Wednesday, April 11, 2007

Um Beijo a Mais (The Last Kiss, 2006)

Paul Haggis é, provavelmente, a maior revelação do cinema norte-americano nos últimos cinco anos. Os filmes que ele produz, escreve ou dirige são presenças constantes nas listas de melhores do ano ou até mesmo entre as indicações às diversas premiações. Mesmo tendo um nome cheio de credibilidade perante os cinéfilos, um de seus roteiros recentes – o do filme “Um Beijo a Mais”, dirigido pelo ator Tony Goldwyn (de quem o público brasileiro irá se lembrar como o vilão do filme “Ghost – Do Outro Lado da Vida”) – passou totalmente despercebido.

O filme é baseado na película italiana “O Último Beijo”, do diretor Gabriele Muccino (o mesmo de “À Procura da Felicidade”), e retrata um pouco da crise existencial pela qual passa o arquiteto Michael (Zach Braff, do seriado “Scrubs”). Prestes a completar 30 anos, ele se considera um cara feliz e realizado na vida profissional e pessoal – afinal, tem ao seu lado, Jenna (Jacinda Barrett), uma mulher praticamente perfeita. No entanto, quando Michael recebe a notícia de que sua namorada está grávida, ele começa a repensar a sua vida e tudo aquilo que conseguiu até agora.

Os questionamentos se tornam ainda mais freqüentes a partir do momento em que Michael percebe que todos aqueles que estão ao seu redor – os amigos Chris (Casey Affleck), Izzy (Michael Weston) e Kenny (Eric Christian Olsen); bem como seus sogros Anna (Blythe Danner) e Stephen (Tom Wilkinson) – também passam por uma crise em seus relacionamentos. Uma saída mais fácil para tudo isso acontece quando Michael conhece a jovem estudante de música Kim (Rachel Bilson, do seriado “The O.C.”), que só pensa em aproveitar o agora, sem se preocupar com o futuro.

O cinema é cheio de filmes que analisam as diversas fases complicadas pelas quais as pessoas passam em suas vidas. Mas, são poucos os filmes que analisam aquele momento crucial em que estamos diante de um instante em que é decidido se construir uma vida juntos e se dedicar a cultivar um relacionamento que pode durar uma vida toda. “Um Beijo a Mais” fala justamente sobre o preço que a felicidade tem e sobre a capacidade que temos de nos magoar, de nos sabotar quando algo nos é favorável. O filme mostra de maneira real que os momentos definidores de nossas vidas podem ser bem mais doces. A única coisa que falta em “Um Beijo a Mais” é um protagonista mais carismático. É muito difícil levar a sério um ator como Zach Braff. Ele não se encaixa no perfil de Michael.

Cotação: 6,0

Crédito Foto: Yahoo! Movies

5 comments:

Anonymous said...

Olá Kamila. Poxa to bastante curioso por esse filme. Já li várias críticas favoráveis a ele, e a sua é mais uma. To muito afim de ver um romance que não se preocupe só em emocionar, mas que tenha uma certa inteligência e nos faça refeltir. Apesar de não ter visto o filme ainda, acho que irei concordar com o que vc disse no final sobre o Zach Braff. Acho ele muito inexprssivo como ator, mesmo em papéis cômicos como da série Scrubs, e acho que ele também não conseguiu se provar nesse filme.

Ahh tem um post legal la no Diário, se puder dar uma passada la, agradeço.

Bjão!!!

Túlio Moreira said...

Paul Haggis é legal mesmo, mais por seus roteiros (a dulogia com Eastwood, memorável) que pelos filmes que dirige (detesto Crash).

Vou deixar para ver The Last Kiss no dvd, mas adoro Rachel Bilson e espero que ela emplaque uma carreira no cinema.

bjão! (e desculpa a demora para comentar no blog, mas é que estou meio atarefado esse mês - coisas de jornalista, vc sabe, hehehehehehe)

Kamila said...

Leonardo, só conhecia o Zach no seu trabalho em "Scrubs". Não assisti "Garden State". "Um Beijo a Mais" é o primeiro filme dele que eu assisto. Só acho que ele não passa credibilidade como Michael.

Túlio, também sou fã do Paul Haggis roteirista. A Rachel Bilson está bem no filme. E, não se preocupe com esse negócio de comentários. Estou com uma semana dos infernos e sem tempo de fazer muita coisa também.

Beijos!

Wanderley Teixeira said...

Ah,Kamila...Eu gostei do Braff em Um Beijo a mais...Pra mim ele segurou bem o personagem e Blythe Danner deu show!

Kamila said...

Wanderley, não gostei mesmo do Zach Braff. As melhores, para mim, foram Blythe Danner e Jacinda Barrett.