“A Casa de Alice”, filme do diretor Chico Teixeira (que co-escreveu o roteiro ao lado de Júlio Pessoa, Sabrina Anzuategui e Marcelo Gomes), é uma obra que dialoga com algumas das películas recentes produzidas pelo cinema brasileiro. Em comum entre elas, o fato de que possuem uma história que não quer fazer uma crítica social, e sim enfocar uma característica que é peculiar de todo brasileiro: a tentativa de levar uma vida do melhor jeito possível em meio aos problemas do dia-a-dia. E também a estética simples e documental, que nos quer dar a impressão de que não estamos assistindo a um filme, e sim a uma série de pequenos quadros que formam um todo que representa a vida de cada uma dessas pessoas.
No caso do filme de Chico Teixeira, acompanhamos o cotidiano de Alice (Carla Ribas, em sua primeira participação como protagonista de um longa-metragem), uma manicure que mora na periferia de São Paulo com a família – além dela, a mãe (Berta Zemel, excelente), o marido (Zé Carlos Machado) e os três filhos homens vivem num apertado apartamento. Cada um deles tem seu próprio problema, mas o roteiro do filme dá um destaque maior para a matriarca, que passa o dia longe do local aonde mora enquanto a mãe cuida da casa e dos seus filhos, mas tem plena consciência de tudo aquilo que a cerca – leia-se os casos do marido, o problema de saúde da mãe, os constantes pedidos do filho mais novo.
O destaque em Alice é mais do que acertado para o filme. É através dela – e aqui entra a maravilhosa atuação de Carla Ribas – que a gente vai vendo o desenho daquilo que é conhecido como efeito “bola de neve”. Ou seja, o que o diretor Chico Teixeira nos mostra são os problemas da personagem se acumulando e, enfim, o momento em que ela desmorona e se dá conta de que precisa de um tempo para si mesma se quiser continuar em meio a tanta discórdia.
Oriundo do gênero de documentários, “A Casa de Alice” é o primeiro longa-metragem de ficção realizado pelo diretor Chico Teixeira. Como está explicado no início do texto, ele carrega muito das características de seu antigo estilo para essa estréia. A linguagem é bem documental, com a câmera sendo uma mera observadora da ação que se passa no mundo vivido pela personagem principal. Dessa forma, fica mais fácil da platéia se inserir nesta realidade. Pena que o final seja tão anticlimático e nos deixe a sensação de uma falta de conclusão.
Cotação: 6,0
A Casa de Alice (A Casa de Alice, Brasil, 2007)
Diretor(es): Chico Teixeira
Roteirista(s): Chico Teixeira, Júlio Pessoa, Sabina Anzuategui, Marcelo Gomes
Elenco: Carla Ribas, Berta Zemel, Vinicius Zinn, Ricardo Vilaça, Zé Carlos Machado, Felipe Massuia, Renata Zhaneta, Luciano Quirino, Mariana Leighton, Dirce Couto, Jorge Cerruti, Cícero Augusto, Elias Andreato, Claudio Jaborandy, Talita Craveiro
No caso do filme de Chico Teixeira, acompanhamos o cotidiano de Alice (Carla Ribas, em sua primeira participação como protagonista de um longa-metragem), uma manicure que mora na periferia de São Paulo com a família – além dela, a mãe (Berta Zemel, excelente), o marido (Zé Carlos Machado) e os três filhos homens vivem num apertado apartamento. Cada um deles tem seu próprio problema, mas o roteiro do filme dá um destaque maior para a matriarca, que passa o dia longe do local aonde mora enquanto a mãe cuida da casa e dos seus filhos, mas tem plena consciência de tudo aquilo que a cerca – leia-se os casos do marido, o problema de saúde da mãe, os constantes pedidos do filho mais novo.
O destaque em Alice é mais do que acertado para o filme. É através dela – e aqui entra a maravilhosa atuação de Carla Ribas – que a gente vai vendo o desenho daquilo que é conhecido como efeito “bola de neve”. Ou seja, o que o diretor Chico Teixeira nos mostra são os problemas da personagem se acumulando e, enfim, o momento em que ela desmorona e se dá conta de que precisa de um tempo para si mesma se quiser continuar em meio a tanta discórdia.
Oriundo do gênero de documentários, “A Casa de Alice” é o primeiro longa-metragem de ficção realizado pelo diretor Chico Teixeira. Como está explicado no início do texto, ele carrega muito das características de seu antigo estilo para essa estréia. A linguagem é bem documental, com a câmera sendo uma mera observadora da ação que se passa no mundo vivido pela personagem principal. Dessa forma, fica mais fácil da platéia se inserir nesta realidade. Pena que o final seja tão anticlimático e nos deixe a sensação de uma falta de conclusão.
Cotação: 6,0
A Casa de Alice (A Casa de Alice, Brasil, 2007)
Diretor(es): Chico Teixeira
Roteirista(s): Chico Teixeira, Júlio Pessoa, Sabina Anzuategui, Marcelo Gomes
Elenco: Carla Ribas, Berta Zemel, Vinicius Zinn, Ricardo Vilaça, Zé Carlos Machado, Felipe Massuia, Renata Zhaneta, Luciano Quirino, Mariana Leighton, Dirce Couto, Jorge Cerruti, Cícero Augusto, Elias Andreato, Claudio Jaborandy, Talita Craveiro
11 comments:
ultimamente tenho gostado mutoio dos trabalhos nacionais e não tinha lido muita coisa a respeito desse Casa de alice...
normalmente curto essas abordagens meio documentais dadas aos filmes, mas estou meio enjoado do genero, das histporias parecidas, sempre cirticando algo, mostrando pobreza, problemas, sei lá.. talvez seja memso uam tendencia para o nosso cienma permanecer nessa lógica, nesse rumo.. espeor que esse traga algo de novo no tema já batido...
beijos
Este filme não é um que recebeu altíssima cotação mundo afora? Ou estou enganado? Na verdade, este tipo de história é a que melhor reflete nossas vidas, eu acho. E como tenho dado chances concretas ao nosso cinema, certamente irei ver "A Casa de Alice" assim que estiver disponível por aqui. Outra pergunta: sua cotação de 6,0 foi influenciada pelo final inconcluso?
Abraço!!!
Rodrigo, apesar de achar importante que se faça a crítica social, gosto mais dos filmes brasileiros no estilo de "A Casa de Alice".
Weiner, exatamente. Esse filme recebeu ótimas críticas e, como o Otavio disse no post anterior, deu o prêmio de Melhor Atriz para a Carla Ribas na última Mostra de SP. A cotação foi influenciada por isso mesmo que você falou.
Bom final de semana!
CARLA RIBAS! ISSO! Ela mesma!
Bjs!
Otavio, você sabe me dizer aonde ela foi descoberta? Ela faz teatro em São Paulo? Por quê não me lembro de ter visto o rosto dela em nenhum outro filme, novela, etc.
Beijos.
Lembro que fiquei interessado no filme depois que li os comentários do Luciano, mas percebi que você não gostou tanto. E isso dp final sem conclusão é um problema - às vezes dá certo, mas na maior parte das vezes fico com a impressão que faltou algo mesmo. De qualquer forma me parece que vale uma conferida, o que devo fazer quando o DVD chegar por aqui. Abraço!
Vinícius, é, definitivamente, um filme que merece uma conferida. Ele tem aspectos bem interessantes.
Ah, estou perdendo muitos filmes brasileiros que queria ver, Kamila. Digo com relação aos filmes bons (o que parece ser o caso desse), e desses filmes mais intimistas que fogem do estilo de "Cidade de Deus" e "Tropa de Elite". Pena que o filme fruste um pouco ao fim.
frustre*
Romeika, os filmes brasileiros não têm boa aceitação na Europa? Não tem uma mostra especial de filmes daqui ou da América Latina? Um local especial aonde você possa assistir e manter o contato com a sua terra?
Kamila, com base na premissa que você descreve em sua crítica me parece que vou gostar bastante deste "A Casa de Alice". Sempre gostei de dramas familiares onde existe estes conflitos pessoais e esta falta de perspectiva para uma vida melhor, já que parece que tudo conspira contra a personagem principal.
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