Saturday, April 21, 2007

A Colheita do Mal (The Reaping, 2007)


No livro do Êxodo, que faz parte do Antigo Testamento da Bíblia Sagrada, podemos encontrar um relato sobre as dez pragas que assolaram o Egito e que foram enviadas por Deus para as mãos de Moisés para que o Faraó libertasse o povo israelense e reconhecesse a unicidade de Deus. As dez pragas, na ordem em que aconteceram, foram: as águas do Rio Nilo foram tingidas de sangue, rãs cobriram a terra, mosquitos atormentando homens e animais, moscas escurecendo o ar e atacando homens e animais, uma peste atingindo os animais, pústulas cobrindo homens e animais, uma chuva de granizo que destruiu as plantações, uma nuvem de gafanhotos atacando as plantações, escuridão encobrindo o sol pelo período de três dias e, finalmente, a morte dos primogênitos dos homens e dos animais.

O filme “A Colheita do Mal”, do diretor Stephen Hopkins, se passa na cidade de Haven, Estado de Louisiana; quando a professora Katherine Winter (Hilary Swank) e seu auxiliar Ben (Idris Elba) são convidados pelo professor Doug (David Morrissey, o parceiro de Sharon Stone em “Instinto Selvagem 2”) para investigar uma série de fenômenos estranhos que estão acontecendo na cidade e que estão diretamente relacionados às dez pragas bíblicas e que podem – ou não – ter sido causados por uma garotinha chamada Loren McConnell (Anna-Sophia Robb, que interpretou a menina que mascava constantemente um chiclete no filme “A Fantástica Fábrica de Chocolate”).

Uma das discussões mais freqüentes entre aqueles que se dedicam a fazer pesquisas é aquela que diz respeito à equação metodologia X fé. Talvez, esse seja um dos maiores desafios dos cientistas, pois eles preferem acreditar na explicação lógica e exata dos fenômenos que investigam, ao invés de crer numa explicação que ultrapassa os limites do ser humano. Katherine é uma dessas pessoas. No entanto, nem sempre foi assim.

Como outros personagens de filmes de terror – como o Padre Damien Karras de “O Exorcista” e Ethan Thomas, o promotor de “O Exorcismo de Emily Rose” –, Katherine perdeu a fé. A crença em Deus foi perdida quando ela ainda era uma ministra e servia em uma missão no continente africano. Foi lá que aconteceu algo que transformaria a vida dela: a morte do marido e da única filha. De uma certa maneira, a vivência em Haven também a modificará, afinal a busca por uma explicação para o que ocorre lá fará com que ela reencontre aquilo que ela havia perdido.

“A Colheita do Mal” é um filme que possui muitas qualidades. A direção de Stephen Hopkins – que retorna ao cinema depois de uma passagem bem-sucedida pela televisão, aonde dirigiu episódios do seriado “24”, a minissérie “Traffic” e o telefilme “Vida e Morte de Peter Sellers” – é muito boa. Os efeitos visuais são bem interessantes. Hilary Swank está muito bem no papel de Katherine. O roteiro do filme é que é uma faca de dois gumes. Ao mesmo tempo em que cria uma trama que prende a atenção, desenha situações que ficam perdidas na ação principal (como as alucinações de Katherine). Mesmo assim, isto não é nada que prejudique o resultado final obtido pelo diretor Stephen Hopkins. “A Colheita do Mal” é um filme para ser enfrentado sem medo.

Cotação: 5,0

Crédito Foto: Yahoo! Movies

13 comments:

Museu do Cinema said...

Eu gosto muito da Hilary Swank, acho-a uma tremenda atriz, mas ela tem um agente...

Kamila said...

Cassiano, o agente da Hilary é o atual namorado dela. :-)

Acho que ela deve ter problemas em dizer "não" para ele.

Wanderley Teixeira said...

Ainda naum tive a oportunidade de assistir a A Colheita do mal,mas já me anima ver uma nota 5.Ultimamente esses grandes projetos com vencedoras do Oscar sempre desapontam,principalmente sendo eles recentes a vitórias das atrizes veja casos de Aeon Flux e Na companhia do medo

Museu do Cinema said...

Tá explicado agora Kamila!

Kamila said...

Wanderley, como disse, o filme não é ruim. Tem uma história bem interessante e que é bem desenvolvida. O problema é que o roteiro tem um problema crônico: coloca umas cenas que ficam meio soltas na ação principal.

Kamila said...

Cassiano, a Hilary não deve misturar negócios com amor. Deveria arrumar outro agente.

Alex Gonçalves said...

Tinha uma expectativa enorme com este filme, mas sai desapontado da sala de cinema. O que me incomodou é como eles trataram um argumento original de forma tão desinteressante, além da conclusão sofrível (marca que a produtora Dark Castle sempre utiliza nos seus filmes). Destaco a sequência arrepiante do ataque dos gafanhotos.

Kamila said...

Alex, também achei a conclusão do filme muito ruim. E a sequência do ataque dos gafanhotos é de arrepiar mesmo. Outra cena da qual gostei foi aquela dos sapos caindo nas águas do rio.

Otavio Almeida said...

Hmm... então vale mesmo a pena? Fiquei com "medo" de ver... ;-)

O Stephen Hopkins me animou muito quando fez A SOMBRA E A ESCURIDÃO... e ele dirigiu a maioria dos episódios da primeira temporada de 24 HORAS (só da primeira).

E tem a Hilary Swank, né? Já vale por ela...

Bjs!

Kamila said...

Otávio, o filme não é tão ruim assim. O final é meio decepcionante, por causa da reviravolta. Mas, o filme tem uma premissa muito interessante.

O Hopkins dirigiu a maioria dos episódios da primeira temporada de "24" e ganhou até um Emmy por um deles.

A Hilary Swank foi a melhor coisa do filme, para mim. A atuação dela é até bem legal.

Beijos.

Alex Gonçalves said...

Kamila, também tive vários arrepios nesta sequência. Pena que eu concorde com uma pequena frase que um amigo jornalista um dia utilizou ao escrever sobre um filme: “Boas partes não fazem um bom filme”. E mesmo que tenha gostado do desempenho de Hilary Swank, prefiro vê-la em "O Dom da Premonição", filme de mesmo gênero onde ela entrega uma personagem mais envolvente.

Túlio Moreira said...

Kamila, verei esse filme por causa do Stephen Hopkins e da Hilary Swank - uma grande atriz. Não espero uma obra-prima, mas acho que pelo menos alguns bons momentos de suspense eu terei.

bjão!

Kamila said...

Alguns momentos de suspense, com certeza, você terá Túlio.

Beijo.