Wednesday, June 06, 2007

Um Crime de Mestre (Fracture, 2007)

Numa era de séries como “C.S.I. – Crime Scene Investigation”, “Law & Order”, “Close to Home”, “Cold Case”, “Without a Trace”, “Justice”, entre outras, ficou provado que não existe o chamado crime perfeito. O filme “Um Crime de Mestre”, do diretor Gregory Hoblit, através do roteiro de Daniel Pyne e Glenn Gers, quer provar justamente o contrário: o crime perfeito pode ser possível, tendo em vista que ele é o fruto de um jogo de mente, em que a esperteza é o fator fundamental.

Willy Beachum (Ryan Gosling) é uma estrela em ascensão na promotoria pública da cidade de Los Angeles. Jovem, bonito, carismático, talentoso e competente, ele tem o impressionante índice de 97% de condenações. Profissionais como Willy são visados, principalmente, pelos grandes escritórios de advocacia e trabalhar no ramo privado é um grande sonho dele. Quando a oportunidade, enfim, bate à sua porta, Willy tem que concluir um último caso antes de abraçar o novo desafio de sua carreira.

Num bairro nobre de Los Angeles, o inteligente e perspicaz Ted Crawford (Anthony Hopkins) já sabia há um bom tempo que sua esposa, Jennifer (Embeth Davidtz), o traía com o detetive de polícia Rob Nunally (Billy Burke). Em uma noite, Ted surpreende Jennifer com um tiro no rosto que a deixa em coma irreversível. Preso em flagrante, com a arma do crime nas mãos e uma confissão assinada, o caso de Crawford parecia ser o mais fácil da carreira de Willy. No entanto, o julgamento traz grandes surpresas e as provas obtidas pela polícia de Los Angeles acabam sendo desqualificadas.

Com a possibilidade de perder, não só o emprego no grande escritório de advocacia, como também o posto de promotor público, Willy ganha uma obsessão: solucionar o assassinato de Jennifer Crawford e colocar Ted na cadeia.

“Um Crime de Mestre” se assemelha bastante com “As Duas Faces de um Crime”, outro filme que se passa nos tribunais dirigido por Gregory Hoblit. Em “As Duas Faces de um Crime”, Richard Gere interpreta um advogado-estrela que está mais interessado nos casos que atraem a mídia. Ele vai defender o jovem coroinha interpretado por Edward Norton da acusação de assassinar um dos bispos mais proeminentes da cidade. Todo o filme se apoiava num jogo que acontecia entre advogado e cliente. Sendo que, ao invés do crime perfeito, tínhamos a criação da estratégia de defesa perfeita.

Assim como em “As Duas Faces de um Crime”, “Um Crime de Mestre” se apóia no relacionamento que se estabelece entre Willy (o promotor) e Ted (o acusado). Em decorrência disso, o filme tem como ponto alto as interpretações de Anthony Hopkins e Ryan Gosling. Hopkins age o tempo todo como o mentor experiente que tenta intimidar o jovem impetuoso. É quase que – guardadas as devidas proporções – um replay do duelo entre Hannibal Lecter (o próprio Hopkins) e Clarice Sterling (Jodie Foster) em “O Silêncio dos Inocentes”. A única diferença entre todos estes filmes é que, em “Um Crime de Mestre”, a justiça vence.

Cotação: 7,0

Crédito Foto: Yahoo! Movies

11 comments:

Wanderley Teixeira said...

Achei Um Crime de Mestre apenas competente.
No duelo entre Hopkins e Gosling,o mais jovem ganha em disparada.A repetição de Hopkins em fazer tipos semelhantes está deixando sua carreira arrastada e sem grandes novidades.Triste constatar.

Alex Gonçalves said...

Eu adoro “As Duas Faces de um Crime” e aguardo com ansiedade por este “Um Crime de Mestre” (optarei em vê-lo em DVD)., pois espera-se que o “combate” entre protagonistas renda o mesma suspense do filme estrelado por Richard Gere. O que, surpreendentemente, me chamou a atenção neste “Um Crime de Mestre” foi o nome de Fiona Shaw no elenco. Fiquei antenado na veterana atriz após sua senil atuação no “Dália Negra”.

Kamila said...

Wanderley, também acho que o Hopkins, ao repetir os mesmos papéis de sempre, deixa sua carreira bem menos interessante. O Gosling está ótimo no filme, aliás, ele sempre está bem.

Alex, a Fiona Shaw tem um papel pequeno em "Um Crime de Mestre". Ela faz a juíza do caso do Ted. Não tem grandes cenas, mas também não atrapalha, como foi o caso em "Dália Negra".

Otavio Almeida said...

Li muitos elogios ao filme, mas ainda não consegui assistir... Engraçado que, para mim, esse Gregory Hoblit só acertou em AS DUAS FACES DE UM CRIME?

Acha que preciso correr aos cinemas pra ver UM CRIME DE MESTRE?

Bjs!

Kamila said...

Otávio, o Hoblit só acertou mesmo em "As Duas Faces de um Crime".

Você só deve assistir "Um Crime de Mestre" se não tiver uma melhor opção. O filme vai funcionar da mesma maneira no DVD.

Beijo.

Museu do Cinema said...

Acho que esse filme deve ter um suspense bem interessante.

Kamila said...

Cassiano, o filme tem um suspense ótimo e o duelo dos dois atores é excelente. Como eu disse, vai funcionar bem em todas as mídias.

Marcus Vinícius said...

A sinopse dele já me deixou bem antenado no filme, além do mais que sempre vale conferir Anthony Hopkins, independente do papel.

Bjs

Alex Gonçalves said...

Kamila, eu considero o contrário, pois adorei a pequena (e importante) participação de Fiona Shaw em "Dália Negra". Mas sou suspeito para falar a respeito do cinema de Brian De Palma, pois aprecio quase todas as suas obras, mesmo que este seu filme mais recente esteja muito distante de alcançar seus grandes clássicos.

Kamila said...

Marcus, concordo plenamente com seu comentário sobre o Anthony Hopkins.

Alex, eu coloquei a Fiona Shaw na minha lista de piores do ano. Acho que a atuação dela em "Dália Negra" foi muito exagerada.

Beijos.

Anonymous said...

Discordo da maioria.
O filme te prende do início ao fim, é um bom filme e não apenas regular.