No filme, “Náufrago”, de Robert Zemeckis, o ator Tom Hanks interpreta Chuck Noland, um funcionário da FedEx que se torna o único sobrevivente de um acidente envolvendo o avião da empresa e, em conseqüência, o solitário habitante de uma ilha deserta. Enquanto aguarda o momento de ser resgatado, acompanhamos a jornada de Noland em busca da adaptação a uma vida num local – a princípio – inóspito. Sem uma companhia para conversar, Chuck faz uma amizade com uma bola de vôlei que ganha o nome de Wilson. Ao voltar ao convívio em sociedade, começa uma nova jornada para Noland, que desaprendeu a conviver com as modernidades e o conforto de nosso dia-a-dia.
Em “Eu Sou a Lenda”, do diretor Francis Lawrence, veremos o astro Will Smith passar por uma experiência parecida. No filme, ele interpreta o Dr. Robert Neville, que, em 2012, é o habitante solitário de uma Nova York destruída. A humanidade, aparentemente, é uma espécie em extinção desde que um vírus infectou as pessoas – o maior sintoma da doença é a raiva excessiva e a vontade de destruir tudo o que se encontra pela frente. Enquanto procura uma cura para a enfermidade, acompanhamos a dura luta diária de Neville, que, na companhia da cadela Sam, tem que enfrentar vários obstáculos para se manter vivo, ao mesmo tempo em que tenta conservar a esperança de que tudo vai ficar melhor.
A primeira hora de “Eu Sou a Lenda” enfoca muito a personalidade do Dr. Robert Neville – e isto é importante para que possamos entender a meia hora final do filme. Ele perdeu esposa (Salli Richardson) e filha (Willow Smith, que segue o caminho do irmão Jaden Smith e faz sua estréia como atriz num filme do pai) na epidemia. Acostumou-se a não ter alguém com quem conversar e dividir os problemas e, por isso, não sabe mais lidar com as pessoas. Neville acredita em pouca coisa. Deixou, por exemplo, de ter fé; mas, no fundo, crê na possibilidade de mudança – este é um elemento percebido, no filme, pelo vício do personagem nas músicas do cantor Bob Marley. Ao encontrar um vestígio de humanidade nas figuras da babá paulistana Anna (Alice Braga, fazendo sua estréia num grande filme hollywoodiano) e do garotinho Ethan (Charlie Tahan) entende, finalmente, o seu propósito, o seu papel na guerra.
Refilmagem de “A Última Esperança da Terra”, “Eu Sou a Lenda” é um filme que coloca para baixo os mitos relacionados aos filmes “arrasa-quarteirões”. O mais importante na película de Francis Lawrence não são as cenas de ação grandiosas, os merchandisings de produtos modernos ou a vontade de destruição – quem for assistir ao filme esperando isso sairá decepcionado –, e sim as pessoas (em especial Robert Neville). O roteiro de Akiva Goldsman e Mark Protosevich deixa bem claro que “Eu Sou a Lenda” é um filme sobre um homem que se sacrifica para oferecer a possibilidade de existência de gerações futuras. É uma obra muito interessante e que conta com um Will Smith inspirado – a cena em que ele tenta estabelecer uma comunicação com uma manequim de loja dentro de uma vídeo-locadora, logo após sofrer um grande baque emocional, é de cortar o coração.
Cotação: 8,7
Eu Sou a Lenda (I Am Legend, EUA, 2007)
Diretor(es): Francis Lawrence
Roteirista(s): Mark Protosevich e Akiva Goldsman com base no livro de Richard Matheson e no roteiro de John William Corrington e Joyce Corrington
Elenco: Will Smith, Salli Richardson, Dash Mihok, Paradox Pollack, Alice Braga, Sterling Wolfe, Charlie Tahan, Michael Ciesla, Thomas J. Pilutik
Em “Eu Sou a Lenda”, do diretor Francis Lawrence, veremos o astro Will Smith passar por uma experiência parecida. No filme, ele interpreta o Dr. Robert Neville, que, em 2012, é o habitante solitário de uma Nova York destruída. A humanidade, aparentemente, é uma espécie em extinção desde que um vírus infectou as pessoas – o maior sintoma da doença é a raiva excessiva e a vontade de destruir tudo o que se encontra pela frente. Enquanto procura uma cura para a enfermidade, acompanhamos a dura luta diária de Neville, que, na companhia da cadela Sam, tem que enfrentar vários obstáculos para se manter vivo, ao mesmo tempo em que tenta conservar a esperança de que tudo vai ficar melhor.
A primeira hora de “Eu Sou a Lenda” enfoca muito a personalidade do Dr. Robert Neville – e isto é importante para que possamos entender a meia hora final do filme. Ele perdeu esposa (Salli Richardson) e filha (Willow Smith, que segue o caminho do irmão Jaden Smith e faz sua estréia como atriz num filme do pai) na epidemia. Acostumou-se a não ter alguém com quem conversar e dividir os problemas e, por isso, não sabe mais lidar com as pessoas. Neville acredita em pouca coisa. Deixou, por exemplo, de ter fé; mas, no fundo, crê na possibilidade de mudança – este é um elemento percebido, no filme, pelo vício do personagem nas músicas do cantor Bob Marley. Ao encontrar um vestígio de humanidade nas figuras da babá paulistana Anna (Alice Braga, fazendo sua estréia num grande filme hollywoodiano) e do garotinho Ethan (Charlie Tahan) entende, finalmente, o seu propósito, o seu papel na guerra.
Refilmagem de “A Última Esperança da Terra”, “Eu Sou a Lenda” é um filme que coloca para baixo os mitos relacionados aos filmes “arrasa-quarteirões”. O mais importante na película de Francis Lawrence não são as cenas de ação grandiosas, os merchandisings de produtos modernos ou a vontade de destruição – quem for assistir ao filme esperando isso sairá decepcionado –, e sim as pessoas (em especial Robert Neville). O roteiro de Akiva Goldsman e Mark Protosevich deixa bem claro que “Eu Sou a Lenda” é um filme sobre um homem que se sacrifica para oferecer a possibilidade de existência de gerações futuras. É uma obra muito interessante e que conta com um Will Smith inspirado – a cena em que ele tenta estabelecer uma comunicação com uma manequim de loja dentro de uma vídeo-locadora, logo após sofrer um grande baque emocional, é de cortar o coração.
Cotação: 8,7
Eu Sou a Lenda (I Am Legend, EUA, 2007)
Diretor(es): Francis Lawrence
Roteirista(s): Mark Protosevich e Akiva Goldsman com base no livro de Richard Matheson e no roteiro de John William Corrington e Joyce Corrington
Elenco: Will Smith, Salli Richardson, Dash Mihok, Paradox Pollack, Alice Braga, Sterling Wolfe, Charlie Tahan, Michael Ciesla, Thomas J. Pilutik
13 comments:
Eu não gostei do final, Kamila. Se o diretor disse que imaginou um final mais contundente, eu prefiro esperar pelo DVD.
Inclusive, acho que o fim foi apressado. Mas não posso explicar aqui para não revelar... Enfim, mas o filme é bom. Mas poderia ser melhor. Blockbusters também podem ser grandes filmes. Com belos começos, meios e fins. EU SOU A LENDA quase conseguiu.
Bjs,
Kamila, concordo com tudo que vc disse(vou falar isso no post dele amanha lá no blog), principalmente a questao do trabalho que Lawrence fez em nao deixar o filme ficar com cara de Blockbuster.Tudo que o Neville fez, pode ser feito por pessoas comuns.
O foco como falasse, foi dado nas relaçoes e sentimentos dele com o resto do pequeno mundo que sobrou.
Talvez um spoiler aqui, mas chorei com Neville e Sam "na cena do laboratório", como grande amante de cães que sou.Aquilo foi uma das sequencias que mais me tocaram ultimamente no cinema.
Pra mim o filme é 9,2!!
Té mais!!
Adorei o filme! Essas obras apolcalitptícas são sempre uma prazer conferir!
Gostei do contexto em que o velho Bob foi inserido na história. Também senti essa vertente "religiosa".
Bela resenha! Amanhã iremos postar o mesmo filme. Mas nem sei o que o Rogério preparou.
Geralmente eu gosto desse tipo de filme. Mas esse não achei muito interessante, apesar de gostar muito do trabalho do Will. Não obstante não deixa de ter uma história.
Valeu!!!
Estou me surpreendendo com os comentários. Vou fazer o possível para ver ele o mais rápido possível.
Ciao!
Não sei Kamila se o grande mote do filme são as pessoas, eu me impressionei bastante com a qualidade dos efeitos.
é como disse no Hollywoodiano, até tentei, mas não entrei na sala para assisti-lo, deixei para DVD, mas estou percebendo que entre os blogueiros o filme vem agradando.
abraço
Gostou mesmo do filme, hein? Isso é ótimo, me deixou ainda mais ansioso para ver. Na verdade é um filme que aguardo desde que o primeiro trailer foi divulgado e que nem alguns comentários negativos diminuíram minha expectativa. E legal o paralelo com "Náufrago", é um filme do qual gosto bastante.
Abraço!
Kamila, concordo sobre o Will Smith, a cada novo filme gosto mais dele como ator. E apesar de ver essas comparações com "Náufrago", não enxergei um estudo social mais profundo no filme, mas não importa, pq assisti esperando um bom entretenimento e isso foi cumprido. Achei as cenas de ação eletrizantes, morri de medo daqueles humanos "vampiros"... E a relação dele com a cadela Sam é a melhor coisa do filme (na sua primeira metade).
Otavio, não achei o final apressado. E acho que o filme teve uma conclusão que eu não esperava.
Rogerio, essa cena que te emocionou é muito bonita. A que mais me tocou foi a que eu cito no final do meu texto.
Ramon, as músicas do Bob Marley são um personagem tão importante para "Eu Sou a Lenda" quanto o próprio Robert Neville.
Pedro, eu fui ao cinema sem esperar muita coisa e acabei me surpreendendo bastante com esse filme.
Wally, veja mesmo esse filme.
Cassiano, a parte técnica do filme é muito boa. Mas, os efeitos são tão poucos. Eu mantenho minha afirmação de que o que importa para essa trama são os conflitos internos do personagem do Will Smith.
Felipe, esse é o tipo de filme que você tem que ver no cinema.
Vinícius, como eu disse ao Pedro, fui assistir ao filme sem muitas expectativas, mas com surpresa pelos comentários positivos que tinha lido a respeito da obra. E eles eram completamente verdadeiros porque o filme é muito bom.
Romeika, o filme não quer fazer um estudo social, mas ele toca muito nesses conflitos internos do personagem do Will Smith. Também adorei o relacionamento com a cadela Sam e o que acontece naquele ato final. Os efeitos foi que não foram assim tão grandiosos.
Beijos.
Claro que o filme não quis fazer estudo social, e ainda bem:-) Os efeitos dos cães ficaram meio estranhos, mas achei bom o dos humanos, ainda que uma boa maquiagem em atores normais teria causado mais realismo. Beijos.
Will Smith é mesmo um náufrago (ou um Robinson Crusoé) em plena Manhattan. O centro da cidade-modelo da civilização vira o centro da natureza mais selvagem e inóspita. Mas Smith procura salvar e preservar o que puder da civilização: reparou no Van Gogh pendurado na parede do apartamento dele?
Romeika, e eu pensando que os humanos-zumbis-vampiros eram fruto de maquiagem. Não sabia que era fruto dos efeitos... :-)
Andros, não reparei no Van Gogh pendurado na parede do apartamento dele. Que olho, hein?
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