O filme “O Bom Pastor”, do diretor Robert de Niro, faz um retrato sobre a criação e a consolidação da Central Intelligence Agency (CIA), uma agência de investigação criada como conseqüência da Doutrina Truman, a qual, por sua vez, foi idealizada pelo presidente Harry Truman e tinha como objetivo principal determinar o papel dos Estados Unidos como os defensores das nações que se encontravam em perigo. No entanto, o que interessava ao roteiro de Eric Roth era analisar a vida dos homens que trabalhavam na agência e que, de certa maneira, viravam prisioneiros do mundo que eles mesmos criaram – e que era dominado pela mentira e pela solidão.
A minissérie “A Companhia”, do diretor Mikael Salomon, e cujas três partes foram ao ar neste mês pelo canal HBO, faz um retrato sobre o papel da CIA durante a Guerra Fria. Encontramos o mundo dividido em dois pólos opostos: um lado capitalista e outro socialista. Nesta época, toda a pauta de trabalho da CIA ou da KGB (o equivalente soviético do órgão norte-americano) envolvia a espionagem de cada país antagonista, a fim de descobrir os seus segredos. E, quando “A Companhia” começa, já estamos em uma situação de alto risco, afinal a CIA procura o nome do agente infiltrado em seus quadros pela KGB – é esta busca o ponto principal da minissérie e que deflagra a série de acertos e erros cometidos pela agência no decorrer do conflito entre norte-americanos e soviéticos.
O roteiro escrito por Ken Nolan, com base em um livro de Robert Littel, se passa em várias partes do mundo. Temos cenas em Berlim, Washington, Inglaterra, Budapeste, Áustria, Guatemala, Nova York, Miami, Havana e Moscou. No meio disso, três amigos que seguiram caminhos bastante opostos. Leo Kritzky (Alessandro Nivola) ficou em Washington no trabalho burocrático e de ligação direta com a Casa Branca e com o quartel-general da CIA na cidade. Jack McCauliffe (Chris O’Donnell) é um agente de campo, que trabalha como aprendiz de Harvey Torriti (Alfred Molina), o chefe da Divisão Soviética da CIA em Berlim. Yevgeny Tsipin (Rory Cochrane) é o jovem recrutado por Starik (Ulrich Thomsen), da KGB do governo de Josef Stalin, para ser um agente em solo norte-americano e contato principal com o infiltrado dos soviéticos na CIA – o que joga a favor de Yevgeny é o fato de ele ter estudado nos Estados Unidos e, portanto, sabe agir e pensar como um verdadeiro filho da terra do Tio Sam, passando completamente desapercebido aonde quer que vá. E, como veremos nas três partes de “A Companhia”, de uma maneira ou de outra, os desdobramentos das relações já problemáticas entre Estados Unidos e União Soviética está nas mãos – e nas ações – destes três rapazes que se conheceram na prestigiosa Universidade de Yale.
Por ter várias linhas de narração – e todas elas ricas à sua própria maneira –, seria muito fácil para o diretor Mikael Salomon se perder em meio a tantos acontecimentos. No entanto, ocorre justamente o contrário. A edição de Robert A. Ferretti e Scott Vickrey nos deixa completamente envolvidos no relato das relações entre Estados Unidos e União Soviética, bem como no jogo de poder e de intriga que é vivenciado diariamente pelos agentes de ambas as agências de espionagem. “A Companhia”, uma minissérie que contou com a produção executiva dos irmãos Ridley e Tony Scott e foi levada ao ar, nos EUA, pelo canal TNT, é uma obra de alto nível técnico, em que se destacam, além da edição de Ferretti e Vickrey e da direção de Salomon, as performances inspiradas de seu elenco (em especial as de Alfred Molina, Ulrich Thomsen, Alexandra Maria Lara, Rory Cochrane, Chris O’Donnell, Michael Keaton e Alessandro Nivola) e a belíssima trilha sonora composta por Jeff Beal. Se fosse um filme, “The Company” era uma produção digna de Oscar.
Cotação: 9,0
A Companhia (The Company, 2007)
Direção: Mikael Salomon
Roteiro: Ken Nolan
Elenco: Chris O’Donnell, Alfred Molina, Michael Keaton, Ted Atherton, Alessandro Nivola, Rory Cochrane, Tom Hollander, Ulrich Thomsen, Erika Marozsán, Natasha McElhone, Raoul Bova, Alexandra Maria Lara, Martin Doyle
A minissérie “A Companhia”, do diretor Mikael Salomon, e cujas três partes foram ao ar neste mês pelo canal HBO, faz um retrato sobre o papel da CIA durante a Guerra Fria. Encontramos o mundo dividido em dois pólos opostos: um lado capitalista e outro socialista. Nesta época, toda a pauta de trabalho da CIA ou da KGB (o equivalente soviético do órgão norte-americano) envolvia a espionagem de cada país antagonista, a fim de descobrir os seus segredos. E, quando “A Companhia” começa, já estamos em uma situação de alto risco, afinal a CIA procura o nome do agente infiltrado em seus quadros pela KGB – é esta busca o ponto principal da minissérie e que deflagra a série de acertos e erros cometidos pela agência no decorrer do conflito entre norte-americanos e soviéticos.
O roteiro escrito por Ken Nolan, com base em um livro de Robert Littel, se passa em várias partes do mundo. Temos cenas em Berlim, Washington, Inglaterra, Budapeste, Áustria, Guatemala, Nova York, Miami, Havana e Moscou. No meio disso, três amigos que seguiram caminhos bastante opostos. Leo Kritzky (Alessandro Nivola) ficou em Washington no trabalho burocrático e de ligação direta com a Casa Branca e com o quartel-general da CIA na cidade. Jack McCauliffe (Chris O’Donnell) é um agente de campo, que trabalha como aprendiz de Harvey Torriti (Alfred Molina), o chefe da Divisão Soviética da CIA em Berlim. Yevgeny Tsipin (Rory Cochrane) é o jovem recrutado por Starik (Ulrich Thomsen), da KGB do governo de Josef Stalin, para ser um agente em solo norte-americano e contato principal com o infiltrado dos soviéticos na CIA – o que joga a favor de Yevgeny é o fato de ele ter estudado nos Estados Unidos e, portanto, sabe agir e pensar como um verdadeiro filho da terra do Tio Sam, passando completamente desapercebido aonde quer que vá. E, como veremos nas três partes de “A Companhia”, de uma maneira ou de outra, os desdobramentos das relações já problemáticas entre Estados Unidos e União Soviética está nas mãos – e nas ações – destes três rapazes que se conheceram na prestigiosa Universidade de Yale.
Por ter várias linhas de narração – e todas elas ricas à sua própria maneira –, seria muito fácil para o diretor Mikael Salomon se perder em meio a tantos acontecimentos. No entanto, ocorre justamente o contrário. A edição de Robert A. Ferretti e Scott Vickrey nos deixa completamente envolvidos no relato das relações entre Estados Unidos e União Soviética, bem como no jogo de poder e de intriga que é vivenciado diariamente pelos agentes de ambas as agências de espionagem. “A Companhia”, uma minissérie que contou com a produção executiva dos irmãos Ridley e Tony Scott e foi levada ao ar, nos EUA, pelo canal TNT, é uma obra de alto nível técnico, em que se destacam, além da edição de Ferretti e Vickrey e da direção de Salomon, as performances inspiradas de seu elenco (em especial as de Alfred Molina, Ulrich Thomsen, Alexandra Maria Lara, Rory Cochrane, Chris O’Donnell, Michael Keaton e Alessandro Nivola) e a belíssima trilha sonora composta por Jeff Beal. Se fosse um filme, “The Company” era uma produção digna de Oscar.
Cotação: 9,0
A Companhia (The Company, 2007)
Direção: Mikael Salomon
Roteiro: Ken Nolan
Elenco: Chris O’Donnell, Alfred Molina, Michael Keaton, Ted Atherton, Alessandro Nivola, Rory Cochrane, Tom Hollander, Ulrich Thomsen, Erika Marozsán, Natasha McElhone, Raoul Bova, Alexandra Maria Lara, Martin Doyle
23 comments:
Eu estou tão por fora desses últimos telefilmes e séries de poucos capítulos... A trama é interessante, e olha quem está no elenco, o Chris O'Donnel! Uma dia desses eu estava me perguntando o que aconteceu a ele, que desapareceu do mapa. E eis que ele está nessa produção e vc elogia a sua atuaçao e tudo. Gostaria de ver esse "The Company", mas sem canal por assinatura acho que fica difícil:-)
Romeika, se não me engano, o seriado já foi lançado em DVD. Só não sei se está disponível na Dinamarca. O Chris O'Donnell esteve, no ano passado, no seriado "Grey's Anatomy" e, em seguida, fez "A Companhia".
Bom final de semana!
Kamila, irei procurar esse e outros telefilmes depois da mudança. Bom fds!
Eu sou outro que de telefilmes sou mais leigo que Michael Bay e seus clichês narrativos!
Adorei seu texto...
O assunto sempre me interessou! Graças a Deus, afinal são anos de escola sempre estudando isso...seria horrível se não gostasse!
Enquanto fico só na vontade com A companhia, posso ver O Bom Pastor...
valeu pela dica!
xD até!
Romeika, procure mesmo.
William, eu também sinto muito interesse por esse assunto. O que é bom é que "A Companhia" mostra todos aqueles acontecimentos que a gente estudou no colégio, mas do ponto de vista daqueles que estavam efetivamente lá. Recomendo bastante as duas obras - tanto "O Bom Pastor", quanto "A Companhia".
Não conheço esse filme, mas deu vontade de ver, saiu em DVD Kamila? ou só na TNT mesmo?
Cassiano, "A Companhia" já foi lançado em DVD, nos EUA. Acho que vai demorar um pouco para sair por aqui.
Puxa, não sabia que estava em DVD. Valeu pela dica, Kamila!
Bom final de semana!
Bjs!
Filmes da HBO ou da TNT são geralmente espetaculares, mesmo com o formato TV ... e você fala tão bem nesse que vale a pena tentar conferir ... e sim ... um ator que tá ganhando a minha admiração é Rory Cochrane ... ele em A Scanner Darkly e Right At Your Door, o cara arrebenta ...
abraços
Otavio, "A Companhia" foi lançado em DVD - só não sei se no Brasil. O programa está indo ao ar, neste mês, na HBO Brasil.
João, sou fã dos telefilmes produzidos pela HBO, que deixam, em alguns casos, nada a dever em qualidade, se comparado aos filmes de grandes estúdios. Não conhecia o trabalho do Rory Cochrane, mas ele me impressionou muito nesta minissérie.
Beijos.
Assim com o Otávio não sabioa que estava em DVD. Valeu!
Provavelmente, um dia o filme deve ganhar o formato DVD por aqui no Brasil (acho que não foi lançado). E Chris O'Donnel não é mais aquele ator promissor que participou de filmes como "Tomates Verdes Fritos". Ao menos anda tentando a sorte em filmes discretos como "Kinsey - Vamos Falar de Sexo" e "The Sisters".
E, ao contrário da maioria, o tema não me agrada muito. Tanto que não tive disposição para assistir "O Bom Pastor" até agora.
Felipe, de nada!
Alex, eu acho que o filme ainda não foi lançado em DVD no Brasil. O Chris O'Donnell, realmente, não confirmou todo o potencial que tinha, mas, ultimamente, tem escolhido projetos interessantes. Eu gosto muito dessa temática política.
Bah também não conhecia, mas já foi anotado aqui na listinha de 'filmes-que-devo-ver'. Aliás, belo texto Kamila.
Beijos!!
NOOssa queria ter visto a minissérie... tem um elenco e tanto!
Vou tentar pegar alguma reprise na HBO!
Quero ver tbm O Bom Pastor!
Abraços!
Boa Semana!
http://arthurbelotto.blogspot.com
Que boa notícia!
Vou tentar encontrar a série!
Nota 9, é?!
Po, deve ser show de bola!
Marcus, obrigada!!!
Arthur, recomendo muito a minissérie, porque é excelente.
Ramon, a minissérie é show de bola. Deixa a gente ansioso para saber o que vai acontecer mais na frente.
Como não tenho muito acesso a esses filmes, nem guardo muitas expectativas, mas se sair em DVD com certeza verei - até por ser uma produção a nível do Oscar e ter no elenco dois nomes que andavam bem sumidos: o Keaton e o O'Donnell (cuja coisa mais recente em que o vi foi "Grey's Anatomy").
Vinícius, a presença desses dois atores, aliado ao tema da minissérie, foram os elementos que mais me atrairam na obra. E não me arrependo de ter conferido os três capítulos. Espero que os dois atores que você destacou no seu comentário sejam indicados ao Globo de Ouro.
Até que enfim eu li alguem falando desta minisserie, e muito bem por sinal, ela é magistral com um contexto excelente e uma otima direção, depois do O Bom Pastor, essa minisserie caiu como uma luva para entender um pouco mais da Guerra Fria, e o mundo da espionagem envolvendo a CIA e a KGB.
Legal pelo menos encontrei uma pessoa falando tão bem desta minisserie.
"The Company" já saiu aqui em dvd sim. Acabei de assistir a 1ª parte, e estou adorando. Muito bem realizada, com ótimas atuações e diálogos.
grande post! vou tentar ver essa mini!
um dos melhores filmes que vi na vida! mas falta algo: alguem sabe onde encontrar a trilha sonora?
tks...
sandro
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