Os grindhouses eram cinemas que funcionavam mostrando, basicamente, aquilo que é chamado de “exploitation film” (aqueles que, a custo de qualquer qualidade artística, são filmes cujos temas principais eram a violência, sexo, nudez, uso de drogas, monstros, destruição, seres estranhos, rebeliões e caos). Nestas salas de cinema, a programação era contínua e, muitas vezes, os filmes eram passados de forma consecutiva.
Mais do que diretores de cinema cujos métodos de trabalho e linguagem são consideradas bastante inventivas, a dupla de amigos formada por Robert Rodriguez e Quentin Tarantino é fã da sétima arte – e dos grindhouses, particularmente. Movidos por essa idéia, os dois decidiram fazer um projeto cinematográfico em que cada um dirigiria um filme, os quais passariam de forma consecutiva nas salas de cinema.
No entanto, nos tempos dos multiplexes, uma experiência como essa é bastante arriscada. No primeiro final de semana de lançamento, nos Estados Unidos, “Grindhouse” foi um fracasso de público. Nem bem recebido pela crítica foi. Em conseqüência, a The Weinstein Company decidiu usar uma estratégia diferente para o lançamento do projeto no mercado internacional. “Planeta Terror”, a parte dirigida por Robert Rodriguez; e “À Prova da Morte”, de Quentin Tarantino, seriam mostradas de forma separada, como um filme independente do outro.
No Brasil, a primeira parte a ser exibida pelas salas de cinema foi “Planeta Terror”, um filme que acompanha uma noite de horror em uma pequena cidade texana, quando uma conspiração governamental lança uma praga biológica em cima dos seres humanos, que começam a matar uns aos outros – a fase de contaminação dos seres com a doença passada pelos predadores deixa-nos praticamente deformados. Em busca da sobrevivência, um grupo – que será liderado por El Wray (o ótimo ator Freddy Rodriguez, conhecido pelo seu papel no seriado “Six Feet Under”) e pela “stripper perneta” Cherry Darling (Rose McGowan) – tenta combater os zumbis que teimam em querer aniquilar com a vida deles.
Com o projeto “Grindhouse”, não bastava para Quentin Tarantino e Robert Rodriguez recriar um conceito de filme. Eles queriam fazer com que o espectador se sentisse dentro de uma das salas de cinema que passavam os “exploitation films”. Portanto, se prepare para uma série de trailers falsos, de imagens “arranhadas”, da impressão de que o rolo do filme está queimando, de cortes bruscos, da presença de uma trama sem pé nem cabeça, entre outras coisas. Este é um experimento arriscado, mas que só vai funcionar se você estiver disposto a entrar na brincadeira. Se não, você vai achar “Planeta Terror” uma completa porcaria.
Cotação: 2,0
Planeta Terror (Planet Terror, EUA, 2007)
Diretor(es): Robert Rodriguez
Roteirista(s): Robert Rodriguez
Elenco: Freddy Rodríguez, Rose McGowan, Marley Shelton, Josh Brolin, Michael Biehn, Naveen Andrews, Michael Parks, Jerili Romeo, Tom Savini, Rebel Rodriguez, Carlos Gallardo, Electra Avellan, Elise Avellan, Quentin Tarantino, Derek Southers
Mais do que diretores de cinema cujos métodos de trabalho e linguagem são consideradas bastante inventivas, a dupla de amigos formada por Robert Rodriguez e Quentin Tarantino é fã da sétima arte – e dos grindhouses, particularmente. Movidos por essa idéia, os dois decidiram fazer um projeto cinematográfico em que cada um dirigiria um filme, os quais passariam de forma consecutiva nas salas de cinema.
No entanto, nos tempos dos multiplexes, uma experiência como essa é bastante arriscada. No primeiro final de semana de lançamento, nos Estados Unidos, “Grindhouse” foi um fracasso de público. Nem bem recebido pela crítica foi. Em conseqüência, a The Weinstein Company decidiu usar uma estratégia diferente para o lançamento do projeto no mercado internacional. “Planeta Terror”, a parte dirigida por Robert Rodriguez; e “À Prova da Morte”, de Quentin Tarantino, seriam mostradas de forma separada, como um filme independente do outro.
No Brasil, a primeira parte a ser exibida pelas salas de cinema foi “Planeta Terror”, um filme que acompanha uma noite de horror em uma pequena cidade texana, quando uma conspiração governamental lança uma praga biológica em cima dos seres humanos, que começam a matar uns aos outros – a fase de contaminação dos seres com a doença passada pelos predadores deixa-nos praticamente deformados. Em busca da sobrevivência, um grupo – que será liderado por El Wray (o ótimo ator Freddy Rodriguez, conhecido pelo seu papel no seriado “Six Feet Under”) e pela “stripper perneta” Cherry Darling (Rose McGowan) – tenta combater os zumbis que teimam em querer aniquilar com a vida deles.
Com o projeto “Grindhouse”, não bastava para Quentin Tarantino e Robert Rodriguez recriar um conceito de filme. Eles queriam fazer com que o espectador se sentisse dentro de uma das salas de cinema que passavam os “exploitation films”. Portanto, se prepare para uma série de trailers falsos, de imagens “arranhadas”, da impressão de que o rolo do filme está queimando, de cortes bruscos, da presença de uma trama sem pé nem cabeça, entre outras coisas. Este é um experimento arriscado, mas que só vai funcionar se você estiver disposto a entrar na brincadeira. Se não, você vai achar “Planeta Terror” uma completa porcaria.
Cotação: 2,0
Planeta Terror (Planet Terror, EUA, 2007)
Diretor(es): Robert Rodriguez
Roteirista(s): Robert Rodriguez
Elenco: Freddy Rodríguez, Rose McGowan, Marley Shelton, Josh Brolin, Michael Biehn, Naveen Andrews, Michael Parks, Jerili Romeo, Tom Savini, Rebel Rodriguez, Carlos Gallardo, Electra Avellan, Elise Avellan, Quentin Tarantino, Derek Southers
19 comments:
Eu sou fã dos cineastas Kamila, vc pontua no seu post a questão do espectador entrar no clima para a diversão ser completa, acho que é isso mesmo, os filmes do Rodriguez tem esse lance realmente.
Tô doido para ver esse filme, mas ele estreou em uma sala num horário comercial impossivel aqui e já saiu de cartaz, é mole?
Cassiano, aqui, tivemos mais sorte. O filme ficou em cartaz em horários melhores. Dava tranquilamente para conferir o filme.
Poxa! Que pena que você detestou tanto assim o Planeta Terror. Acho que a proposta é bem usada pelos dois (infinitamente mais por Tarantino). Não ficou muito claro o porque de você ter detestado tanto. Gosto dos seus textos porque você geralmente é mais específica, mas aqui não entendi bem o que te irritou tanto. E por favor (eu imploro!!!) não deixa de ver o À Prova de Morte só por causa do Rodriguez, ok? :-)
Abraço!
PS: Me diz uma coisa. Você está gostando de Gone Baby Gone?
Luciano, deixa eu ser mais específica: não gostei da trama sem pé nem cabeça, não gostei dos excessos. Acho que, na realidade, a proposta desse filme não me agrada. Eu não entrei no clima da brincadeira. Mas, não vou deixar de conferir "À Prova de Morte".
Estou adorando "Gone, Baby, Gone". A história é ótima e estou tendo que me segurar para não ver o que vai acontecer na frente (a tentação é grande de não espiar o que tem no final, saber se Amanda foi encontrada). Fora que os personagens, especialmente Helene McCready e o Inspetor Bressant, são sensacionais.
Estou lendo a parte final do livro e, desde já, muito curiosa para saber como o Affleck vai condensar tudo no filme. Vi alguns vídeos no You Tube e já sei que ele fez algumas modificações.
Caramba, olha a coincidência: no meu BitComet consta que até agora estão completos 97,8% do download deste filme aí! Estou bem ansioso para ver, porque acho que vou entrar fácil na brincadeira. Sou fã de filmes B.
Eu ainda não vi o resultado, mas acho que essa experimentação na estética do filme é sensacional! É desconstruir toda uma concepção de cinema perfeito, digital, surround, megaplex. Acho uma brincadeira válida.
Porém, vou vê-lo antes de fazer mais comentários. Depois volto para trocarmos figurinhas.
Bjs!
PS: sua cotação foi bem baixa, hein?
Kamila, apesar de partirem da mesma proposta eu adorei o filme do Tarantino e achei o resultado do Rodriguez bem regular, superficial mesmo.
Acho que o Tarantino realmente tem paixão por esse "gênero" abandonado de filmes e não apenas fez uma simples paródia do mesmo, como o Rodriguez, pelo contrário. Todos esses excessos que vc bem descreveu me divertiram bastante no filme do Tarantino. Não deixe de conferir "Death Proof"!:-)
Planeta Terror não me disse absolutamente nada como cinema, mas acabei me divertindo. É sim cheio de defeitos e nem é uma homenagem muito boa, mas eu achei o filme satisfatório.
Prefiro o segmendo de Tarantino, que é bem melhor.
Dudu, a cotação foi baixa, mas, como expliquei ao Luciano, eu não consegui entrar nessa brincadeira. O filme não funcionou comigo.
Romeika, seu comentário me deixa bem mais ansiosa para assistir ao filme do Tarantino.
Matheus, eu me diverti - em alguns momentos - assistindo ao filme do Rodriguez, mas avaliei o filme como cinema mesmo e como a proposta que os dois tiveram.
Achei esse filme bem fraco tbm. Ele quer ser mais trash q os filmes trash, e ao invés de divertir acaba cansando com a sua pretensão.
www.rosebudeotreno.com
Que pena que não gostou do filme, mas entendo perfeitamente seu ponto e vista. Tanto que já estou me achando um 'estranho no ninho' por ter adorado o filme - acho que nenhum dos amigos blogueiros gostou muito. Acho que "À Prova de Morte" será uma obra-prima para mim então...
Abraço!
Também achei que caiu no excesso muitas vezes, mas eu entrei na brincadeira e me diverti bastante. A proposta foi cumprida, e acho isso improtante. Porém, entendo quem não gostar do filme, e entendo quem gostar muito.
Nota 7,5
Ciao!
Planet Terror só vale para conferir o estilo de Robert Rodriguez. Porque sinceramente já acho que o projeto Grindhouse como um todo, uma completa porcaria como você mesma disse.
Também vou assistir o À Prova de Morte para conferir o estilo do Quentin, mas sem grandes expectativas quanto a história.
Então somos dois Vinícius! =D
Eu não só gostei do Planet Terror como achei muito melhor do que o Death Proof, dentro do contexto do projeto, claro. Eu entendo seu ponto e te dou razão Kamila, mas eu entrei no espírito dop filme, achei muito divertido. Mas vou parar por aqui antes que me joguem pedras, hahahaha! =P
Beijão, bom final de semana! =]
Anderson, você soube explicar bem melhor do que eu o por quê de eu não ter gostado desse filme.
Vinícius, se "À Prova de Morte" realmente for o melhor filme dos dois, acho que tem grandes chances de você achar esse filme uma obra-prima.
Wally, e eu entendo o ponto de vista de quem adora esse filme.
Marcus, ninguém vai jogar pedras em você. Eu entendo a paixão que você e o Vinícius têm pelo filme.
Beijos.
Assim Kamila
Quem conheçe Rodriguez sabe que ele é daquele cinema canginha, de baixo orçamento e que o seu proposito é contar filmes. Ele consegue provar que qualquer um pode fazer um filme, é só ter uma camera na mão e uma boa ideia
E compreendi o que quis dizer na parte final e realmente percebi que não entrasse na brincadeira, mas tudo bem. eu gosto de Planeta Terror, muito mais do que Death Proof e curiosamente estava vendo o filme ontem e ele consegue prender o espectador que tento explicar, comecei a assistir e só parei quando terminou
mas blz
abraços Kamilinha
Eu achei esse filme intragável... À PROVA DE MORTE é legal. Mas Tarantino é bem melhor do que esse Rodriguez...
Bjs!
João, acho que, mesmo se eu pegasse uma câmera na mão e tentasse contar uma história, não sairia igual aos filmes do Rodriguez. Acho que "Sin City" prova que ele tem um talento maior do que mostrou nesse "Planeta Terror".
Otavio, eu também achei intragável. Espero ver o que acharei de "À PROVA DE MORTE".
Beijos.
Kamila, acabei de ver, neste instante, o "Planet Terror". Eu gostei! Acho o Robert Rodriguez genial... A maneira como ele faz cinema é sensacional. Entretenimento misturado com ousadia.
Porém, achei "gore" demais. Lá pela metade do filme já estava meio mareado de tanto ver gente deformada, tripas e gosmas.
Bjs!
Dudu, foi por causa desse excesso que eu não gostei do filme. A gente cansa.
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