O regime Nazista – bem como seus atos e conseqüências – foi uma matéria-prima bastante explorada pela sétima arte. Mesmo assim, roteiristas e diretores de diversas partes do mundo (afinal, o Nazismo causou efeitos que puderam ser sentidos em todos os lados do globo) ainda conseguem encontrar personagens e histórias interessantes que estavam inseridos naquela época. Este é o caso do diretor holandês Paul Verhoeven, que co-escreveu, ao lado de Gerard Soeteman, o roteiro do filme “A Espiã”.
Estamos no final do Verão de 1944. O esconderijo da bela cantora de origem judaica Rachel Stein (Carice Van Houten) é descoberto e ela é obrigada a fugir – agora na companhia do pai (Jack Vecht), da mãe (Jacqueline Blom) e do irmão Max (Seth Kamphuijs) – com tantos outros judeus para a Bélgica. No entanto, o barco que transportava os refugiados é interceptado por uma patrulha alemã – liderada por Gunther Franken (Waldemar Kobus) – e todos, menos Rachel, são assassinados.
O ocorrido faz com que Rachel decida se juntar à Resistência, grupo que lutava contra a presença alemã na Holanda. Já usando o nome de Ellis de Vris, Rachel se aproxima de Ludwig Muntze (Sebastian Koch, do filme “A Vida dos Outros”), que lhe oferece um emprego dentro do quartel general alemão na Holanda. Na medida em que começa a se envolver emocionalmente com Muntze, Rachel vê sua situação de espiã ficando cada vez mais complicada – ainda mais depois que uma operação de resgate de presos planejada pela Resistência dá completamente errada.
Quem está acostumado com os filmes hollywoodianos do diretor Paul Verhoeven (os mais conhecidos são: “O Homem Sem Sombra”, “Tropas Estrelares”, “Instinto Selvagem”, “O Vingador do Futuro”, Robocop – O Policial do Futuro” e o infame “Showgirls”) irá estranhar muito “A Espiã”. A obra é extremamente tradicional do ponto de vista da linguagem cinematográfica, muito bem realizada e marca o retorno do holandês ao seu país de origem. É como se o longa fosse dirigido por uma pessoa completamente diferente. Com este filme, Verhoeven se viu novamente nas graças dos críticos e quase recebeu uma indicação ao Oscar 2007 de Melhor Filme Estrangeiro. “A Espiã” é uma sucessão de acertos e o maior deles, com certeza, foi a escalação de Carice Van Houten para o papel principal. Ela ilumina a tela e, por sua competente performance, chamou a atenção de diretores como Bryan Singer e Ridley Scott, com os quais trabalhou em “Operação Valquíria” e “Body of Lies”, dois dos filmes mais esperados de 2008.
Cotação: 8,8
A Espiã (Zwartboek, Holanda, Alemanha, Bélgica, 2006)
Diretor(es): Paul Verhoeven
Roteirista(s): Gerard Soeteman, Paul Verhoeven
Elenco: Carice van Houten, Sebastian Koch, Thom Hoffman, Halina Reijn, Waldemar Kobus, Derek de Lint, Christian Berkel, Dolf de Vries, Peter Blok, Michiel Huisman, Ronald Armbrust, Frank Lammers, Matthias Schoenaerts, Johnny de Mol, Xander Straat
Estamos no final do Verão de 1944. O esconderijo da bela cantora de origem judaica Rachel Stein (Carice Van Houten) é descoberto e ela é obrigada a fugir – agora na companhia do pai (Jack Vecht), da mãe (Jacqueline Blom) e do irmão Max (Seth Kamphuijs) – com tantos outros judeus para a Bélgica. No entanto, o barco que transportava os refugiados é interceptado por uma patrulha alemã – liderada por Gunther Franken (Waldemar Kobus) – e todos, menos Rachel, são assassinados.
O ocorrido faz com que Rachel decida se juntar à Resistência, grupo que lutava contra a presença alemã na Holanda. Já usando o nome de Ellis de Vris, Rachel se aproxima de Ludwig Muntze (Sebastian Koch, do filme “A Vida dos Outros”), que lhe oferece um emprego dentro do quartel general alemão na Holanda. Na medida em que começa a se envolver emocionalmente com Muntze, Rachel vê sua situação de espiã ficando cada vez mais complicada – ainda mais depois que uma operação de resgate de presos planejada pela Resistência dá completamente errada.
Quem está acostumado com os filmes hollywoodianos do diretor Paul Verhoeven (os mais conhecidos são: “O Homem Sem Sombra”, “Tropas Estrelares”, “Instinto Selvagem”, “O Vingador do Futuro”, Robocop – O Policial do Futuro” e o infame “Showgirls”) irá estranhar muito “A Espiã”. A obra é extremamente tradicional do ponto de vista da linguagem cinematográfica, muito bem realizada e marca o retorno do holandês ao seu país de origem. É como se o longa fosse dirigido por uma pessoa completamente diferente. Com este filme, Verhoeven se viu novamente nas graças dos críticos e quase recebeu uma indicação ao Oscar 2007 de Melhor Filme Estrangeiro. “A Espiã” é uma sucessão de acertos e o maior deles, com certeza, foi a escalação de Carice Van Houten para o papel principal. Ela ilumina a tela e, por sua competente performance, chamou a atenção de diretores como Bryan Singer e Ridley Scott, com os quais trabalhou em “Operação Valquíria” e “Body of Lies”, dois dos filmes mais esperados de 2008.
Cotação: 8,8
A Espiã (Zwartboek, Holanda, Alemanha, Bélgica, 2006)
Diretor(es): Paul Verhoeven
Roteirista(s): Gerard Soeteman, Paul Verhoeven
Elenco: Carice van Houten, Sebastian Koch, Thom Hoffman, Halina Reijn, Waldemar Kobus, Derek de Lint, Christian Berkel, Dolf de Vries, Peter Blok, Michiel Huisman, Ronald Armbrust, Frank Lammers, Matthias Schoenaerts, Johnny de Mol, Xander Straat
14 comments:
Quero muito ver esse filme, mas infelizmente não chegou por aqui. É no mínimo surpreendente ver que o diretor Verhoeven conseguiu realizar um bom filme depois de alguns desastres, incluindo "Showgirls" (talvez o pior longa que já vi). Espero conferir em DVD, com alguma expectativa em relação à atuação da Carice Van Houten.
Vinícius, demos sorte de esse filme ter estreado por aqui na sessão de arte. Ficará em cartaz por ainda mais uma semana. Fiquei muito surpreendida com esse trabalho do Paul Verhoeven, especialmente com a atuação de Carice van Houten. Ela é uma ótima atriz e pode se dar bem em Hollywood, apesar de se recusar a deixar a Holanda.
Kamila, confesso que não tenho paciência com o Paul Verhoeven. Só gosto de ROBOCOP e, principalmente, O VINGADOR DO FUTURO. Tenho os dois DVDs.
Mas sua nota chegou perto do 9... Mas vou esperar pelo DVD. Eu vejo quando estiver em DVD, ok?
Bjs!
Otavio, eu também não tinha muita paciência com Paul Verhoeven. Para ser honesta, não gosto de nenhum dos filmes dele, mas esse "A Espiã" é excelente.
Beijos.
Queria muito ver esse filme, mas ele teve uma estreia apertadissima por aqui, em horários pouco convencionais.
Cassiano, li a crítica do Wanderley sobre "A Espiã", por isso sei que o filme passou em Salvador. Que pena, então, que não foi num horário adequado para que você pudesse assistir ao filme.
Não conhecia o filme. Vou procurá-lo para conferir. Adoro tudo sobre a segunda guerra.
Valeu pela dica, ainda mais se tratando de um Verhoven atípico.
Ramon, de nada. Pode conferir o filme sem medo. :-)
Kamila, esse filme foi uma das minhas frustracoes no festival de cinema do ano passado, perdi pq era legendado em dinamarques, e como na epoca eu soh estava aqui ha tres meses.. Quando vi o visual do filme e a sinopse, jah tinha estranhado o fato de ser dirigido por quem, mas parece que ele se redimiu com essa obra. Quero muito ver esse filme!
Romeika, não deixe de assistir. Como eu disse no meu texto, o filme nem parece ter sido dirigido por Paul Verhoeven de tão bom que é.
A direção de arte deve ser muito boa mesmo, e essa foto que você escolheu está ótima.
Quero ver.
Abraço Kamila!!
Obrigada, Pedro. E não deixe de assistir ao filme.
Este filme parece ser bstante interessante, pelo menos eu adoro a temática. O título me fez lembrar o filme de Cate Blanchett - "Charlotte Gray" - onde ela interpreta uma espiã em meio à Segunda Guerra Mundial. Vou procurar vê-lo o mais depressa possível, sua cotação e apontamentos me deram uma curiosidade e tanto.
Abraço!
Weiner, não conheço "Charlotte Grey". Acho até que o filme passou na TNT, ontem, e eu perdi.
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