Wednesday, August 23, 2006

O Libertino (The Libertine, 2005)


A trama do filme “O Libertino”, do diretor Laurence Dunmore, se passa no século 17, numa época em que a Inglaterra era governada pelo rei Charles II (John Malkovich). Nesse período, o rei Charles II permitiu o pleno desenvolvimento das atividades artísticas (especialmente as teatrais) e de um estilo de vida boêmio, que era marcado pelo uso exagerado de bebidas alcoólicas e pela liberdade sexual. O poeta John Wilmot (Johnny Depp), também conhecido como Conde de Rochester, era um representante fiel desse modo de viver.

Melhor amigo do rei Charles II, Johnny se casou com Elizabeth Malet (Rosamund Pike), uma mulher rica que ele raptou, mas não conseguia deixar de lado o uso de bebidas ou os encontros com as prostitutas. Por causa do alvoroço causado pelo rapto que o levou ao casamento com Elizabeth, Johnny passou um tempo afastado do reino – local para onde ele retorna depois que o rei Charles II o chama para que ele possa escrever um grande épico que represente o espírito de seu reino. No entanto, o foco de Johnny está todo voltado para a atriz Lizzy Barry (Samantha Morton), que é um fiasco de público. O Conde de Rochester se apaixona, então, pela atriz e começa a se dedicar com afinco à tarefa de transformá-la em uma grande atriz – numa época, vale lembrar, em que as mulheres tinham uma série de restrições para subirem nos palcos.

No prólogo de “O Libertino”, Johnny conversa com a platéia e avisa: provavelmente, os homens o odiarão, enquanto as mulheres o amarão. Na verdade, acredito que os atos de Johnny até o momento em que ele escreve a grande peça pornográfica sobre a corte inglesa (ao invés do grande épico que o rei Charles II tinha em mente) não causam nenhum sentimento na platéia. A partir do momento em que Johnny aparece – depois de uma série de acontecimentos mal explicados pelo roteiro – com o rosto desfigurado, sem conseguir se locomover e vivendo como um médico charlatão (tudo uma conseqüência de seu pesado estilo de vida), ele começa a estabelecer um envolvimento com a platéia, pois o público finalmente entende que tudo aquilo que ele fez foi parte de uma busca pessoal de Johnny pelo senso de se sentir amado pelas pessoas.

O personagem de John Wilmot foi feito sob medida para o ator Johnny Depp. Somente ele possui o carisma necessário para entregar as falas sarcásticas e irônicas de seu personagem sem atrair a antipatia da platéia. Somente ele conseguiria mergulhar neste universo obscuro e intrigante que é habitado pelo Conde de Rochester. Depp não é o único a brilhar em “O Libertino”. Samantha Morton e Rosamund Pike também se destacam como as duas mulheres da vida de Johnny. O filme ainda possui um belo trabalho de composição de figurinos, de fotografia e de direção de arte. Mas peca justamente no desenvolvimento do roteiro escrito por Stephen Jeffreys com base na peça que ele mesmo escreveu – especialmente na hora final de “O Libertino”.

Cotação: 4,0

Crédito Foto: Yahoo! Movies

5 comments:

Anonymous said...

Eu gostei muito do filme.. Fiquei tão feliz por ver boas atuações que nem me importei com "falhas" no roteiro.. Concordo, não somente o Depp brilha. Adorei a Rosamund Pike, nem parece aquela mocinha frágil de "Orgulho e Preconceito". E Samantha Morton, mais uma vez em uma performance de tirar o fôlego. Ei, mudei o tema da monografia!! Um mês pra entregar e ainda não fiz NADA. hehehehe Mudei de orientadora tb.. Mas no momento estou sem orientador. hehehehe

Kamila said...

Metade do elenco de "Orgulho e Preconceito" estava neste filme. Não sei se você percebeu...

Que bom, Romeika, que você mudou de tema. Seu tema anterior era muito abrangente. Não iria dar tempo de você fazer tudo a tempo e de maneira satisfatória. Espero que você encontre dessa vez um (a) orientador (a) que te apóie e não insista em algo que você não quer fazer. :-)

Anonymous said...

Notei não, só tive olhos para o conde rochester:p
Ei, falando em monografia, vc ainda não me mandou a sua...
:-D

Anonymous said...

Ei, não malhem de mim, mas eu assisti a "Trair e Coçar...". Ô desgaste! Piadas engraçadas para atores sem-graça. Certa hora o filme fica chato e dá vontade de ir embora mas só fiquei pq queria ver no q ia dar aquela enrolada toda. Enfim... Como previsto, definitivamente, Adriana Esteves não é engraçada. Bjs!

Kamila said...

Felipe, ninguém aqui vai malhar de você, pode deixar! :-)

Vou assistir "Trair e Coçar" essa semana, mas, tenho quase certeza de que minha opinião sobre o filme vai ser bastante parecida com a sua!

Beijos!