Monday, December 04, 2006

Jesus - A História do Nascimento (The Nativity Story, 2006)


O livro mais importante da história da humanidade é a Bíblia. Dentro dele, existe uma riqueza de personagens e de histórias, as quais muitas já foram contadas à exaustão pelo cinema. No entanto, ainda existe uma história que permanece carente de uma boa interpretação: a de Maria, a jovem escolhida por Deus para ser a mãe de Jesus. O filme “Jesus – A História do Nascimento”, da diretora Catherine Hardwicke, se propõe a contar um pouco da história dela.

A trama do filme se passa no período de um ano, ou seja, desde o momento em que o anjo Gabriel (Alexander Siddig, de “Syriana – A Conquista do Petróleo”) aparece para Maria (Keisha Castle-Hughes, que recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz por sua interpretação em “A Encantadora de Baleias”) e informa-a sobre a sua missão, até quando o rei Herodes (Ciáran Hinds, do seriado “Roma”) ordena que seus soldados matem qualquer menino de, no máximo, dois anos de idade que esteja na cidade de Belém – de forma a impedir que a profecia que afirmava que, de um homem humilde, iria nascer o maior de todos os homens se concretizasse.

Nesse primeiro momento, “Jesus – A História do Nascimento” se divide em diversas linhas narrativas: a principal, que acompanha o dia-a-dia de Maria em Nazaré e as secundárias, que acompanham Herodes e os três Reis Magos em sua busca pelo Messias. É justamente neste primeiro momento que o filme vive o seu instante mais rico, pois o roteirista Mike Rich usa a imaginação para tentar mostrar o conflito que se passou na cabeça de Maria e de José (Oscar Isaac) a partir do momento em que ela ficou grávida.

Vejamos: Maria, uma jovem virgem, se casa com José, um rapaz jovem e trabalhador. O casamento não é bem recebido por Maria e só poderá ser consumado após um ano de relacionamento, no qual cada um deles viverá em casas separadas. Ao saber que terá a missão de carregar o filho de Deus, Maria abandona a cidade de Nazaré e parte para a casa de sua tia Isabel (Shohreh Aghdashloo, indicada ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante pelo filme “Casa de Areia e Névoa”), a mãe do futuro apóstolo João, em busca de conselhos.

Quando Maria volta à Nazaré, já com a barriga bem saliente, o escândalo está armado. Ninguém (nem mesmo os membros de sua própria família) acreditam na história que ela conta sobre o anjo e sobre o filho de Deus e, por conseqüência disso, Maria vira a vergonha da comunidade. José, a princípio, a renega e, somente após receber também a visita do anjo Gabriel, é que ele aceita Maria de volta e decide criar o filho dela como se fosse seu.

Num segundo momento, a trama de “Jesus – A História do Nascimento” acompanha Maria e José na viagem que eles fazem de Nazaré até Belém, por causa da resolução de Herodes de que todo homem tem que voltar com a sua família para a sua cidade natal. É a partir desta cena que o filme começa a virar uma adaptação mais literal de toda a história que conhecemos através da Bíblia.

A diretora Catherine Hardwicke ficou famosa pelos filmes que abordavam o universo jovem e urbano, como “Aos Treze” e “Os Reis de Dogtown”. Com “Jesus – A História do Nascimento”, a diretora abraça uma história e uma maneira de fazer cinema que é mais convencional. Quase que não reconhecemos traços de seu estilo neste filme. Pode parecer estranho, já que estamos falando da adaptação de uma história que todos nós conhecemos de cor e salteado, mas o que mais falta à “Jesus – A História do Nascimento” é originalidade. Tudo parece uma repetição de algo que já foi visto. E, para quem está acostumado a assistir aos filmes de Hardwicke, isto é muito decepcionante.

Cotação: 7,0

Crédito Foto: Yahoo! Movies

22 comments:

Anonymous said...

vou levar painho e mainha... tentar fazer com que eles fiquem viciados em cinema assim como o filho. bjs!

Kamila said...

Felipe, te conheço há muito tempo, e nunca te imaginaria viciado assim em cinema. Isso é muito bom!

Leve mesmo seus pais ao cinema para ver este filme. Eles irão gostar. Aproveite e mande minhas lembranças aos dois. Espero que eles estejam bem! :-)

Anonymous said...

hehehehe, cinema pra toda a família, felipeixe!!!!!

estou muito curioso pra ver como é a história do nascimento de Jesus contada pela diretora de "Aos Treze", mas pelo que eu percebi na sua crítica, Kamila, o passado cinematográfico da diretora não fez muita diferença aqui, né?

Kamila said...

Não faz nenhuma diferença, Túlio. Como eu disse, a impressão que se tem é a de que nem estamos assistindo a um filme da Catherine Hardwicke. Qualquer diretor teria feito a mesma coisa que ela fez nesse filme.

Anonymous said...

Por falar em "Aos Treze", pense num filme que eu assisti e me surpreendi! Até a metade do filme estava quase arrependido de tê-lo alugado... Depois até que gostei.

Kamila, mandarei lembranças a eles sim! hehehe. Manda bjo pras suas irmãs e sobrinho e abraço p seu pai.

Ainda é cedo pra desejar "Feliz Natal". Depois eu desejo. Hehehehe...

Kamila said...

Felipe, obrigada e mandarei abraços para todos!

Eu gosto muito de “Aos Treze”, um ótimo filme, com grandes interpretações. Acho que esse filme é muito bom, pois foi escrito por alguém que também é jovem, que viveu aquelas coisas.

Anonymous said...

Kamila, foi mals! Eu quis dizer seu irmão, e não sobrinho! hahaahaha.. bjs!

Kamila said...

Felipe, sem problemas! :-)

Anonymous said...

Que mentira, Kamila, lembro que assistei "Aos Treze" com vc na extinta sessão de arte do Natal Shopping, e vc não gostou, não...
Eu adoro aquele filme, uma pena que a diretora tão talentosa tenha decepcionado nessa história de Jesus que eu nem vi, nem pretendo ver.. Desculpe a minha falta por aqui, é que enquanto não termino esta monografia, não sossego... Minha vida agora se resume a trabalho pela manhã e monografia da hora que eu chego em casa até a hora de dormir... Estou com três filmes acumulados para ver, mas os outros três que vão estrear na sexta, são seis. O cinemark surpreendeu! "Volver", "A Última Noite" e "O Ilusionista". Uma maravilha.

Kamila said...

Calma, Romeika. Desde que nós assistimos a este filme no cinema, eu o revi e mudei minha opinião sobre ele. Hoje, eu o acho um filme interessante, pelos motivos que citei acima no meu comentário.

Sem problemas quanto à ausência de comentários. Eu entendo o que você está passando.

E não acredito no que meus olhos acabaram de ler: “Volver”, “A Última Noite” e “O Ilusionista” vão estrear aqui? Isso significa que matarei as saudades do meu amado Edward no cinema depois de um ano sem vê-lo na grande tela???? Verei “Volver’, finalmente! Meu final de semana vai ser excelente! Haja dinheiro, ainda mais agora que os ingressos aumentaram lá! Hehehehehehehe

Será que o Moviec* vai ter as mesmas estréias?

Museu do Cinema said...

Esse é um problema, passam semanas sem nada interessante nos cinemas e de uma vez chegam 3 filmes de peso como esses. Minha dica: primeiro Volver (sem pensar duas vezes) depois: A Ultima Noite e por último O Ilusionista, que tb assistirei.

Mas tô achando muito parecido com o Grande truque.

Kamila said...

Exatamente, Cassiano. Depois de minguadas semanas sem nada de interessante, eis que temos sorte e três filmes esperados estréiam ao mesmo tempo.

Acho que a minha programação será a seguinte: "Volver", "O Ilusionista" e "A Última Noite".

Nem titubearia em querer assistir "O Ilusionista", até porque Edward Norton é o meu ator favorito. Mas, Cassiano, vi os quinze primeiros minutos desse filme e te confesso que não achei nada parecido com "O Grande Truque". Me parece que a história dele se foca mais num embate que se realiza entre o mágico e a investigação policial em cima dele.

Posso estar enganada, mas acho que "O Ilusionista" não quer pregar truques na gente, como o filme do Christopher Nolan, e sim quer somente contar a história de um mágico que usa seus poderes para afastar o grande amor de sua vida das mãos do príncipe a quem ela está prometida.

Anonymous said...

Esse negócio de achar o filme ruim e depois bom acontece mesmo.. comigo o exemplo clássico é Titanic, só não me perguntem o que eu achava antes e o que eu acho agora.. Mas aqui em Goiânia tá meio difícil também.. minha renda é meio baixa, mas tô achando que vai ser Os Infiltrados e Vôo 93 (finalmente!).. no mais vai ter festival de cinema espanhol aqui.. aguardem mais no blog!!!

Abraço!

Kamila said...

Aí em Goiânia, a semana de cinema também vai ser movimentada, então, Túlio. Você está mais do que bem servido de opções. Bons filmes!

Beijos!

Anonymous said...

Fiquei curioso em saber o que você achava sobre Titanic 'antes' e 'depois', Túlio. Heheheh.. Diz aí.

Anonymous said...

As opiniões sobre filmes mudam bastante, e às vezes (pelo menos no meu caso), isso tem a ver com o amadurecimento pessoal. Por exemplo, filmes que eu vi quando era mais novinha e que revi há pouco se revelaram extremamente mais preciosos e interessantes aos meus olhos, caso de "Lúcia e o Sexo" e "As Invasões Bárbaras" (eu já gostava deles, mas da primeira vez que os vi, eles não me tocaram tanto). Até aquele com o Nicolas Cage, "8mm", na época eu tinha abominado e um tempo atrás assisti e reformulei a minha opinião sobre o filme. Que bom que vc aprendeu a apreciar "Aos Treze", então. Minha lista de prioridades é essa aqui:

1-Volver
2-O labirinto do fauno
3-O ilusionista
4-Os infiltrados
5-A última noite
6-Happy Feet

Já estou enlouquecendo...

P.S.:ahh..e podem atirar flechas que eu nem ligo, quem me conhece sabe: eu AMEI, AMO, e sempre AMAREI Titanic. E não tenho nem um tiquinho de vergonha em admitir isso. hehe:)

Kamila said...

Eu ODEIO "Titanic"! ABOMINO, QUERO LONGE DE MIM!

hehehehehehehehehehe

Anonymous said...

well... não revelarei o antes/depois de Titanic, sequer darei uma pista, hehehehehe..

são duas possibilidades:

1) Antes eu gostava muito do filme e agora o odeio;

2) Antes eu odiava muito o filme e agora o adoro.

Façam suas apostas!

Kamila said...
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Anonymous said...

Eu nem gosto nem desgosto de Titanic.
Mas não me chamem para assisti-lo novamente que não vou (assim como a Forrest Gump. hahahahhaa...)

Kamila said...
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Kamila said...

As minhas lembranças de “Forrest Gump” no cinema são péssimas! O cinema vendeu mais entradas do que o previsto e tive que assistir ao filme sentada no chão. Só fui apreciar o filme de verdade quando o revi em vídeo depois. Comprei o mesmo filme em DVD recentemente, e o assisti depois de muito tempo. Foi bom perceber que ele era tão bom quanto eu me lembrava.

Quando eu era pequena, cinema para mim era um programa de férias; então, com certeza, o meu primeiro filme deve ter sido algum dos Trapalhões.

Agora que eu me lembre, “Ghost” foi a minha primeira ida ao cinema consciente, por quê eu queria ir mesmo.

E, Felipe: siga o conselho do Túlio: filmes de guerra, somente os dos anos 70/80; e, ao que tudo indica, “Letters From Iwo Jima”, o novo do Clint Eastwood. Mas, esse, você terá que esperar até 2007 para ver.