Saturday, August 04, 2007

A Volta do Todo Poderoso (Evan Almighty, 2007)

Quando “Todo Poderoso”, filme do diretor Tom Shadyac, estreou em 2003, o comediante Steve Carell ainda lutava para ser um nome reconhecido na indústria. O filme abriu portas para ele, que, desde então, se transformou em um ator bastante requisitado e conhecido pelo seu trabalho não só no cinema (em filmes como “O Virgem de 40 Anos” e “Pequena Miss Sunshine”), como também na televisão (na adaptação norte-americana do seriado “The Office”). Com a recusa de Jim Carrey em participar da seqüência do filme, era mais do que natural que o nome de Carell fosse colocado como um dos possíveis substitutos do ator. E é justamente ele que encabeça o elenco de “A Volta do Todo Poderoso”, novamente sob a direção de Tom Shadyac.

No filme, Steve Carell interpreta o mesmo personagem que fez na primeira película, o do âncora de TV Evan Baxter. Ele se prepara para sofrer grandes mudanças em sua vida, tendo em vista que acaba de ser eleito deputado e está indo viver permanentemente em Washington ao lado de sua família, que é formada pela esposa June (Lauren Graham, do seriado “Gilmore Girls”) e pelos três filhos Dylan (Johnny Simmons), Jordan (Graham Phillips) e Ryan (Jimmy Bennett). A mudança vem cheia de expectativas na família Baxter, que espera que o marido e pai Evan participe mais do dia-a-dia familiar.

Assim como acontece com o personagem interpretado por Jim Carrey em “Todo Poderoso”, a partir do momento em que Evan Baxter consegue aquilo que ele realmente deseja, sua vida vira de pernas para o ar. Como se ele já não tivesse enormes responsabilidades no papel de marido, pai e deputado, Deus (mais uma vez interpretado por Morgan Freeman) aparece pedindo-o que construa uma Arca de Noé e salve animais e humanos de um aparente dilúvio que está por vir. Totalmente incompreendido pelas pessoas (até mesmo pela sua família), Evan fica sozinho, vestido e caracterizado como um homem da antiguidade e sendo taxado de louco.

Quem for assistir “A Volta do Todo Poderoso” esperando encontrar um filme que cause inúmeras risadas, pode se decepcionar. O filme foge da questão tocada no primeiro filme (o egoísmo de um homem que, deparado com um poder enorme, decide usá-lo a seu favor) e tenta abordar algo maior (Evan usa o poder que Deus lhe dá para o bem de todos, pois só assim ele mesmo pode encontrar a sua própria felicidade). Com um elenco formado, basicamente, de ótimos comediantes (além de Steve Carell e Lauren Graham, podemos encontrar na tela John Goodman, a excelente Wanda Sykes, John Michael Higgins e Molly Shannon), os poucos momentos cômicos que Tom Shadyac dedica ao seu elenco soam até forçados demais – o que é uma pena. Se você quiser rir, é melhor esperar os créditos finais, em que todo mundo parece soltar o humor que ficou preso durante o filme todo.

Cotação: 4,0

Crédito Foto: Yahoo! Movies

19 comments:

Museu do Cinema said...

É verdade Kamila, o Steve Carell lutou para estar onde tá atualmente.

Kamila said...

Lutou bastante e merece chegar aonde está, Cassiano.

Otavio Almeida said...

Gosto de Steve Carell, mas esse filme me cheira a enganação...

Sua crítica está ótima, mas só confirmou o que eu esperava do filme. Acho que espero o DVD, não?

E parabéns pelo blog sempre atualizado!

Bjs e bom final de semana!

Anonymous said...

Acho que foi um erro fazer essa continuação com o Steve Carell, ao menos com esse orçamento monstruoso. Ora, todos sabem que "Todo Poderoso" só fez sucesso por causa do Jim Carrey, já que provavelmente esse filme é tão fraco quanto o original. Espero que o Carell escolha melhor seus porjetos daqui pra frente, pois sabemos que seu talento vai além disso.

Ah, ainda não vi o filme, acho que faço isso amanhã...

Marcus Vinícius said...

Vixi... eu até curti o primeiro, mas confesso que estou sem a mínima vontade de ver esse. Steve Carell é um grande ator, mas com o Jim Carrey são outros 500.

Beijos, boa semana! =D

Kamila said...

Otávio, não chamaria "A Volta do Todo Poderoso" de uma enganação. Acho que o erro é tentar fazer uma continuação com o Steve Carell e, em nenhum momento, aproveitar o talento cômico que ele tem. O filme é muito "dramático" é perde justamente o que o primeiro tinha de melhor: o lado cômico.

E estou tentando manter o blog atualizado. Obrigada pelo comentário! :-))

Vinícius, você falou tudo sobre o filme mesmo sem tê-lo assistido. Eu acho o Carell um ótimo ator, mas fazer esse filme da maneira que ele foi feito foi um grande erro.

Marcus, eu também gosto do primeiro filme e acho o Steve Carell um baita comediante. O estilo dele é diferente do Jim Carrey, o que não significa que um seja pior do que o outro. O Jim Carrey fez certo mesmo em fugir desta continuações.

Beijos e boa semana para todo mundo!

Alex Gonçalves said...

Quase vi o filme na última sexta-feira, mas optei por "Ela é a Poderosa" (que me decepcionei bastante, pois tinha lá minhas esperanças de ver a um bom filme). Gostei muito de ver Steve Carell como protagonista desta continuação, mas temo que o filme acabe decaindo demais ao substituir o humor por temas mais sérios, como ocorreu no filme com Jim Carrey - mesmo que não tenha prejudicado em nada a satisfação final. Também acho Wanda Sykes uma excelente comediante.

Kamila said...

Amo Wanda Sykes, Alex. Para mim, a melhor atriz em seriados de comédia da temporada 2006-2007.

Você nem assistiu ao filme, mas já sabe de tudo. O filme se perde ao substituir o humor pelos temas sérios.

Boa semana!

Alex Gonçalves said...

Uau!
Então me parece que deve ser uma produção bem previsível, se acertei corretamente como funciona resumidamente, rs, rs, rs...
Não conheço a Wanda Sykes dos seriados, mas a Wanda Sykes das telonas sempre me agradou. Ela rouba a cena muitas vezes de Jane Fonda em "A Sogra", além de protagonizar os poucos momentos engraçados de “Minha Super Ex-Namorada”.
A única coisa que gostei verdadeiramente de "Orgulho e Preconceito" foi Brenda Blethyn e a linda trilha-sonora de Dario Marianelli .

Anonymous said...

Acabei de ver o filme e confirmo tudo aquilo que disse no comentário anterior. Não entendo porque desperdiçaram tanto dinheiro nessa comédia, ainda mais sem a presença de um grande astro. Adoro o Steve Carell, mas ele deveria escolher melhor seus projetos (tipo, prefiro que participe de filmes independentes do que essas porcarias). O filme é praticamente salvo pela Wanda Sykes...

Kamila said...

Alex, a Wanda Sykes é maravilhosa como comediante. O chato foi que eu assisti a uma cópia dublada desse filme e não pude escutar a voz da Wanda Sykes, que é bem estridente e, por si só, já me causa risadas.

A trilha de Dario Marianelli para "Orgulho e Preconceito" é linda mesmo e, como disse no meu post anterior, eu amo tudo relacionado a este filme.

Vinícius, também acho que o Carell deveria escolher melhor seus projetos. Ele deu provas disso no passado, quando escolheu "O Virgem de 40 Anos" e "Pequena Miss Sunshine".

Moacy Cirne said...

Oi, você é natalense, pelo seu perfil. Conhece o pessoal que tem blogue sobre cinema em nossa terra, como Marcos Felipe e Francisco Sobreira? Vou dar uma olhada no seu, enquanto isso. Um beijo.

Kamila said...

Oi, Moacy, sou natalense e, infelizmente, não conheço o blog do Marcos Felipe e do Francisco Sobreira. Se você puder deixar os links aqui para eu visitá-los, eu agradeço.

Obrigada pela visita!

Anonymous said...

O filme é completamente desnecessário . Nem o elenco foi capaz de salvar tamanha bobagem. Salvo por algumas piadas de Sykes, o resto é completamente esquecível. Gostei do seu texto! ^^

Kamila said...

Obrigada pelo comentário, Luciano. E concordo plenamente com o que você disse.

O que me deixa feliz ao ler os comentários é saber o número de fãs que a Wanda Sykes tem no Brasil. :-)

Anonymous said...

Tudo que vc disse lá no blog é verdade e sua crítica ta certa, é uma comédia sem comédia. Vale pelos efeitos e por Carell, que acho ótimo e Wanda Sykes com suas piadas escrachadas e seu jeito histérica.

Nota 5,0

Kamila said...

Wally, meu maior arrependimento a respeito desse filme é não tê-lo assistido na versão com legendas. A voz da Wanda Sykes, por si só, já teria me causado boas risadas... rsrsrsrsrs

Moacy Cirne said...

Oi, Kamila, Marcos Felipe acaba de desativar o seu blogue. De qualquer maneira, eis o endereço: www.seladeprata.zip.net (e o de Sobreira, também dedicado à literatura é: www.luzesdacidade.blogspot.com). Um beijo.

Henrique Augusto said...

Gostaria de saber como se chama aquela música que é executada logo no início do filme. Muito obrigado