Monday, February 18, 2008

Lady Chatterley (Lady Chatterley, 2006)

Lançada em 1928, a obra “O Amante de Lady Chatterley”, do escritor inglês D.H. Lawrence, causou polêmica na época devido ao seu teor sexual explícito e por retratar um romance entre uma mulher burguesa e um homem da classe trabalhadora. Por causa disso, o livro só foi publicado no país natal de Lawrence em 1960. O material já foi adaptado várias vezes para o cinema, bem como para a televisão. Isso não impediu o diretor francês Pascale Ferran de oferecer sua versão para história no filme “Lady Chatterley”, que ele também co-escreveu ao lado de Roger Bohbot e Pierre Trividic.

Para quem não conhece, o filme conta a história de Constance Chatterley (Marina Hands), que é casada com Clifford Chatterley (Hyppolite Girardot). Os dois moram em uma belíssima propriedade no campo, mas, de alguma maneira, vivem um relacionamento distante. Ele, um homem arrasado e confinado a uma cadeira de rodas, acabou contagiando a esposa, que se sente muito sozinha e isolada do mundo. É quando ela percebe que precisa encontrar algum tipo de motivação, algo que a faça feliz novamente. E Constance achará isso em Parkin (Jean-Louis Coulloc'h), o guarda-caça da propriedade em que ela mora e com quem ela começará um ardente romance.

Existem adaptações de “O Amante de Lady Chatterley” que privilegiam muito o aspecto sensual dessa história. No entanto, o filme de Pascale Ferran está mais interessado na transformação interna (e, por conseqüência, externa) que se dará tanto em Constance como em Parkin. Os dois, apesar das origens distintas, têm muito em comum e é ótimo poder testemunhar o jeito com que eles vão se descobrindo e evoluindo a ponto de adotar uma atitude diferente perante a vida e planejando o futuro.

Em alguns momentos de “Lady Chatterley”, o diretor Pascale Ferran parece que está fazendo um livro visual. A intromissão de um narrador e da trilha sonora é rara e ele prefere denotar o contexto em que sua história se passa através do uso de cartelas entre uma cena e outra. Este é um filme bem diferente, que tem uma estrutura narrativa própria, lenta e que não quer atropelar nenhum detalhe. E justamente por isso que esta é uma obra para ser apreciada por poucos.

Cotação: 5,8

Lady Chatterley (Lady Chatterley, Bélgica, França, Inglaterra, 2006)
Diretor(es): Pascale Ferran
Roteirista(s): Roger Bohbot, Pascale Ferran, Pierre Trividic (com base no livro de D.H. Lawrence)
Elenco: Marina Hands, Jean-Louis Coulloc'h, Hippolyte Girardot, Hélène Alexandridis, Hélène Fillières, Bernard Verley, Sava Lolov, Jean-Baptiste Montagut, Michel Vincent, Christelle Hes, Joël Vandael, Jacques De Bock, Ninon Brétécher, Anne Benoît, Jean-Baptiste de Laubier

11 comments:

Dr Johnny Strangelove said...

Assim, você consegui apreciar a obra ?
deve ser no minimo curioso ... vou tentar ver ...

Anonymous said...

É baseado em livro renomado né? Curioso, mas pelo jeito o filme é bem fraquinho. Não chegou aqui.

Ciao!

Unknown said...

Li o livro, e apesar do conteúdo bastante desgastado e da narrativa arrastada, conseguiu prender minha atenção, de modo que o li inteiro. Do filme acho que vi o trailer, não sei, mas nunca disponível para locação aqui em minha cidade. Este recurso de "intrometer" narração durante um filme é arriscadíssimo, pode engrandecê-lo como destruí-lo.
Abraço!

Kamila said...

João, eu gostei de ver a maneira como o diretor abordou o relacionamento entre Lady Chatterley e o guarda-caça. O filme, em si, dá sono em certos momentos.

Wally, é baseado em livro renomado e o filme é um pouco fraco.

Weiner, o filme passou aqui numa sessão de arte, acho que ainda não foi lançado em DVD. E essa questão da narração é importante. A falta de uma intromissão maior do narrador, eu acho que prejudica esse filme.

Otavio Almeida said...

Vixi! Te confesso que não tive vontade de ver esse filme, Kamila...

Vc teve pré de MEDO DA VERDADE? Aqui não teve...

Bjs!

Anonymous said...

Fiquei bem interessado por esse filme na época que ele foi lançado nos cinemas, mas como sempre (em se tratando de fitas estrangeiras) ele não chegou por aqui. Devo ver em DVD, ainda que seus comentários não sejam tão animadores.

Abraço!

Museu do Cinema said...

Perdi esse filme Kamila, tinha muita vontade em assisti-lo, mas já saiu de cartaz por aqui. Acho que deva ser uma obra para poucos realmente.

Kamila said...

Otavio, não sei se você lembra disso, mas tinha te recomendado assistir "Lady Chatterley" na Mostra de SP. Ainda bem que você não foi! :-)

Não teve pré-estréia de "Medo da Verdade" por aqui. Eu consegui uma cópia do filme e acabei assistindo.

Vinícius, assista ao filme e depois me diga o que acha.

Cassiano, é uma obra para poucos mesmo. Como eu disse, eu gostei de ver a transformação pela qual passa Lady Chatterley e o guarda-caça. Mas, o filme me cansou em vários momentos. Pode ser que uma pessoa como você, que adora o cinema francês, tenha uma opinião diferente.

Alex Gonçalves said...

Este filme recebeu um circuito super pequeno em Sampa. Ganhou alguns bons elogios nos jornais do ABC, mas é uma obra da qual não tenho curiosidade alguma em ver.

Romeika said...

Kamila, esse foi mais um dos filmes estrangeiros que eu queria ter visto no cinema ano passado e nao deu. Nunca li o livro e nunca vi nenhuma das adaptacoes pro cinema e TV, e somado as boas criticas que ouvi do filme, ainda gostaria de ve-lo qualquer dia. Mas pelo que vc disse, eh bom ver de dia, pq durante a noite pode dar sono hehehehe :-)

Ah, gosto dessas historias de transformacoes pessoais, acho ateh bom que o filme nao se resuma ao aspecto sensual da obra.

Kamila said...

Alex, eu fui assistir ao filme justamente por causa dos elogios que li em relação ao filme.

Romeika, eu assisti a uma das adaptações que esta obra recebeu para o cinema muitos anos atrás, no SBT. Essa focava o aspecto sensual da obra. Se for comparar as duas, gostei mais dessa segunda, já que o importante para mim foi ver a transformação deles dois. E assista ao filme de dia. :-)