Tuesday, November 28, 2006

Happy Feet - O Pinguim (Happy Feet, 2006)


O diretor George Miller (de filmes como “Babe – O Porquinho Atrapalhado”) fez em dez minutos, o que o diretor Luc Jacquet fez em oitenta e cinco minutos no seu ótimo documentário “A Marcha dos Pingüins”. Ou seja, Miller definiu de modo claro e objetivo um dos costumes mais importantes da vida de um pingüim: a dança do acasalamento, em que os pingüins irão escolher – através do canto – aquele (a) com quem irão passar o resto de sua vida e com quem constituirão família. Após essa dança, enquanto a mulher parte para buscar o alimento, o homem fica cuidando da cria.

Mas, logo, a platéia que está assistindo ao filme de animação “Happy Feet – O Pingüim” irá descobrir que o mundo dos pingüins imperadores não é nada perfeito. Os peixes – alimento principal da espécie - estão escassos e o nascimento de um bebê pingüim diferente irá ameaçar o equilíbrio da grande comunidade de pingüins imperadores.

Como é bem explicado no início de “Happy Feet – O Pingüim”, a etapa mais importante da vida de um pingüim acontece em decorrência do canto. Na comunidade imaginada pelos roteiristas Warren Coleman, John Collee, George Miller e Judy Morris, as crianças pingüins recebem até aulas de canto para melhor se prepararem para este momento. Quando Mano (dublado por Elijah Wood na versão original e por Daniel de Oliveira na versão nacional), filho de Memphis (dublado por Hugh Jackman na versão original) e Norma Jean (dublada por Nicole Kidman na versão original), nasce, o caos se instala na comunidade, pois, além de ser completamente desafinado (e nenhuma aula de canto dará jeito nisso), ele tem um dom único e que destoa do resto da sua comunidade: ele sabe sapatear.

Mano vai, aos poucos, se isolando dos outros habitantes da comunidade, que não aceitam o seu dom da dança; e, especialmente do seu pai, que não aceita que o filho seja diferente. Ele prefere que seu filho se transforme em algo que ele não é. Por esta razão, Mano deixa a comunidade, faz novas amizades e planeja uma volta triunfal ao lar ao decidir partir em busca da razão por trás do “desaparecimento” dos peixes e, assim, poder conquistar o respeito de todos.

“Happy Feet – O Pingüim” é um filme fantástico, na maior parte do tempo. Na meia hora final do filme, ele perde um pouco o ritmo, mas se recupera ao mostrar de maneira bem-humorada o que aconteceria se o homem decidisse consertar um pouco da sua interferência negativa na natureza. Além disso, “Happy Feet – O Pingüim” dá ênfase a um valor extremamente importante – e necessário – para os dias de hoje: a tolerância. É preciso que nós saibamos aceitar e respeitar as diferenças sempre, afinal esta é uma condição primordial também para a consolidação do amor. E é de amor que o mundo precisa.

Cotação: 9,0

Crédito Foto: Yahoo! Movies

3 comments:

Anonymous said...

Kamila, introdução bárbara da sua crítica. parabéns! gostei ainda mais do trecho "Após essa dança, enquanto a mulher parte para buscar o alimento, o homem fica cuidando da cria". E a moral da sua resenha ficou muito pessoal sem ser piegas. Queria ver só em vídeo (questão orçamentária), mas você conseguiu me deixar com muita vontade de vê-lo nos cinemas.

Forte abraço!

Museu do Cinema said...

Norma Jean, uma homenagem a Marilyn Monroe, e nada melhor do que Nicole Kidman para dublar.

Kamila said...

Túlio, obrigada pelo comentário. Se você puder assista "Happy Feet - O Pinguim", um filme que é imperdível. Emociona, diverte; enfim, tem tudo aquilo que faz de um filme uma boa peça de entretenimento.

Cassiano, eu fiquei pensando justamente isso: o nome da personagem só pode ser uma homenagem à Marilyn. Pena que eu não pude escutar a voz da Nicole no seu primeiro filme de animação.