de Pipas" é um daqueles livros que a gente sempre vai procurar ler novamente.
Victor, a história do livro é muito forte mesmo, mas chega uma hora em que muita coisa fica previsível. E acho que esse é o maior pecado do livro.
Romeika, você que gosta de uma boa leitura, deveria ler esse livro, que é muito bonito.
Alex e Wally, as minhas expectativas são as mesmas que as suas.
"...momento certo de se fazer o bem é agora." Depois que eu li esse livro fique com a frase "Ainda dá tempo de ser bom" na minha cabeça um bom tempo. O Caçador de Pipas é um livro muito bom. Mas é impossível negar a carga emocional extra que o autor tenta impor a trama, às vezes ajuda e quase sempre atrapalha. Acho que o filme tem um grande potencial de ser o papa-oscar do ano, tem tudo o que a Academia gosta, de drama social a conflitos pessoais complexos e um final que te deixa um tanto estático. Torço fortemente para que seja um filme com a intensidade correta, se isso acontece vai tocar em cheio.
Kamila, fica a dica, então! Ah, comentei no teu post de "O Vigarista do Ano".
Luciano, eu tenho a mesma impressão que você em relação ao autor de "O Caçador de Pipas". E sua última frase dialoga com meu último parágrafo. Os envolvidos no filme têm um excelente material em mãos. Tomara que eles consigam fazer um filme com a intensidade correta.
Romeika, vou dar uma olhada lá.
Kamila, adoro todos os trabalhos do Marc Forster. Até mesmo "A Passagem" (o mais fraco deles) tem alguns aspectos positivos. E "A Última Ceia" e "Em Busca da Terra do Nunca" ganharam facilmente 5 estrelas na minha cotação, sem falar que "Mais Estranho que a Ficção" é muito bom também.
Boa semana!
Vinícius, também gosto muito do Marc Forster. Acho que ele é um baita diretor. Tenho altas expectativas sobre esse filme, ainda mais depois de ler o livro.
Boa semana para você também!
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