Tuesday, July 18, 2006

Superman - O Retorno (Superman Returns, 2006)


Já se passaram dezenove anos desde que o Superman deu o ar de sua graça pela última vez na grande tela num filme que não ficou guardado na memória e no coração dos fãs (“Superman 4 – Em Busca da Paz”, do diretor Sidney J. Furie). Desde então, o filão de filmes baseados em super-heróis entrou numa fase obscura até que, em 2000, o diretor Bryan Singer (um apaixonado por histórias em quadrinhos, que respeita toda a tradição dos personagens e, por isso, tem o respeito dos fanáticos fãs dos heróis) mostrou uma nova forma de abordar esse tema com o seu “X-Men”, filme baseado nos famosos personagens da Marvel. E foi justamente com a bagagem de dois filmes dos mutantes no currículo, que Singer abraçou o maior desafio de sua carreira: resgatar o mito do Superman, o personagem mais famoso da DC Comics (rivais da Marvel no mercado das histórias de quadrinhos).

Em “Superman – O Retorno”, Bryan Singer e seus roteiristas Michael Dougherty e Dan Harris (que trabalharam com o diretor no roteiro de “X-Men 2”) retomam uma trama que guarda semelhança com a história principal do filme “Superman II – A Aventura Continua”, de Richard Lester. No filme de Singer, o Homem de Aço (que é interpretado pelo estreante Brandon Routh) volta para a Terra depois de cinco anos ausente – e nos quais ele esteve explorando Krypton, o seu planeta natal. Apesar de Superman continuar sendo o mesmo, o herói encontra um mundo diferente e em estado de caos. Nenhuma das mudanças irá afetar tanto o Homem de Aço quanto ver que sua amada Lois Lane (Kate Bosworth) se tornou não só uma jornalista respeitada (e vencedora do Prêmio Pulitzer por um artigo intitulado “Por quê o mundo não precisa do Superman”), como também mãe do garotinho Jason (Tristan Lake Leabu) e noiva de Richard White (James Marsden), sobrinho do editor chefe do Planeta Diário Perry White (Frank Langella) e também jornalista e piloto de aviões nas horas de lazer.

A ausência do Superman foi ainda menos sentida pelo seu mais difícil arqui-rival Lex Luthor (Kevin Spacey, que adiciona mais um vilão à sua já célebre galeria de personagens maldosos). Depois de passar cinco anos preso e de estar de volta à vida em sociedade, Luthor finalmente consegue colocar o seu plano diabólico em prática: usar os cristais da Fortaleza da Solidão para criar um novo continente que irá apagar os Estados Unidos do mapa. O plano de Luthor ainda consiste em cobrar caro por cada pedaço de terra de seu tão sonhado território.

Superman talvez é o herói mais popular de todos os tempos. Símbolo dos ideais de liberdade e justiça apregoados pelo povo norte-americano, vê-lo novamente em cena traz para a platéia (pelo menos durante os 154 minutos de projeção) uma sensação de proteção e segurança. Bryan Singer, com seu filme, não só faz uma reverência ao mito no qual se transformou o Homem de Aço (e, especialmente, ao primeiro filme da série dirigido por Richard Donner), como também aprofunda ainda mais o maior conflito do Superman (ser o herói de todo um povo ou ser um humano que, nas horas vagas, salva as pessoas). Numa história paralela (e que não merece ser entregue para não ter seu prazer estragado para aqueles que ainda não assistiram à “Superman – O Retorno”), fica-se sabendo que realmente o Superman não tem uma outra opção e a sua vocação realmente é servir aos humanos.

“Superman – O Retorno” é um filme respeitoso com o mito, mas que abre novas possibilidades para essa grande lenda. Que venha mais do legado do Homem de Aço.

Cotação: 9,5

Crédito Foto: Yahoo! Movies

5 comments:

Anonymous said...

Assisti ao filme e achei deveras legal. Só faltou um pouquinho mais de esperteza e inteligência ao Superman em certas cenas.

Kamila said...

Falta também esperteza e inteligência para as pessoas que convivem com o Superman. Afinal, só sendo um idiota mesmo para não ver que ele e Clark Kent são as mesma pessoa! ;-)

Anonymous said...

Pois é... Desde criança eu penso isso tb, só sendo leso mesmo.

Museu do Cinema said...

Acho q o que acaba com esses filmes é q eles não são mais feitos para agradar os fãs, eles são produzidos na intenção de tornarem-se uma franquia.

Kamila said...

Exato, Cassiano. Os filmes não se tornam mais únicos e independentes; e são construídos como parte de uma coisa maior. Isso acaba comprometendo a qualidade do trabalho, pois já se faz um filme pensando nas mil continuações que ele terá.