O ofício principal de um escritor é ser o observador dos acontecimentos e relatá-los de maneira que se faça clara para o leitor. Briony Tallis (interpretada aqui pela talentosíssima irlandesa Saoirse Ronan – anotem este nome), uma garota de 13 anos, e que engatinha seus primeiros passos no mundo da escrita, não se contenta em ser uma observadora passiva dos fatos. Ela quer participar da ação e a história de “Desejo e Reparação”, filme do diretor Joe Wright, passa por essa vontade de Briony e, mesmo quando ela não se faz presente em cena, nós podemos senti-la através das conseqüências de seus atos na vida de toda a sua família.
O filme começa no ano de 1935, quando, no dia mais quente do ano na Inglaterra, veremos a reunião familiar dos Tallis (a mansão está cheia de filhos, amigos e primos). O final de semana promete ser de consagração para Briony, que terminou de escrever a sua primeira peça (chamada “Arabella em Apuros”) e prepara a encenação da mesma para a platéia familiar. Como veremos, o final de semana também será importante para a irmã mais velha de Briony, Cecilia (Keira Knightley, no seu segundo trabalho com Joe Wright), a qual reencontrará Robbie Turner (James McAvoy) – amigo de infância e filho da governanta (Brenda Blethyn) dos Tallis –, um rapaz com quem ela tem uma relação mal-resolvida e com quem entrará em termos numa das cenas mais belas do ano de 2007.
Por ter somente 13 anos de idade e uma experiência de vida ainda em processo, Briony não entende o que está acontecendo à sua volta. Cega pela paixonite que alimenta por Robbie e ansiosa pelo desejo da atenção que lhe foi negada, Briony comete o ato definitivo de sua vida ao acusar Robbie de um bárbaro crime que ele não cometeu. É justamente este acontecimento que fundamenta toda a trama de “Desejo e Reparação”.
Se o primeiro – e brilhante – ato do filme é o do desejo; o segundo e o epílogo final são o da reparação. As conseqüências da ação cometida por Briony serão sentidas ao longo dos anos e vão pontuar cada decisão tomada pelo trio Robbie, Cecilia e Briony. Quando reencontramos os três, em plena II Guerra Mundial, fica claro o quanto a mágoa, o ressentimento, a raiva, a covardia e o arrependimento estão presentes em cada um deles. O engraçado é que eles seguem caminhos idênticos e de puro sacrifício, já que Robbie está no front de batalha, enquanto que as irmãs Cecilia e Briony (agora interpretada pela também talentosa Romola Garai) se tornam enfermeiras e cuidam dos feridos em combate.
“Desejo e Reparação” é uma película sobre uma história de amor, que tem como ponto principal a jornada de amadurecimento de Briony Tallis. É ela a personagem mais importante do filme e todo o destaque tem que ser dado às três atrizes que a interpretam. É incrível como Saoirse Ronan, Romola Garai e Vanessa Redgrave (a dona da personagem no epílogo final) estão uma a extensão da outra. As passagens de tempo mostram uma única Briony: o mesmo corte de cabelo, o mesmo broche no mesmo lugar, o sinal de nascença no exato local, a voz macia, o olhar distante e que foge do contato com os outros e os ombros levemente encurvados (como se ela carregasse um peso enorme sobre eles).
Um segundo destaque pode ser dado ao ator James McAvoy. O Robbie Turner dele é um personagem completamente diferente daquele visto no livro de Ian McEwan. McAvoy o mostra como um homem que concentra toda a sua raiva e mágoa como forças em direção a um necessário – e aguardado – recomeço de vida ao lado de Cecilia. É uma belíssima atuação que encontra um contraponto interessante com a “performance de uma nota só” oferecida por Keira Knightley.
Compreender que esta é a jornada de Briony Tallis é fundamental para entender “Desejo e Reparação”. O roteiro de Christopher Hampton mantém a estrutura narrativa de Ian McEwan e o diretor Joe Wright não facilita o trabalho da platéia ao oferecer as múltiplas perspectivas sobre um mesmo acontecimento e ao pular (e voltar) no tempo para mostrar os respectivos momentos de vida do trio Robbie, Cecilia e Briony – essa decisão, por exemplo, custa ao segundo ato do filme o brilhantismo visto no primeiro. “Desejo e Reparação” é uma adaptação corajosa e que termina de forma comovente no epílogo protagonizado por Vanessa Redgrave. O monólogo dela contém a chave para o entendimento daquela que é uma das personagens mais fascinantes já vistas no cinema: Briony Tallis, garota que vivia no seu próprio mundo e que pagou o preço por tal decisão.
Cotação: 9,0
Desejo e Reparação (Atonement, Inglaterra, 2007)
Diretor(es): Joe Wright
Roteirista(s): Christopher Hampton com base no livro de Ian McEwan
Elenco: Keira Knightley, James McAvoy, Romola Garai, Saoirse Ronan, Brenda Blethyn, Vanessa Redgrave, Juno Temple, Alfie Owen-Allen, Nonso Anozie, Andrew Appleyard, Jamie Beamish, Robert Alan Bishop, Benedict Cumberbatch, Michelle Duncan, Vivienne Gibbs
O filme começa no ano de 1935, quando, no dia mais quente do ano na Inglaterra, veremos a reunião familiar dos Tallis (a mansão está cheia de filhos, amigos e primos). O final de semana promete ser de consagração para Briony, que terminou de escrever a sua primeira peça (chamada “Arabella em Apuros”) e prepara a encenação da mesma para a platéia familiar. Como veremos, o final de semana também será importante para a irmã mais velha de Briony, Cecilia (Keira Knightley, no seu segundo trabalho com Joe Wright), a qual reencontrará Robbie Turner (James McAvoy) – amigo de infância e filho da governanta (Brenda Blethyn) dos Tallis –, um rapaz com quem ela tem uma relação mal-resolvida e com quem entrará em termos numa das cenas mais belas do ano de 2007.
Por ter somente 13 anos de idade e uma experiência de vida ainda em processo, Briony não entende o que está acontecendo à sua volta. Cega pela paixonite que alimenta por Robbie e ansiosa pelo desejo da atenção que lhe foi negada, Briony comete o ato definitivo de sua vida ao acusar Robbie de um bárbaro crime que ele não cometeu. É justamente este acontecimento que fundamenta toda a trama de “Desejo e Reparação”.
Se o primeiro – e brilhante – ato do filme é o do desejo; o segundo e o epílogo final são o da reparação. As conseqüências da ação cometida por Briony serão sentidas ao longo dos anos e vão pontuar cada decisão tomada pelo trio Robbie, Cecilia e Briony. Quando reencontramos os três, em plena II Guerra Mundial, fica claro o quanto a mágoa, o ressentimento, a raiva, a covardia e o arrependimento estão presentes em cada um deles. O engraçado é que eles seguem caminhos idênticos e de puro sacrifício, já que Robbie está no front de batalha, enquanto que as irmãs Cecilia e Briony (agora interpretada pela também talentosa Romola Garai) se tornam enfermeiras e cuidam dos feridos em combate.
“Desejo e Reparação” é uma película sobre uma história de amor, que tem como ponto principal a jornada de amadurecimento de Briony Tallis. É ela a personagem mais importante do filme e todo o destaque tem que ser dado às três atrizes que a interpretam. É incrível como Saoirse Ronan, Romola Garai e Vanessa Redgrave (a dona da personagem no epílogo final) estão uma a extensão da outra. As passagens de tempo mostram uma única Briony: o mesmo corte de cabelo, o mesmo broche no mesmo lugar, o sinal de nascença no exato local, a voz macia, o olhar distante e que foge do contato com os outros e os ombros levemente encurvados (como se ela carregasse um peso enorme sobre eles).
Um segundo destaque pode ser dado ao ator James McAvoy. O Robbie Turner dele é um personagem completamente diferente daquele visto no livro de Ian McEwan. McAvoy o mostra como um homem que concentra toda a sua raiva e mágoa como forças em direção a um necessário – e aguardado – recomeço de vida ao lado de Cecilia. É uma belíssima atuação que encontra um contraponto interessante com a “performance de uma nota só” oferecida por Keira Knightley.
Compreender que esta é a jornada de Briony Tallis é fundamental para entender “Desejo e Reparação”. O roteiro de Christopher Hampton mantém a estrutura narrativa de Ian McEwan e o diretor Joe Wright não facilita o trabalho da platéia ao oferecer as múltiplas perspectivas sobre um mesmo acontecimento e ao pular (e voltar) no tempo para mostrar os respectivos momentos de vida do trio Robbie, Cecilia e Briony – essa decisão, por exemplo, custa ao segundo ato do filme o brilhantismo visto no primeiro. “Desejo e Reparação” é uma adaptação corajosa e que termina de forma comovente no epílogo protagonizado por Vanessa Redgrave. O monólogo dela contém a chave para o entendimento daquela que é uma das personagens mais fascinantes já vistas no cinema: Briony Tallis, garota que vivia no seu próprio mundo e que pagou o preço por tal decisão.
Cotação: 9,0
Desejo e Reparação (Atonement, Inglaterra, 2007)
Diretor(es): Joe Wright
Roteirista(s): Christopher Hampton com base no livro de Ian McEwan
Elenco: Keira Knightley, James McAvoy, Romola Garai, Saoirse Ronan, Brenda Blethyn, Vanessa Redgrave, Juno Temple, Alfie Owen-Allen, Nonso Anozie, Andrew Appleyard, Jamie Beamish, Robert Alan Bishop, Benedict Cumberbatch, Michelle Duncan, Vivienne Gibbs
23 comments:
Foi bom ver a visão de alguém que conferiu a obra original. Também não considero um filme perfeito, a primeira parte é mesmo melhor - tanto que a emoção é recuperada já no final com a Vanessa Redgrave. Concordo ainda com seus comentários sobre a personagem Briony, realmente uma personagem fascinante - ainda mais interpretada por três grandes atrizes. E, mesmo sendo coadjuvante, gostei da Keira Knightley, acho que essa atuação rivaliza com "Orgulho e Preconceito" pelo posto de melhor de sua carreira. Minha cotação é a mesma.
Uma belíssima crítica para um grande filme, parabéns!
Li até o segundo parágrafo, mas preferi não continuar para guardar algumas supresas para quando assisti-lo.
Há tempos estamos esperando esse, hein!?
Parece um filmão, mesmo!
Quando assisti-lo, prometo que comentarei aqui.
Kamila, adorei a resenha, mas o vc quis dizer com a "performance de uma nota só" da Keira? Ela está ruim, é? Pelo que eu entendi, de todos os personagens, é a interpretação que não transpareceu nenhuma mudança no que Cecilia sofreu etc? Mas o filme é bom mesmo, então! Mal posso esperar..
:-)
P.S.:Adorei a descrição da Briony jovem. ^^
Kamila, achei o final do filme horrivel. Sofrivel demais. Manipulação em cima de manipulação.
Achei muitas cenas piegas demais para nosso cinema do século 21, o que é aquela cena dele correndo atrás do onibus? Ou ele no cinema e os soldados cantando atrás?
Mas acho que o filme é sério candidato ao Oscar, mas ele é tudo aquilo que nós cinéfilos brigamos para não vermos mais, ele seguiu a cartilha direitinho e cinema não é receita de bolo, ainda bem.
Quero ver este ainda essa semana, volto aqui e deixo minha opinião. Bela crítica ;)
Ciao!
Eu tenho a impressão que vou ter a mesma impressão do Cassiano... Andei lendo sobre o filme e não me animei.
Bjs!
Não consigo simpatizar com a maneira burocrática do diretor - acho um filme, assim como seu anteior tão esquemático.
E o pior de tudo... acho que tem boas chances no Oscar. rsrsrs
abraço
O filme é tudo isso que estão sim. Não achei tão bom quanto Onde Os Fracos Não Têm Vez, mas é um dos melhores do ano com certeza.
Abraços.
Gostei, mas esperava bem mais desse filme.
McAvoy, Ronan, Garai e a Vanessa Redgrave dão show, estão todos excelentes. Mas a Keira Knightley eh sem sal demais pra esse tipo de filme, totalmente sem emocão.
A primeira parte é a melhor coisa do filme, junto com aquela maravilhosa cena na praia.
Daria um 7, hehehe, acho que tá de bom tamanho.
Oie...
não fico muito com expectativas, pois normalmente eu me decepciono e o filme não é lá tão ruim, é que eu fui muito com sede ao porte... então nem faço isso com esse, vou assisti-lo (isso se a Moviecom aqui de Taubaté permitir, hehhe) mas sem expectativas, mesmo sabendo que existem boas critics e levou o premio maximo no globo de ouro...
Abraços
Eu gosto do filme. Não acho perfeito. Também não sei se é o cinema que anda muito ruim e eu me conformei fácil demais com esse filme...
Ontem mesmo vi O CAÇADOR DE PIPAS. Não li o livro, mas o filme não justifica esse fascínio em torno da história...
E você fez uma bela crítica.
Bjs!
Eu gosto muito da visão do Wright. Ele é um diretor muito talentoso. ATONEMENT é um deleite. Tem seus encantos, principalmente a cena da praia.
Ainda não vi o filme, por isso não quis ler muito, tanto pra não criar muitas expectativas quanto pra não ir com alguma opinião formada sobre o filme. O que infelizmente eu já vou criando, a de que a primeira parte é brilhante e depois o filme cai um pouco. Bom, assim que o filme estrear por aqui e eu puder conferí-lo darei uma opinão sobre, ok?!
Beju kamila!
Vinícius, obrigada. Eu concordo com seu comentário, mesmo quando você fala da Keira Knightley. Acho que, se comparada à "Orgulho e Preconceito", essa não é uma boa atuação. O que vale mesmo é a ótima química existente entre ela e McAvoy.
Ramon, você faz certo. Assista ao filme sem saber o mínimo de detalhes. Aguardo seu texto sobre ele.
Romeika, o filme é ótimo. Quando usa a expressão "performance de uma nota só", me refiro ao fato de que a Cecilia do início do filme é a mesma do final. Não vemos a transformação, a mudança. A gente não sente a dor e a revolta nela.
Cassiano, essas cenas que você citou foram fruto da imaginação de Christopher Hampton e, não à toa, acontecem no segundo ato de "Atonement" - o qual é o mais fraco de todo o filme.
Obrigada, Wally. Aguardo sua opinião sobre o filme.
Dudu, muita gente não gosta de "Atonement". E eu respeito essas opiniões. De qualquer maneira, assista ao filme e aguardo sua opinião sobre ele.
Felipe, eu não sou tão otimista assim a respeito das chances de "Atonement" no Oscar. Acho que o filme repetirá a mesma trajetória que tiveram "Cold Mountain" e "Dreamgirls".
Pedro, infelizmente, ainda não assisti ao novo filme dos Coen. Por isso, não posso dizer qual dos dois é o melhor.
Gustavo, concordo com tudo menos com a nota. :-)
Rodrigo, acho que você está certo. Assista ao filme sem expectativas, quem sabe, ele não poderá te surpreender.
Otavio, eu também gosto do filme e não o acho perfeito. É uma história bela e complexa que foi bem adaptada. Só isso. E obrigada.
Marfil, gosto muito do Joe Wright e espero ver qual será sua próxima adaptação.
Victor, aguardo sua opinião sobre "Atonement".
Beijos.
Imaginação ou não do roteirista o fato é que elas estão lá e me fez morrer de vergonha.
Quanto a manipulação isso fica evidente quando a própria atriz diz isso, Redgrave, que manipula o final para mostrar um lado melhor. Se todos nós sabemos que eles morreram, de que adianta?
Se eles quiseram isso, façam então um filme espiritual, mas assim fica claro nossa manipulação. É complicado essa conversa, claro que um livro é fruto de uma imaginação, portanto manipulativa das personagens, mas quando a própria personagem manipula ai estraga tudo.
Por falar nisso e como vc leu o livro, o autor tb usa isso no livro?
Outro filme pelo qual estou muito ansioso em ver. Irei fazê-lo neste fim de semana sem falta. O elenco feminino é simplesmente perfeito, mas fiquei triste ao saber que Brenda Blethyn tem poucos momentos em cena. Também aguardo por este grande momento de "Desejo e Reparação" protagonizado por Vanessa Redgrave.
Acho o filme fantástcio, meu preferido ao Oscar, e já assisti ao dos Coen, que também é ótimo, mas é um fargo II, só que um pouco melhor.
Quanto a questão da manipulação, creio que o maior trunfo do filme está aí, fiquei encantado com o roteiro do filme, ainda mais como nada poderia ser descartado, e a manipulação para mim funcionou muito bem. Mas isso vai de cada um.
Cassiano, essa questão da justificativa da Briony, quando a gente fica sabendo que tudo foi fruto da imaginação dela, existe no livro, sim. Mas, tudo isso é apresentado de uma maneira diferente da do filme. No livro, Briony está em uma reunião familiar e a emoção do momento, as lembranças fazem com que ela coloque tudo para fora. Além disso, o livro que ela tinha escrito contando tudo é para ser lançado em um momento posterior (provavelmente após a morte de Briony), pois os envolvidos no caso ainda estavam vivos.
Alex, a Brenda é presença cativa no primeiro ato do filme e, depois, aparece nas lembranças de Robbie.
Lucas, como eu disse ao Cassiano, eu não senti essa manipulação. É tudo um jogo da mente de Briony e, como eu bem falei no início do meu texto, ela não se contenta em ser uma observadora dos fatos. Ela quer mesmo é participar de tudo.
Pois é Kamila, mas isso é manipulação. Quando vamos ao cinema, estamos indo, e pagando o ingresso para sermos manipulado, a não ser quando a história é veridica e mesmo assim...bom, retornando, então, estamos conscientes que vamos ser manipulados, pq o autor pode fazer o que quiser, mas na forma do livro e do filme, o autor usou da sua manipulação natural, para fazer outra artificial para justificar um final sem pé, nem cabeça. A garota, que foi a causadora de tudo é feita de heroína pq deu um final feliz ao casal, quando sabemos que o casal morreu, e isso não vai mudar.
Cassiano, eu não considero Briony uma heroína. Eu acho que ela amadureceu e viu a gravidade de seu ato. Mas, por covardia, nunca voltou atrás no que disse. A maneira de reparar tudo foi escrever o livro. Mas, isso necessariamente não apaga o que ela fez e, na falta de uma punição maior para ela, acho que esta foi a maneira que ela encontrou de encontrar um "castigo" pelo que fez.
Não falo disso Kamila!
Cassiano, certo. Mas, mesmo assim, eu não vejo em "Atonement" a vontade de nos manipular. Eu não considero a reviravolta do final como uma manipulação. Acho que aquilo é um recurso de narração.
Kamila, obrigado pela informação enquanto a presença da Brenda Blethyn. Pelo visto, o filme então vai iniciar com o pé direito!
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