Em “A Passagem”, o ator escocês Ewan McGregor interpreta o psicólogo Sam Foster, que trabalha em uma universidade de Nova York. Ao cobrir a folga de uma colega, acaba conhecendo Henry Letham (o excelente Ryan Gosling), um aluno da escola de artes. Henry é um jovem completamente problemático, que não gosta de seguir regras pré-estabelecidas e que tem um estilo de vida muito diferente do da maioria dos jovens. O estudante se isola do mundo e não deixa que Foster penetre na sua mente. A falta de um contato mais aberto entre médico e paciente fará com que Sam se desespere quando Henry confessa ao psicólogo os seus planos de cometer suicídio.
Sem saber como ajudar Henry, Sam parte em uma misteriosa e intrigante jornada em busca da verdadeira personalidade de Henry. Jornada esta que ressuscitará alguns dos medos mais internos do psicólogo – todos eles relacionados à namorada dele, a professora de arte Lila (Naomi Watts), que já tentou o suicídio. Sam trata Lila, às vezes, como uma paciente, por isso continua a receitar remédios controlados para a namorada. A falta de confiança de Sam em Lila faz com que ele não tenha coragem de pedi-la em casamento – uma vez que ele não sabe se a namorada está se sentindo bem de verdade.
O elemento mais importante de “A Passagem” não é a boa direção de Marc Forster nem o seu excelente elenco. O ponto chave do filme é o roteiro de David Benioff (autor também dos filmes “A Última Noite”, que foi baseado em um de seus livros, e do épico “Tróia”), o qual exige uma atenção redobrada dos membros da platéia. Assim como Henry e Sam, que têm problemas para distinguir o que é real do que não é, a platéia também ficará no escuro durante todo o filme. Só nos momentos finais de “A Passagem” é que a verdade será revelada; e, mesmo assim, de uma maneira que não é satisfatória.
1 comment:
Nada satisfatória.
Abraço!!!
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