Eles podem estar em dois lados diferentes da lei, mas Frank Lucas (Denzel Washington) e Richie Roberts (Russell Crowe) possuem muito em comum. O principal é que ambos levam uma vida que segue à risca os princípios que eles aprenderam. O primeiro, ex-motorista do gângster Bumpy Johnson (Clarence Williams III), constrói todo um império baseado no senso de família. O segundo, detetive de polícia e advogado, foge do estereótipo dos colegas de força e, evita, a todo custo se transformar em um profissional corrupto – ele passa a ser persona-non-grata no trabalho depois que devolve um milhão de dólares apreendidos em uma operação.
A trama de “O Gângster”, filme do diretor Ridley Scott, se passa nos anos 70, em pleno ápice da Guerra do Vietnã, e acompanha a jornada de Frank Lucas, que, após a morte do chefe, vai até o país asiático atrás de um fornecedor para que ele possa comercializar heroína pura no bairro do Harlem, em Nova York. Chama a atenção o fato de que Lucas tem uma enorme capacidade para alterar as configurações da máfia local, se transformando logo no substituto de Bumpy Johnson como benfeitor da comunidade.
Em paralelo à história da ascensão de Frank Lucas, temos um eixo narrativo na polícia. De um lado, encontramos policiais corruptos (liderados pelo Detetive Trupo de Josh Brolin), pessoas doidas para arrancar um pouquinho dos lucros obtidos por Frank Lucas. De outro, temos o recém-criado esquadrão antidrogas da polícia de Essex, comandado por Richie Roberts. Interessados nos peixes grandes do negócio do tráfico de drogas, é graças à inteligência de Roberts que o grupo irá chegar ao nome de Lucas e prendê-lo será a prioridade para o esquadrão.
“O Gângster” tem uma ótima parte técnica (com destaque para a edição de Pietro Scalia, a fotografia de Harris Savides e a direção de arte indicada ao Oscar 2008), atuações excelentes da dupla Russell Crowe e Denzel Washington (o que não dá para entender é a indicação ao Oscar 2008 de Atriz Coadjuvante obtida por uma Ruby Dee que aparece, no máximo, cinco minutos e não tem uma cena especial) e uma direção competente por parte de Ridley Scott. O filme peca no roteiro de Steven Zaillian (com base no artigo de Mark Jacobson). Se tivesse seguido o caminho de desenhar as trajetórias de dois homens tão parecidos, mas, ao mesmo tempo, tão diferentes, o filme seria perfeito. O problema é que, já perto do final, Zaillian inventa de romantizar um pouco o personagem Frank Lucas. Ao cooperar com a lei e devolver o dinheiro obtido com a venda de drogas, ele não fez nada mais do que sua obrigação e isso não deve apagar aquilo que de mal ele fez enquanto foi o maior gângster do bairro do Harlem.
Cotação: 7,3
O Gângster (American Gangster, EUA, 2007)
Diretor(es): Ridley Scott
Roteirista(s): Steven Zaillian com base no artigo de Mark Jacobson
Elenco: Denzel Washington, Russell Crowe, Chiwetel Ejiofor, Josh Brolin, Lymari Nadal, Ted Levine, Roger Guenveur Smith, John Hawkes, RZA, Yul Vazquez, Malcolm Goodwin, Ruby Dee, Ruben Santiago-Hudson, Carla Gugino, Skyler Fortgang
A trama de “O Gângster”, filme do diretor Ridley Scott, se passa nos anos 70, em pleno ápice da Guerra do Vietnã, e acompanha a jornada de Frank Lucas, que, após a morte do chefe, vai até o país asiático atrás de um fornecedor para que ele possa comercializar heroína pura no bairro do Harlem, em Nova York. Chama a atenção o fato de que Lucas tem uma enorme capacidade para alterar as configurações da máfia local, se transformando logo no substituto de Bumpy Johnson como benfeitor da comunidade.
Em paralelo à história da ascensão de Frank Lucas, temos um eixo narrativo na polícia. De um lado, encontramos policiais corruptos (liderados pelo Detetive Trupo de Josh Brolin), pessoas doidas para arrancar um pouquinho dos lucros obtidos por Frank Lucas. De outro, temos o recém-criado esquadrão antidrogas da polícia de Essex, comandado por Richie Roberts. Interessados nos peixes grandes do negócio do tráfico de drogas, é graças à inteligência de Roberts que o grupo irá chegar ao nome de Lucas e prendê-lo será a prioridade para o esquadrão.
“O Gângster” tem uma ótima parte técnica (com destaque para a edição de Pietro Scalia, a fotografia de Harris Savides e a direção de arte indicada ao Oscar 2008), atuações excelentes da dupla Russell Crowe e Denzel Washington (o que não dá para entender é a indicação ao Oscar 2008 de Atriz Coadjuvante obtida por uma Ruby Dee que aparece, no máximo, cinco minutos e não tem uma cena especial) e uma direção competente por parte de Ridley Scott. O filme peca no roteiro de Steven Zaillian (com base no artigo de Mark Jacobson). Se tivesse seguido o caminho de desenhar as trajetórias de dois homens tão parecidos, mas, ao mesmo tempo, tão diferentes, o filme seria perfeito. O problema é que, já perto do final, Zaillian inventa de romantizar um pouco o personagem Frank Lucas. Ao cooperar com a lei e devolver o dinheiro obtido com a venda de drogas, ele não fez nada mais do que sua obrigação e isso não deve apagar aquilo que de mal ele fez enquanto foi o maior gângster do bairro do Harlem.
Cotação: 7,3
O Gângster (American Gangster, EUA, 2007)
Diretor(es): Ridley Scott
Roteirista(s): Steven Zaillian com base no artigo de Mark Jacobson
Elenco: Denzel Washington, Russell Crowe, Chiwetel Ejiofor, Josh Brolin, Lymari Nadal, Ted Levine, Roger Guenveur Smith, John Hawkes, RZA, Yul Vazquez, Malcolm Goodwin, Ruby Dee, Ruben Santiago-Hudson, Carla Gugino, Skyler Fortgang
25 comments:
Pessoal, o blog vai fazer uma pausa até a próxima semana. Voltamos na quarta-feira de Cinzas!
Ainda está cedo, mas aproveito para desejar a todos um ótimo Carnaval!
Beijos.
Isso! O final é romântico demais para um filme assim. E acho que a parte da colaboração de Lucas com a polícia foi em fast foward...
Kamila, ótimo carnaval pra vc! Aproveita!
Te deixei uma perguntinha lá no blog. Não sei se vai dar tempo de vc ver.
Bjs!
Fast-Forward... FF... acho que agora está certo :)
Bom Carnaval Kamila. Se for curtir, boa folia, se for descansar, bom descanso.
Vc disse q não entende a indicação de atriz coadjuvante desse filme, pois eu não entendo a da Tilda Swinton, deve ser pelo conjunto da obra.
Se eu tivesse sido um pouco mais otimista em relação ao filme, minha opinião seria bastante parecida com a sua. Achei muito cansativo, sem falar no desfecho mal construído. Uma decepção...
E bom carnaval para você também ;-)
Abraço!
Kamila, essa ultima observaçao sua foi mt boa, sobre a romantizaçao do Frank Lucas, nao tinha pensado nisso e realmente tentou deixa-lo com cara de bonzinho.
Mas mesmo assim gostei muito mais do que voce, p/ mim o filme é 9(resenha lá no blog hj tb hehe).
Te desejo um ótimo carnaval pra voltar com tudo nas previas do Oscar.
Bjao , teh mais :-)
Se Scott e Crowe fossem mais simpaticos, ajudaria no Oscar...
Tive a mesma impressão que você em relação a esse filme, principalmente do final que está rendendo vários processos ao filme pela alteração da real história. Mas é um bom filme.
Bom carnaval!!!
Esse vejo essa semana. Depois comento aqui.
Ciao!
O filme vai ficar só pra depois do carnaval, mas tá na lista!
Kamila, já imaginava que não faltaria queixas enquanto a presença de Ruby Dee em "O Gângster". Parece que a veterana atriz caiu nas graças da crítica e pode muito bem derrubar todas as outras concorrentes ao prêmio de melhor atriz coadjuvante - o que espero que não aconteça. No fim das contas, não tenho muito interesse em ver este novo filme de Ridley Scott. Ficará mesmo para o DVD.
Beijo, tenha uma excelente semana e um grande feriado!
Ops, o "Anonymous" é o Alex Gonçalves, rs.
Vou tentar ver essa semana...
Os dois são realmente ótimo atores
A montagem é o melhor desse filme. Não aquela montagem cheia de dribles e firulas puramente estéticas, mas uma montagem que está o tempo todo a favor da história, para contar melhor a história e transmitir as suas idéias. Mas concordo com a besteira que foi a romantização de Frank no final... Não precisava... Acho que os militares corruptos é que também deveriam ser punidos...
Tá cedo parar meu anjo ...
mas vamos voltar ...
e sobre o gangster ... gostei ... porém senti um gostinho de que poderia ter sido melhor ...
e sobre a indicação de melhor atriz coadjuvante ... ela pode ter aparecido pouco ... mas a cena dela foi uma das melhores coisas do filme ... sem pelejar ...
abraços
Kamila, eu tinha tantas expectativas quanto a esse filme, achava que seria um dos melhores do ano, mas que pena essa romantizacao do personagem ao fim, acho que nao vou gostar...
Vou ver se tomo vergonha na cara e vejo proxima semana (estreou desde o inicio do ano). Beijos e espero que esteja tendo um bom feriado.
adoro os trabalhos do ridley, principalmente com as parcerias intensas que faz com o russel.. além do tlento do denzel, que só aceita trabalhos extraordinários...
agora estou masi ansioso para ver os tais 5 minutos da Ruby Dee, ehehhe...
beijos
Eu tenho uma certa dificuldade com o Ridley Scott. Tirando Blade Runner, nada dele me agrada muito - nem Hannibal, nem Thelma e Louise, muito menos Gladiador.
Bjs!
Otavio, isso é verdade. Para um filme que começa com uma narração muito lenta, ele até que termina rápido demais. Vou ver se encontro a pergunta no seu blog para que eu possa respondê-la.
Cassiano, o caso da Ruby Dee deve ser o mesmo da Tilda Swinton. As duas devem ter sido indicadas pelo conjunto da obra, só pode. Apesar de eu discordar de você num ponto: pelo menos, a Tilda tem tempo em cena e momentos bons que justificam sua indicação.
Vinícius, já vi que esse deve ser o filme que você considera o super-estimado do ano. ;-)
Rogerio, obrigada! Mas, o filme é bom. O que me deixou com raiva nele foi essa romantização excessiva em cima do Frank Lucas.
Marfil, e se o filme não tivesse sido envolvido em batalhas judiciais também...
Pedro, concordo com seu comentário.
Victor, aguardo sua opinião sobre o filme.
Alex, vira a boca para lá. Não quero ver a Ruby Dee vencendo o Oscar.
Andros, concordo. E a montagem ficou de fora da lista do Oscar, o que foi um absurdo.
João, discordo. A Ruby Dee não tem nenhum momento especial. Só de pensar que ela pode ganhar o Oscar eu fico com raiva.
Romeika, eu tenho certeza de que você vai odiar essa romantização do Frank Lucas, mas assista ao filme. :-)
Rodrigo, também gosto do Ridley Scott, mas como o João disse, esse é um filme bom, mas que poderia ser melhor.
Dudu, não assisti "Blade Runner" e, curiosamente, sou mais fã dos trabalhos mais leves do Scott, como "Os Vigaristas" e "Um Bom Ano".
Bom Carnaval a todos!
Acho que a pergunta era algo como: "Você acha que Johnny Depp pode ganhar o Oscar neste ano? Ele já foi indicado duas vezes nesta década e jamais ganhou..."
Bjs! Bom carnaval
Ruby Dee provocando a ira de todos!!!! acho que ela só tem uma cena em especial que merece destaque, ams para por aí mesmo. Consdirei um ótimo filme esse trabalho de Scott, e acho que Russel supera Denzel no duelo.
vlw!
Kamila, veja Blade Runner! Tenho CERTEZA que você vai gostar! E veja os dois finais. Se o mais recente não estiver disponível, nem alugue o DVD. Exija os dois.
Bjs.
Também gostei do filme. Acho que daria a mesma nota que você deu. Elenco bom (apesar de eu também não engolir a indicação de Ruby Dee) e figurino melhor ainda!
Otavio, eu deixei a resposta para você no post do seu blog. Dá uma olhada por lá.
Felipe, eu acho que Denzel e Russell estão ótimos no filme. Não destaco um mais que outro.
Dudu, este é um filme que estou tentando ver há tempos. E esse novo lançamento em DVD parece ser a oportunidade perfeita para se fazer isso.
Marco, concordo com seu comentário.
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