Thursday, May 04, 2006

Gatão de Meia Idade (2006)


O designer Cláudio (Alexandre Borges) acredita que um homem é feito da soma de todos os relacionamentos que ele já teve. Neste sentido, Cláudio pode se considerar um homem muito experiente, afinal ele teve inúmeros relacionamentos. O filme “Gatão de Meia Idade”, do diretor Antonio Carlos da Fontoura, retrata exatamente o estilo de vida de homens como Cláudio, que se divertem tomando cerveja com os amigos enquanto discutem detalhes de suas aventuras amorosas.

No decorrer do filme, a platéia irá entrar em contato com as diversas mulheres da vida de Cláudio. Dentre elas, as mais constantes são a sua mãe, a ex-mulher Betty (Julia Lemmertz, esposa de Borges na vida real) e a filha Duda (Renata Nascimento). Existem também aquelas que passaram rapidamente pela vida de Cláudio, como a executiva sênior (Ângela Vieira), a estudante patricinha (Thaís Fersoza), a motociclista com trejeitos masculinos (Cristiana Oliveira), as sensíveis (Alexia Deschamps e Rita Guedes), a gostosona (Paula Burlamaqui), a milionária (Lavínia Vlasak), dentre muitas outras beldades que fazem participações especiais em “Gatão de Meia Idade”.

Todos esses relacionamentos servem muito bem para ilustrar a personalidade do próprio Cláudio – um homem que não consegue se envolver emocionalmente com uma mulher, que acredita que a quantidade é sinônimo de qualidade e que nunca se sente sozinho. A solidão só irá começar a ameaçar Cláudio quando Betty começa a namorar um empresário (Antônio Grassi) e passa a viajar freqüentemente para Miami – cidade para onde ela pretende se mudar com a filha Duda. Quando Cláudio enxerga a possibilidade de não ter um relacionamento diário com a filha e quando ele vê seu domínio sob as mulheres ser ameaçado com o surgimento de um Don Juan bem mais jovem que ele (Márcio Kieling), Cláudio ameaça ensaiar uma transformação que nunca irá se concretizar na realidade.

Baseado no personagem criado pelo desenhista Miguel Paiva (também criador da Radical Chic), “Gatão de Meia Idade” é um filme que não funciona, pois, aparentemente, foi feito no formato errado. Por ter um roteiro que é uma reunião de várias esquetes, deveria ter sido adaptado para um formato de sitcom (as chamadas comédias de situações) – e, mesmo se fosse um programa de televisão, não conseguiria arrancar o mínimo de risadas dos telespectadores. Nem Alexandre Borges, um ator carismático e ele próprio um gatão de meia idade, consegue oferecer um pouco de qualidade ao filme.

Cotação: 2,0

Crédito Foto: Yahoo! Cinema

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