Danny Wright (Greg Kinnear), na superfície, é uma pessoa mais completa. Tem a sua própria empresa de vendas e um casamento feliz com Bean (a excelente Hope Davis, que tem seu talento mal aproveitado neste filme). Mas, na realidade, Danny está quase chegando ao fundo do poço: perdeu o emprego (e, por isso, montou a sua empresa), o filho único em um acidente de ônibus e vê o seu negócio prestes a ir para a falência.
São estes dois personagens completamente opostos que comandam a narrativa do filme “O Matador”, do diretor Richard Shepard. Julian e Danny irão se conhecer no México, onde estão a trabalho – Julian para assassinar uma mulher e Danny para tentar assinar um contrato de vendas que será vital para a continuação da existência de sua empresa. E, contra todas as previsões, os dois se tornarão grandes amigos – afinal, tanto Julian quanto Danny enxergam um no outro aquilo que eles nunca serão ou terão coragem para fazer.
O encontro de Julian e Danny faz nascer uma estranha ligação emocional entre os dois, que influenciará o modo pelo qual os dois começaram a encarar a vida dali em diante. A mudança maior se dará em Danny, que trará para o seu dia-a-dia a ética do matador – no filme, os roteiristas aliam a ética do assassino à de um toureiro, ao mostrar que ambos tentam dar às suas vítimas fins mais honrosos, o que significa fazer com que essas vítimas morram sem sentir dor. Já Julian passará a sentir mais o peso das conseqüências dos atos que comete em nome de sua profissão.
No final de 2005, foi anunciada a decisão dos produtores da franquia James Bond sobre a saída de Pierce Brosnan do papel principal – e que lhe alçou à fama mundial. De acordo com os produtores, a mudança era necessária para reciclar a franquia e torná-la mais atraente ao público jovem. Talvez esses produtores não tenham assistido à “O Matador”, um filme com elementos bastante atuais – a começar pela linguagem visual, pela trilha sonora e pela constante ironia de seu roteiro, que agradará à platéia de todas as idades. Definitivamente, “O Matador” marca um novo ciclo na carreira de Pierce Brosnan e, se ele seguir este caminho, com certeza ele terá um excelente futuro longe da franquia do espião mais famoso do mundo.
Crédito Foto: Yahoo! Movies
3 comments:
Só pra dizer que achei bacana seu blog, gostei muito da sua critica do filme do Pierce Brosnan. Parabens!
Obrigada pela visita, Victor! Apareça sempre que quiser.
Parabéns pelo blog, Kamila.
Acompanho seus textos desde o e-pipoca, e fico feliz de poder contar com este espaço para os comentários sobre filmes.
Abraço, desde Goiânia.
Luiz Serenini
serenini@uol.com.br
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