“Paranoid Park”, o filme mais recente a ser dirigido por Gus Van Sant, retoma alguns temas vistos em “Elefante”, longa que ele dirigiu em 2003. Nas duas obras, temos uma trama que fala a respeito de jovens vítimas ou causadores de atos de violência. No caso de “Paranoid Park”, acompanhamos Alex (Gabe Nevins), que gosta de ir com o amigo Jared (Jake Miller) visitar o Paranoid Park, local freqüentado por skatistas e que fica situado nas proximidades de algumas das ruas mais violentas de Portland (Oregon).
O roteiro do filme, que também foi escrito por Gus Van Sant tendo como base o livro homônimo de Blake Nelson, coloca Alex como o centro de uma investigação policial que quer encontrar o responsável pelo assassinato de um guarda ferroviário. O crime aconteceu próximo ao Paranoid Park e, numa narrativa não-linear, acompanhamos qual o papel que Alex desempenha nisso tudo, ao mesmo tempo em que vemos o jovem entrar num estado cada vez maior de isolamento.
Em “Paranoid Park”, encontramos elementos que são recorrentes na filmografia mais recente de Gus Van Sant. A câmera é uma observadora dos fatos – o que confere à obra um caráter documental. A trilha sonora preenche os – muitos – silêncios deixados pelos personagens. A edição não quer dar um senso de continuidade entre uma cena e outra – e sim unir vários fragmentos num todo. No final, o longa acaba sendo um estudo sobre aquilo que podemos – ou não – carregar ou, numa interpretação mais otimista dos fatos, sobre como conviver com os erros que cometemos sem dar margens para que alguém desconfie de nós.
Cotação: 8,5
Paranoid Park (Paranoid Park, França, EUA, 2007)
Diretor(es): Gus Van Sant
Roteirista(s): Gus Van Sant (com base no livro de Blake Nelson)
Elenco: Gabe Nevins, Daniel Liu, Taylor Momsen, Jake Miller, Lauren McKinney, Winfield Jackson, Joe Schweitzer, Grace Carter, Scott Patrick Green, John Michael Burrowes, Jay 'Smay' Williamson, Dillon Hines, Emma Nevins, Brad Peterson, Emily Galash
O roteiro do filme, que também foi escrito por Gus Van Sant tendo como base o livro homônimo de Blake Nelson, coloca Alex como o centro de uma investigação policial que quer encontrar o responsável pelo assassinato de um guarda ferroviário. O crime aconteceu próximo ao Paranoid Park e, numa narrativa não-linear, acompanhamos qual o papel que Alex desempenha nisso tudo, ao mesmo tempo em que vemos o jovem entrar num estado cada vez maior de isolamento.
Em “Paranoid Park”, encontramos elementos que são recorrentes na filmografia mais recente de Gus Van Sant. A câmera é uma observadora dos fatos – o que confere à obra um caráter documental. A trilha sonora preenche os – muitos – silêncios deixados pelos personagens. A edição não quer dar um senso de continuidade entre uma cena e outra – e sim unir vários fragmentos num todo. No final, o longa acaba sendo um estudo sobre aquilo que podemos – ou não – carregar ou, numa interpretação mais otimista dos fatos, sobre como conviver com os erros que cometemos sem dar margens para que alguém desconfie de nós.
Cotação: 8,5
Paranoid Park (Paranoid Park, França, EUA, 2007)
Diretor(es): Gus Van Sant
Roteirista(s): Gus Van Sant (com base no livro de Blake Nelson)
Elenco: Gabe Nevins, Daniel Liu, Taylor Momsen, Jake Miller, Lauren McKinney, Winfield Jackson, Joe Schweitzer, Grace Carter, Scott Patrick Green, John Michael Burrowes, Jay 'Smay' Williamson, Dillon Hines, Emma Nevins, Brad Peterson, Emily Galash
20 comments:
Kamila,acho que fui a unica que nao gostou desse filme..:-) Quem sabe numa revisita eu mude de opiniao. Mas soh de ver a foto com a expressao apatica do ator, penso que tao cedo nao verei novamente os seus passeios interminaveis no corredor da escola, etc.
Adoro a filmografia do Gus... esse estava ansioso para assistir e irei faze-lo essa semana...
Acho que trata-se de um diretor que se diferencia dos demais justamente por ousar.. é aquela coisa: ame-o ou deixe-o...
não curti mutio o "Ultimos dias" aquela tomada longuíssima dele tocando guitarra na janela e a camera do aldo de fora, fazendo um travelling lento - se afastando da janela, acho que durou muito tempo e foi desncessário, mesmo assim é fantastico...
Um diretor que vc tem que ter paciencia pra tentar compreender o as sequencias lentas, sem dialogos, enfim... adoro os trabalhos dele...
beijos
Filmaço! Gus Van Sant tem uma assinatura. Trata-se de um filme lindo sobre um argumento horrível. Fantástico...
Bjs!
Romeika, não achei o ator que interpretou o Alex apático. Acredito que ele foi ótimo no papel.
Rodrigo, eu só gosto de dois filmes da fase mais experimental do Gus Van Sant: "Elefante" e esse "Paranoid Park". Odiei "Gerry" e "Últimos Dias". E você disse bem: o Van Sant é um diretor que nos exige paciência.
Dudu, isso é verdade. O argumento do filme é terrível. Mas, o Gus Van Sant o desenvolve de uma maneira totalmente satisfatória.
No que se refere a filmografia do Gus eu sou um pouco ignorante, visto que só vi Psicose, que fez Hitchcock se debater no caixão e o ótimo Gênio Indomável.
Quero ver esse Paranoid Park...
Abraço!
Kamila, nao o "ator", mas o personagem em si. De qualquer maneira, nao vejo nada de otimo na performance dele, pra mim, quase inexpressiva, mas que casa com o modo que o diretor conta a historia, visto que no final eh tudo moldado pela trilha e edicao mesmo.
Pedro, eu conheço bastante da obra do Gus Van Sant e acho ele ótimo, apesar de alguns deslizes. Ele, pelo menos, trilha um caminho original. O que é ótimo.
Romeika, entendi. E você está certíssimo: a performance que o Gabe Nevins oferece é justamente aquilo que o Van Sant precisa.
Kamila, você viu no cinema ou em DVD? Já chegou nas locadoras?? Eu ainda não vi.
Bjs!
Outro filme que quero ver.
Gostei de Elefante e vi só comentários positivos acerca desse Paranoid Park.
Otavio, assisti a este filme nos cinemas mesmo. Numa sessão de arte que acontece semanalmente por aqui.
Ibertson, não perca a chance de assistir "Paranoid Park".
Gostei muito desse filme, que tem tudo para ser top 10 da primeira parte de 2008 - já que ótimos longas costumam surgir lá para o final do ano. Não chega a ser uma obra-prima como "Elefante" (um dos meus filmes favoritos), mas sem dúvida prova que o Gus Van Sant está numa ótima fase. E a visão otimista dos fatos foi interessante, esperava o óbvio.
Abraço!
Não tinha nenhum conhecimento sobre esse filme. Gosto das obras do Van Sant,e espero poder assistir em breve.
Vinícius, eu também esperava o óbvio. Mas, fiquei surpreendida com a solução final do roteiro. Não é tão bom quanto "Elefante", mas prova mesmo a ótima fase vivida pelo Van Sant.
Isabela, assista e depois comente lá no seu blog.
Ainda bem que depois de Psicose, o diretor tomou vergonha na cara e começou a fazer filmes polemicos e incriveis ... é como dizem ... há males que vão para o bem ...
e anjinho, conseguiu ver Um Beijo Roubado?
Devo conferir esse hoje Kamila, gostei de sua crítica.
Realmente, eu só havia lido poucas, mas cruéis criticas de AO VIVO, mas a verdade, é que apesar do filme ser bem simples, a tensão que ele te passa no final, é digna de finais como sexto sentido. Você realmente fica curioso/tenso/ansioso demais!
João, eu não sou a maior fã dessa fase experimental de Gus Van Sant, mas "Elefante" e "Paranoid Park" são ótimos filmes. Ainda não assisti "Um Beijo Roubado". Acho que vai dar para colocar os DVDs em dia nesse feriadão.
Cassiano, aguardo sua opinião, então sobre "Paraoid Park".
Isabela, vamos ver se eu me sinto da mesma maneira quando assistir "Ao Vivo!".
É um belo filme. Uma junção poética e fascinante entre imagens impactantes, música extraordinária e silêncios expressivos. É o Van Sant novo, de Elefante e Últimos Dias, todos ótimos. Quem não gostou desses dificilmente vai gostar desse. Eu achei extremamente significativo e poderoso. Mas é, também, o filme mais difícil do diretor.
Nota 8,0
Wally, eu não gostei de "Últimos Dias", mas achei esse "Paranoid Park" um filme genial.
Esse filme é simplesmente massante! Só pra pseudo-intelectual chato memso. Se vc curte um bom filme e é uma pessoa NORMAL, aviso: Não perca seu tempo com este filme.
Espero que a moderação não barre o comentário e deixe o outro lado da opnião também ser expressa.
Post a Comment