Baseado no aclamado romance do vencedor do prêmio Nobel de Literatura, o colombiano Gabriel García Márquez, o filme “O Amor nos Tempos do Cólera”, do diretor inglês Mike Newell, tem como personagem principal um homem que lembra muito o protagonista daquele que, talvez, seja o último bom romance visto no cinema: “Diário de uma Paixão”, do diretor Nick Cassavetes. Assim como Noah Calhoun (Ryan Gosling), Florentino Ariza (Unax Ugalde quando jovem e o espanhol Javier Bardem quando mais velho) é considerado de origem inferior à da mulher que ama. Assim como Noah, Florentino passará a sua vida sendo fiel ao sentimento que possui por ela. Assim como Noah, Florentino viverá uma jornada em que se transformará em um homem de valor perante a sociedade, de maneira que possa – enfim – ser digno de sua amada.
Se pudéssemos definir “O Amor nos Tempos do Cólera”, poderíamos usar a expressão “épico romântico”, pois o roteiro de Ronald Harwood (que, em 2007, roteirizou também a adaptação “O Escafandro e a Borboleta”, do diretor Julian Schnabel) segue a história de encontro e, principalmente, desencontro entre Florentino Ariza e sua amada Fermina (a atriz italiana Giovanna Mezzogiorno) ao longo dos anos. Os dois se conhecem quando ele, um telegrafista, vai entregar uma correspondência na casa do pai dela (John Leguizamo). Como este tem outros interesses para a filha (leia-se um casamento com alguém que seja importante), o amor dos dois é logo amaldiçoado. É aqui que o filme ameaça ficar interessante, pois enquanto Florentino fica cada vez mais atraído por esse sentimento, Fermina encara-o como uma grande ilusão de jovens e é este pensamento que a leva ao casamento com o médico Juvenal Urbino (Benjamin Bratt), o responsável por erradicar a cólera de Cartagena, uma cidade colombiana.
Do ponto de vista técnico, “O Amor nos Tempos do Cólera” é um filme primoroso – o destaque pode ser dado à fotografia, direção de arte e figurinos. A música do brasileiro Antonio Pinto (com letras da cantora colombiana Shakira) é linda e consegue capturar a aura romântica que uma história de amor como essa tanto necessita. O grande problema do filme se encontra no roteiro de Ronald Harwood, na direção de Mike Newell e na edição de Mick Audsley, que condensam o clássico livro em uma história que não passa qualquer sentimento ou faz com que a platéia se conecte com o casal Florentino e Fermina. Nesse caso, é melhor ficar com o livro de Gabriel García Márquez, ou com “Diário de uma Paixão”, ou esperar pela estréia de “Desejo e Reparação”, filme de Joe Wright que estréia nas salas de cinema do Brasil no dia 11 de Janeiro.
Cotação: 6,0
O Amor nos Tempos do Cólera (Love in the Time of Cholera, EUA, 2007)
Diretor(es): Mike Newell
Roteirista(s): Ronald Harwood com base no livro de Gabriel García Márquez
Elenco: Javier Bardem, Salvatore Basile, Alicia Borrachero, Benjamin Bratt, Adriana Cantor, Patricia Castañeda, Angie Cepeda, Hector Elizondo, Laura Harring, John Leguizamo, Ernesto Leszek, Rubria Marcheens Negrao, Marcela Mar, Giovanna Mezzogiorno, Fernanda Montenegro
Se pudéssemos definir “O Amor nos Tempos do Cólera”, poderíamos usar a expressão “épico romântico”, pois o roteiro de Ronald Harwood (que, em 2007, roteirizou também a adaptação “O Escafandro e a Borboleta”, do diretor Julian Schnabel) segue a história de encontro e, principalmente, desencontro entre Florentino Ariza e sua amada Fermina (a atriz italiana Giovanna Mezzogiorno) ao longo dos anos. Os dois se conhecem quando ele, um telegrafista, vai entregar uma correspondência na casa do pai dela (John Leguizamo). Como este tem outros interesses para a filha (leia-se um casamento com alguém que seja importante), o amor dos dois é logo amaldiçoado. É aqui que o filme ameaça ficar interessante, pois enquanto Florentino fica cada vez mais atraído por esse sentimento, Fermina encara-o como uma grande ilusão de jovens e é este pensamento que a leva ao casamento com o médico Juvenal Urbino (Benjamin Bratt), o responsável por erradicar a cólera de Cartagena, uma cidade colombiana.
Do ponto de vista técnico, “O Amor nos Tempos do Cólera” é um filme primoroso – o destaque pode ser dado à fotografia, direção de arte e figurinos. A música do brasileiro Antonio Pinto (com letras da cantora colombiana Shakira) é linda e consegue capturar a aura romântica que uma história de amor como essa tanto necessita. O grande problema do filme se encontra no roteiro de Ronald Harwood, na direção de Mike Newell e na edição de Mick Audsley, que condensam o clássico livro em uma história que não passa qualquer sentimento ou faz com que a platéia se conecte com o casal Florentino e Fermina. Nesse caso, é melhor ficar com o livro de Gabriel García Márquez, ou com “Diário de uma Paixão”, ou esperar pela estréia de “Desejo e Reparação”, filme de Joe Wright que estréia nas salas de cinema do Brasil no dia 11 de Janeiro.
Cotação: 6,0
O Amor nos Tempos do Cólera (Love in the Time of Cholera, EUA, 2007)
Diretor(es): Mike Newell
Roteirista(s): Ronald Harwood com base no livro de Gabriel García Márquez
Elenco: Javier Bardem, Salvatore Basile, Alicia Borrachero, Benjamin Bratt, Adriana Cantor, Patricia Castañeda, Angie Cepeda, Hector Elizondo, Laura Harring, John Leguizamo, Ernesto Leszek, Rubria Marcheens Negrao, Marcela Mar, Giovanna Mezzogiorno, Fernanda Montenegro
7 comments:
Até agora não tive muita vontade de ver esse filme. A trama é interessante (ainda que não tenha lido o livro), mas as críticas me desanimaram muito - até mesmo esse seu comentário, que elogia certos aspectos da produção, não parece ser tão favorável. Estou ansioso mesmo é por "Desejo e Reparação", mal posso esperar para ver esse filme (ao que tudo indica estréia no Nordeste também, não?).
Abraço!
Vinícius, espero que DESEJO E REPARAÇÃO estréie no Nordeste, sim. Vou saber na quarta-feira se o filme vai estrear em Natal. E a torcida é positiva para que isso aconteça. :-)
Sobre O AMOR NOS TEMPOS DO CÓLERA: Fui sem expectativa alguma, mas esperava, pelo menos, me emocionar com essa história de amor - fato que nem aconteceu.
Beijos.
Também não me emocionei Kamila, como eu disse na minha crítica (que acho que publiquei até no mesmo momento que voce, rsrs, mas ja adicionei seu link) ficou frio, sem paixao. Não senti nada. Mas a estética é bela, gostei dos atores, dos personagens e algumas coisa me deixaram satisfeito. O crucial porém, não foi antingido.
Nota 7,0
Ciao!
Wally, é isso aí. Como um filme que conta uma história de amor que atravessa os tempos não nos emociona. Não basta ter a técnica, tem que ter emoção. Inclu aí os atores. O único que achei bom no seu papel foi o Javier Bardem.
Vixe, Kamila, parece que esse filme sofre do mesmo defeito de "Evening", essas histórias de amor retratadas de maneira fria e que não provocam nenhuma conexão do casal com a platéia são sempre decepcionantes.
Bah, eu tava pensando em conferir assim que possível, mas daí lembrei que tenho o livro e ainda não li... vou ver se leio antes de ver, ainda mais quando é uma obra famosa e tal. Parece ser um filme médio, tipo, não desagrada mas não agrada tanto também.
Beijão!!! ^^
Romeika, esse lado frio do filme foi uma decepção tremenda, porque o livro é clássico e amado pelo público.
Marcus, se fosse você, ficava somente com o livro. O filme é bem fraquinho.
Beijos.
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