Existe um elemento recorrente nos três filmes que formam a trilogia sobre o espião da CIA Jason Bourne (Matt Damon). Todos os personagens de todos os filmes estão em busca de algo e servem às suas próprias motivações. No caso particular de Jason Bourne, em “A Identidade Bourne”, do diretor Doug Liman, ele tenta descobrir quem ele é. Em “A Supremacia Bourne”, do diretor Paul Greengrass, Bourne deixa a sua primeira busca de lado e passa a ser motivado pela vingança – ele quer causar dor àqueles que mataram a sua namorada, Marie (Franka Potente). Já em “O Ultimato Bourne”, novamente sob a direção de Paul Greengrass, Jason Bourne espera fechar um ciclo para poder, enfim, viver em paz.
O filme parte de uma série de reportagens que Simon Ross (Paddy Considine, que esteve no belíssimo “Terra de Sonhos”) faz sobre a Operação Blackbiar (que substituiu a Operação Treadstone da qual Jason Bourne fazia parte), revelando toda a origem e a história de Jason Bourne após ele se transformar no alvo principal da CIA. É a partir das informações que o repórter consegue que Jason retoma toda a sua busca pela sua identidade, pela recuperação de sua memória. E, mais uma vez, ele irá se deparar com os mesmos oponentes de sempre em cenas que acontecem ao redor do mundo – mais precisamente nas cidades de Moscou, Londres, Turim, Tangier e Nova York.
“O Ultimato Bourne” reforça muitos dos elementos que assistimos nos dois filmes anteriores da série: um roteiro que não dá descanso à platéia, cenas de ação de tirar o fôlego, perseguições de veículos orquestradas com perfeição e o clima tenso – o qual é completamente enfatizado pela câmera de Paul Greengrass que se coloca no meio da ação, como se fosse uma personagem do filme, aproximando a platéia da busca de Bourne e dos obstáculos por ele enfrentados.
Mas, é claro que o filme também oferece elementos novos. O mais interessante deles é o personagem vivido pelo ator David Strathairn. Ele interpreta Noah Vosen, o diretor da poderosa divisão antiterrorismo da CIA e que tem carta livre para fazer o que bem entender com Jason Bourne – a quem ele considera uma ameaça tão ou mais letal aos EUA do que os terroristas da Al-Qaeda, por exemplo. É Vosen, talvez, o maior inimigo que Bourne teve que enfrentar nos três filmes da série e ele tem muito a ver com a busca principal dele.
“O Ultimato Bourne” é um filme que fecha - muito bem, por sinal - o ciclo da série. O que fica para aqueles que acompanharam a saga de Jason Bourne é a sensação de que a busca pela sua identidade já estava liquidada há muito tempo. Jason Bourne sempre soube quem ele era de verdade – ele tinha plena consciência de que era um homem que não matava por qualquer propósito; ele tem remorso e sentimentos conflitantes com o trabalho que tinha que desempenhar. A grande busca dele era tentar entrar em contato com o que ele tinha se transformado. Descobrir isto era o preço de sua liberdade. A questão que fica sem resposta e que, talvez, possa ser retomada em filmes futuros – não que haja a necessidade deles – é a seguinte: Jason Bourne algum dia vai ser livre para viver sua própria vida?
Cotação: 9,5
Crédito Foto: Yahoo! Movies
O filme parte de uma série de reportagens que Simon Ross (Paddy Considine, que esteve no belíssimo “Terra de Sonhos”) faz sobre a Operação Blackbiar (que substituiu a Operação Treadstone da qual Jason Bourne fazia parte), revelando toda a origem e a história de Jason Bourne após ele se transformar no alvo principal da CIA. É a partir das informações que o repórter consegue que Jason retoma toda a sua busca pela sua identidade, pela recuperação de sua memória. E, mais uma vez, ele irá se deparar com os mesmos oponentes de sempre em cenas que acontecem ao redor do mundo – mais precisamente nas cidades de Moscou, Londres, Turim, Tangier e Nova York.
“O Ultimato Bourne” reforça muitos dos elementos que assistimos nos dois filmes anteriores da série: um roteiro que não dá descanso à platéia, cenas de ação de tirar o fôlego, perseguições de veículos orquestradas com perfeição e o clima tenso – o qual é completamente enfatizado pela câmera de Paul Greengrass que se coloca no meio da ação, como se fosse uma personagem do filme, aproximando a platéia da busca de Bourne e dos obstáculos por ele enfrentados.
Mas, é claro que o filme também oferece elementos novos. O mais interessante deles é o personagem vivido pelo ator David Strathairn. Ele interpreta Noah Vosen, o diretor da poderosa divisão antiterrorismo da CIA e que tem carta livre para fazer o que bem entender com Jason Bourne – a quem ele considera uma ameaça tão ou mais letal aos EUA do que os terroristas da Al-Qaeda, por exemplo. É Vosen, talvez, o maior inimigo que Bourne teve que enfrentar nos três filmes da série e ele tem muito a ver com a busca principal dele.
“O Ultimato Bourne” é um filme que fecha - muito bem, por sinal - o ciclo da série. O que fica para aqueles que acompanharam a saga de Jason Bourne é a sensação de que a busca pela sua identidade já estava liquidada há muito tempo. Jason Bourne sempre soube quem ele era de verdade – ele tinha plena consciência de que era um homem que não matava por qualquer propósito; ele tem remorso e sentimentos conflitantes com o trabalho que tinha que desempenhar. A grande busca dele era tentar entrar em contato com o que ele tinha se transformado. Descobrir isto era o preço de sua liberdade. A questão que fica sem resposta e que, talvez, possa ser retomada em filmes futuros – não que haja a necessidade deles – é a seguinte: Jason Bourne algum dia vai ser livre para viver sua própria vida?
Cotação: 9,5
Crédito Foto: Yahoo! Movies
18 comments:
Incrível filme! Ainda estou em estado de choque, pasmo com seu brilhantismo. Sem dúvida, um dos roteiros mais efficientes do ano. Do gênero, é o melhor que vejo em muito, muito, muito tempo.
Nota 9,5
Concordo, Wally. Mas, vou um pouquinho além: não só "O Ultimato Bourne", como toda a série sobre o Jason Bourne é brilhante.
o filme é bom ... porém não viajo na serie e pelo menos acertei na previsão que Bourne iria salvar algo em uma trilogia ...
Porém não gosto do estilo de Greengrass, prefiro a Supremacia ... e fora isso a minha chateação pelo mal uso de Paddy Considine e Daniel Bruhl ... que falta de respeito ...
se for nota ... 7,0 tá bom ...
Eu gostei dos outros filmes da trilogia, to muito afim de ver esse. É capaz de não entrar em cartaz aqui, então vou ter que esperar em dvd, ou uma versão boa pra baixar. =/
Beijo!
Sabe que eu não gostei tanto do filme como você, mas sua crítica está ótima, deu até vontade de rever. Acho que a trilogia foi encerrada de uma ótima forma, mas não sei se a série deveria continuar - o que não deve ocorrer devido ao enorme sucesso de bilheteria.
Abraço!
Eu acho que sim! Ele e a Julia Stiles não precisam mais fugir. Ele acabou com a Operação Treadstone/Blackbriar. Agora... acabou! Ele pode viver livre.
E tem razão em sua bela crítica! A melhor novidade deste filme é o David Strathairn.
Bjs!
Kamila, quero muito ver esse filme, e a sua resenha (e a nota) me deixou com mais vontade ainda! Me diga uma coisa, essa interrogação final é algum spoiler ou é só uma interpretação sua?
Adorei seu texto, Kamila.
O que realmente me impressionou em Ultimato foi a atitude mais agressiva de Bourne durante o longa. Fica nítido que ele já está de saco cheio e não está mais pra brincadeira. Isso deixa o contraste com o Strathairn ainda melhor.
Quanto a seqüência, Damon já disse que pra ele é o fim de Bourne (apesar de achar que é só motivar ele...$$$), mas ainda extem mais dois livros depois da trilogia de Ludlum escritos por Eric Van Lustbader. No entanto acho ótima a idéia de parar no 3.
Concordo Kamila, a trilogia toda é foda, mas Ultimato é realmente o ultimato, o mais sensacional de todos.
Po... quero ver esse filme, logo.
Pelo jeito o Ultimato dá uma levantada na série.
Porque os dois primeiros considero filmes bem produzidos, mas sem grandes novidades.
João, eu não fico chateada com a má utilização de atores ótimos como Paddy Considine e Daniel Bruhl. A função deles é mais ilustrar a história - assim como a personagem da Julia Stiles. Coadjuvantes importantes mesmo somente o David Strathairn e a Joan Allen.
Marcus, não acredito que um filme tão "grande" quanto "O Ultimato Bourne" não vá chegar por aí.
Vinícius, eu acho que a série pode continuar pegando o Bourne com a Nicky (Julia Stiles), como o Otávio disse. Aquela fala dela: "foi difícil para mim me envolver na perseguição a você", ficou muito mal explicada. Qual o passado dela com Bourne??
Romeika, meu último questionamento não é nenhum spoiler. É somente uma interpretação minha à história da trilogia.
Luciano, também gostei muito da agressividade do Bourne neste filme. E o Damon deu declarações também afirmando que, se o Greengrass estiver envolvido num quarto filme e o roteiro for bom, ele se envolve com uma quarta parte.
Wally, eu sou mais fã de "A Supremacia Bourne". Mas, "O Ultimato" é um baita filme.
Ramon, a trilogia, para mim, tem que estar entre os melhores filmes de ação já produzidos em todos os tempos.
filmaço de assim, fácil fácil top 5 no ano.
tem algumas das sequencias mais bem feitas do gênero. e acho que umas 3 (na estação waterloo, a perseguição em tangier e em ny) merecem figurar no hall de melhores de todos os tempos, tamanho o esmero da produção.
o elenco é outro ponto positivo, com joan allen, david strathairn e damon muito bem em seus papéis. não gosto muito da julia stiles, mas enfim... nada é perfeito né.
Vou rever os dois primeiros pra entrar no clima. Filme com trama assim que se entregar na pele de Jason.
Eles já deram o Ultimato, o q fica então é a pergunta, qual seria o novo título?
Dica cinéfila Kamila, compre a Bravo especial cinema!
Oi Kamila!!!
Ansiosa pra ver esse ultimo filme da serie!
Gosto do conceito dos outros filmes e acho Matt Damon excelente no papel de Jason!
Infelizmente ainda não chegou no cinema da minha cidade, mas se chegar logo volto por aqui pra opinar!
Gostei do texto e do blog que ainda não tinha "bisbilhotado"!
Abraços!
Gustavo, concordo plenamente com seu comentário. Acho que "O Ultimato Bourne" vai figurar na lista de melhores do ano de muita gente - e é totalmente merecido. Além da direção, eu sempre achei que os pontos altos dos filmes da série sempre foram o roteiro e o elenco.
Rogério, eu tenho que rever os dois filmes anteriores da série ainda. Mas, fiquei besta como eles ainda estavam bem frescos em minha memória. E filmes bons são assim. Permanecem com a gente por um bom tempo.
Cassiano, eu acho que "Ultimato" vai ser o último filme dessa série, mas a gente nunca sabe o dia de amanhã em Hollywood. E obrigada pela dica. Vou procurar a revista para eu comprar.
Andressa, obrigada pela visita e pelo comentário. Não deixe de assistir a este filme, porque é muito bom mesmo.
Pô, esse aí, é um baita filmaço, adorei pra caramba a trilogia toda e esse último eu achei o melhor de todos, no meu blog tem o meu comentário completo, se tive interesse em ler...nota 8.5! Abs!
Em minha opinião, essa trilogia foi a melhor já vista por mim. Nada de cenas inacreditáveis ou irreais. Muitos detalhes que merecem plenos aplausos. O Autor Matt Damon foi uma excelente escolha para interpretar Jason Bourne. O que mais admirei foi a expressão no rosto utilizada por ele durante toda a trilogia e a calma com que ele enfrentava toda a perseguição: lutas, estratégias. Tudo muito show.
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