A estratégia seguinte foi copiar algo feito com sucesso em outro personagem mitológico do cinema: Batman. Assim como Christopher Nolan fez em “Batman Begins”, a proposta era começar do zero e esquecer os outros filmes. A melhor saída, então, foi usar como fonte de inspiração o livro de Ian Fleming que trouxe o agente pela primeira vez (“Cassino Royale”). Os produtores chamaram de volta os roteiristas de “007 – Um Novo Dia Para Morrer”, Neal Purvis e Robert Wade, e convocaram o premiado roteirista Paul Haggis (de “Menina de Ouro”) para lapidar a história criada pelos dois. O resultado é “007 – Cassino Royale”, filme que marca o início de uma nova era para James Bond.
O filme é dividido em três atos. No primeiro, Bond acabou de ser promovido por M. (Dame Judi Dench) à agente 00 (com licença para matar). A missão dele é vigiar um terrorista pequeno, mas ele acaba desvendando um plano maior. Sob a liderança de Le Chiffre (Mads Mikkelsen), diversos grupos terroristas, que estão espalhados pelo mundo, investem em ações na bolsa de valores com o objetivo de ganhar dinheiro para financiar novos ataques. O plano deles é investir em uma empresa que constrói aviões e destruir o mais novo protótipo deles, de forma a fazer com que as ações da companhia despenquem e eles ganhem milhões. É óbvio que isso não irá acontecer, pois Bond acaba com os planos do grupo.
Fato que nos leva ao segundo ato de “007 – Cassino Royale”. Com todos os grupos terroristas no seu encalço, Le Chiffre tem que arrumar outra maneira de recuperar o dinheiro que perdeu. Por isso, ele cria um torneio de pôquer no Cassino Royale de Montenegro. E é claro que James Bond – agora na companhia da bela contadora do Ministério da Fazenda inglês Vesper Lynd (a atriz francesa Eva Green) – estará participando do torneio para dificultar a vida de Le Chiffre e deixá-lo em uma situação ainda mais desesperadora.
No terceiro ato, depois que a maioria dos conflitos de “007 – Cassino Royale” já estão resolvidos, James Bond ousa vislumbrar uma vida comum ao lado de Vesper (por quem ele se apaixonou). Aqui, podemos fazer um paralelo com outro agente secreto do cinema, Jason Bourne (intepretado por Matt Damon nos filmes “A Identidade Bourne”, “A Supremacia Bourne” e, em breve, “The Bourne Ultimatum”). Assim como Bourne, Bond aprenderá que levar uma vida normal é impossível para alguém como ele, pois ele nunca conseguirá confiar em ninguém e o seu passado nunca o deixará em paz.
“007 – Cassino Royale” é um filme bem-sucedido no seu propósito de renascer James Bond. O personagem nos é apresentado de uma maneira completamente diferente daquela que conhecíamos e, no filme, testemunhamos todo o seu processo de transformação. Os acontecimentos retratados neste filme serão de fundamental importância para as futuras continuações. Entender o que se passa com o homem por trás do smoking é fundamental para compreendermos a maneira como ele desempenha as tarefas às quais é designado. E essa é a maior contribuição que “007 – Cassino Royale” nos faz. Mudar às vezes é bom, e esse filme é a maior prova disso.
Cotação: 8,2
Crédito Foto: Movies Yahoo!
11 comments:
É Kamila, ainda não vi o filme, mas li seu comentário, essa coisa de contar a história de Bond é ótima, pq era uma coisa que ficava subentendido e só para os aficionados.
Cassiano, claro que o filme tem cenas de ação muito bem feitas, mas, no segundo ato, a ação é mínima. O foco é na maneira como Bond vai se transformar a partir do momento em que ele tem a Vesper ao seu lado. Isso é que é interessante e que vai ser fundamental para o desfecho no terceiro ato. O filme é muito bom mesmo, melhor até do que eu esperava que ele fosse.
Confira mesmo, Túlio. "Cassino Royale" é um grande filme.
É até melhor do que "007 - Um Novo Dia Para Morrer", na minha opinião!
Então Kamila, sua opinião é q é o melhor filme da franquia?
Cassiano, não sou muito entendida nos filmes de James Bond. Só assisti aos mais recentes com Pierce Brosnan. Dos que eu assisti, "Cassino Royale" foi o melhor.
Nunca viu nada do Sean Connery?
Com o Sean Connery, só assisti ao "007 Contra Goldfinger" - e gosto bastante do filme.
A abertura é MUITO boa mesmo. Adorei também os créditos iniciais do filme, Túlio.
ODEIO 007.
Num vou nem ler seu comentário. Nada contra vc, mas sim, ao filme.
Certo, Felipe! :-)
Post a Comment