A campanha de marketing de “Os Indomáveis”, do diretor James Mangold, era bem interessante e nos dava a impressão de que o filme faria pelo gênero de western o mesmo que “Moulin Rouge – Amor em Vermelho!” fez pelos musicais. Ledo engano. Na sua essência, “Os Indomáveis” é uma típica obra de faroeste, com tudo aquilo que o gênero tem direito: mocinhos, vilões, honestidade, honra, caráter e coragem.
O cansaço está estampado no rosto de Dan Evans (Christian Bale, excelente). Impedido de trabalhar da maneira que gostaria por limitações físicas (é manco, devido a um ferimento de guerra) e climáticas (a região em que vive está sendo assolada por uma seca violenta), ele perdeu a paciência. Endividado e louco para oferecer uma vida mais digna à sua família – a qual é formada pela esposa Alice (Gretchen Mol) e pelos filhos William (o ótimo Logan Lerman, do seriado prematuramente cancelado “Jack & Bobby”) e Mark (Benjamin Petry) –, Dan aceita a tarefa de levar o criminoso Ben Wade (Russell Crowe, eficiente) – o líder de uma gangue de foras-da-lei que causou um prejuízo de milhões a uma empresa ferroviária – a uma estação de trem, de onde Wade partirá para a famosa prisão de Yuma.
Cada um à sua maneira, Dan Evans e Ben Wade representam os valores propagados pelos filmes de western. O interessante, em “Os Indomáveis”, é que o roteiro de Halsted Welles, Michael Brandt e Derek Haas (que foi escrito tendo como base um conto de Elmore Leonard) insere dois antagonistas jovens na história e que oferecem um confronto interessante de valores. William, o filho mais velho de Dan, admira figuras como a de Ben Wade, mas acredita naquilo que é justo. Já Charlie Prince (Ben Foster, roubando a cena), o braço-direito de Ben, representa o ímpeto juvenil, a precipitação, a vontade de agir – mesmo se for para errar feio – e, por isso mesmo, é o mais próximo de um grande vilão que “Os Indomáveis” tem.
O diretor James Mangold tem uma carreira bastante diversa em Hollywood. Em sua filmografia, encontramos obras que se encaixam em gêneros distintos como o policial (“Cop Land”), a comédia romântica (“Kate & Leopold”), o drama (“Garota, Interrompida”), o suspense (“Identidade”) e a cinebiografia (“Johnny & June”). O ponto em comum entre esses projetos é a regularidade. Mangold é aquele tipo de diretor confiável e que é garantia de um bom resultado. “Os Indomáveis” é um filme que não empolga muito inicialmente, mas cujo diferencial é a excepcional meia hora final – em que todos os núcleos narrativos se encontram na cidade de Contention à espera – ou a fim de impedir – o embarque de Ben Wade no trem para Yuma.
Cotação: 9,3
Os Indomáveis (3:10 to Yuma, EUA, 2007)
Diretor(es): James Mangold
Roteirista(s): Halsted Welles, Michael Brandt, Derek Haas (com base no conto de Elmore Leonard)
Elenco: Russell Crowe, Christian Bale, Logan Lerman, Dallas Roberts, Ben Foster, Peter Fonda, Vinessa Shaw, Alan Tudyk, Luce Rains, Gretchen Mol, Lennie Loftin, Rio Alexander, Johnny Whitworth, Shawn Howell, Pat Ricotti
O cansaço está estampado no rosto de Dan Evans (Christian Bale, excelente). Impedido de trabalhar da maneira que gostaria por limitações físicas (é manco, devido a um ferimento de guerra) e climáticas (a região em que vive está sendo assolada por uma seca violenta), ele perdeu a paciência. Endividado e louco para oferecer uma vida mais digna à sua família – a qual é formada pela esposa Alice (Gretchen Mol) e pelos filhos William (o ótimo Logan Lerman, do seriado prematuramente cancelado “Jack & Bobby”) e Mark (Benjamin Petry) –, Dan aceita a tarefa de levar o criminoso Ben Wade (Russell Crowe, eficiente) – o líder de uma gangue de foras-da-lei que causou um prejuízo de milhões a uma empresa ferroviária – a uma estação de trem, de onde Wade partirá para a famosa prisão de Yuma.
Cada um à sua maneira, Dan Evans e Ben Wade representam os valores propagados pelos filmes de western. O interessante, em “Os Indomáveis”, é que o roteiro de Halsted Welles, Michael Brandt e Derek Haas (que foi escrito tendo como base um conto de Elmore Leonard) insere dois antagonistas jovens na história e que oferecem um confronto interessante de valores. William, o filho mais velho de Dan, admira figuras como a de Ben Wade, mas acredita naquilo que é justo. Já Charlie Prince (Ben Foster, roubando a cena), o braço-direito de Ben, representa o ímpeto juvenil, a precipitação, a vontade de agir – mesmo se for para errar feio – e, por isso mesmo, é o mais próximo de um grande vilão que “Os Indomáveis” tem.
O diretor James Mangold tem uma carreira bastante diversa em Hollywood. Em sua filmografia, encontramos obras que se encaixam em gêneros distintos como o policial (“Cop Land”), a comédia romântica (“Kate & Leopold”), o drama (“Garota, Interrompida”), o suspense (“Identidade”) e a cinebiografia (“Johnny & June”). O ponto em comum entre esses projetos é a regularidade. Mangold é aquele tipo de diretor confiável e que é garantia de um bom resultado. “Os Indomáveis” é um filme que não empolga muito inicialmente, mas cujo diferencial é a excepcional meia hora final – em que todos os núcleos narrativos se encontram na cidade de Contention à espera – ou a fim de impedir – o embarque de Ben Wade no trem para Yuma.
Cotação: 9,3
Os Indomáveis (3:10 to Yuma, EUA, 2007)
Diretor(es): James Mangold
Roteirista(s): Halsted Welles, Michael Brandt, Derek Haas (com base no conto de Elmore Leonard)
Elenco: Russell Crowe, Christian Bale, Logan Lerman, Dallas Roberts, Ben Foster, Peter Fonda, Vinessa Shaw, Alan Tudyk, Luce Rains, Gretchen Mol, Lennie Loftin, Rio Alexander, Johnny Whitworth, Shawn Howell, Pat Ricotti
24 comments:
Filmaço! E que elenco! Minha cena favorita é aquela no quarto do hotel, em que eles esperam pela morte certa. O diálogo entre Ben Wade e Dan Evans é sensacional.
Bjs!
Confesso que odeio o genero, nunca fui fã desses filmes antigos, mas adorei esse "Os indomaveis" e pelo visto acho que estava errado sobre os grandes clássicos do genero...
é demais esse filme, é perfeito os dois: Bale e Crowe, dois talentosíssimos atores em perfeita sincronia...
beijos, Kamila!
Otavio, a última meia hora toda do filme foi minha parte favorita de "Os Indomáveis". :-)
Rodrigo, "Os Indomáveis" é um filmaço mesmo. Vale pelo duelo entre dois dos maiores atores da atualidade: Bale e Crowe.
Legal Kamila, eu adoro o Elmore Leonard, um dos grandes escritores vivos norte-americanos.
Não tinha reparado na carreira do diretor Mangold, e concordo contigo. Comparando ao futebol podemos dizer que ele nunca virá a ser um Romário, mas por um dia pode jogar melhor que o baixinho, é só Romário não jogar bem.
AInda não vi esse filme, mas ele tá tanto tempo em cartaz aqui q acho q vou ver se der tempo.
Ah, e eu gostei demais do Copland, mas odiei o Johnny pq sou fã do Cash, e ele não merecia um filme mediano.
Baita filmaço, ficou no meu Top 10 do ano passado. E como em praticamente todos os westerns de qualidade, o tiroteio final não deixou a desejar. O personagem do Ben Foster tá muito bom também, aquela cara de louco psicopata.
Beijão, ótimo final de semana pra ti! =]
Cassiano, nunca li a obra de Elmore Leonard, mas conheço as suas várias - boas - adaptações cinematográficas. Excelente a analogia que você fez para o Mangold. Como sei que você adora filmes de western, Cassiano, não perca a chance de assistir "Os Indomáveis". E eu adoro "Cop Land", o melhor filme que o Stallone fez.
Marcus, acho que esse "Os Indomáveis" tem tudo para ficar no meu top 10 de 2008. O Ben Foster teve um excelente ano de 2007, com bons filmes e performances sólidas. Definitivamente, é um nome em que devemos prestar atenção.
Beijos.
Filme de macho ...
a primeira palavra que me vem a cabeça quando penso em Os Indomaveis ...
é um filme que reforça o amor dos cinefilos pelo faroeste ...
um filme genial, uma das melhores atuações de Russell Crowe(sinceramente, odeio ele, mas com esse filme ele ganhou credito), um trabalho excepcional e uma atuação de MACHO de Ben Foster ...
uma perola de testoterona ...
pensei que a sua nota seria um pouco menor ...
Concordo que o filme se torna empolgante mesmo só nos 30 minutos finais, apesar de começar bem ágil e ter sempre uma eletrizante trilha sonora. O elenco é soberbo e os valores do filme incontestáveis. Só acho que quem é apaixonado por faroeste vai gostar mais.
Nota 8,0
João, eu adorei esse filme. Concordo com tudo o que você citou.
Wally, exatamente. Quem é apaixonado por faroeste vai amar esse filme.
Bom, como não gosto do gênero, não vi nada demais no filme. Além de achar o ritmo meio estranho, não vi nada diferente de outras produções mais antigas.
Só gostei mesmo do momentos finais.
Ainda prefiro Os Imperdoáveis!
Os Indomáveis ressucitou em mim a vontade de ver um bom western...
Muito bom Kamila!!!
Adorei o filme! Um ótimo entretenimento.
Impossível não concordar com você sobre o Ben Foster. Ótima atuação.
Aquela cena deles fugindo dentro da montanha, explodindo dinamite e tudo mais, é muito boa.
E para finalizar... a ação de Ben Wade, atirando em seus próprios capangas, no final do filme, é a melhor!
Devo ver semana que vem!
Cecilia, mas isso é justamente por quê "Os Indomáveis" acaba sendo uma grande homenagem aos filmes antigos do gênero de western.
Pedro, e o filme ressuscitou em mim a vontade de conhecer mais do gênero.
Ramon, a meia hora final de "Os Indomáveis", para mim, foi sensacional! E o Ben Foster, ótimo.
Hypado, veja e - depois - deixe seu comentário.
é um pequeno detalhe ... um dos melhores remakes já feitos assim reforçando que fazer remake de horror não dá ... mas de outros generos ... quem sabe ...
João, mas "Os Indomáveis" tem um diretor competente atrás das câmeras. O problema dos remakes de horror é que, salvo no caso de Walter Salles e "Água Negra", os diretores são muito ruinzinhos...
Fiquei surpreso com sua opinião. Eu adorei "Os Indomáveis"! De início também pensei que iria fugir do estilo tradicional de western, mas fiquei feliz por ser um longa convencional quanto a esse aspecto. O destaque é o Ben Foster, roubando a cena mesmo. Top 5 do ano até o momento...
Vinícius, obrigada!! O filme também está no meu top 5 do ano, até agora.
Essa regularidade de que você falou, na diversidade de Mangold, é interessante mesmo! Fico curioso para saber qual será a próxima investida dele... Apostas?
Kamila, ADOREI o final desse filme..alias, a ultima parte toda eh a mais divertida, nao tirei o olho da tela.
André, eu também fico curiosa demais para saber qual o próximo projeto do Mangold. No IMDB, não tem nenhuma informação sobre próximos filmes dele.
Romeika, concordo plenamente.
Adoro filmes de faroeste e livros de faroeste. Recentemente, adorei um livro lançado pela Editora Protexto...POR UMA BEIJO, APENAS...de Allan Foster... uma linda trama co início ao final.
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