Um dos filmes de premissa mais interessante, em 2007, “Entre o Céu e o Inferno”, do diretor e roteirista Craig Brewer, tem uma trama centrada em dois personagens que sofrem pelo amor perdido. Lazarus (Samuel L. Jackson, numa ótima atuação) acabou de ser abandonado pela esposa, que o trocou pelo seu irmão. Já Rae (Christina Ricci, também ótima) teve que se despedir do namorado (Justin Timberlake, que não mostra aqui o mesmo talento visto em “Alpha Dog”), que foi servir o Exército e, conseqüentemente, lutar na guerra.
Quando entramos em contato com estes dois personagens, percebemos que eles estão vivendo uma fase muito difícil e, para enfrentar isso, decidem se agarrar àquilo que lhes é mais familiar. Enquanto Lazarus se devota ao trabalho na plantação de sua casa, Rae volta à antiga vida de “piranha da cidade”. Num dia, Lazarus encontra Rae toda arrebentada na beira da estrada e coloca a garota sob seus cuidados. Na medida em que vai conhecendo Rae, ele ganha a vontade de purificá-la e de fazer com que ela abandone os hábitos vergonhosos – o método adotado por Lazarus é, no mínimo, inusitado e consiste em amarrar Rae a uma corrente, de forma que ela fique longe dos prazeres carnais.
Assim como fez no seu trabalho anterior, “Ritmo de um Sonho”, o diretor e roteirista Craig Brewer usa a música como voz de personagens oprimidos. Se o rap era o ritmo em que Djay (Terrence Howard, numa atuação que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator) fazia uma crônica de seu dia-a-dia como “pimp” (cafetão); em “Entre o Céu e o Inferno”, o blues entra em cena. É nesse gênero musical, que surgiu dos lamentos dos amores perdidos, que Lazarus encontra a verdadeira purificação e mostra o caminho da libertação para Rae.
Cotação: 7,5
Entre o Céu e o Inferno (Black Snake Moan, USA, 2007)
Diretor: Craig Brewer
Roteiro: Craig Brewer
Elenco: Samuel L. Jackson, Christina Ricci, Justin Timberlake, S. Epatha Merkerson, John Cothran Jr., David Banner, Michael-Raymond James, Adriane Lenox
Quando entramos em contato com estes dois personagens, percebemos que eles estão vivendo uma fase muito difícil e, para enfrentar isso, decidem se agarrar àquilo que lhes é mais familiar. Enquanto Lazarus se devota ao trabalho na plantação de sua casa, Rae volta à antiga vida de “piranha da cidade”. Num dia, Lazarus encontra Rae toda arrebentada na beira da estrada e coloca a garota sob seus cuidados. Na medida em que vai conhecendo Rae, ele ganha a vontade de purificá-la e de fazer com que ela abandone os hábitos vergonhosos – o método adotado por Lazarus é, no mínimo, inusitado e consiste em amarrar Rae a uma corrente, de forma que ela fique longe dos prazeres carnais.
Assim como fez no seu trabalho anterior, “Ritmo de um Sonho”, o diretor e roteirista Craig Brewer usa a música como voz de personagens oprimidos. Se o rap era o ritmo em que Djay (Terrence Howard, numa atuação que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator) fazia uma crônica de seu dia-a-dia como “pimp” (cafetão); em “Entre o Céu e o Inferno”, o blues entra em cena. É nesse gênero musical, que surgiu dos lamentos dos amores perdidos, que Lazarus encontra a verdadeira purificação e mostra o caminho da libertação para Rae.
Cotação: 7,5
Entre o Céu e o Inferno (Black Snake Moan, USA, 2007)
Diretor: Craig Brewer
Roteiro: Craig Brewer
Elenco: Samuel L. Jackson, Christina Ricci, Justin Timberlake, S. Epatha Merkerson, John Cothran Jr., David Banner, Michael-Raymond James, Adriane Lenox
19 comments:
Uma pena que este filme não tenha estreiado nos cinems, pois eu gostei bastante. Faltou muito para ser ótimo, com um roteiro mais bem trabalhado e uma direção mais focada, mas é um bom filme, com valores, ótimas atuações, estilo, visual, trilha, enfim, muita coisa boa.
Nota 7,5 (também)
Kamila, passei longe desse filme quando estreou aqui ano passado. Apesar de eu achar "Ritmo de um Sonho" um bom filme (com excelente atuação de Terrence Howard), me incomoda muito a maneira que as mulheres são retratadas no mesmo.. Tudo bem, são personagens específicas, são prostitutas e o caro é o cafetão..mas enfim. Depois de ler a sinopse desse novo filme, de ver as fotos da Christina Ricci e tudo, perdi um pouco do interesse.
Pode ser até preconceito meu, mas não gosto desses filmes com o homem como o centro da trama e as mulheres assim esfarrapadas e desmoralizadas.. É diferente em "Black Snake Moan"?
Ah, vi que vc está lendo outro livro do McEwan, que máximo! Isso significa que em breve leremos sua opinião sobre "O Véu Pintado", imagino que vc tenha gostado do livro..:-)
O filme me parece ser bom, mas ainda não pude ver. O último filme de Craig Brewer não me agradou tanto, mas ainda assim vejo a atuação de Terrence uma das melhores de 2006.
Beijos
taí um filme que tenho que colocar, pois parece ser unânime a sua qualidade.
"tenho que LOCAR"
Wally, exatamente. Uma pena que este filme tenha sido lançado diretamente nas locadoras, porque merece ser visto.
Romeika, você está certa. A personagem feminina principal do filme é retratada com essa visão bastante específica. O filme só oferece uma perspectiva diferente: a de que não existe purificação, e sim que a Rae irá aprender a controlar seus instintos mais carnais.
Sobre "O Véu Pintado": o livro é tão diferente do filme. Adorei a jornada de Kitty, mas confesso que prefiro a adaptação cinematográfica. :-)
Diário, sou fã de "Ritmo de um Sonho" e "Entre o Céu e o Inferno" segue o mesmo caminho.
Felipe, se puder, assista ao filme porque ele é bem diferente.
Eu gostei tanto desse filme! Quero dizer, minha nota foi a mesma que a sua, mas certamente é um trabalho acima da média em todos os sentidos. O Justin não está tão bem quanto em "Alpha Dog", mas acho que no final (quando o filme se perde um pouco) ele dá show. O resto do elenco é ótimo, nunca vi uma atuação tão boa da Ricci.
Abraço!
Direto em vídeo, é? Isso geralmente não é boa coisa. Mas o título não me atraiu muito, viu...
Vou atrás do DVD porque vc deu uma nota que dá pra passar de ano.
Bjs! Bom final de semana!
gostei do trailer quando vi... mas nems e quer cheguei a ve-lo por perto em cartaz... espero pega-lo nas locadoras...
um bom elenco... na minha opinião a Christina ricci teve pessimos papeis depois de gasparzinho, tirando o do Monster, que quem amsi brilhava mesmo era a Charlize Theron.. e o justin vêm escolhendo bons papéis e mandando bem nos filmes, acho ele um boa promessa como ator, muito ainda a aprender, mas tirou esse stigma de cantor/ator...tem um que ele fez que parece ser bem insano...Southland Tales só não cosnegui acha-lo ainda... nem sei se foi lançado nos cienmas, mas vi umas cenas no youtube, mutio boas, por sinal...
abraços
Vinícius, acho que essa é a melhor atuação da Ricci desde "Monster" e o melhor filme do Samuel L. Jackson em muito tempo. Só discordo do que você disse a respeito do Justin. Acho que ele não conseguiu pegar o tom do personagem.
Otavio, realmente, ser lançado direto em vídeo não é um bom sinal. Mas, esse filme, quando lançado, causou barulho em Sundance e foi até cotado para o Oscar.
Rodrigo, não tenho muito interesse em "Southland Tales", mas concordo com seu comentário sobre o Justin. Ele tem talento e tem sabido escolher os papéis certos.
Parece ser interessante, vou tentar ver qlq dia desses.
Samuel L. Jackson tá em todas hein?!?
PS: Lembo de uma paródia do filme que vi no Saturday Night Live, com o Rainn Wilson, dei muito risada!
Pena que não achei no Youtube...
Bom Fim de Semana
Kamila, eu tb prefiro o filme, gostei das modificações feitas na adaptação, principalmente o final. Esperando sua resenha.:-)
Arthur, não sabia que o SNL fez uma paródia sobre esse filme. Deve ter sido legal. :-) Bom final de semana também!
Romeika, eu também adorei as modificações feitas na adaptação. Foi um daqueles casos (como o de "As Horas") em que a obra cinematográfica é independente do livro e chega até a melhorar a narrativa literária.
Interessante como o Brewer consegue extrair emotividade de personagens tão brutalizados, sem nunca cair no melodrama. Muito pelo contrário, seus dois filmes são fortes e não facilitam a vida de seus personagens. E o que é aquela cena do jackson cantando Black Snake Moan! De arrepiar. E confesso que nunca vi a Ricci tão sensual. Tá como o diabo gosta!
Rafael, concordo plenamente com seu comentário. O Brewer gosta desses personagens que vivem às margens da sociedade, mas não usa a "desgraça" da vida deles como maneira de criar uma história cheia de melodrama. O filme todo é cheio de momentos marcantes.
Este filme implorava por uma tela gigante e um surround extremamente potente. QUe bom que você gostou, Kamila!
Kamila, estou com uma cópia deste filme desde sua estréia nos Estados Unidos. Tenho alguns amigos que gostaram bastante do filme e todos os blogueiros também tem soltado diversos elogios.
E quem derá que Christina Ricci, sempre lembrada como amiga do "Casper" e a soturna Vandinha conseguiria se consagrar como a maior jovem promessa da década passada em personagens ousadas como neste "Entre o Céu e o Inferno". Caso não tenha visto, recomendo a você o filme "Geração Prozac", onde ela também dá um show.
Luciano, um filme como esse numa sala de cinema seria uma experiência completamente diferente. Acho que teria mais impacto até.
Alex, não conheço o filme "Geração Prozac" e anotei aqui na listinha de filmes para ver.
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